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PROVA 01 – RESUMO – VIROLOGIA GERAL COMPARADA Técnicas em Virologia Amostras clínicas: sangue, fezes, raspagem de mucosas * Armazenamento em freezer -80 ºC * Após pegar material: eliminar contaminação bacteriana - por filtração; - por centrifugação. Isolamento viral de infecções em animais * Cultura celular - Céls primárias de fibroblastos; - Linhagens estabelecidas de camundongos (3T3); - Linhagens estabelecidas humanas (HeLa). *Efeito citopático: possibilita averiguar infecção das céls por vírus - As céls mudam de forma; - Formação de sincício (grandes estruturas arredondadas). * Placa viral: placa parecida com a de 96 poços; diluições das qtds amostrais de vírus. - Onde houver vírus: formação de “halos” apontando onde há partículas virais; - Vacina com vírus atenuado: a cada diluição, maior variabilidade genética >> mais chances de sobreviver um vírus mais susceptível. Isolamento viral de infecções em plantas * Inoculação mecânica ou por vetores Identificação viral * Morfologia (ex. microscópio eletrônico); - Identificação de famílias - Vírus de animais: morfologias muitos diferentes de vírus DNA e RNA; - Vírus de plantas: comumente mais alongados. * Sorologia (ex. ELISA, western blot, teste rápido); - Diagnóstico - Busca por anticorpos na amostra (placa de ELISA preparada com o antígeno): detecção indireta; - Busca por antígenos: detecção direta. - Anticorpos - Policlonal: 1) injeta partícula viral em animal (geralmente coelho); 2) diferentes anticorpos para um mesmo alvo. - Monoclonal: 1) Injeta partícula viral em animal (geralmente camundongo); 2) retira baço >> fusão dessas céls com céls de mieloma; 3) Contagem de hibridomas/ μL >> “diluições” (na placa: só usa poços contendo um hibridoma). Obs.: Morfologia + Sorologia - Microscópio de fluorescência; - Immunogold. * Molecular (ex. PCR, Microarranjos). - Diagnóstico - PAGE: peso dos segmentos virais; - SSCP: genotipagem (single strand conformation polymorphism); - Agrupa as diferenças de estrutura; 1) PCR: desnaturação dos produtos; 2) Eletroforese: as fitas têm o mesmo tamanho, mas têm estruturas diferentes (visualizado pela diferença de altura das bandas). - HCA: captura híbrida 1) Desnaturação dos produtos e hibridização com a sonda de RNA; 2) Captura do híbrido com anticorpos; 3) Detecção do híbrido por quimioluminescência. - Dot-blot: auto-radiografia - Microarranjo: coloração diferenciada; - NGS: next generation sequence - que tipo de patógeno tem na amostra. Taxonomia de vírus Diferentemente de outros organismos, a classificação não é pelo modelo Lineu (já que vírus não se reproduz, como definir o que é uma espécie?); * Por risco biológico: Categoria A B C Definição Maior risco de morte; alta disseminação Razoavelmente fácil de disseminar; baixa mortalidade; diagnóstico avançado Fáceis de produzir e disseminar; potencial para altos índices de mortalidade Exemplos Ebola, Anthrax Hepatite A, Virus do Nilo Influenza, Raiva, Febre Amarela * Hierarquia: Hierarquia Ordem Família Subfamília Gênero Espécie Sufixo Virales Viridae Virinae - - - Pra definir espécie: depende do gênero (sequenciamento); - Para representar o gênero: Espécie tipo - Nome da espécie confirmado: itálico Nomenclaturas * De acordo com a estrutura e morfologia 1) Ácido Nucleico - Fita simples ou fita dupla; - Linear ou circular; - Segmentado ou não-segmentado; - DNA ou RNA. - ssRNA: polaridade positiva >> mRNA >> infecta fácil - ssRNA: polaridade negativa >> anticomplementar ao RNA >> RNApol no envelope; se perdê-lo, deixa de ser infeccioso. 2) Capsídeo: capa de ptn que protege o ác. nucleico - Capsômero: unidades morfológicas - Icosaédricos, helicoidais ou complexos 3) Envelope: membrana lipídica que envolve nucleocapsídeo - Podem conter glicoptns ancoradas (espículas); - Boa parte da cél infectada >> brotamento através da MP. Taxonomia * Sistema de Baltimore: modo de classificação que ordena os vírus com base na característica do genoma viral e na forma como ele é transcrito a mRNA. * Classificações: - dsDNA Família Poxviridae Herpesviridae Papillomaviridae Adenoviridae Envelope + + - - Segm. ác. nucleico 1, linear: 130-375 kb 1, linear: 125-240 kb 1, circular: 7-8 kb 1, linear: 26-45 kb Exemplo Varíola Herpes HPV Doenças resp. - ssDNA Família Parvoviridae Envelope - Segm. ác. nucleico 1, linear: 4-6 kb Exemplo Human Parvovirus B19 - dsRNA Família Reoviridae Envelope - Segm. ác. nucleico 10-12, linear: 19-32 kb Exemplo Rotavirus - ssRNA positivo Família Picornaviridae Flaviviridae Caliciviridae Envelope - + - Segm. ác. nucleico 1, linear: 7-9 kb 1, linear: 10-12 kb 1, linear: 3-8 kb Exemplo Febre aftosa Febre amarela Diarreia suínos - ssRNA negativo Família Orthomyxoviridae Paramyxoviridae Bunyaviridae Filoviridae Envelope + + + + Segm. ác. nucleico 6-8, linear: 10-15 kb 1, linear: 13-18 kb 3, linear: 11-19 kb 1, linear: 19 kb Exemplo Influenza A Caxumba Hantavirus Ebola - dsDNA-RT Família Hepadnaviridae Envelope + Segm. ác. nucleico 1, linear: 3-4 kb Exemplo Hepatite B - ssRNA-RT Família Retroviridae Envelope + Segm. ác. nucleico ? Exemplo AIDS Replicação de vírus de RNA e de DNA Obs.: Noções sobre replicação do genoma viral - Vírus de fita simples (ssRNA +, ssRNA -, ssDNA): precisam de fita complementar ao genoma, que servirá de molde para síntese do material genético; - Vírus de fita dupla (dsRNA, dsDNA): utilizam cada uma das duas fitas para gerar suas respectivas cópias complementares. - Molécula de DNA sintetizada a partir de DNA; - Molécula de RNA sintetizada a partir de RNA. - Vírus RT: utilização de intermediários - ssRNA-RT: replicam o genoma a partir de um intermediário de DNA; - dsDNA-RT: replicam o genoma a partir de um intermediário de RNA. Vírus de RNA * Tipos - ssRNA + - Como o genoma possui uma sequência idêntica a do mRNA, e podem ser utilizados prontamente para a síntese de ptns; - Comum a síntese de novas cópias positivas do genoma >> fita negativa como molde para a síntese de fitas positivas. - ssRNA - - Por possuírem genoma como sequência complementar ao mRNA, servem diretamente como molde para a produção de fitas + - ssRNA-RT - Genoma +; usa transcriptase reversa (DNA pol RNA dep.) pra produzir uma fita simples de DNA senso negativo que serve de molde à síntese da fita positiva de DNA >> integrada ao genoma do hospedeiro e utilizada para síntese de mRNA viral. - dsRNA - Uma fita é positiva, outra negativa; fita negativa usada como molde para síntese de mRNA, no citosol, com auxílio de uma RNA pol RNA dep. - No núcleo; auxílio de enzimas celulares. * Organização genômica para replicação - Proteínas virais na extremidade 5’ - CAP 5’: típico de mRNA eucariótico, é uma ptn que protege o mRNA na extremidade 5’ contra ação de ribonucleases, ao mesmo tempo que atrai ribossomos >> cópia do mRNA; - VPg: ptn ligada ao genoma viral, agindo como primer durante síntese de RNA. (Relacionado com RpRd) - Proteínas virais na extremidade 3’ - Cauda de poli-A: típico de mRNA eucariótico, é uma estrutura composta com muitos resíduos de adenina >> ligação de ptns específicas, para proteger contra a degradação enzimática. (Relacionado com RpRd) - tRNA-like: sequências de RNA com estrutura terciária parecida ao tRNA, que adiciona aas na extremidade 3’ para encapsulamento e aumento da estabilidade do RNA, além de ser potenciador da tradução. * Estratégia de tradução de proteínas virais - Considerando que o mRNA de eucariotos são monocistrônicos (codificam apenas um polipeptídeo), mas o viral é policistrônico, foi necessário algumas estratégias para resolver esse impasse: - RNA subgenômico (sgRNA): RNA de tamanho menor que o RNA genômico, envolvidos na produção de ptns capsidiais (promotor pra RpRd) >> mesma sequência 3’; início 5’ diferente. - Poliproteína: todainformação genética contida no genoma viral pode estar codificada em apenas uma ORF, a partir da qual um único mRNA é produzido >> várias ptns virais concatenadas, que posteriormente serão clivadas em sequências peptídicas individuais. - Combinação de sgRNA com poliproteína - Segmentação de genoma: cada ORF é codificada por um segmento de RNA genômico diferente, os quais são traduzidos separadamente. (ex. Influenza A) * Outras proteínas virais - Estrutural: Nucleocapsídeo, Core protein, Proteína de membrana (Glicoproteína) - Não-estrutural: RNA Pol, Protease (poliproteína), Metiltransferase, Helicase, Co-enzima, Inibidor de Apoptose/RNAi/Citocina Vírus de DNA * Tipos - ssDNA - Possuem fita positiva ou negativa; para a síntese de mRNA, há produção de uma fita complementar ao genoma, gerando uma dupla fita que serve como molde para a transcrição; - Transcrição no núcleo, com auxílio de DNA pol DNA dep. - dsDNA - ORFs em ambas as fitas de DNA >> moldes diretos para síntese de mRNA; - Se transcrever no núcleo: usam RNA pol II celular pra síntese de mRNA; - Se transcrever no citosol: RNA pol DNA dep. - dsDNA-RT - Síntese de mRNA no núcleo, usando RNA pol II; - Transcrição reversa ocorre após a replicação do genoma viral. * Organização genômica para replicação: DpDd - Origem da DNA pol - Limitações ao usar DNA pol - DdDP sempre requere Primer; - Muitas proteínas assessoras são necessárias: primase, helicase, topoisomerase, ligase - Ciclos de replicação - Parvoviridae: Human parvovirus B19 - ss-DNA; linear; não-envelopado, DpDd celular - Não sintetiza primer >> replicação por Self Priming (genoma se dobra) - Adenoviridae: Human adenovirus C - ds-DNA; linear; não-envelopado; DpDd viral - Não sintetiza primer >> Protein Priming (síntese de primer de ptn pré-terminal; DBP se liga para deslocar a segunda fita formando um loop, e incluindo uma segunda origem, e assim sucessivamente) - Herpesviridae: Human herpesvirus 1 - ds-DNA; linear; envelopado; DpDd viral - Não sintetiza primer >> circularização genômica - Poxviridae: Vaccinia vírus, Variola virus - ds-DNA; circular; envelopado; DpDd viral - Não sintetiza primer.
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