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1 Semiologia i | Lucas Silva Semiologia Digestiva Regiões do Abdome Limites e Divisões • Superior: Diafragma → Linha circular na junção xifoesternal e apófise da 7ª vertebra dorsal. • Inferior: Músculos do assoalho pélvico → Linha circular na apófise da 4ª vertebra lombar, cristas ilíacas, espinhas ilíacas anteriores, ligamentos inguinais e sínfise púbica. • Anterior: Músculos retos abdominais • Lateral: Músculos oblíquos e transversos • Posterior: Músculos quadrado lombar e psoas. Em 4 quadrantes • Formado traçando uma linha horizontal e uma linha vertical que passam pela cicatriz umbilical • Quadrante superior D e E • Quadrante inferior D e E Em 9 regiões • 2 linhas costais → Acompanham o rebordo costal. • Linha bicostal → Linha horizontal que une os 2 pontos onde as linhas hemiclaviculares D e E cruzam os rebordos costais. • 2 linhas oblíquas → Ligam o ponto de cruzamento da linha hemiclavicular com o rebordo costal e tubérculo do púbis. • Linha bi-ilíaca → Une as espinhas ilíacas anterossuperiores. Hipocôndrio D e E (1 e 3) Epigástrio (2) Flanco D e E (4 e 6) Mesogástrio (5) Fossa ilíaca D e E (7 e 9) Hipogástrio (8) 1. Fígado, vesícula biliar e flexura direita do cólon. 2. Fígado, estômago, duodeno e pâncreas. 3. Estômago, baço, flexura esplênica do cólon e cauda do pâncreas. 4. Cólon ascendente e porções do duodeno e jejuno. 5. Omento, mesentério, parte inferior do duodeno, jejuno e íleo. 6. Cólon descendente e porções do jejuno e íleo. 7. Apêndice, ceco e porção inferior do íleo. 8. Íleo, cólon sigmoide, reto, útero (mulher). 9. Cólon sigmoide e cólon descendente. Qual divisão usar? • São importantes devido aos órgãos correspondentes de cada região. • As projeções de cada órgão sofrem grandes variações em função da idade, 2 Semiologia i | Lucas Silva biotipo, estado nutricional e posição do paciente. • Limite superior do fígado é delimitado pela percussão (som maciço): o Paciente em decúbito dorsal → Percute-se o hemitórax de cima para baixo na LHC direita até obter o som submaciço (limite superior do fígado). o Limite inferior é determinado por palpação. • Normalmente o baço não é percutível, e a área esplênica apresenta som timpânico (espaço de traube). Sinais e Sintomas • Disfagia → Dificuldade na deglutição. o Diferenciar se com sólidos, líquidos ou ambos. o Disfagia Alta: tipo engasgo o Disfagia Baixa: tipo entalo o Pode ser benigno ou maligno o Mecânica (neoplasias, estenoses, compressões, corpo estranho) ou motora (megaesôfago chagásico, espasmos, LES, neuropatia, Parkinson). • Odinofagia → Dor durante a deglutição. o Casado por ulcerações do esôfago, infecções CMV, herpes e monilíase. • Saciedade precoce → Sensação de que o estômago fica cheio logo depois de iniciar a alimentação de forma desproporcional ao volume de alimento ingerido. • Plenitude pós-prandial → Sensação de que a comida permanece de forma prolongada no estômago. “demorando pra digerir a comida” • Pirose → Sensação de queimação retroesternal o Após alimentação o Período noturno o Piora com o decúbito dorsal o Está relacionado com a alimentação, com o tipo de comida. o “Azia” ou “Queimação” • Enterorragia → Presença de sangue vivo em grande volume. Sinal de hemorragia digestiva grave, podendo ter origem em qualquer região do TGI. o Paciente ode evacuar somente sangue • Hematoquezia → Presença de sangue vivo, proveniente da parte baixa do TGI. o Só aparece na defecação, junto com as fezes. o Sinal típico de sangramento digestivo baixo no cólon, reto ou ânus. • Melena → Fezes negras, habitualmente pastosa e com odor muito forte. Proveniente da parte alta do TGI. o Origem no estômago ou duodeno • Hematêmese → Vômitos com sangue vermelho escuro ou em “borra de café” Obs.: Teste da catalase → Utilizado para diferenciar melena de hematoquezia. Exame físico: Inspeção • Iluminação adequada • Desnudamento • Projeção dos órgãos na parede abdominal • Sentado (posição ortostática) • Deitado (decúbito dorsal) • Fácies Inspeção estática • Tipos de abdome • Abaulamentos, retrações e cicatrizes • Pele e anexos • Turgência venosa Inspeção dinâmica • Manobra de Smith e Bates • Manobra de Valsalva • Movimentos respiratórios, pulsações e movimentos peristálticos visíveis. Pele • Estrias cutâneas: Lisas, brancas, violáceas, finas ou grossas o Grandes ascites, gravidez, tumores volumosos, síndrome de Cushing. • Equimoses e petéquias: Diáteses hemorrágicas, insuficiência hepática, pancreatite aguda, rotura de prenhez ectópica com hemorragia peritoneal. 