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MEDICINA VETERINÁRIA PRIMEIRO PERÍODO ANATOMIA DESCRITIVA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS SÃO LUÍS – MA 2018 Resumo: Osteologia Getty, cap 15 2 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos INTRODUÇÃO À ANATOMIA - É a ciência que estuda a forma, a estrutura e a organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. 1. MÉTODO DE OBSERVAÇÃO Anatomia Microscópica: utiliza-se um microscópio que aumente as dimensões das estruturas para melhor observação; Anatomia Macroscópica: as estruturas são observadas a olho nu; Anatomia Mesoscópica: Necessita para o seu estudo do uso de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas, para uma melhor observação de forma tridimensional. 2. MÉTODO DE ESTUDO Anatomia Sistemática ou Descritiva: estudo por meio da divisão do corpo em sistemas orgânicos isoladamente; Anatomia Topográfica ou Regional: estuda o corpo mediante uma divisão por segmentos ou regiões; Anatomia por Rádio-Imagem: estudo do corpo através de imagens (Raios X), tomografias ou ressonâncias; Anatomia de Superfície: estudo dos relevos e depressões existentes na superfície do corpo; Anatomia em Cortes Segmentados: estuda o corpo por meio de cortes seriados para ser associado aos estudos de tomografias e ressonâncias magnéticas; Anatomia Comparada: comparações entre o corpo humano e o corpo dos animais. 3. MÉTODOS UTILIZADOS NO ESTUDO DA ANATOMIA Dissecação: consiste em cortar as estruturas do corpo, separando-as em partes, sem destruí-las; Maceração: consiste em destruir as estruturas moles do corpo, preservando as mais rígidas. Utilizada no estudo dos ossos; Corrosão: consiste em injetar, nos vasos e cavidades, uma massa plástica líquida que se torna rígida rapidamente. Em seguida, as estruturas são submetidas à ação de Resumo: Osteologia Getty, cap 15 3 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos substâncias corrosivas para obtenção de moldes ou modelos. Usada no estudo dos vasos e cavidades de órgãos ocos; Diafanização: consiste em tornar o órgão transparente mediante uma prévia desidratação. Usada para o estudo de vasos na parede dos órgãos; Cortes segmentados: consiste em dividir o corpo em segmentos. Utilizado para o estudo em imagens; Rádio imagem: consiste no estudo através de imagens; Macro modelos: consiste no estudo em modelos que substituem as peças naturais; Pranchas: consiste no estudo através de pranchas ou quadros, de forma sequenciada. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 4 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos POSIÇÃO ANATÔMICA - É a posição padrão adotada para o corpo humano ou animal no espaço, para que se possa descrever as estruturas que o compõem. - Para os animais, sua posição anatômica refere-se aos quadrúpedes, onde o animal está em posição ereta com a face voltada para a frente em posição horizontal, de frente para o observador. 1. PLANOS Plano Mediano: divide o corpo em metades simétricas, direita e esquerda; Plano Sagital: paralelo ao plano mediano; Plano Dorsal ou Horizontal: paralelo à superfície dorsal, divide o corpo em metade superior e metade inferior; Plano Transversal: divide o corpo em anterior (cranial) e posterior (caudal). Resumo: Osteologia Getty, cap 15 5 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 2. TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO POSIÇÃO DIREÇÃO CRANIAL Em direção à cabeça CAUDAL Em direção à cauda PROXIMAL Relacionado aos membros. Em direção ao corpo DISTAL Relacionado aos membros. Em direção às extremidades DORSAL Região situada no plano dorsal VENTRAL Região situada no plano ventral DORSAL (MEMBROS) Região dos membros voltada para frente PALMAR Região dos membros torácicos voltada para trás PLANTAR Região dos membros pélvicos voltada para trás 3. EIXO Axial: próximo ao eixo; Abaxial: distante do eixo. Termos adicionais, aplicados à anatomia dos dedos. O eixo localiza-se na região central, entre dois dedos. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 6 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos OSTEOLOGIA - Parte da anatomia que estuda os ossos e as suas relações. Ossos: são órgãos rígidos, esbranquiçados, constituídos por tecido conjuntivo mineralizado, que reunidos formam o esqueleto. Esqueleto: é o conjunto de ossos e tecidos unidos para dar conformação, proteção e sustentação ao corpo. - Axial: compreende coluna vertebral, costelas, esterno e crânio; - Apendicular: inclui ossos dos membros torácicos e pélvicos; - Esplâncnico: ossos que se desenvolvem em vísceras. 1. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Ossos Longos: são tipicamente de forma cilíndrica com extremidades alargadas. São encontrados nos membros, onde atuam como colunas de suporte e como alavancas. A parte cilíndrica (diáfise) limita a cavidade medular que contém a medula óssea; as extremidades são chamadas de epífises. Ex: fêmur, úmero, ulna, tíbia, fíbula. Ossos Planos: são expandidos e proporcionam suporte para a inserção de músculos, também protegem os órgãos que cobrem. Consistem de duas lâminas de osso compacto com osso esponjoso e medula óssea interpostos. Ex: escápula, ossos do crânio. Ossos Curtos: são aqueles que apresentam dimensões similares no comprimento, largura e espessura. Sua principal função é de difusão da concussão, pois diminui a fricção dos músculos e tendões. Ex: tarso, carpo, sesamóides. Ossos Irregulares: inclui ossos de formato irregular, que são medianos e ímpares. Possuem funções variadas e não tão especializadas quando comparados com os outros ossos. Ex: vértebras, ossos da base do crânio. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 7 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos OSTEOLOGIA EQUINA Coluna Vertebral 54 Costelas 36 Esterno 1 Cabeça 34 Membros Torácicos 40 Membros Pélvico 40 Total 205 Resumo: Osteologia Getty, cap 15 8 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos COLUNA VERTEBRAL - Consiste de uma cadeia mediana e ímpar de ossos irregulares que se estendem do crânio à extremidade da cauda. SUBDIVISÃO – Entre as espécies ESPÉCIE CERVICAL TORÁCICA LOMBAR SACRAL CAUDAL EQUINO 7 18 6 5 15 – 21 BOVINO 7 13 6 – 7 5 18 – 20 SUÍNO 7 14 – 15 6 – 7 4 20 – 23 OVINO * 7 13 6 – 7 4 16 – 18 CANINO 7 13 7 3 20 – 23 FELINO 7 13 7 3 20 – 24 * A quantidade se aplica igualmente à caprinos. VÉRTEBRAS Corpo ou cabeça: massa cilíndrica a qual as outras partes estão formadas. As extremidades cranial e caudal estão inseridas nas vértebras adjacentes e são convexas e côncavas, respectivamente; Arco: formado sobre a face dorsal do corpo e consiste de duas metades laterais; Processo Articular: são dois craniais e dois caudais que se projetam na borda do arco; Processo Espinhoso: situado dorsalmente, no meio do arco. Varia de forma, tamanho e direção nas diferentes vértebras, sendo muito proeminente nas vértebras torácicas; No animal adulto, certas vértebras fundem-se para formar uma massa simples óssea. COLUNA VERTEBRALResumo: Osteologia Getty, cap 15 9 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Processo Transverso: são dois e projetam-se lateralmente dos lados do arco ou da junção do arco com o corpo. São perfurados pelo forame transverso; Algumas vértebras também apresentam uma crista ventral, tubérculo ventral ou arco hemal; Processos Mamilares: são encontrados em muitos animais, nas vértebras torácicas, lombares e caudais; Processo Acessório: quando presentes, estão entre os processos transversos e articulares caudais. 1. VÉRTEBRAS CERVICAIS - A primeira vértebra cervical (atlas) e a segunda (áxis) são vértebras atípicas e modificadas para exercer a função de suporte e movimentação da cabeça. C3; C4; C5: possuem um corpo longo. A face ventral apresenta uma crista dorsal com um tubérculo na extremidade. Na face dorsal observa-se um sulco que aloja a veia espinhal. Sua extremidade cranial possui uma face articular oval e a extremidade caudal é mais larga e apresenta uma cavidade cotiloide. O arco é largo e perfurado pelo forame vertebral. Os processos articulares são largos e côncavos. Os processos transversos são largos e planos e apresentam um forame transverso por onde passam os vasos vertebrais. O processo espinhoso apresenta a forma de uma crista baixa. C6: é mais curta e mais larga que a C5. Seu arco é largo. Os processos articulares são curtos e separados. O processo espinhoso é menos rudimentar e os processors transversos apresentam três ramos. O forame transverso é largo e ventral e a crista ventral é pequena. C7: é curta e larga, com o corpo achatado e arco grande. Os processos articulares são largos na parte cranial. O processo espinhoso mede cerca de 3 cm. E os processos transversos não apresentam forame. A crista é substituída por tubérculos. