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1 GABRIELA 2022.1 MED FIPGBI OBJETIVOS: 1ª: Compreender a fisiopatologia, epidemiologia e fatores de risco do câncer de pulmão relacionando com o tabaco CANCER DE PULMÃO Como todos os outros tecidos e órgãos do corpo, o pulmão é composto por células. Normalmente, estas células se dividem e se reproduzem de forma ordenada e controlada. Quando ocorre uma disfunção celular que altera esse processo, o organismo produz excesso de tecido, dando origem ao tumor. Se o tumor for maligno, o seu crescimento não só comprime, mas também invade e destrói tecidos sadios à sua volta. Além disso, as células tumorais podem se desprender do tumor de origem e se espalhar por meio da corrente sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras partes do corpo, dando origem a novos tumores (metástases). O tabagismo é responsável por mais de 80% dos casos de câncer pulmonar, outros fatores de risco incluem exposição ocupacional e ambiental (amianto, arsênico, sílica e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos), além de história familiar (especialmente em pacientes jovens) O risco de câncer de pulmão entre os fumantes aumenta com a duração do tabagismo e o número de cigarros fumados por dia O risco de C.A de pulmão em ex fumantes continua elevado, em comparação com o dos não fumantes. Os riscos industriais também contribuem para a incidência Há evidencias também que sugerem uma predisposição familiar ao câncer de pulmão (fator predisponente – tabagismo) EPIDEMIOLOGIA É o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. Estimativas de novos casos: 30.200, sendo 17.760 homens e 12.440 mulheres (2020 - INCA); Número de mortes: 29.354, sendo 16.733 homens e 12.621 mulheres (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). TIPOS: CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS PEQUENAS CPCP Representam de 10 a 15% dos casos. Crescem rapidamente e costumam migrar para órgãos distantes do pulmão. Invasivo; Ocorre quase sempre em pacientes tabagistas; Cerca de 80% dos pacientes têm doença metastática no momento do diagnóstico. O CPPC (20 a 25% dos casos) é de origem brônquica e, de modo peculiar, se inicia como uma lesão central que pode, Nome do problema: Sofrimento 2 GABRIELA 2022.1 MED FIPGBI com frequência, estreitar ou obstruir os brônquios. As linfoadenomegalias hilares e mediastinais, bem como a presença de doença metastática, estão comumente presentes no momento do diagnóstico. CÂNCER DE PULMÃO DE CÉLULAS NÃO PEQUENAS CPCNP Representam 80 a 85% dos casos. Está dividido em três subtipos, sendo o mais comum o adenocarcinoma, que tende a crescer mais lentamente. Comportamento clinico é mais variado e depende do tipo histológico; Cerca de 40% dos pacientes terão doença metastática fora do tórax no momento do diagnóstico Carcinoma de células escamosas (25 a 35% dos casos), que se origina do epitélio brônquico e mostra, tipicamente, localização mais central; Adenocarcinoma (25 a 35% dos casos), que se origina das glândulas mucosas e, tipicamente, localiza-se perifericamente; um subtipo distinto do adenocarcinoma é o carcinoma bronquíoloalveolar, que se origina das células epiteliais na porção distal da via respiratória, atapetando os alvéolos, e se apresenta, mais comumente, como um infiltrado difuso em ambos os pulmões ou como nódulos únicos ou múltiplos. Carcinoma de grandes células (10% dos casos), um grupo heterogêneo dos tumores mal diferenciados que não apresenta aspectos de adenocarcinoma, carcinoma escamoso ou CPPC. FATORES DE RISCO O tabagismo é apontado como o principal causador de câncer de pulmão. Cerca de 85% dos casos estão associados ao hábito de fumar. O fumo passivo, isso é, a exposição à fumaça do cigarro, também contribui para o desenvolvimento desse tipo de tumor. Doenças pulmonares - pessoas que já tiveram doenças como a tuberculose, por exemplo, têm maiores chances de desenvolver câncer de pulmão. História familiar de câncer de pulmão - o risco de câncer de pulmão é maior para quem tem um parente próximo (como pais ou irmãos) com câncer de pulmão. Idade - o câncer de pulmão surge com mais frequência a partir dos 45 anos de idade. E as maiores taxas da doença estão entre pessoas idosas. Poluição - diversas pesquisas apontam que há uma relação direta entre exposição ao ar poluído e incidência de câncer de pulmão. O risco depende dos níveis de poluição do ar a que você está regularmente exposto. Exposição ao gás radônio - esse gás radioativo é produzido pela quebra natural do urânio no solo, na rocha e na água. Eventualmente, se torna parte do ar que você respira. Níveis inseguros de radônio podem se acumular em qualquer prédio, incluindo os residenciais. Exposição ao amianto - a inalação da fibra de amianto no local de trabalho - por exemplo, em atividades de mineração - também pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pulmão. Não é possível determinar a causa exata do câncer de pulmão. Mas o melhor que você pode fazer para se prevenir é não fumar. Parar em qualquer idade pode reduzir significativamente o seu risco A exposição ao asbesto aumenta em cinco vezes o risco em não fumantes. Por outro lado, fumantes expostos ao asbesto apresentam 55 vezes maior chance de desenvolver câncer pulmonar do que os 3 GABRIELA 2022.1 MED FIPGBI não fumantes e os não expostos ao asbesto. FISIOPATOLOGIA O câncer desenvolve-se em múltiplas etapas, nas quais as células se tornam malignas por várias alterações genéticas que afetam seu crescimento, sua diferenciação e sua sobrevida, incluindo a mutação dos genes supressores tumorais, a ativação dos oncogênes e a transformação dos genes apoptóticos. Isso parece se dever à inflamação crônica que acompanha a exposição contínua e prolongada ao fumo e contribui para o desenvolvimento do câncer do pulmão. SINAIS E SINTOMAS Mais de 90% dos pacientes com câncer do pulmão são sintomáticos no momento do diagnóstico. Os sinais e sintomas dessa neoplasia são secundários: 1) ao crescimento do tumor primário; 2) ao comprometimento loco-regional; 3) à disseminação a distância; ou 4) às síndromes paraneoplásicas. O crescimento do tumor primário do pulmão pode ser central ou periférico, e essas formas de apresentação estão relacionadas com os diferentes sintomas apresentados pelos pacientes. Os tumores centrais se originam nos brônquios principais ou nos brônquios segmentares proximais e lobares, e os sintomas mais comumente associados com essa forma de apresentação são: tosse seca e não-produtiva; hemoptise; dispneia obstrutiva; sibilos localizados; febre, secundária a pneumonite obstrutiva, e dor torácica vaga, persistente e de localização imprecisa. Os tumores periféricos se localizam nas vias aéreas distais, e os sintomas mais comumente a eles relacionados são: tosse, dispneia e dor torácica do tipo pleurítica e bem-localizada. Geralmente os sintomas do câncer de pulmão aparecem nos estágios avançados da doença. Eles podem incluir: Tosse persiste: A tosse, seca ou produtiva, é o sintoma mais comum associado ao câncer do pulmão. A tosse pode ser causada por um pequeno tumor agindo como um corpo estranho dentro do brônquio ou pode ser secundária à ulceração da mucosa. É um sintoma comum a todo paciente com câncer do pulmão de qualquer localização, porém, ela é mais comumente observada nos portadoresde tumores centrais. Dispneia, sibilo e estridor: A dispneia geralmente é causada pela obstrução tumoral de um brônquio principal ou da traqueia. Os tumores periféricos somente causam dispneia quando são suficientemente grandes para interferir na função pulmonar, quando associados aos derrames pleurais volumosos ou como consequência de extensa linfangite carcinomatosa. O sibilo é causado pelo estreitamento de um grande brônquio, pela obstrução tumoral ou pela compressão extrínseca, e tem significado quando é unilateral, localizado e de origem recente. O estridor é produzido pela obstrução quase total do brônquio principal ou da traqueia, em sua porção inferior. Hemoptise: Aproximadamente 20% de todos os casos de hemoptise resultam do câncer do pulmão. A quantidade de sangue expelida na tosse pode variar desde as pequenas quantidades capazes de salpicar ou raiar o escarro, até as volumosas hemoptises secundárias à rotura das veias brônquicas resultantes da invasão tumoral. Dor no peito; 4 GABRIELA 2022.1 MED FIPGBI Rouquidão; Fadiga; Perda de peso e apetite Pneumonia recorrente ou bronquite Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns. Febre DIAGNOSTICO EXAMES DE IMAGEM Raio-X de tórax, em complemento com a tomografia computadorizada, são testes iniciais para investigar o câncer de pulmão. RAIO X: Importante papel de diagnostico nos pacientes assintomáticos e tem uma sensibilidade maior do que a citologia do escarro. O câncer do pulmão se origina mais comumente nos lobos superiores do que nos lobos inferiores e mais no pulmão direito do que no pulmão esquerdo. A localização mais comum das neoplasias dos pulmões é o segmento anterior do lobo superior direito. Infelizmente, por causa da superposição das imagens das clavículas e dos primeiros arcos costais, os lobos superiores são regiões de difícil avaliação radiológica. Biópsia - é a retirada de uma pequena amostra do tecido suspeito para ser analisada em laboratório. Só esse procedimento garante o diagnóstico definitivo. De cada 100 novos casos de câncer do pulmão, 80 são inoperáveis e a maioria deles morre dentro de três anos; somente dois ou três deles estarão vivos após cinco anos. Dos 20 pacientes com doença localizada, quase todos portadores de CPCNP, a maioria deles possui tumor passível de ressecção cirúrgica e 30% deles estarão vivos após cinco anos.
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