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Tutoria 04 - Câncer de Pulmão

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Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
1 
Câncer de Pulmão 
DEFINIÇÃO 
Þ O câncer de pulmão é o segundo mais comum em 
homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer 
de pele não melanoma). É o primeiro em todo o 
mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em 
mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos 
de câncer são de pulmão. 
Þ A última estimativa mundial (2012) apontou 
incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 
milhão em homens e 583 mil em mulheres. 
Þ A taxa de incidência vem diminuindo desde 
meados da década de 1980 entre homens e desde 
meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa 
diferença deve-se aos padrões de adesão e 
cessação do tabagismo constatados nos diferentes 
sexos. 
Þ No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 
mortes em 2015. No fim do século XX, o câncer de 
pulmão se tornou uma das principais causas de 
morte evitáveis. 
Þ O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são 
importantes fatores de risco para o 
desenvolvimento de câncer de pulmão. 
Þ Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o 
câncer de pulmão está associado ao consumo de 
derivados de tabaco. 
Þ O cigarro é, de longe, o mais importante fator de 
risco para o desenvolvimento do câncer de 
pulmão. A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 
diminuiu 3,8% ao ano em homens e, 2,3% ao ano em 
mulheres, devido à redução na prevalência do 
tabagismo. 
Þ A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para 
câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 
21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são 
diagnosticados em estágio inicial (câncer 
localizado), para o qual a taxa de sobrevida de 
cinco anos é de 56%. 
Þ O câncer de pulmão é um dos mais comuns de 
todos os tumores malignos, afetando desde a 
traqueia até a periferia do pulmão. É considerada 
uma das principais causas de mortes evitáveis, pois 
90% das pessoas que o desenvolvem fumam ou 
fumaram no passado. Todos os anos, há um 
aumento de cerca de 2% nos casos de câncer de 
pulmão no mundo. 
Þ A classificação para o câncer de pulmão é feita de 
acordo com o tipo de células afetadas, como os 
bronquíolos ou os alvéolos. Existem diversos tipos 
desta neoplasia, e eles são divididos em dois grupos: 
Þ Câncer de células não-pequenas: mais comuns, 
têm três subtipos: carcinomas de células 
escamosas, adenocarcinomas e carcinomas de 
células grandes. 
Þ Câncer de células pequenas: são mais raros e têm 
comportamento mais agressivo. Ele se espalha pelo 
sistema linfático, onde as células cancerígenas 
entram nos vasos linfáticos e começam a se 
desenvolver nos gânglios linfáticos ao redor dos 
brônquios e no mediastino (parte central da caixa 
torácica). Ao atingirem os nódulos linfáticos, 
provavelmente essas células já se disseminaram 
para outros órgãos do corpo. 
TIPOS 
Þ câncer de pulmão se divide em dois tipos 
principais, que são tratados de maneira muito 
diferente: 
• 80 a 85% dos cânceres de pulmão são do 
tipo câncer de pulmão de não pequenas 
células. 
• 10 a 15% dos cânceres de pulmão são do 
tipo câncer de pulmão de pequenas 
células. 
Þ Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células 
• O câncer de pulmão de não pequenas 
células dependendo da célula da qual se 
originou está dividido em três subtipos: 
• Adenocarcinoma. Os adenocarcinomas 
começam nas células que revestem os 
alvéolos e produzem substâncias como 
muco. Esse tipo de câncer de pulmão 
ocorre principalmente em fumantes e ex-
fumantes, mas também é o tipo mais 
comum em não fumantes. É mais frequente 
em mulheres do que em homens, e é mais 
propenso a ocorrer em pessoas mais jovens 
do que outros tipos de câncer de pulmão. 
O adenocarcinoma é normalmente 
encontrado nas áreas externas do pulmão. 
Ele tende a crescer mais lentamente do 
que os outros tipos de câncer de pulmão, e 
tem mais chance de ser diagnosticado 
antes de se disseminar. Os pacientes com 
adenocarcinoma in situ têm um melhor 
prognóstico do que aqueles com outros 
tipos de câncer de pulmão. 
• Carcinoma espinocelular. Esses tumores 
começam nas células epidermoides, que 
se caracterizam por serem planas, e 
revestem o interior das vias aéreas. Esse tipo 
de câncer de pulmão está relacionado 
com o tabagismo e tende a ser encontrado 
na região central dos pulmões, próximo aos 
brônquios. 
• Carcinoma de grandes células 
(indiferenciado). Esse tipo de tumor pode 
aparecer em qualquer parte do pulmão e 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
2 
tende a crescer e se disseminar 
rapidamente, o que pode tornar o 
tratamento mais difícil. Um subtipo do 
carcinoma de grandes células, conhecido 
como carcinoma neuroendócrino de 
grandes células, é um tumor de 
crescimento rápido, muito semelhante ao 
câncer de pulmão de pequenas células. 
• Outros subtipos. Alguns subtipos de câncer 
de pulmão de não pequenas células, como 
o carcinoma adenoescamoso e o 
carcinoma sarcomatoide, são menos 
comuns. 
Þ Câncer de Pulmão de Pequenas Células 