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 10 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos ATLAS: vértebra atípica. O corpo e o processo espinhoso são ausentes. Tem forma de um anel com duas lâminas laterais chamadas de asas. As massas laterais apresentam duas cavidades articulares craniais. A face articular tem forma de sela. O arco dorsal apresenta um tubérculo dorsal e é perfurado pelo forame vertebral lateral. O forame alar está em conexão com o forame vertebral por um pequeno sulco. A face dorsal apresenta a fossa odontóide, na qual se apoia o processo odontóide do áxis. ÁXIS: é a mais longa das vértebras e caracterizada pela presença do dente ou processo odontóide na extremidade cranial. Contornando o odontóide, encontra- se os processos articulares em forma de sela. A crista ventral assemelha-se a da vértebra típica. O arco apresenta uma chanfradura que se converte no forame vertebral lateral. O processo espinhoso é muito largo e robusto. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 11 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 2. VÉRTEBRAS TORÁCICAS - Nas vértebras torácicas os corpos são curtos e as extremidades são alargadas. A superfície cranial é convexa e a caudal é côncava. Sobre a parte dorsal exibem facetas articulares a qual se articula a cabeça das costelas. Os arcos são estreitos e os processos articulares são pequenos. Os processos transversos são curtos, com extremidade tuberosa e apresentam facetas articulares para o tubérculo das costelas. O processo espinhoso é longo e estreito. Nas últimas quatro ou cinco vértebras, forma-se um processo mamilar distinto. 3. VÉRTEBRAS LOMBARES - As vértebras lombares diferem das vértebras torácicas no maior comprimento e no formato uniforme de seus corpos. Ausência de fóveas ou facetas costais. Os arcos são quase iguais em tamanho. Os processos articulares são fusionados com os processos mamilares. Os processos transversos são achatados e longos e projetam-se lateralmente, seu comprimento aumenta até a terceira e diminui até a última vértebra. O processo espinhoso possui uma altura menor e inclinação anterior. Em equinos são comumente em número de 18, mas as vezes ocorrem 19 e raramente 17. São usualmente em número de 6 no equino Resumo: Osteologia Getty, cap 15 12 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 4. OSSO SACRO - O sacro é de forma triangular e se articula firmemente com o cíngulo pélvico (ílio). Apresenta duas faces, duas bordas, uma base e um vértice. A face dorsal possui centralmente as cinco espinhas sacrais, de cada lado das espinhas encontram-se quatro forames sacrais dorsais, do lado dos forames observa-se a crista sacral lateral. A face ventral é côncava e apresenta os foramens sacrais ventrais. Os forames sacrais comunicam-se com o canal sacral, localizado dorsalmente ao corpo. A base está direcionada cranialmente e apresenta as asas do sacro. O vértice é a parte caudal da última vértebra sacral. 5. VÉRTEBRAS CAUDAIS - Da primeira a última vértebra caudal elas vão diminuindo de tamanho. A maioria consiste somente de corpos. A face ventral exibe um sulco para a artéria caudal. O arco é pequeno e triangular, formado por duas lâminas que prolongam-se e formam o processo espinhoso. Os processos articulares não estão presentes. Os processos transversos são relativamente largos e projetam-se para a lateral. O sacro é normalmente formado pela fusão de cinco vértebras As vértebras caudais são variáveis em número, apresentam em média 18 Resumo: Osteologia Getty, cap 15 13 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - O tórax equino é comprimido lateralmente na sua face cranial, mas caudalmente alarga-se. Constitui-se pelas costelas e esterno. COSTELAS - As costelas são ossos alongados e curvos, dispostos aos pares (correspondem em número às vértebras torácicas). Cada uma delas se articula dorsalmente com duas vértebras e ventralmente prolonga seu comprimento através da cartilagem costal. - Os intervalos entre as costelas são chamados de espaços intercostais. 1. CLASSIFICAÇÃO Costelas verdadeiras (esternais): se articulam com o esterno por meio de suas cartilagens. (8 pares) Costelas falsas (asternais): articulam-se com as cartilagens das costelas verdadeiras. Costelas flutuantes: apresentam a extremidade ventral livre. 