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Virologia Introdução: Vírus veio da palavra veneno É uma entidade infecciosa parasitária obrigatória que utiliza a célula hospedeira para se reproduzir Seu tamanho é entre 0,02 a 0,8 μ – são 10 a 100x menores que as bactérias Só podem ser vistos na microscopia eletrônica Não possuem organização celular complexa Normalmente possuem RNA ou DNA + capa proteica Viróides: RNA de vida livre (só foi encontrado em plantas) Príons: partículas infecciosas proteáceas isentos de ácidos nucleicos Podem ser envelopados ou não envelopados Não crescem em meio artificial São parasitas intracelulares obrigatórios Podem dominar o maquinário genético da célula hospedeira Quando em meio extracelular: inativo funcionalmente; quando em meio intracelular: ativo funcionalmente OBS: Doenças priônicas = um exemplo de doença causada por príons é a doença da vaca louca (afeta os animais) e a doença de Creutz-feld-Jacob (CJD) (afeta humanos) Estrutura da partícula viral: Os vírus possuem uma organização bem simples Normalmente são compostos por um ácido nucleico (RNA ou DNA) e por um revestimento proteico – podendo alguns terem um segundo revestimento (envelope viral) Ter um genoma talvez seja a única semelhança do vírus com algo vivo, embora seu genoma seja bem mais curto do que o de uma célula normal Genoma: ❖ Os vírus podem ter genoma RNA ou DNA – com exceção do citomegalovírus que tem genoma DNA e traços de RNA Tipo de Genoma Apresentação do genoma Exemplos Fita simples (fs) Parvovírus DNA Fita dupla (fd) Adenovírus, Herpes Papiloma vírus Fita dupla Reovírus RNA Fita simples Febre amarela Segmentados (fs) Gripe influenza Segmentados (fd) Rotavírus ❖ Ter genoma DNA ou RNA não torna o vírus mais ou menos virulento ❖ Os vírus com preocupação de nível internacional são os RNA – estes são extremamente mutantes, ou seja, quando se replicam, estão mais sujeitos a erros do que quando replicam seu genoma e não são capazes de realizar reparos Capsídeo: ❖ É um revestimento proteico presente em todos os vírus ❖ São formados por subunidades proteicas chamadas de capsômeros, os quais podem assumir um padrão de disposição ao redor do genoma, podendo assumir uma forma, chamada de simetria ❖ Há 3 tipos de simetria: • Poliédrica: lembra uma forma geométrica • Helicoidal ou fusiforme: acompanha o formato linear do genoma • Complexa: parte helicoidal e parte poliédrica ❖ O capsídeo é uma barreira física que confere proteção, podendo apresentar vários graus de resistência no ambiente ❖ Alguns vírus são mais resistentes que outros contra ação de agentes físicos e químicos – EX: Hepatite B ❖ Para vírus não envelopados, o capsídeo ajuda no reconhecimento da célula alvo – etapa chamada de adsorção Envelope: ❖ É o segundo revestimento, disposto externamente ao capsídeo ❖ É quimicamente semelhante à membrana celular, com carácter lipoproteico ❖ Essa semelhança, permite que o envelope, ao se formar, extraia naturalmente um pedaço de algumas estruturas membranosas da célula alvo ❖ A partir do envelope, são sintetizadas estruturas chamadas de espículas, as quais tem composição glicoproteica e interagem com a células alvo durante a adsorção ❖ O envelope também atua como barreira física, conferindo proteção ao vírus, porém, devido a sua natureza, é extremamente sensível a solventes orgânicos – EX: álcool, éter, etc Etapas da replicação viral: Sua replicação acontece de forma tão particular que existe quase um modelo para cada tipo de vírus A replicação viral, didaticamente, apresente etapas: Adsorção, Penetração, Desnudamento, Replicação do genoma/Síntese proteica e Montagem/Liberação Adsorção: ❖ É a 1ª etapa da replicação viral e é caracterizada por haver interação entre capsídeo ou envelope com a membrana celular da célula alvo ❖ Quando o vírus é envelopado, a adsorção acontece com a participação das espículas, já nos não envelopados, adsorção é com as proteínas do capsídeo Penetração: ❖ Assim que o vírus adsorve, inicia a penetração ❖ É essa etapa é a entrada do vírus na célula hospedeira ❖ Existem 3 formas descritas e mais compreendidas de penetração: • Endocitose: quando a membrana da célula alvo passa a envolve o vírus e traze-lo para o interior da célula – EX: Adenovírus • Fusão: fusão entre o envelope e membrana da célula parasitadas após a interação com as espículas – EX: HIV • Injeção do genoma: o vírus, após a adsorção, usa uma enzima (lisozima) e consegue digerir o peptidoglicano presente na parede bacteriana, abrindo uma passagem nesta estrutura e injetando seu genoma no interior dessa célula – EX: Vírus Bacteriófagos (se “alimentam” de bactérias Desnudamento: ❖ Essa etapa é uma preparação para a próxima, pois é quando há a exposição do genoma ❖ Para que aconteça o desnudamento, deve haver a destruição de parte dos revestimentos (capsídeo ou envelope) e isso acontece, normalmente, por ação enzimática (enzimas da célula hospedeira ou do próprio vírus) Replicação do genoma e síntese proteica: ❖ Vírus de genoma RNA: assim como nas células normais, os vírus começam sua replicação com a atuação da enzima RNA polimerase RNA dependente (o próprio vírus carrega essa enzima) e pega o nucleotídeo da célula hospedeira – Síntese proteica: o próprio genoma funciona como RNA mensageiro ou ele pode transcrever uma fita para dar origem ao RNA mensageiro ❖ Vírus de genoma DNA: por serem “parecidos” com a célula hospedeira, a célula vai ajudar o vírus em sua replicação “doando” a DNA polimerase (p/ começar a replicação do vírus). O vírus também precisa de nucleotídeos para copiar seu genoma, e ele pega da célula, é claro – Síntese proteica: assim como as células normais, a síntese nos vírus começa com a formação do RNA mensageiro (a partir dos nucleotídeos da célula). Os ribossomos, RNA transportador e aminoácidos participam da estrutura primaria proteica Montagem/ Liberação: ❖ São as etapas finais ❖ Os vírus de formam em pedaços e a montagem é a reunião das partes ❖ É um processo espontâneo, no qual as proteínas formadas se dispõem ao redor do genoma viral – não há qualquer condução enzimática no processo ❖ Após a montagem, o vírus deixa a célula, provocando a morte da mesma – principal característica de virulência – pode comprometer o organismo do hospedeiro se fizer em maior escala Ciclo lítico X Ciclo lisogênico Tudo o que foi visto até agora, com a saída do vírus causando a lise da célula = Ciclo lítico Ciclo lisogênico: o vírus integra seu genoma ao genoma da célula hospedeira, não causando lise celular – EX: Bacteriófagos Taxonomia dos vírus: Os vírus apresentam sua organização baseada em sua característica estrutural, forma de replicação (tamanho, forma, envelopado ou não, tipo de genoma) 7 grupos: Genoma RNA sentido positivo (ssRNA+), Genoma RNA sentido negativo não segmentado, Genoma RNA sentido negativo segmentado, Genoma RNA de cadeia dupla, Genoma RNA que realiza transcrição reversa, Genoma DNA fita simples e Genoma DNA fita dupla
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