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MUSEU DO AMANHÃ A N Á L I S E U N I V E R S I D A D E C A T Ó L I C A D E P E L O T A S A R Q U I T E T U R A E U R B A N I S M O T E C N O L O G I A D A C O N S T R U Ç Ã O I V E D U A R D A B E N I T E S INFORMAÇÕES Foi projetado pelo arquiteto Santiago Calatrava em parceria com o escritório local Ruy Rezende Arquitetura. Local : Rio de Janeiro - Brasil Arquiteto: Santiago Calatrava Ano da inauguração: 2015 RELAÇÃO COM O ENTORNO O museu f ica local izado na região portuária do Rio de Janeiro, conhecida por ser perigosa e abandonada. Atualmente, a área está passando por um processo de revital ização e, como parte desse projeto, surgiu o Museu do Amanhã. Local izado no Píer Mauá, é um monumento projetado para coexist ir e não ofuscar os outros marcos históricos também presentes no entorno do porto, como o Mosteiro de São Bento, o MAR e o Edif íc io A Noite. Também visa trazer tanto a população local quanto os turistas para ocupar essa região, real izando programas culturais e educativos. IMPLANTAÇÃO FORMA Possui uma forma longil ínea, inspirada nas bromélias do Jardim Botânico, foi projetada de maneira a se integrar à paisagem ao redor e, especialmente, deixar vis ível o Mosteiro de São Bento, um dos mais importantes conjuntos barrocos do país . Possui asas metál icas móveis na cobertura, e a própria cobertura f lui sobre a estrutura, cr iando dois balanços, um de 65 m outro de 70 m, que sombreiam a edif icação. “A ideia é que o edifício fosse o mais etéreo possível, quase flutuando sobre o mar, como um barco, um pássaro ou uma planta” - Santiago Calatrava FORMA Como o terreno não era confinado, e s im lançado sobre a água, trouxe muitas possibi l idades arquitetônicas, exploradas pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, como permitir desenvolver as quatro fachadas, além da cobertura, que é considerada uma quinta fachada. A geometria do interior do Museu do Amanhã é assimétrica, cheia de belas curvas que encantam os olhos dos vis itantes. PLANTAS BAIXAS Pavimento térreo: Pavimento superior: FUNÇÃO O Museu do Amanhã é um museu de ciências interativo, que usa a tecnologia para trazer uma reflexão muito importante: af inal , qual o futuro do planeta terra? A exposição f ixa é dividida em 5 espaços que respondem as seguintes questões: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir? No nível inferior concentram-se as salas funcionais e técnicas, como administração, setores comerciais , instalações educacionais , auditório, e armazenamento. Já no pavimento superior, está alojado o espaço para exposições permanentes FUNÇÃO ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS O prédio tem 15 mil metros quadrados de área construída, 20 metros de altura e 330 metros de comprimento. Entre os materiais usados na construção do Museu do Amanhã está o aço, o concreto e o vidro. Como a local ização da obra é cercada pelo mar, foi necessário reforçar o píer, inserindo estacas metál icas com tratamento especial anticorrosivo e estacas-raiz , capazes de atingir grandes profundidades em busca de solo f irme ou rochoso. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Toda a estrutura de concreto foi real izada com concreto protendido e armado. Foi uti l izado um concreto com baixa porosidade por conta do ambiente em que ele estava trabalhando, que é bem na Baía de Guanabara, implantado num píer. Esse fator, por ser um local agressivo, exigia um concreto mais durável e com menos porosidade. O subsolo estava a 4,5 metros abaixo do nível do mar e t inha que ser feita uma laje com estrutura para implantar os reservatórios necessários, o s istema de tratamento de água do mar e o s istema de tratamento de água de esgoto. Essa estrutura contou com laje de subpressão e, também, diversas contenções. Para a fundação foram necessárias 2.500 estacas para suportar a cobertura metál ica, que pesa 3.800 toneladas. Abaixo da gigantesca estrutura de metal , existe uma audaciosa estrutura de concreto, de 190 metros de comprimento e em média 25cm de espessura, que representou um grande desafio aos engenheiros pois nenhuma parede do Museu é reta. Todas têm curvaturas nas três direções e gerou um projeto e uma execução complexa. Para combater os esforços de retração e de variação térmica, a estrutura foi dividida em 4 partes com 3 juntas de di latação. A estrutura do mezanino é composta por uma laje de 30cm de espessura e conta com trechos suspensos por t irantes e rampas de concreto, com balanços de até 4 metros. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS O segundo pavimento é constituído de lajes maciças e nervuradas com espessuras variando de 30 a 60cm, e tem um formato mais alongado em planta. Especif icamente nesse pavimento, devido aos grandes vãos as lajes são em concreto protendido. As lajes do segundo pavimento são vinculadas a elementos curvos, denominadas por Calatrava, de abóbodas. Com vãos de até 35 metros em concreto protendido, a galeria técnica é a parte da estrutura responsável por receber o carregamento da estrutura metál ica de cobertura. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Para a estrutura da edif icação, foram usadas fôrmas específ icas, encomendadas sob medida; cada fôrma tem um desenho diferente, com os recortes para instalação de luminárias, e com formatos específ icos. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Tentou-se desenvolver a estrutura mais padronizada e seriada possível , porém, devido às exigências inerentes do formato e do comportamento estrutural , houve a necessidade de muitos enri jecimentos local izados. Como as peças do t ipo caixa podem sofrer f lambagem devido à grande dimensão, foram soldadas chapas internas para o enri jecimento. Perspectiva em 3D da estrutura ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Corte 1 Corte 2 No pavimento superior, está alojado o espaço para exposições permanentes, com 10 metros de altura de pé direito, enquanto que sua altura total é de 18 metros. Tal solução oferece maior aproveitamento da venti lação natural ao pavimento ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS A cobertura metál ica avança em grandes balanços – 70 metros de comprimento em direção à praça e 65 metros sobre o espelho d’água voltado para a baía – , que exigiram ensaios em túnel de vento para que a dinâmica correta estivesse garantida Com comprimento superior a 330m, o formato da cobertura é um desafio técnico, principalmente os balanços que são ancorados em somente dois pontos f ixos, enquanto todos os demais apoios são móveis. Para executar esses grandes balanços e grandes vãos com poucos apoios, além dos elementos mecânicos incorporados, a especif icação do material se voltou ao aço. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Cobertura metál ica de 3.800 toneladas, formada por uma trama principal de perfis tubulares de aço do t ipo caixa enri jecidos, a estrutura metál ica compõe uma grande trel iça espacial auto estável , coberta por chapas de aço patinável com alta resistência mecânica. A estrutura principal é o veio da cobertura, que contém 48 asas, 24 na fachada e 24 na cobertura. Cada asa tem de 20 a 30 aletas, que carregam em sua face superior os painéis fotovoltaicos que se movimentam de acordo com a posição do sol , de maneira a otimizar o aproveitamento da luz solar . O projeto privi legia a entrada de luz natural , com esquadrias de vidro nas fachadas e esquadrias tr iangulares nas laterais . ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Na cobertura há dois t ipos de painéis . Os cônicos, que têm uma curvatura em uma direção, e os com dupla curvatura. Para as laterais , foram projetadas trel iças incl inadas com altura variável . Para um melhor resultado estrutural , trabalhou-se com perfis de aço t ipo caixa com dimensões de 1 m x 1 m até 1 m x 1,5 m. Para permitir menor absorçãodo calor, a estrutura metál ica foi pintada de branco. O espelho d´agua que envolve o museu interage com o s istema de cl imatização do prédio. Ele capta a água da Baía da Guanabara, despolui uma parte – devolvendo-a ao mar – e armazena outra para usar na refr igeração do prédio. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS Segundo Mauro Cesar de Brito e Si lva, é possível c lassif icar esse projeto como tendo uma estrutura não aparente e portante (concreto), mas tendo como elemento principal a estrutura metál ica aparente da cobertura. Segundo Heine Engel , podemos classif icar a estrutura do Museu como híbrida. Ainda segundo Engel , pode-se classif icar a cobertura do Museu como uma forma- ativa. Ela envolve o prédio em concreto, ancorando-se aos lados e com as duas extremidades em balanço. ESTRUTURA/MATERIAIS/TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 3.800 m² em 908 peças de vidro 55 mil toneladas de concreto estrutural 4.300 toneladas de estruturas metál icas para a cobertura 76 mil l itros de t inta 1.200 funcionários no pico das obras 338 metros de comprimento (de um balanço a outro) 20 metros de altura 34,6 mil metros quadrados área do terreno/ 15 mil m² de área construída 6 mil m² de jardim 30 mil metros de pi lares submersos suportam o peso do edif íc io 5.492 placas voltaicas foram instaladas para captação de energia solar Números da construção do Museu do Amanhã https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/museu-do-amanha/ https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2015/11/27/museu-do-amanha/ https://museudoamanha.org.br/sites/default/f i les/folder%20portugues%202016%20%281%29.pdf https://museudoamanha.org.br/pt-br/content/arquitetura-de-santiago-calatrava https://archtrends.com/blog/museu-do-amanha/ https://www.archdaily .com.br/br/785756/museu-do-amanha-santiago-calatrava https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2015/11/27/museu-do-amanha/ https://www.grandesconstrucoes.com.br/Materias/Exibir/aco-em-destaque-na-arquitetura-do- amanha http:// ibracon.org.br/eventos/58cbc/Palestras/Helcio_museuamanha.pdf https://portomaravi lha.com.br/museu_amanha https://portalclubedeengenharia.org.br/2017/06/05/desafios-da-estrutura-de-concreto-do-museu- do-amanha/ https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/museu-do-amanha/ https://www.mapadaobra.com.br/obras- iconicas/obras/projetando-o-futuro/ Revista Estrutura - edição 1 (abece.com.br) ENGEL, Heino. Sistemas Estruturais . Barcelona: Gustavo Gi l i , 2001. REFERÊNCIAS http://abece.com.br/Revista_estrutura/Edicao1/files/assets/basic-html/page16.html
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