• Esse tipo de câncer de pulmão tende a 
crescer e se disseminar mais rápido que o 
câncer de pulmão de não pequenas 
células. Cerca de 70% dos pacientes com 
câncer de pulmão de pequenas células 
terão metástases no momento do 
diagnóstico. Como esse câncer cresce 
rapidamente, tende a responder bem à 
quimioterapia e a radioterapia. No entanto, 
a maioria dos pacientes terá recidiva da 
doença em algum momento. 
Þ Outros tipos de tumores de pulmão 
• Além dos dois tipos principais de câncer de 
pulmão, outros tumores podem acometer 
os pulmões: 
Þ Tumores carcinoides do 
pulmão. Correspondem a menos de 5% dos 
cânceres pulmonares. A maioria destes 
tumores tem crescimento lento. 
Þ Outros tumores pulmonares. Outros tipos de 
câncer de pulmão, como carcinomas 
adenoides císticos, linfomas e sarcomas, bem 
como tumores benignos de pulmão, como 
hamartomas, são raros. Esses são tratados de 
forma diferente dos cânceres de pulmão mais 
comuns e não são discutidos aqui. 
Þ Metástases pulmonares. Os cânceres que 
começam em outros órgãos, como pâncreas, 
mama, rim ou pele, às vezes podem se 
disseminar para os pulmões, mas estes não são 
cânceres de pulmão. Por exemplo, o câncer 
que começa na mama e se dissemina para os 
pulmões ainda é câncer de mama, e não 
câncer de pulmão. O tratamento para o 
câncer metastático localizado nos pulmões é 
baseado no local onde se iniciou (local do 
câncer primário). Assim se o tumor primário é 
de mama e a metástase se encontra nos 
pulmões, será tratada como câncer de mama. 
FATORES DE RISCO 
Þ O uso do tabaco causa exposição a uma mistura 
letal de mais de 4.700 substâncias químicas tóxicas, 
incluindo pelo menos 50 cancerígenas. O 
tabagismo é o principal fator de risco para o câncer 
de pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um 
determinado país refletem seu consumo de 
cigarros. O fumo de charutos, cigarrilhas, cigarro de 
palha, entre outros, aumenta o risco. 
Þ A exposição à poluição do ar, infecções 
pulmonares de repetição, suplementação de altas 
doses de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva 
crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), 
fatores genéticos (que predispõem à ação 
carcinogênica de compostos inorgânicos de 
asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) 
e história familiar de câncer de pulmão favorecem 
ao desenvolvimento desse tipo de câncer. 
Þ Evidências na literatura mostram que pessoas que 
têm câncer de pulmão apresentam risco 
aumentado para o aparecimento de outros 
cânceres de pulmão e que irmãos, irmãs e filhos de 
pessoas que tiveram câncer de pulmão 
apresentam risco levemente aumentado para o 
desenvolvimento desse câncer. Entretanto, é difícil 
estabelecer o quanto desse maior risco decorre de 
fatores hereditários e o quanto é por conta do 
tabagismo. 
Þ Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total 
em cinco anos varia entre 13 e 21% em países 
desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em 
desenvolvimento. 
Þ Nos EUA,80% das mortes por câncer de pulmão 
ainda são causadas pelo tabagismo. O risco 
aumenta de acordo com a quantidade do 
consumo e a duração do tabagismo. 
Þ Outros fatores incluem exposição ao fumo passivo, 
ao amianto, a certos metais (cromo, cadmio, 
arsênico), alguns produtos químicos orgânicos, 
radiação, poluição do ar e escape de diesel. 
Algumas exposições ocupacionais que aumentam 
o risco incluem fabricação de borracha, 
pavimentação, coberturas, pintura e varredura de 
chaminé. 
Þ O risco também é provavelmente aumentado entre 
pessoas com história de tuberculose. A 
susceptibilidade genética (por exemplo, história 
familiar) desempenha papel no desenvolvimento 
do câncer de pulmão, especialmente naqueles 
que desenvolvem a doença ainda jovens. 
Þ Apesar de ainda ser pouco explicada, acredita-se 
que a exposição a arsênico na água induz a 
produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) 
que causam dano ao DNA, o que pode alterar sua 
transcrição, principalmente no tocante ao 
crescimento celular. 
Þ O uso de suplementos de altas doses (>20mg) de 
betacaroteno, diferentemente do betacaroteno 
via alimentação, aumenta o risco para tabagistas. 
Acredita-se que o uso desses suplementos 
exacerbe a produção de EROs e aumente a 
produção de enzimas do complexo do citocromo 
P450, que destrói o ácido retinoico e sinaliza para 
aumentar o crescimento celular. Além disso, alguns 
metabólitos podem aumentar a ligação dos 
carcinógenos do tabaco ao DNA. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
3 
Þ Como todos os outros tecidos e órgãos do corpo, o 
pulmão é composto por células. Normalmente, 
estas células se dividem e se reproduzem de forma 
ordenada e controlada. Quando ocorre uma 
disfunção celular que altera esse processo, o 
organismo produz excesso de tecido, dando origem 
ao tumor. 
Se o tumor for maligno, o seu crescimento não só 
comprime, mas também invade e destrói tecidos 
sadios à sua volta. Além disso, as células tumorais 
podem se desprender do tumor de origem e se 
espalhar por meio da corrente sanguínea ou dos 
vasos linfáticos para outras partes do corpo, dando 
origem a novos tumores (metástases). 
 
