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MATURAÇÃO E ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B

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CASO CLÍNICO 
GFGB, 43 anos, sexo feminino, 
casada, dona de casa, natural e 
procedente de São Paulo com história 
de pneumonias de repetição. Paciente 
chega ao hospital relatando 2 
episódios de infecção respiratória ao 
ano desde a infância, com tosse, 
febre e expectoração amarelada 
nesses períodos. Nega tabagismo, 
etilismo, exposição a fogão a lenha, 
contato com mofo e pássaros. 
Epidemiologia negativa para 
tuberculose. 
Exame físico: hidratada, corada, afebril, 
acianótica, anictérica. Altura 1,66m 
Peso: 66Kg. FC: 75bpm 
PA:120x80mmHg. 
Hemograma: sem alterações 
Exame de escarro: Baciloscopia e 
Cultura para micobactérias – negativas 
Dosagem de imunoglobulinas: 
I: IgG – 150mg/dL (VN: 650-1500 
mg/dL): deveria ser a mais frequente 
no sangue 
II: IgA – 31 mg/dL (VN: 54-396mg/dL) 
III: IgE – 3,9 UI/mL (VN: 20,4- 87,0 
UI/mL) 
IV: IgM – 1567 mg/dL (VN: 55-
300mg/dL) 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO 
Síndrome de Hiper IgM. É uma 
síndrome rara, uma imunodeficiência 
primaria devido mutação genética que 
afeta o CD40L 
Assim, não há ativação de linfócitos B 
dependentes de T, por meio da qual 
há troca de isotipos eficiente, e, 
portanto, apenas produção de IgM 
VISÃO GERAL DAS RESPOSTAS 
IMUNES HUMORAIS 
A ativação de células B resulta em 
sua proliferação e diferenciação em 
plasmócitos secretores de anticorpo e 
células de memória. As respostas 
imunes humorais são iniciadas pelo 
reconhecimento específico do 
antígeno pela célula B, em órgãos 
linfoides secundários. 
O antígeno se liga à imunoglobulina M 
(IgM) e ao IgD de membrana em 
células B naive maduras, gerando os 
sinais requeridos para sua proliferação 
e diferenciação em plasmócitos. O 
anticorpo eventualmente secretado 
pelo plasmócito tem essencialmente a 
mesma especificidade que o anticorpo 
original que serviu de receptor 
antigênico na superfície da célula B 
naive. 
As respostas de anticorpo são T-
dependentes ou T-independentes, 
dependendo da natureza do antígeno 
e do envolvimento de células T 
auxiliares. 
As respostas aos antígenos proteicos 
requerem ajuda da célula T, de modo 
que esses antígenos são chamados 
T-dependentes 
Nas respostas T-dependentes, 
algumas células B ativadas começam a 
produzir anticorpos distintos da IgM, 
em um processo denominado troca 
(switching) de isotipo (classe) de 
cadeia pesada. 
Conforme a resposta se desenvolve, 
células B ativadas produzem 
anticorpos que se ligam aos antígenos 
com afinidade crescente, e essas 
células B vão progressivamente 
dominando a resposta; esse processo 
é chamado maturação de afinidade. 
Além da troca de isotipo e da 
maturação de afinidade, as células T 
auxiliares estimulam a produção de 
plasmócitos de vida longa e a geração 
de células B de memória. 
Antígenos multivalentes com 
determinantes repetitivos, como 
polissacarídeos, podem ativar as 
células B sem ajuda da célula T. Esses 
antígenos são chamados T-
independentes 
As respostas primárias e secundárias 
de anticorpos a antígenos proteicos 
diferem qualitativa e quantitativamente 
As respostas primárias resultam da 
ativação de células B naive não 
previamente estimuladas, enquanto as 
respostas secundárias são devidas à 
estimulação de clones expandidos de 
células B de memória. 
Portanto, a resposta secundária se 
desenvolve mais rápido do que a 
resposta primária, e quantidades 
maiores de anticorpos são produzidas 
na resposta secundária. Além disso, 
como as células de memória já 
passaram pela troca de isotipo e pela 
maturação de afinidade, há mais IgG e 
outros isotipos do que IgM, sendo que 
a afinidade do anticorpo é maior nas 
respostas secundárias. 
Subpopulações distintas de células B 
respondem de modo preferencial a 
diferentes tipos de antígenos. 
As células B foliculares nos órgãos 
linfoides periféricos produzem 
respostas de anticorpos a antígenos 
proteicos, e essas respostas de célula 
B exigem colaboração com células T 
auxiliares. As células B da zona 
marginal, no baço e em outros 
tecidos linfoides, bem como as células 
B-1 encontradas em tecidos de 
mucosa e no peritônio, reconhecem 
antígenos multivalentes, como 
polissacarídeos transportados pelo 
sangue, e montam primariamente 
respostas de anticorpos T-
independentes. 
Essas preferências não são absolutas. 
Algumas células B de zona marginal 
participam nas respostas T-
dependentes, enquanto algumas 
células B foliculares podem montar 
respostas T-independentes 
 
ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO DOS 
LINFÓCITOS B 
PRÉ B 
Há o pré BCR formado, com a 
expressão da cadeia pesada de IgM, 
local em que ocorreu a recombinação 
VDJ para a cadeia pesada 
B IMATURO 
O BCR está formado e há expressão 
de cadeia leve (kapa ou lambda) e 
pesada do IgM 
B MADURO 
Expressão de ambos os receptores 
(IgM e IgD) e passagem pelos pontos 
de controle 
 
SUBGRUPOS DE LINFÓCITOS B 
CÉLULAS B-2 FOLICULARES OU 
CIRCULANTES 
Ativadas nos folículos, por antígenos 
proteicos, que circulam. Produzem IgM 
e IgD e coexpressa as cadeias 
pesadas Mu e Delta 
CÉLULAS B-2 DA ZONA MARGINAL 
Localizadas fora do folículo, que pode 
ocorrer ativação timo independente. 
Papel importante no reconhecimento 
de antígenos não proteicos 
Podem mediar respostas dependentes 
de células T, apesar de não ser 
específica a tal 
CÉLULAS B-1 EM MUCOSAS 
São produzidas pelo fígado fetal e 
realizam autorrenovação. 
Secretam espontaneamente IgM em 
resposta a lipídios e polissacarídeos 
microbianos. 
Produz a maioria dos anticorpos 
Sistema ABO (anticorpos naturais) e 
expressam CD5 
 
CAPTURA DO ANTÍGENO E 
DISTRIBUIÇÃO PARA AS CÉLULAS 
B 
O antígeno pode ser distribuído às 
células B naive em órgãos linfoides 
através de múltiplas vias. Os antígenos 
deflagradores de respostas de 
anticorpo podem variar quanto ao 
tamanho e a composição (podem ser 
pequenos, solúveis, grandes ou 
particulados), e também podem ser 
livres ou estar ligados a anticorpos. 
A maioria dos antígenos originados 
nos sítios teciduais são transportados 
para os linfonodos pelos vasos 
linfáticos aferentes que drenam para 
dentro do espaço sinusal subcapsular 
dos linfonodos. 
Os macrófagos sinusais subcapsulares 
capturam microrganismos grandes e 
complexos antígeno-anticorpo, e os 
distribuem aos folículos. 
Muitos antígenos que entram no 
linfonodo pelos vasos linfáticos 
aferentes não são capturados e são 
grandes demais para entrarem nos 
condutos. Foi sugerido que esses 
antígenos podem ser capturados na 
região medular, por uma 
subpopulação de células dendríticas 
residentes, e transportados no interior 
dos folículos, onde podem ativar as 
células B 
Os antígenos presentes em 
imunocomplexos podem se ligar a 
receptores de complemento 
presentes nas células B da zona 
marginal, e essas células podem 
transferir os antígenos contidos nos 
imunocomplexos às células B 
foliculares 
Os antígenos polissacarídicos podem 
ser capturados por macrófagos na 
zona marginal dos folículos linfoides 
esplênicos e exibidos ou transferidos 
para as células B nesta área. 
 
ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS B 
TIMO DEPENDENTES VS TIMO 
INDEPENDENTE 
TIMO-DEPENDENTE: AG PROTEICO 
Sinal 1: BCR 
Sinal 2: LT helper (auxiliar) (CD40L) 
TIMO INDEPENDENTE: AG 
MULTIVALENTES 
Sinal 1: BCR 
Sinal 2: Receptores inatos, ligação 
cruzada BCR 
 
TIMO-INDEPENDENTE 
ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B POR 
ANTÍGENOS E OUTROS SINAIS 
O complexo receptor antigênico da 
célula B (BCR) é composto por 
moléculas de Ig de membrana e 
proteínas Igα e Igβ associadas, 
exercendo dois papéis essenciais na 
ativação da célula B. 
Primeiro, a ligação do antígeno ao 
receptor envia sinais bioquímicos para 
as células B que iniciam o processo de 
ativação 
Em segundo lugar, o receptor 
internaliza o antígeno ligado para 
dentro de vesículas endossomais e 
esse antígeno, se for proteico, é 
processado em peptídeos que podem 
ser apresentados na superfície dacélula B para serem reconhecidos 
pelas células T auxiliares 
Embora o reconhecimento do 
antígeno possa iniciar respostas de 
células B, esse processo geralmente é 
por si só inadequado para estimular a 
proliferação e diferenciação 
significativa das células B, até mesmo 
para antígenos T-independentes. 
PAPEL DOS RECEPTORES C2 E DO 
TIPO TOLL 
Para a indução de respostas 
completas, outros estímulos 
cooperam com o engajamento do 
BCR, incluindo proteínas do 
complemento, receptores de 
reconhecimento de padrão e, no caso 
dos antígenos proteicos, células T 
auxiliares 
A ativação das células B é facilitada 
pelo correceptor CR2/CR1 presente 
nessas células, o qual reconhece 
fragmentos de complemento ligados 
de forma covalente ao antígeno ou 
que sejam parte de imunocomplexos 
contendo o antígeno. As células B 
foliculares e as células B da zona 
marginal expressam o receptor de 
complemento CR2 
A ativação do complemento ocorre 
tipicamente em resposta a 
microrganismos que ativam esse 
sistema na ausência de anticorpos 
pelas vias alternativa e da lectina, e na 
presença de anticorpos pela via 
clássica. Em todas essas situações, são 
gerados fragmentos do complemento 
que se ligam aos microrganismos. Um 
desses fragmentos, chamado C3d, é 
reconhecido pelo CR2/CD21, e isso 
intensifica a força da sinalização do 
BCR, atuando assim como um 
correceptor para as células B 
Alguns polissacarídeos não 
microbianos também ativam o 
complemento pela via alternativa ou 
pela via da lectina, e isso é um dos 
motivos pelos quais esses antígenos 
conseguem induzir respostas de 
anticorpo sem ajuda da célula T. 
Os produtos microbianos engajam 
receptores do tipo Toll presentes nas 
células B, e isso também intensifica a 
ativação da célula B. As células B 
humanas expressam vários TLRs 
Esses receptores de reconhecimento 
de padrão fornecem sinais que 
intensificam ou cooperam com 
aqueles emitidos pelo complexo 
receptor da célula B durante a 
ativação dessas células. Em adição, a 
ativação de células mieloides através 
dos receptores de reconhecimento 
de padrão pode promover 
indiretamente a ativação da célula B, 
de dois modos. 
Células dendríticas ativadas via TLRs 
contribuem de maneira significativa 
para a ativação da célula T auxiliar, e 
as células T auxiliares estimulam as 
células B em resposta aos antígenos 
proteicos. As células mieloides ativadas 
por TLRs podem secretar citocinas 
capazes de promover respostas T-
independentes das células B 
 
