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CIRROSE HEPÁTICA DEFINIÇÃO → Estágio final de um processo de fibrose hepática progressiva caracterizada por distorção da arquitetura hepática e formação de nódulos de regeneração; → É confirmada por biópsia hepática, mas clinicamente se faz por outros fatores, pois a biópsia é um procedimento invasivo; Fígado normal - contorno regular, textura homogênea Fígado cirrótico - distensão da arquitetura e deposição de colágeno → Espaço de disse - possui célula de Ito ou célula estrelada (função normal de armazenar vitamina A); → Em reposta ao estímulo lesivo, as células de Ito passam a depositar colágeno; ETIOLOGIAS → São várias, elencadas as principais: HEPATITE C CRÔNICA → Vírus hepatotrópicos - HAV, HBV, HCN, HDV, HEN → em tropismo pelo fígado; → Os únicos que causam cirrose são HBV (hepatite B) e HCN (hepatite C) – A e E não causam; → O vírus da hepatite C é composto por fita de RNA; → Tem diagnóstico tardio, pois tem sintomas pouco característicos; o Acaba sendo feito em exame de rotina ou quando já está abrindo um caso de cirrose hepática; → Exame anti-HCV – anticorpo do vírus dessa hepatite, indica que o paciente tem ou já teve o vírus (diferenciação através de carga viral); → Tem taxa de cura de 98% → tende a ser erradicado; → Tratado com medicações orais por 12 ou 24 semanas; → Após o tratamento é preciso confirmar a cura (o HCV não é indicado porque sempre estará positivo após contágio), isso é feito através da carga viral; → METAVIR- escore que metrifica a fibrose → Deve ser solicitada também a genotipagem do vírus - pode ocorrer infecções por outros genótipos; HEPATITE B → Único hepatotrópico composto por fita de DNA; → Maior chance de cronificar em crianças e quando adquirido por transmissão vertical (mãe – embrião); → Tem marcadores que permitem avaliar se crônica ou devido vacinação: o HbsAg - positivo na presença do vírus; o Anti-Hbs - se positivo sozinho, é devido vacina; o Anti-Hbc IgM - marcador de infecção aguda; o Anti-Hbc IgG - marcador de infecção crônica; o HbeAg - vírus presente e se multiplicando; o Anti-Hbe - positivo na fase não replicativa - com HbeAg negativo; → A cura da hepatite B é funcional – por ser acoplado ao DNA, pode reaparecer em caso de imunossupressão; HEPATITE ALCOÓLICA → Descompensação após libação hepática; → Bilirrubina > 3 e TGO/TGP>2; → Deve ser calculado escore de Maddrey, se maior ou igual a 32 paciente é candidato a corticoterapia; → Após 7 dias deve ser feito escore de Lille - avalia a eficiência da corticoterapia; DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA → Acomete não etilistas - o paciente não pode fazer consumo excessivo de álcool para que receba esse diagnóstico (na literatura); → Paciente obeso, diabético ou hipertenso com infiltração de gordura no fígado (esteatose); → Pode haver só esteatose (NAFL) ou cursar com esteatohepatite (NASH) e mais tardiamente cirrose; → NASH in lean individuals - em magros, devido história familiar; HEMOCROMATOSE → Doença hereditária → Mutações nos genes c282y, h63d ou s65c levam a alterações no metabolismo do ferro. → Há mais absorção do ferro que se deposita nos tecidos; → Flebotomia - "transfusão ao contrário" (sangria); HEPATITE AUTOIMUNE → Ocorre em 2 picos de idade - infância ou idade adulta; → Mais comum em mulheres → Marcadores que ajudam a identificar: o FAN – anticorpos antinucleares; o Anti-músculo liso; o Anti-LKM 1 – anticorpos contra microssomos de rim e fígado; o Anti-Sla – contra um antígeno solúvel de fígado e pâncreas; o IgG sérico; → Tratamento: imunossupressão o Corticoide + azatioprina; COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA (CBP) → Doença autoimune colestática do fígado - Caracterizada pela inflamação e destruição progressiva dos ductos biliares interlobulares de pequeno e médio calibre; → Acomete mais idosas (entre 50 e 60 anos); → Quadro clínico: prurido, icterícia e dois achados de exame físico específico: xantelasma e xantoma; → 2 de 3 critérios: 1. Anticorpo anti-mitocôndria; 2. Colestase (aumento da fosfatase alcalina por mais de 6 meses); 3. Biópsia compatível (pouco feita por ser invasiva); → Medicação que ajuda a melhorar sobrevida e evolução: ácido ursodesoxicólico COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA → Doença autoimune mais comum em homens jovens (característica atípica em doenças autoimunes); → Associada a