Mesmo quando outros órgãos são afetados, as 
células cancerosas desses novos tumores têm as 
mesmas características das células do câncer de 
pulmão. O tratamento das metástases leva em 
conta a localização e o tipo de câncer que as 
originou, além de outros fatores que serão 
considerados pelo médico. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
Þ A maioria dos cânceres de pulmão não provocam 
quaisquer sintomas até que se disseminam. Os sinais 
e sintomas mais comuns do câncer de pulmão são: 
• Tosse. 
• Tosse com expectoração mucosa. 
• Tosse com expectoração com sangue. 
• Dor no peito. 
• Rouquidão. 
• Perda de apetite. 
• Perda de peso inexplicada. 
• Falta de ar. 
• Fadiga. 
• Infecções de repetição. 
Þ Quando a doença já se disseminou para outros 
órgãos pode provocar: 
• Dor óssea. 
• Alterações no sistema nervoso. 
• Icterícia (cor amarelada de mucosas e 
pele). 
• Nódulos próximos à superfície do corpo. 
Þ Alguns cânceres de pulmão podem causar um 
grupo de sintomas muito específicos, que são 
descritos como síndromes: 
• Síndrome de Horner. Tumores localizados na 
parte superior dos pulmões (às vezes, 
chamados Tumores de Pancoast) podem 
afetar determinados feixes nervosos da 
face, provocando um conjunto de 
sintomas, denominados síndrome de 
Horner, que incluem: queda de uma 
pálpebra, constrição da pupila e 
transpiração diminuída do lado afetado da 
face. Os tumores de Pancoast podem às 
vezes provocar dor severa do ombro. 
 
• Síndrome da veia cava superior. A veia 
cava superior é a veia que leva o sangue 
da cabeça e braços de volta ao coração, 
passando ao lado da parte superior do 
pulmão direito e dos linfonodos no interior 
do tórax. Tumores nessa área podem 
pressionar a veia cava superior, fazendo 
com que o sangue retorne para as veias. 
Isso pode provocar inchaço na face, 
pescoço, braços e parte superior do tórax, 
além de dores de cabeça, tontura, e 
alteração da consciência se afetar o 
cérebro. Embora a síndrome da veia cava 
superior possa se desenvolver 
gradualmente ao longo do tempo, em 
alguns casos pode tornar-se um risco à vida, 
e deve ser tratada imediatamente. 
 
• Síndromes paraneoplásicas. Alguns tipos de 
câncer de pulmão podem funcionar de 
forma semelhante a órgãos secretores de 
hormônios, substâncias que entram na 
corrente sanguínea, causando problemas 
em tecidos e outros órgãos, mesmo que 
não haja metástase. Estes problemas são 
denominados síndromes paraneoplásicas, 
e muitas vezes podem ser os primeiros 
sintomas do câncer de pulmão. As 
síndromes paraneoplásicas podem ocorrer 
com qualquer câncer de pulmão, mas são 
mais frequentemente associadas ao 
câncer de pulmão de pequenas células. 
Algumas síndromes comuns incluem: 
síndrome de secreção inapropriada de 
hormônio antidiurético, síndrome de 
Cushing, problemas no sistema nervoso, 
hipercalcemia e coágulos sanguíneos. 
PLACAS AVERMELHADAS NA PELE 
 