TIMO-DEPENDENTE 
SEQUÊNCIA DE EVENTOS DURANTE 
AS RESPOSTAS DE ANTICORPOS 
DEPENDENTES DE CÉLULA T 
Os antígenos proteicos são 
reconhecidos de modo independente 
por linfócitos B e T específicos nos 
órgãos linfoides periféricos, e esses 
dois tipos de células ativadas 
interagem entre si para iniciar as 
respostas imunes humorais.. 
As células T CD4 + naive são ativadas 
nas zonas de célula T, pelo antígeno 
(na forma de peptídeos processados 
associados ao MHC) apresentado por 
células dendríticas. As células B naive 
presentes nos folículos são ativadas 
pelo mesmo antígeno (em sua 
conformação nativa) que lá é 
transportado. 
As células T auxiliares ativadas e as 
células B ativadas migram na direção 
uma da outra e interagem junto às 
bordas dos folículos, onde se 
desenvolve a resposta inicial de 
anticorpos. Uma parte das células T e 
B ativadas migram de volta para 
dentro dos folículos formando os 
centros germinativos, onde são 
induzidas respostas de anticorpos mais 
especializadas. 
 
ATIVAÇÃO INICIAL E MIGRAÇÃO DE 
CÉLULAS B E T AUXILIARES 
A ativação contemporânea de células 
B e T específicas por um antígeno 
proteico induz alterações que as 
aproximam, de modo a aumentar a 
probabilidade de as células B e T 
antígeno-específicas se colocalizarem 
e interagirem entre si 
Isso se dá, em parte, pelo movimento 
regulado das células em seguida ao 
reconhecimento antigênico. 
Quando a ativação inicial de célula T 
naive é realizada pelas DCs, é induzida, 
por translocação de sinal ao núcleo, a 
maior expressão dos receptores 
CXCR5, que levam a célula T a se 
aproximar do folículo, enquanto a 
maior expressão de CCR7 estimulam 
a saída das células B dos folículos, de 
forma que eles consigam se 
encontrar 
Os antígenos proteicos são 
internalizados pela célula B e 
apresentados em uma forma que 
pode ser reconhecida pelas células T 
auxiliares. 
 
APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO 
POR CÉLULAS B ÀS CÉLULAS T 
Os antígenos proteicos reconhecidos 
por BCRs específicos são endocitados 
e processados para gerarem 
peptídeos que se ligam a moléculas 
de MHC de classe II, e são 
apresentados às células T CD4 + 
Como o BCR reconhece com alta 
afinidade um epítopo da proteína 
nativa, células B específicas se ligam a 
esse antígeno de forma muito mais 
eficiente (i. e., em concentrações bem 
menores), em comparação as outras 
células B inespecíficas para o 
antígeno. Portanto, as células B 
antígeno-específicas também são 
muito mais eficientes na apresentação 
de peptídeos derivados do antígeno, 
do que as outras células B que não 
expressam receptores de membrana 
para esse antígeno. 
É por isso que as células B 
específicas para um antígeno são as 
mais capazes para interagir com as 
células T auxiliares específicas para 
esse antígeno e receber sinais 
auxiliares, enquanto as células B com 
outros BCRs permanecem em estado 
quiescente. 
Em uma resposta de célula B 
dependente de célula T a um 
antígeno proteico, pelo menos dois 
epítopos diferentes da proteína 
participam no processo: um epítopo 
de superfície presente na proteína 
nativa é reconhecido com alta 
especificidade por uma célula B, e um 
epítopo peptídico linear, que pode 
estar em qualquer parte da proteína 
intacta, é subsequentemente liberado 
por proteólise, liga-se a moléculas de 
MHC de classe II e é reconhecido por 
células T auxiliares. 
Os anticorpos eventualmente 
secretados em geral são específicos 
para os determinantes 
conformacionais do antígeno nativo 
Essa característica do reconhecimento 
antigênico pela célula B determina a 
especificidade fina da resposta de 
anticorpos e independe do fato de 
que as células T auxiliares 
reconhecem somente epítopos 
lineares de peptídeos processados 
 