doença inflamatória intestinal; → Não tem anticorpo específico; → Achados: Icterícia, fosfatase alcalina e bilirrubina altos; → Ocorre dano autoimune inflamatório nas vias biliares que sofrem estenose e dilatação (em áreas sequenciais - aspecto em colar de contas); → Exame: CPRM - RM que mostra via biliar DOENÇA DE WILSON → Doença genética autossomo recessiva; → Mutação no gene ATP7B; → Problema no metabolismo do cobre - depósito excessivo de cobre no fígado e sistema nervoso central; → A deposição pode ocorrer na membrana de Descemet (no olho) - anéis de Kayser- Fleischers; → Pode ter manifestações neurológicas; → Exames para diagnóstico: o Cuprúria de 24 horas - dosar cobre na urina; o Ceruloplasmina - proteína produzida pelo fígado e normalmente ligada ao cobre para ter função (encontra-se baixa); o Investigar anéis de Kayser-Fleischers; HISTÓRIA NATURAL → A cirrose pode complicar com: o Insuficiência hepatocelular o Hipertensão portal - transferência para colaterais portosistemicos o Carcinoma hepatocelular - a cirrose é o principal fator de risco → Em todo paciente cirrótico: fazer USG de abdome e dosagem de alfafetoprotreina a cada 6 meses – investigar câncer; → Outras duas condições que podem causar câncer mesmo sem cirrose - hepatite B e doença hepática gordurosa não alcoólica; HIPERTESÃO PORTAL → A hipertensão portal tem outras causas e é classificada em 3 tipos: → Pré-sinusoidal: o Esquitossomose deposita ovos na região pré-sinusoidal causa fibrose adjacente (fibrose de Simers) - a esquistossomose não causa cirrose, pois é pré-sinusoidal; → Sinusoidal – cirrose é a principal etiologia; o A circulação colateral tem padrão periumbilical (cabeça de medusa); → Pós-sinusoidal - doença venooclusiva (síndrome de obstrução sinusoidal) o Ocorre em pacientes em quimioterapia e após transplante de medula; QUADRO CLÍNICO → Sintomas inespecíficos: anorexia, perda ponderal, fadiga; → Pele: eritema palmar, spiders (teleangiectasias); → Ginecomastia, rarefação de pelos, distribuição ginecoide dos pelos pubianos; o Decorrente do desbalanço da metabolização dos hormônios sexuais e predomínio dos femininos; → Icterícia – especialmente por acúmulo de bilirrubina direta (deficiência na excreção); → Ascite e edema de MMII; o Vasodilatação compensatória da hipertensão represa sangue em outros locais e menos sangue chega aos rins - ativação do SRAA - ascite e edema de membros inferiores; → Varizes esofagogástricas; o Varizes com pontos vermelhos - alto risco de sangramento; o Podem se apresentar com sangramento ativo; → Colaterais portossistêmicos; → Esplenomegalia - aumento do represamento no baço devido hipertensão; → Flapping (asterixis) - manifestação da encefalopatia hepática - aumento da amônia que atravessa a barreira hematoencefálica e causa manifestações neurológicas; → Laboratório: hiperbilirrubinemia, alargamento de TP e hipoalbuminemia em fases avançadas; ESTADIAMENTO → Escore de Child-Pugh-Turcotte: avalia o nível da cirrose; → São 5 critérios - mnemônico BEATA: RNI (relação normatizada internacional): padronização baseada no tempo de protrombina (TP); o Grau A: 5 a 6 pontos; o Grau B: 7 a 9 pontos; o Grau C: 10 a 15 pontos; → MELD score: avalia: Bilirrubina, RNI e Creatinina→ MELD Na score: avalia: Bilirrubina, RNI, Creatinina e Na o Auxiliam na definição da severidade e prognóstico da doença hepática; o É um dos parâmetros levados em consideração na indicação de transplante hepático e priorização dos pacientes em lista; o Faz avaliação a curto prazo; COMPLICAÇÕES → Hemorragia digestiva alta varicosa; → Ascite infecta de forma espontânea ou secundária; → Peritonite bacteriana espontânea; → Peritonite bacteriana secundária; → Encefalopatia hepática; → Síndrome hepatorrenal; → Síndrome hepatopulmonar; → Hipertensão portopulmonar; → Carcinoma hepatocelular; TRANSPLANTE HEPÁTICO NA CIRROSE HEPÁTICA → Indicação: o MELD ≥ 15; o CHC (carcinoma hepatocelular) dentro dos critérios de Milão; o Ascite refratária; o Síndrome hepatopulmonar; ▪ Hipoxemia devido dilatação vascular intrapulmonar; o Síndrome hepatorrenal; o Após o TIPS em pacientes com HDA varicosa refratária; o Encefalopatia hepática refratária; o Outras; → Contraindicações: o Abstinência alcoólica < 6 meses (Brasil); o Idade > 70 anos (alguns centros); o Outras neoplasias ativas; o Hipertensão portopulmonar severa; o Outras;
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