Þ O câncer pode provocar alterações na pele, como 
manchas escuras, pele amarelada, manchas 
vermelhas ou roxas com bolinhas e pele áspera que 
causa coceira. Além disso, podem surgir alteração 
da cor, formato e tamanho de uma verruga, sinal, 
mancha ou sarda da pele, podendo indicar câncer 
de pele ou outro tipo de câncer. 
DETECÇÃO 
Þ As estratégias para a detecção precoce do 
câncer são o diagnóstico precoce 
(abordagem de pessoas com sinais e/ou 
sintomas iniciais da doença) e o rastreamento 
(aplicação de teste ou exame numa 
população assintomática, aparentemente 
saudável, com o objetivo de identificar lesões 
sugestivas de câncer e, a partir daí encaminhar 
os pacientes com resultados alterados para 
investigação diagnóstica e tratamento) (WHO, 
2007). 
RASTREAMENTO 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
4 
Þ O rastreamento do câncer é uma estratégia 
dirigida a um grupo populacional específico no 
qual o balanço entre benefícios e riscos dessa 
prática é mais favorável, com maior impacto 
na redução da mortalidade e da incidência, 
nos casos de existência de lesões precursoras. 
Þ Os benefícios são o melhor prognóstico da 
doença, com tratamento mais efetivo e menor 
morbidade associada. Os riscos ou malefícios 
incluem os resultados falso-positivos, que geram 
ansiedade e excesso de exames; os resultados 
falso-negativos, que resultam em falsa 
tranquilidade para o paciente; o 
sobrediagnóstico e o sobretratamento, 
relacionados à identificação de tumores de 
comportamento indolente (diagnosticados e 
tratados sem que representem uma ameaça à 
vida) (BRASIL, 2010). 
Þ Não há evidência científica de que o 
rastreamento do câncer de pulmão na 
população geral traga mais benefícios do que 
riscos e, portanto, até o momento, ele não é 
recomendado. Estudos recentes mostraram a 
possibilidade de que a realização de 
tomografia de baixa dose de radiação em 
grandes fumantes (um maço por dia por 30 
anos) e com idade acima de 55 anos possa 
reduzir a mortalidade por esse câncer. 
Entretanto, há riscos ligados à investigação que 
se segue nos casos positivos. Por isso, a decisão 
de realizar ou não o exame deve ser discutida 
entre o paciente e o médico (CTFPHC, 2016; 
USPSTF, 2021). 
DIAGNÓSTICO PRECOCE 
Þ A estratégia de diagnóstico precoce contribui para 
a redução do estágio de apresentação do câncer 
(2017). Nessa estratégia, destaca-se a importância 
de a população e os profissionais estarem aptos 
para o reconhecimento dos sinais e sintomas 
suspeitos de câncer, bem como ter acesso rápido e 
facilitado aos serviços de saúde. 
Þ Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é 
possível em apenas parte dos casos pois a maioria 
dos paciente só apresenta sinais e sintomas em 
fases mais avançadas da doença. Os sinais e 
sintomas mais comuns e que devem serinvestigados são (NICE, 2015; NCI, 2021): 
• Hemoptise 
• Tosse, rouquidão persistentes 
• Dor torácica 
• Dispneia 
• Astenia e perda de peso sem causa aparente. 
DIAGNÓSTICO 
Þ O diagnóstico do câncer de pulmão, na maioria 
dos casos, é feito pela radiografia de tórax, exame 
de fácil execução e relativamente barato, embora 
tenha sensibilidade em torno de apenas 70% e 
especificidade entre 89% e 99%. Sua utilização em 
pacientes assintomáticos sob risco de câncer de 
pulmão ou com sintomas precoces sugestivos 
(emagrecimento, tosse persistente, padrão de tosse 
diferente do habitual) é de grande valor. 
Þ Apesar do alto custo relativo, a tomografia axial 
computadorizada de tórax contribui no diagnóstico 
de praticamente um quinto dos pacientes. Útil na 
definição do estadiamento, possui sensibilidade e 
especificidade maiores do que o exame 
radiográfico simples, devendo ser indicada nos 
casos em que a radiografia de tórax mostra-se 
duvidosa. 
Þ O diagnóstico pode ser feito também, na maioria 
dos casos, pela broncoscopia, de grande utilidade 
pela possibilidade de realização de biópsia. As 
lesões, quando visíveis por meio da broncoscopia, 
são diagnosticadas em mais de 90% dos casos. É 
fundamental obter um diagnóstico de certeza, seja 
pela citologia ou pela patologia. 
Þ Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito 
o estadiamento, que avalia o estágio de evolução, 
ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão 
ou disseminada por outros órgãos. 
 
IMUNOLOGIA 
 
Þ Nos últimos 30 anos a imunidade inata passou a ser 
muito conhecida especialmente devido ao 
desenvolvimento da imunologia, em grande parte 
impulsionada pelo progresso científico obtido dos 
estudos das doenças causadas pelos vírus HIV. A 
inflamação, marca característica do processo 
imunológico reacional, tem ganhado 
reconhecimento como um contribuidor subjacente 
para as doenças crônicas que incluem diabetes, 
depressão, doença de Crohn e doença cardíaca. 
Recentemente os pesquisadores obtiveram indícios 
da conexão entre inflamação e câncer, 
transformando completamente o entendimento do 
câncer. Como se sabe, o câncer começa com 
uma série de mudanças genéticas induzidas por 
vários fatores: vírus, drogas, radiações, etc, que 
atacam um ou mais grupos de células, tornando-as 
com excessiva capacidade de reprodução e, 
assim, invadem tecidos vizinhos, onde tem início a 
malignidade. Um exemplo da biologia do câncer 
por indução viral (HTLV-1)ocorre na leucemia e 
linfoma das células T do adulto. 
Þ Eventualmente alguns tumores celulares podem se 
deslizar da matriz ou local de origem e dar início a 
novos tumores celulares em outros tecidos distantes 
causando a sua propagação (metástase) 
conforme mostra a figura abaixo. 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
5 
 