A INDUÇÃO E AS FUNÇÕES DAS 
CÉLULAS T AUXILIARES 
FOLICULARES 
A diferenciação das células Tfh a 
partir das células TCD4+ naive requer 
duas etapas: ativação inicial por células 
dendríticas apresentadoras de 
antígeno e subsequente ativação 
pelas células B. A “escolha” entre um 
destino Th1, Th2 ou Th17, ou por um 
destino Tfh, depende em parte da 
força de interação inicial entre os 
complexos peptídeo-MHC de classe II 
nas células dendríticas e o receptor 
de célula T nas células TCD4+ naive. 
A interação de ICOS com ICOS-
Ligante nas células B ativadas 
promove diferenciação de células T 
em células Tfh 
Quando esta ocorre, há a 
translocação de um sinal à célula T 
para ela migrar para dentro do folículo 
e se tornar uma célula T auxiliar 
folicular, quando começa a aumentar a 
expressão de CD40L e a ativar várias 
células B, que, necessariamente, 
sofrem a troca de isotipo 
A citocina definidora produzida pelas 
células Tfh é a IL-21. Essa citocina é 
requerida para o desenvolvimento do 
centro germinativo e contribui para a 
geração de plasmócitos na reação de 
centro germinativo. A IL-21 secretada 
pelas células Tfh também favorece os 
eventos de seleção da célula B no 
centro germinativo e a diferenciação 
de células B ativadas em plasmablastos 
 
PAPEL DA INTERAÇÃO CD40L:CD40 
NA ATIVAÇÃO T DEPENDENTE DAS 
CÉLULAS B 
Sob ativação pelo antígeno, as células 
T auxiliares expressam CD40- ligante 
(CD40L) que engaja seu receptor, o 
CD40, em células B antígeno 
estimuladas e induzem proliferação e 
diferenciação das células B, 
inicialmente em focos extrafoliculares 
e, depois, em centros germinativos 
Os sinaisinduzidos por CD40 também 
são decisivos para as reações de 
centro germinativo subsequentes. 
Além do CD40L presente nas células 
T auxiliares ativadoras de células B, as 
células T auxiliares também secretam 
citocinas que contribuem para as 
respostas de célula B. As citocinas 
derivadas de célula T são essenciais 
para as reações de centro 
germinativo 
Após a interação inicial das células B 
com as células T auxiliares na 
interface entre o folículo e a zona de 
célula T, a ativação subsequente das 
células B pelas células T auxiliares 
pode ocorrer em dois locais distintos 
— um fora dos folículos, em um foco 
extrafolicular, e o outro nos centros 
germinativos dos folículos. A natureza 
da resposta de célula B difere nestes 
locais 
 
