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Teste de Avaliação 7

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2. TESTES DE AVALIAÇÃO
 GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.
A
Leia o texto.
	
5
10
15
20
25
	Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se a tardinha. Batola, que acaba de dormir a sesta, já pode vir sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A seus pés, passa o velho caminho que vem de Ourique e continua para o sul. Por cima, cruzam os fios da eletricidade que vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e entra, junto das telhas, para dentro da venda.
E o Batola por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze casinhas desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no fundo dos córregos. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão dos campos. E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado por vales e cabeços, e que dorme profundamente. Oh, que despropósito de plainos sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!
Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. A noite vem de longe, cansada, tomba tão vagarosamente que o mundo parece que vai ficar para sempre naquela magoada penumbra. Lá vêm figurinhas dobradas pelos atalhos, direito às casas tresmalhadas da aldeia. Nenhuma virá até à venda falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São ceifeiros, exaustos da faina, que recolhem. Breve, a aldeia ficará adormecida, afundada nas trevas. E António Barrasquinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que fazer. Está preso e apagado no silêncio que o cerca.
Ergue-se pesadamente do banco. Olha uma última vez para a noite derramada. Leva as mãos à cara, esfrega-a, amachucando o nariz, os olhos. Fecha os punhos, começa a esticar os braços. E abre a boca num bocejo tão fundo, o corpo torcido numa tal ansiedade, que parece que todo ele se vai despegar aos bocados. Um suspiro estrangulado sai-lhe das entranhas e engrossa até se alongar, como um uivo de animal solitário.
Quando consegue dominar-se, entra na venda, arrastando os pés. E, sem pressentir que aquela noite é a véspera de um extraordinário acontecimento, lá se vai deitar o Batola, derrotado por mais um dia.
“Sempre é uma companhia”, in Manuel da Fonseca, O fogo e as cinzas, Lisboa, Editorial Caminho, 2011, pp. 150-151.
1. Descreva o espaço físico e social em que se desenrola a ação, tal como é perspetivado por Batola.
2. Enuncie três traços caracterizadores dos habitantes de Alcaria, fundamentando a resposta com citações textuais pertinentes.
3. Identifique o recurso expressivo presente na expressão “Carregado de tristeza, o entardecer demora anos” ”(l. 11), comentando o seu valor simbólico.
2. TESTES DE AVALIAÇÃO
2
B
Leia as seguintes estrofes de um poema de Cesário Verde
	
5
10
10
10
	Homens de carga! Assim as bestas vão curvadas!
Que vida tão custosa! Que diabo!
E os cavadores descansam as enxadas,
E cospem nas calosas mãos gretadas,
Para que não lhes escorregue o cabo.
Povo! No pano cru rasgado das camisas
Uma bandeira penso que transluz!
Com ela sofres, bebes, agonizas:
Listrões de vinho lançam-lhe divisas,
E os suspensórios traçam-lhe uma cruz!
D’escuro, bruscamente, ao cimo da barroca,
Surge um perfil direito que se aguça;
E ar matinal de quem saiu da toca,
Uma figura fina, desemboca,
Toda abafada num casaco à russa.
D’onde ela vem! A atriz que eu tanto cumprimento;
E a quem, à noite, na plateia, atraio
Os olhos lisos como polimento!
Com seu rostinho estreito, friorento,
Caminha agora para o seu ensaio.
“Cristalizações”, in Cesário Verde, Cânticos do Realismo. O livro de Cesário Verde
(coord. Carlos Reis, introdução e nota biobibliográfica de Helena Carvalhão Buescu),
Lisboa, INCM, 2015.
4. Identifique e caracterize os tipos sociais referenciados.
5. Explicite os sentimentos do sujeito poético expressos nas frases exclamativas dos versos 1 e 2.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
O lápis já não é o que era
	
5
	Volto ao excelente filme Eu, Daniel Blake. A propósito de um pormenor (será?) na cena final da despedida do carpinteiro. Lá estavam os fiéis amigos, os jovens vizinhos que representavam a nova geração com novos sonhos e novos pesadelos, a funcionária da Segurança Social que, ali, simbolizava a coragem e o afeto de ter coração e de se ser solidário, desafiando as normas e os regulamentos (e, por isso, é repreendida pela chefe). E a mãe solteira que acompanhara Daniel na sua última tentativa para ver o seu processo de invalidez deferido. É ela que abre um papel amarrotado escrito por Blake e no qual exprimiu a sua paradoxalmente serena e inconformada revolta diante do júri de reavaliação. O essencial está no que lá escreveu, o pormenor no modo como o manuscreveu. Com um singelo lápis. 
	