Invasão de células tumorais (vermelho) no tecido hepático. As 
células tumorais chegam por meiode vasos sanguíneos do 
tecido hepático e se acomodam, dando início à progressão 
tumoral 
Þ Estudos imunológicos têm revelado que a 
progressão da doença tecidual para a forma 
invasiva do câncer requer células que participam 
normalmente de processos de inflamatórios e de 
cicatrização (células endoteliais, macrófagos, 
fibroblastos e adipócitos) e outras atividades 
funcionais desviadas para o local onde se está 
iniciando a formação de tecido pré-maligno 
(citocinas, plaquetas e fatores de coagulação 
sanguínea). Algumas das células envolvidas nesse 
processo são “sequestradas” nesse ambiente “pré-
maligno” para se tornarem cúmplices na 
carcinogênese. Assim, compreende-se que um 
tumor não é somente um conjunto de células 
aberrantes, mas é dependente também de vários 
fatores como o micro ambiente tumoral que 
abrange células do tecido imunológico e sinais 
químicos que cruzam uma extensa rede de vasos 
sanguíneos. Esse novo ponto de vista de 
compreender o câncer implica que a erradicação 
até a última célula cancerosa se torna 
necessária.Um outro fato importante na imunologia 
dos tumores se refere ao TNF (Fator de necrose 
tumoral), descoberto no final da década de 90, em 
que esta citocina quando administrada 
diretamente no tumor induzia a morte das células 
cancerosas. Entretanto, pesquisas recentes 
demonstraram que quando a presença do TNF se 
torna crônica no tumor, sua ação se desenvolve ao 
contrário do que poderia se prever. A explicação é 
de que o gene produtor do TNF se desliga e dessa 
forma não se produz mais TNF e por essa razão o 
tumor não se contrai ou retrai. Essas pesquisas foram 
realizadas em camundongos. Recentemente o TNF 
tem sido relacionado como um sinalizador de 
processos proinflamatórios com tendência 
prémaligna. Esse fato se torna evidente em algumas 
situações já bem conhecidas entre a relação 
“inflamação e câncer” em dois exemplos típicos: a 
infecção com a bactéria Helicobacterpylori que 
induz a um tipo de inflamação aumentando as 
chances da pessoa desenvolver o câncer gástrico, 
e a infecção com o vírus da hepatite C que 
também induz a inflamação no fígado com grande 
risco de causar câncer hepático. 
Þ Por tudo o que se pode ler até o presente, presume-
se que um determinado tumor pode “armar uma 
cilada” contra o sistema imune com o objetivo de 
dar continuidade à sua sobrevivência e ao seu 
crescimento. 
Þ Recomendo leitura para aprofundar temática: 
https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/I
MAGENS/imunologia/imunocancer.pdf 
 
EXTENSÃO DO TUMOR 
 
Þ Uma vez confirmada a doença, é feito o 
estadiamento, que é medir a evolução do câncer 
de pulmão e verificar se ele está restrito ao órgão 
ou espalhado por outros lugares do corpo. Os mais 
comuns são cérebro, fígado e ossos. O 
estadiamento é feito por meio de vários exames de 
sangue e radiológicos, como a tomografia 
computadorizada. 
Þ Esses exames vão verificar qual é o estádio do 
câncer de pulmão, sendo que são sete: IA, IB, IIA, 
IIB, IIIA, IIIB e IV. O primeiro caracteriza tumores muito 
pequenos, menores que 2 cm, e restritos ao órgão. 
A escala vai aumentando progressivamente de 
acordo com a extensão da doença, até se chegar 
ao estádio IV, que caracteriza tumores avançados 
com comprometimento de outros órgãos 
(metástases). Eventualmente, cirurgia pode ser 
necessária para o diagnóstico. 
Þ expressão oat cell ganhou importância na 
linguagem médica por ser um subtipo especial de 
câncer pulmonar. As principais características são 
rápido crescimento, grande capacidade de 
disseminação e invasão cerebral frequente. Apesar 
do alto grau de resposta ao tratamento, apresenta 
baixo percentual de cura. 
Þ Estadiamento (sistema TNM, da American Joint 
Committee on Cancer 8ª edição) 
T – Tumor primário 
TX – Tumor primário não individualizado. 
T0 – Sem evidência de tumor. 
Tis – Carcinoma in situ. 
T1 – Tumor ≤ 3cm no maior diâmetro, circundado por 
pulmão e pleura visceral: 
• T1a – tumor ≤ 2cm 
• T1b – tumor > 2cm mas ≤ 3cm 
T2 – tumor >2 cm mas ≤ 7cm ou qualquer destes 
achados: envolvimento do brônquio principal a mais 
de 2cm da carina principal, invasão da pleura visceral, 
associação com atelectasia ou pneumonia obstrutiva 
sem envolvimento de todo o pulmão. 
• T2a – tumor > 3cm mas ≤ 5 cm 
• T2b – tumor > 5cm mas ≤ 7 cm 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
6 
T3 – tumor > 7cm ou que invade qualquer uma das 
seguintes estruturas: parede torácica, diafragma, nervo 
frênico, pleural mediastinal, pericárdio; ou tumor com 
menos de 2cm da carina principal, mas sem 
envolvimento desta; ou se houver atelectasia ou 
pneumonite obstrutiva de todo pulmão; ou nódulo(s) 
tumoral (ais) no mesmo lobo do tumor primário. 
T4 – tumor de qualquer tamanho que invade qualquer 
uma das seguintes estruturas: mediastino, coração, 
grandes vasos, nervo laríngeo recorrente, traqueia, 
esôfago, corpo vertebral, carina principal; nódulo(s)tumoral (ais) isolado (s) em outro lobo ipsilateral. 
N – Linfonodos 
NX – Linfonodo regional não foram avaliados. 
N0 – Sem metástase em linfonodo regional. 
N1 – Metástase em linfonodo peribrônquico 
ipsilateral e/ou hilar ipsilateral e 
intrapulmonares, incluindo envolvimento por 
extensão direta. 
N2 – Metástase em linfonodo mediastinal 
ipsilateral e/ou subcarinal 
N3 – Metástase em linfonodo mediastinal 
contralateral; hilar contralateral; escalênico 
ipsilateral ou contralateral; ou supraclavicular. 
M – Metástases a distância 
MX – Metástase a distância não estudada 
M0 – Sem evidência de metástase a distância 
M1 – Metástase a distância: 
• M1a – Nódulo (s) tumoral (ais) em lobo 
contralateral; tumor com nódulo pleural ou 
derrame pleural ou pericárdico maligno. 
• M1b – Metástase a distância (fora do tórax). 
 