OBS: As proteínas do vírus Epstein-
Barr (EBV) se associam às mesmas 
moléculas que o CD40, acionando a 
proliferação do LB 
ATIVAÇÃO DE CÉLULA B 
EXTRAFOLICULAR 
A ativação da célula B no foco 
extrafolicular fornece uma resposta 
de anticorpos inicial aos antígenos 
proteicos e estabelece a subsequente 
reação de centro germinativo. 
Os focos extrafoliculares de ativação 
T-dependente das células B geram 
anticorpos de baixa afinidade que 
podem circular e limitar a 
disseminação de uma infecção 
As células B ativadas por células T 
auxiliares por meio do CD40L nos 
focos extrafoliculares sofrem certo 
grau de troca de isotipo 
A pequena quantidade de anticorpos 
produzidos nesses focos pode 
contribuir para a formação de 
imunocomplexos (contendo antígeno, 
anticorpo e, talvez, complemento) que 
são aprisionados pelas células 
dendríticas foliculares nos folículos 
linfoides. As células dendríticas 
foliculares, então, liberam quimiocinas, 
talvez em resposta aos 
imunocomplexos, que atraem algumas 
(frequentemente apenas uma ou 
duas) células B ativadas do foco 
extrafolicular para dentro do folículo, 
para iniciar a reação de centro 
germinativo. 
A resposta extrafolicular também 
ajuda a gerar células T auxiliares 
foliculares que migram para o interior 
do folículo e são requeridas para a 
formação do centro germinativo 
A REAÇÃO DE CENTRO 
GERMINATIVO 
Os eventos característicos das 
respostas de anticorpos dependentes 
de célula T auxiliar, incluindo a 
maturação de afinidade, troca de 
isotipo e geração de plasmócitos de 
vida longa e de células B de memória, 
ocorrem primariamente em 
estruturas organizadas chamadas 
centros germinativos, as quais são 
criadas junto aos folículos linfoides 
durante as respostas imunes T-
dependentes. 
Cada centro germinativo totalmente 
formado contém células derivadas de 
um único ou de alguns clones de 
células B antígeno-específicos. Junto 
ao centro germinativo, há uma zona 
escura densamente concentrada 
contendo células B em processo de 
rápida proliferação, as quais estão 
passando por um processo de 
mutação 
A progênie das células B em 
proliferação no centro germinativo 
passa pelos processos de 
diferenciação e seleção na zona clara, 
descritos adiante. As células B do 
centro germinativo podem ser 
identificadas por sua expressão de um 
repressor transcricional conhecido 
como Bcl-6 
As células dendríticas foliculares 
(FDCs) são encontradas somente em 
folículos linfoides e expressam 
receptores do complemento (CR1, 
CR2 e CR3) e receptores Fc. Essas 
moléculas estão envolvidas na 
exibição de antígenos para a seleção 
das células B do centro germinativo, 
conforme será descrito adiante. 
As FDCs não expressam moléculas 
de MHC de classe II e não derivam de 
progenitores na medula óssea. 
Os longos processos citoplasmáticos 
das FDCs formam uma malha em 
torno da qual os centros germinativos 
são formados. A reação de centro 
germinativo consiste em etapas 
sequenciais. As células B em 
proliferação que passam pelo 
processo chamado hipermutação 
somática se acumulam na zona 
escura do centro germinativo, que 
não contém FDCs nem células T. 
A pequena progênie (que não se 
divide) de células B migra para a zona 
clara adjacente, onde entram em 
estreito contato com os processos 
das abundantes FDCs e também 
formam contatos íntimos com as 
células T 
A formação do centro germinativo 
depende da interação do CD40L nas 
células Tfh com o CD40 nas células B. 
Essa interação é decisiva para a 
proliferação da célula B, a qual é 
requerida para a expansão das células 
B nos centros germinativos, além de 
induzir nas células B a expressão da 
enzima desaminase ativação-induzida, 
a qual é requerida para a troca de 
isotipo e maturação de afinidade 
 