3 Semiologia i | Lucas Silva o Sinal de Cullen: Equimoses na região periumbilical o Sinal de Gray-Turner: Equimoses na região dos flancos. o Ambos são sugestivos de hemorragia retroperitoneal → Aneurisma roto de aorta abdominal, gravidez ectópica, pancreatite aguda necro hemorrágica. o Podem aparecer juntos ou isolados. • Cicatriz umbilical o Desviada ou centrada o Plana, protusa ou intrusa o Protuberante (hérnia umbilical, ascite, gravidez) o Apresenta nódulos endurecidos (não é inspeção) o Eczemas e inflamações o Sinal de Sister Mary Joseph: Nódulo palpável na região umbilical, indicativo de metástase de cânceres do TGI Circulação colateral • Presença de circuito venoso anormal visível no exame físico da pele. • Veias dilatadas devido a impedimento do fluxo venoso através da VCS ou VCI e tronco venoso braquiocefálico. • Não confundir com desenho venoso (normal) • Localização: tórax, abdome ou MMSS • Observar a direção do fluxo sanguíneo → Abdome-tórax, ombro-tórax ou pelve- abdome. • Presença de frêmitos e sopros Manobra para determinar o fluxo sanguíneo na circulação colateral: 1. Comprimir a veia com as polpas digitais dos dois indicadores 2. Afastar os dedos mantendo a compressão, deslocando a coluna sanguínea. 3. Retirar um dos dedos e deixar o outro comprimido. 4. Se ocorrer o enchimento significa que o sangue está fluindo no sentido do dedo que continua fazendo a pressão. 5. Se permanecer colapsado repete a manobra tirando o dedo contralateral. • Cava inferior → Fluxo: Abdome – Tórax à procura da veia cava superior. 4 Semiologia i | Lucas Silva Porta → Fluxo centrífugo Cava superior → Obstáculo na VCS, fluxo tórax – abdome. Provoca estase de jugular, cianose e edema. Cicatrizes Tipos de abdome • Normal ou Atípico → Plano ou levemente abaulado. • Escavado → Retrações da parede abdominal. Comum em pessoas muito magras ou com anorexia. • Globoso ou protuberante → Aumento globalmente de tamanho. Diâmetro AP é maior que o transverso. Abdome gravídico, ascite. • Batráquio → Diâmetro transverso maior que o anteroposterior. Comum na ascite em regressão. • Em avental → Porção inferior cai sobre as coxas. Acumulo de gordura. • Pendular ou Ptótico → Variante do abdome em avental. Não está associado a obesidade. Ocorre por fraqueza da parede muscular. Comum no puerpério. Alterações da forma Assimétricos: • Proeminências localizadas (abaulamento). Aparece em pacientes com hérnias, neoplasias, visceromegalias. Inspeção dinâmica • Movimentos respiratórios → Comum no sexo masculino, corresponde a respiração toracoabdominal. • Movimentos peristálticos → A peristalse normal pode ser visível em pessoas magras. • Pulsações → Aorta abdominal, aneurismas. Manobra de Smith e Bates • Utilizado para observar abaulamentos da parede abdominal e intra-abdominal. • Pede-se para o paciente contrair a musculatura abdominal, elevando os MMII sem fletir os joelhos. o Se a massa visível desaparecer → Localização abaixo da parede abdominal. o Se permanecer visível e palpável → Massa da parede abdominal (ex: lipoma– nódulos benignos) ou há enfraquecimento ou falha na musculatura abdominal (hérnia). 5 Semiologia i | Lucas Silva Manobra de Valsalva • Solicita-se ao paciente para tossir ou para soprar a sua mão sem deixar que o ar escape, aumentando assim a pressão intra-abdominal, fazendo com que o conteúdo herniário se insinue.
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