TRATAMENTO 
Þ O tratamento do câncer de pulmão requer a 
participação de um grupo multidisciplinar, 
formado por oncologista, cirurgião torácico, 
pneumologista, radioterapeuta, radiologista 
intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, 
fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. 
Þ Para o adequado planejamento do 
tratamento, é necessário fazer o diagnóstico 
histológico e o estadiamento para definir se a 
doença está localizada no pulmão ou se 
existem focos em outros órgãos. Para os 
pacientes com doença localizada, e, 
particularmente, sem linfonodo (gânglio) 
aumentado (íngua) no mediastino (região entre 
os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, 
seguido ou não de quimioterapia e/ou 
radioterapia. 
Þ Para aqueles com doença localizada no 
pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito 
com radioterapia e quimioterapia ao mesmo 
tempo. 
Þ Em pacientes que apresentam metástases a 
distância, o tratamento é com quimioterapia 
ou, em casos selecionados, com medicação 
baseada em terapia-alvo. 
Þ Portanto, o tratamento do câncer de pulmão 
depende do tipo histológico e do estágio da 
doença, podendo ser tratado com cirurgia, 
quimioterapia ou radioterapia, e/ou 
modalidades combinadas. 
MODALIDADES DE TRATAMENTO 
Cirurgia 
Þ A cirurgia, quando possível, consiste na retirada 
do tumor com uma margem de segurança, 
além da remoção dos linfonodos próximos ao 
pulmão e localizados no mediastino. É o 
tratamento de escolha por proporcionar 
melhores resultados e controle da doença. 
Cerca de 20% dos casos são passiveis de 
tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria 
(80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na 
ocasião do diagnóstico, devido à extensão da 
doença (estágio avançado) ou à condição 
clínica debilitada do paciente. 
Þ As cirurgias para tratamento do câncer de 
pulmão podem ser: 
 