TROCA DE ISOTIPO (CLASSE) DE 
CADEIA PESADA 
Nas respostas T dependentes, uma 
parte da progênie de células B 
ativadas que expressam IgM e IgD 
passam pela troca de isotipo (classe) 
de cadeia pesada e produzem 
anticorpos com cadeias pesadas de 
diferentes classes, como γ, α e ɛ. . 
Um pouco da troca de isotipo ocorre 
nas células B junto aos focos 
extrafoliculares, dirigida por células T 
auxiliares extrafoliculares, porém o 
processo continua ocorrendo nos 
centros germinativos, dirigido pelas 
células Tfh na zona clara. 
A capacidade das células B de 
produzirem diferentes isotipos de 
anticorpo confere uma notável 
plasticidade às respostas imunes 
humorais gerando anticorpos que 
realizam funções efetoras distintas e 
estão envolvidas na defesa contra 
diferentes tipos de agentes 
infecciosos. 
As células B mudam os isotipos dos 
anticorpos que produzem, alterando 
constantemente as regiões constantes 
das cadeias pesadas, mas a 
especificidade dos anticorpos 
(determinada pelas regiões variáveis) 
permanece inalterada 
A troca de isotipo em resposta a 
diferentes tipos de microrganismos é 
regulada por citocinas produzidas 
pelas células T auxiliares que são 
ativadas por esses microrganismos. A 
troca do isotipo IgM original para o 
isotipo IgG é um aspecto 
proeminente das respostas de 
anticorpo Tdependentes contra 
muitas bactérias e vírus. 
A resposta humoral a muitos parasitas 
helmínticos é dominada por anticorpos 
IgE que participam na eliminação dos 
helmintos mediada por eosinófilos e 
mastócitos. Os anticorpos IgE também 
medeiam as reações de 
hipersensibilidade imediata (alérgicas) 
As células B presentes nos tecidos de 
mucosa fazem a troca para IgA, que 
é a classe de anticorpo mais 
eficientemente transportada ao longo 
dos epitélios para as secreções 
mucosas, onde previne a entrada de 
microrganismos através dos epitélios. 
A troca para IgA é estimulada pelo 
fator de transformação do 
crescimento-β (TGF-β), que é 
produzido por muitos tipos celulares, 
incluindo as células T auxiliares, tanto 
nas mucosas como em outros tecidos 
Ainda, os sinais de CD40 atuam em 
conjunto com as citocinas para induzir 
a troca de isotipo. 
O mecanismo molecular da troca de 
isotipo é um processo chamado 
recombinação de troca, em que o 
DNA da cadeia pesada de Ig nas 
células B é cortado e recombinado de 
modo que um éxon VDJ previamente 
formado, codificador do domínio V, é 
colocado adjacente a uma região C 
downstream, e o DNA interveniente é 
removido 
Como resultado, o éxon VDJ 
rearranjado upstream da região de 
troca µ na célula B produtora de IgM 
recombina com o gene de cadeia 
pesada de Ig localizado imediatamente 
após a região de troca downstream 
transcricionalmente ativa 
 
MATURAÇÃO DE AFINIDADE: 
MUTAÇÃO SOMÁTICA DE GENES 
DE IG E SELEÇÃO DE CÉLULAS B 
DE ALTA AFINIDADE 
A maturação de afinidade é o 
processo que leva a uma afinidade 
aumentada de anticorpos por um 
antígeno particular, à medida que uma 
resposta humoral T-dependente 
progride, e é o resultado da mutação 
somática de genes de Ig seguida da 
sobrevivência seletiva das células B 
produtoras dos anticorpos com as 
maiores afinidades. 
O processo de maturação de 
afinidade gera anticorpos com 
capacidade crescente de se ligar a 
antígenos e, assim, de neutralizar mais 
eficientemente e eliminar 
microrganismose suas toxinas. 
Células T auxiliares e interações 
CD40-CD40L são requeridas para 
que a mutação somática seja iniciada 
e, como resultado, a maturação de 
afinidade é observada somente nas 
respostas de anticorpo a antígenos 
proteicos T-dependentes. 
 
CITOCINAS NA REGULAÇÃO DA 
EXPRESSÃO DAS CLASSES DE 
ANTICORPOS 
 
FEEDBACK DE ANTICORPOS: 
REGULAÇÃO DAS RESPOSTAS 
IMUNES POR RECEPTORES FC 
Envolve receptores, a exemplo do 
FcRIIb, que reconhece a porção Fc e 
inibem a produção descontrolada de 
anticorpo, a partir da não ativação da 
célula 
IgG inibem a ativação do LB

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