10
15
20
25
	O lápis, o velho companheiro de vida de tantas pessoas, é o lado antigo e oposto da face superlativamente nova de vidas subordinadas à miríade de instrumentos tecnológicos. Não se trata aqui de uma visão reacionária ou conservadora face ao progresso material e comunicacional. Haverá, por certo, alguma nostalgia no detalhe do lápis. Mas o que representa, essencialmente, é um dualismo funcional e geracional que pode conduzir a uma insuportável exclusão de uns e a uma pretensa superioridade de outros, que, não raro, não sabem o que é um lápis ou essa “união de facto” do lápis encimado por uma borracha, nunca escreveram com uma caneta de tinta permanente, ignoram o que seja um compasso e quase erradicaram a prática (física e intelectual) de manuscrever.
Evidentemente que o progresso técnico é uma importante condição necessária para o desenvolvimento, mas nunca será, só por si, uma condição suficiente se às tecnologias não estiverem associados o bem comum, a justiça social e geracional, o respeito pelo outro.
Na era da “cidadania eletrónica”, os “netizens” são, hoje, uma expressão eloquente do saber mais democratizado (embora, neste contexto, sempre me lembre do que escreveu Jean Guitton: “se o livro tivesse sido inventado depois do computador teria sido uma grande invenção”). Mas quantas vezes, 
ao lado desse progresso, vamos deparando com uma acrescida aridez relacional, em alguns casos mesmo com uma diferente expressão da solidão, senão mesmo de isolamento e abandono. Nas situações mais extremadas, de um lado um novo cárcere, do outro uma velha exclusão.
António Bagão Félix, in público, edição online de 13 de dezembro de 2016
(consultado em novembro de 2016, com supressões).
1. A referência ao filme Eu, Daniel Blake justifica-se
(A) por ser um filme sobre as novas tecnologias.
(B) já que se trata de um filme sobre a solidariedade.
(C) uma vez que o texto é uma reflexão sobre a importância da evolução tecnológica.
(D) porque um pormenor de uma cena é o mote para o desenvolvimento do texto.
2. No texto apresenta-se uma perspetiva pessoal de discordância relativamente à
(A) multiplicidade de instrumentos tecnológicos à disposição das novas gerações.
(B) inutilidade de antigos objetos de escrita nos tempos modernos.
(C) discrepância de saberes entre as gerações mais novas e as mais antigas, o que pode criar falsos juízos sobre competências.
(D) atitude dos mais novos face aos saberes rudimentares dos mais antigos.
3. O autor é da opinião que
(A) paralelamente ao desenvolvimento tecnológico, definham as relações interpessoais.
(B) as novas tecnologias funcionam como uma prisão para os mais velhos.
(C) a maior aptidão tecnológica das novas gerações é proporcional ao incremento nas relações pessoais.
(D) a utilização crescente do computador leva os mais jovens a abandonar os mais idosos.
4. No contexto em que surge, o termo “miríade” (l. 10) pode ser substituído por
(A) idealização.
(B) virtualidade.
(C) imensidade.
(D) centena.
5. A oração subordinada presente no segmento “que representavam a nova geração com novos sonhose novos pesadelos” (ll. 2-3) designa-se subordinada
(A) adjetiva relativa restritiva.
(B) adjetiva relativa explicativa.
(C) substantiva relativa.
(D) adverbial consecutiva.
6. O segmento “por Blake” (l. 6) desempenha a função sintática de
(A) predicativo do sujeito.
(B) complemento agente da passiva.
(C) modificador da frase.
(D) modificador do grupo verbal.
7. O último parágrafo do texto constitui uma sequência dominantemente
(A) descritiva.
(B) dialogal.
(C) explicativa.
(D) argumentativa.
8. Refira o valor aspetual configurado no complexo verbal do segmento “ao lado desse progresso, vamos deparando com uma acrescida aridez relacional” (l. 23).
9. Indique o valor lógico do articulador “se” (l. 18)
10. Indique o processo de formação do termo “netizens” (l. 20)
GRUPO III
Ao contrário do que seria de supor, por se tratar de redes sociais, a utilização deste meio de comunicação e interação tem vindo a acentuar a timidez, o isolamento e a solidão entre as pessoas, sobretudo as mais jovens.
Num texto de opinião, bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, apresente o seu ponto de vista sobre o tema atrás enunciado.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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