• Segmentectomia e ressecção em cunha: 
Quando se retira uma parte pequena do pulmão 
(somente o segmento ou parte do segmento que 
envolve o tumor), reservada para pacientes com 
tumores pequenos e que não suportam cirurgias 
maiores por apresentarem idade ou condições clínicas 
e/ou respiratórias limitadas. 
• Lobectomia: 
É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de 
pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de 
segmentos), onde o tumor está situado. É o mais 
adequado por remover toda a doença de forma 
anatômica. 
• Pneumectomia: 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
7 
É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são 
limitadas e restritas). Procedimento com morbidade 
maior e não tolerado por alguns pacientes. 
• Quimioterapia 
O tratamento quimioterápico visa a destruir as células 
cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do 
tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode 
apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo 
tolerada por todos os pacientes. 
• Radioterapia 
Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. 
Pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também 
pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como 
pneumonite e esofagite). 
• Terapia-alvo: 
Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, 
frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha 
determinadas características moleculares (genéticas). 
Essas medicações têm sido reservadas para o 
tratamento de doenças avançadas. Novos estudos 
estão em andamento para selecionar o grupo de 
pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento. 
GENÉTICA E CÂNCER DE PULMÃO 
Þ Casos familiares de câncer de pulmão sempre 
intrigaram aos médicos, especialmente a nós 
oncogeneticistas. Não é incomum identificarmos 
mais de um caso de câncer de pulmão em 
parentes de uma mesma família, em geral, em 
idade abaixo dos 55 anos e, para os quais, as 
causas mais comuns de câncer de pulmão – o 
tabagismo ativo e passivo – não podem ser 
identificadas. Nesses casos, a predominância é de 
ocorrência em mulheres e o tipo tumoral mais 
comumente descrito é o adenocarcinoma. 
Þ Aí, sempre nos vem o questionamento: o que teria 
causado nestas pessoas o câncer de pulmão? Elas 
nunca fumaram e nem conviveram com fumantes. 
Sabemos que a exposição prolongada ao gás 
radônio também é um fator de risco a ser 
considerado. O radônio é um gás radioativo 
liberado durante o decaimento natural de tório e 
urano. Temos no Brasil um solo rico em tório e urano 
em vários locais e este fato pode concorrer para o 
aumento da incidência de câncer de pulmão. 
Þ Entretanto, em vários casos de câncer de pulmão 
em membros consanguíneos de uma mesma 
família, não conseguimos estabelecer uma relação 
causal, pois os mesmos não vivem em áreas de alta 
exposição ao gás. 
Þ Durante décadas convivemos com esta dúvida 
atroz. Pelo fato de muitas vezes identificarmos mais 
de um consanguíneo, e em geral de parentesco 
próximo, com o mesmo diagnóstico, a suposição 
senso comum entre nós especialistas e que poderia 
se tratar de uma predisposição hereditária a este 
câncer, como ocorre em vários outros cânceres 
para os quais os genes responsáveis foram 
devidamente identificados e, hoje, podem ser 
avaliados por meio de testes genéticos sofisticados. 
Þ Como exemplos podemos citar as síndromes de 
predisposição a cânceres de mama e ovário 
(causadas principalmente por mutações herdadas 
ou germinativas dos genes BRCA 1 e 2); a síndrome 
de predisposição a cânceres de intestino, corpo 
uterino e vários outros órgãos dos tratos digestivo e 
urinário, a chamada Síndrome de Lynch (mutações 
herdadas dos genes MLH1, MSH2, PMS2, MSH6 e 
EPCAM); e também a Síndrome de Li-Fraumeni, 
causada pela mutação herdada do gene TP53 e 
que causa vários tipos de câncer, como mama, 
sarcomas, tumores cerebrais e vários outros. 
 
Suspeita-se de uma síndrome hereditária de 
predisposição ao câncer quando o mesmo ocorre 
em idade mais jovem que o habitual (em geral 
abaixo dos 55 anos) e em vários parentes próximos 
de uma mesma família, através de gerações (o que 
chamamos de transmissão mendeliana). 
Þ Ocorre que, até pouco tempo atrás, nenhum gene 
responsável, de forma inequívoca, pelo aumento 
de incidência do câncer de pulmão havia sido 
descrito ou identificado. Entretanto, recentemente 
um consórcio internacional de pesquisadores 
identificou uma mutação envolvida na 
suscetibilidade de uma pessoa ao câncer de 
pulmão. 
 
A variante encontrada pode ajudar a identificar 
determinadas populações com maior risco de 
câncer de pulmão, de acordo com os resultados 
relatados por Ji Xuemei e colaboradores neste 
estudo considerado esclarecedor, publicado na 
prestigiada revista médica Nature 
Communications. 
Þ Os esforços combinados da equipe identificaram 
uma variante genética que altera a sequência de 
proteínas do gene ATM (variante ATM L2307F- 
rs56009889). Esse gene é conhecido por causar uma 
doença genética que cursa com ataxia (perda ou 
irregularidade da coordenação muscular) e 
telangiectasia (pequenos vasos sanguíneos 
dilatados na pele ou nas mucosas, em qualquer 
lugar do corpo) - daí as iniciais ATM, sendo M de 
mutação. 
Þ O gene ATM está envolvido na reparação de danos 
no DNA e sua mutaçãotambém é implicada em 
uma síndrome de predisposição hereditária ao 
câncer (usualmente câncer de mama), mas a 
suscetibilidade ao câncer de pulmão nunca foi 
claramente reconhecida como parte de seus 
efeitos até que essa variante genética foi 
identificada. 
Þ Como a pesquisa envolveu estudos de países em 
todo o mundo, os pesquisadores foram capazes de 
rastrear as origens populacionais dessa 
variante. Ela foi encontrada quase exclusivamente 
em indivíduos decentes judeus Ashkenazi. O fato de 
a variante ser encontrada principalmente em uma 
população é consistente com algo que os 
geneticistas chamam de efeito fundador. 
Þ As variantes de efeito fundador são usadas nos 
programas de rastreamento do câncer de mama, 
particularmente nas populações judaicas 
asquenazes. Essa variante ATM tem uma 
prevalência semelhante a aquelas. Os 
pesquisadores descobriram que ela está 
relacionada à predisposição de câncer de pulmão 
em pacientes sem histórico de tabagismo, em geral 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
8 
mulheres e com um subtipo específico de câncer 
pulmonar: o adenocarcinoma. 
Þ Houve grande progresso nas técnicas de triagem 
de câncer de pulmão nos últimos anos, como o 
rastreamento periódico com o uso da tomografia 
de tórax em cortes finos com pequenas doses de 
irradiação, que comprovadamente, consegue 
detectar câncer de pulmão em estágio muito 
precoce em fumantes, propiciando assim a 
oportunidade para um tratamento cirúrgico 
precoce e potencialmente curativo. 
Þ Portanto, essa descoberta pode ser realmente útil 
para a triagem de pulmão direcionada, uma vez 
que portadores dessa mutação também podem ser 
submetidos a esta tomografia de rastreamento 
periódica e em idade precoce (sugestão de se 
iniciar o rastreamento a partir dos 25 anos de 
idade). 
Þ Compreender os processos biológicos nos quais 
essa variante ATM atua também pode levar a novas 
opções terapêuticas, uma vez que identifiquemos 
drogas que atuem especificamente em células que 
apresentem esta mutação. 
Þ Essa fascinante descoberta nos faz considerar 
fortemente a necessidade da pesquisa genética 
desta variante quando se suspeitar de uma 
síndrome hereditária de predisposição a câncer de 
pulmão. A identificação correta, por sua vez, vai 
propiciar um rastreamento mais precoce e preciso 
do câncer de pulmão, para que, então, um 
tratamento cirúrgico precoce e mais curativo possa 
ser indicado. 
TRATAMENTO HAS 
Em se tratando de tratamento da Hipertensao Arteria 
Sistemica (HAS), podemos dividir a abordagem em duas 
categorias: a não medicamentosa e o uso de anti-
hipertensivos. Ambas as medidas tendo objetivo de 
redução de níveis pressóricos visando proteção de 
órgãos alvo e prevenção de complicações 
cardiovasculares e renais. Lembrando que para definir 
o esquema terapêutico considerar não apenas o nível 
de PA mas também fatores de risco, além de considerar 
sempre a maior classificação da PA quando achaamos 
valores diferentes entre a PAS e PAD. 
Faz parte do tratamento não medicamentoso: controle 
do peso, adoção de medidas nutricionais, pratica de 
atividades físicas, parar/controlar tabagismos, redução 
de estresse. 
Faz parte do tratamento medicamentoso os 
medicamentos das classes dos Diuréticos, Inibidores da 
enzima conversora de angiotensina (IECA) e 
bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA). 
Lembrando que para indicação do medicamento ele 
deve ser: bem tolerado, indicado com menores doses 
efetivas, ser usado em associação, eficaz por via oral e 
ser capaz de reduzir a morbidade cardiovascular. 
Pacientes classificados em hipertensão nos estágios 2 ou 
3, o mesmo de alto risco cardiovascular, devem iniciar 
tratamento farmacoógico associado a terapia não 
medicamentosa. Estabelecemos uma meta pressorica 
inferios a 130/80 para pacientes em alto risco, já para 
aqueles classificados no estágio 3 a meta estabelecida 
é de no mínimo 140/80. 
Em se tratando de idosos a meta é <150/90 mmHg. 
 
 
DOR NO BRAÇO EM RELAÇÃO AOS GÂNGLIOS 
Þ Inchaço dos gânglios linfáticos geralmente 
acontece devido a uma infecção ou inflamação 
da região em que surge, porque os gânglios 
linfáticos fazem parte do sistema imune, ajudando 
no combate às infecções porque atacam e 
destroem os germes que são transportados pelo 
líquido linfático. 
Þ As neoplasias malignas pulmonares metastasiam 
principalmente para linfonodos hilares, cervicais e 
pancreáticos. É comum o achado acidental de na 
radiografia de torax, de nodulo único que pode 
referir a uma neoplasia primaria do pulmão ou a 
uma tuberculose nodular apical. Se os achados são 
múltiplos nódulos as causas podem ser desde 
metástase de uma neoplasia primaria de outro sitio 
ou até mesmo outra manifestação da tuberculose 
denominada acino-nodosa. 
Þ Achados nodulares não são patognomónicos para 
neoplasia pulmonar maligna!!!! 
Þ Lembrete: nódulo é uma lesão com tamanho 
menor ou igual a 3cm. Devemos investigar a partir 
disso: Idade do paciente, tabagismo/carga 
 Maria Clara Passos, Thalia Castro e Simone Valente, TUT 13 E 16 
 Tutoria 04, Câncer de Pulmão 
 
9 
tabágica, tamanho do tumor, características 
(tempo de crescimento, margem, calcificações), 
malignidade e benignidade.

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