2. CARACTERÍSTICAS - Uma costela típica consiste de um corpo e duas extremidades. O corpo varia em comprimento, largura e curvatura. Sua face lateral é convexa e sulcada e a face medial é lisa e côncava. Caudalmente encontra-se o sulco costal que suporta os vasos intercostais. A extremidade vertebral consiste de cabeça, colo e tubérculo. A cabeça é arredondada e alargada, apresenta duas facetas convexas para articulação com o corpo das vértebras torácicas. O colo une a cabeça ao corpo e é rugoso. O tubérculo projeta-se caudalmente na junção do colo com o corpo e possui uma faceta para articulação com o processo transverso das vértebras. A extremidade ventral é alargada e rugosa na junção com a cartilagem costal. TÓRAX Normalmente são 18 pares de costelas nos cavalos Resumo: Osteologia Getty, cap 15 14 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos ESTERNO - Tem uma forma parecida com uma canoa. A face dorsal apresenta a forma de um triângulo isósceles estreito. As faces laterais são convexas dorsalmente e côncavas ventralmente. Cada uma apresenta sete chanfraduras costais ou esternébras com as quais se articulam as extremidades esternais das cartilagens costais.As bordas dorsolaterais dão inserção aos ramos laterais do ligamento esternal. A borda ventral forma a crista do esterno. A extremidade cranial ou Manúbrio pode ser sentida no sulco ventral do peito e consiste de um prolongamento cartilaginoso, denominado cartilagem do manúbrio. A extremidade caudal é formada pela cartilagem xifoide presa ao processo xifoide. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 15 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - O membro torácico do cavalo é composto por: cíngulo escapular, braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e mão (carpo, metacarpo, falanges e ossos sesamóides). ESCÁPULA - É um osso plano, situado na parte cranial da parede lateral do tórax, de contorno triangular e apresenta duas faces, três bordas e três ângulos. - A face lateral é dividida em duas fossas pela espinha da escápula, que se estende da borda dorsal até o colo. A fossa supra espinhal está situada cranial à espinha e a fossa infra espinhal caudalmente. A face costal é escavada pela fossa subescapular e separa duas áreas triangulares e rugosas, as faces serráteis. A borda cranial é convexa e rugosa, a borda caudal é côncava. A borda dorsal suporta a cartilagem escapular. - O ângulo cranial encontra-se na junção das bordas cranial e dorsal e se aproxima de um ângulo reto. O ângulo caudal é espesso e rugoso. O ângulo ventral ou glenóide une-se ao corpo pelo colo da escápula e suporta a cavidade glenóide para articulação com a cabeça do úmero. O tubérculo supraglenóide é onde se insere o tendão do bíceps e do seu lado medial projeta-se o processo coracóide. MEMBRO TORÁCICO Resumo: Osteologia Getty, cap 15 16 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos ÚMERO - O úmero forma o esqueleto do braço, é um osso longo que se estende do ombro proximalmente (onde se articula a escápula), até o cotovelo distal (onde se articula com o rádio e a ulna). - É composto de um corpo e duas extremidades. O corpo cilíndrico possui quatro faces. A face cranial é triangular, larga e lisa, está separada da face lateral pela crista do úmero e possui a tuberosidade deltoide. A face lateral é lisa e encurvada, formando o sulco musculo espiral. A face medial é reta e arredondada e apresenta a tuberosidade redonda maior e o forame nutrício. A face caudal é arredondada e lisa. - A extremidade proximal consiste da cabeça, colo, duas tuberosidades e um sulco intertuberal. A cabeça apresenta uma faceta articular convexa e vários forames de passagem para vasos sanguíneos. O colo está definido caudalmente. O tubérculo maior está situado craniolateralmente e forma o limite do sulco intertuberal. O tubérculo menor consiste de partes cranial e caudal e é o menos saliente. - A extremidade distal consiste de epicôndilos medial e lateral e das fossas do olecrano, na qual se projeta o processo ancôneo da ulna. O epicôncilo medial é mais saliente e da origem aos músculos flexores do carpo. O epicôndilo lateral oferece a crista epicondilóide e da origem ao músculo extensor do carpo. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 17 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos RÁDIO - O rádio é o mais longo dos dois ossos do antebraço do cavalo. Estende-se verticalmente do cotovelo (onde se articula ao úmero) até o carpo. É ligeiramente curvo com a convexidade cranial. - Consiste de um corpo e duas extremidades. O corpo é encurvado, achatado craniocaudalmente e alargado nas extremidades. Apresenta duas faces e duas bordas. A face cranial é lisa, convexa e arredondada. A face caudal é côncava e aplanada. Na sua parte proximal apresenta um sulco liso e profundo, que concorre com a ulna na formação do espaço interósseo do antebraço. O forame nutrício encontra-se na parte distal do sulco. A borda medial é levemente côncava, na sua extremidade proximal apresenta uma área para inserção do tendão do músculo braquial. A borda lateral é mais curva. - A cabeça ou extremidade proximal é achatada e larga. Apresenta a circunferência articular, que está cruzada por uma crista sagital que separa a fóvea capitular. No lado medial da face dorsal encontra-se a tuberosidade radial, na qual se insere o tendão do músculo bíceps braquial. A tuberosidade medial é contínua e dá inserção ao ligamento medial curto da articulação do cotovelo. A tuberosidade lateral é mais saliente e permite a inserção dos músculos extensor digital comum e extensor digital lateral. - A tróclea ou extremidade distal apresenta a face articular carpiana que consiste em três partes. A faceta medial, mais longa, articula-se com o osso carporradial; a faceta intermediária, articula se com o osso intermediário do carpo; a faceta lateral é menor e articula-se distalmente com o osso acessório do carpo. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 18 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos ULNA - A ulna do cavalo é um osso longo reduzido em posição caudal ao rádio, com o qual está fusionado no animal adulto. - O corpo é de aspecto trifacetado e adelgaça-se para a extremidade distal. A face cranial está fixada à face caudal do rádio por um ligamento interósseo. A face medial é lisa e ligeiramente côncava. A face lateral é aplanada. As bordas lateral e medial são finas e cortantes. A borda caudal é levemente côncava e arredondada em sua extensão. O olecrano (extremidade proximal) constitui a maior parte do osso e forma um braço de alavanca para os músculos extensores do cotovelo. A borda cranial apresenta ao meio uma projeção pontiaguda, o processo ancôneo que se prolonga na chanfradura troclear. A borda caudal é quase reta e apresenta a tuberosidade do olecrano. OSSOS CARPIANOS - O carpo consiste de sete a oito ossos carpianos dispostos em duas camadas, proximal e distal. Fileira proximal: compreende os ossos radial, intermediário, ulnar e acessório. Fileira distal: numerados de um a quatro. - Os ossos do carpo, exceto o acessório, formam uma massa quadrangular irregular. A face dorsal é convexa de um lado ao outro. A face palmar também é convexa, porém irregular e forma com o osso acessório do carpo o sulco carpiano. A face proximal é mais larga, côncava e inteiramente articular. A face distal é também articular e irregular. As faces medial e lateral são irregulares e rugosas. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 19 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos OSSOS METACARPIANOS - Três ossos metacarpianos estão presentes no cavalo. Destes somente o terceiro é completamente desenvolvido e suporta um dedo. Os outros dois são reduzidos. - O terceiro ou grande metacarpiano é um osso longo e muito forte, que se situa verticalmente entre o carpo e a falange proximal. Consiste de um corpo e duas extremidades. O corpo é semicilíndrico e apresenta duas faces e duas bordas. A face dorsal é lisa e convexa. A face palmar é pouco convexa. O forame nutrício localiza-se na junção dos terços proximal e médio. As bordas lateral e medial são arredondadas. A extremidade proximal oferece uma face articular ondulada. A extremidade distal apresenta uma face articular para a falange proximal e os ossos sesamóides proximais. É composta de dois côndilos separados por uma crista sagital. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 20 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos FALANGES E SESAMÓIDES - No cavalo o dedo da mão consistede três falanges e ossos sesamóides. Falange proximal: é um osso longo e está situado entre o grande metacarpiano e a falange média. Está direcionada oblíqua, distal e dorsalmente, formando um ângulo de cerca de 55º com o plano horizontal. Falange média: está situada entre as falanges proximal e distal. Sua direção corresponde à da primeira. É achatada dorsalmente e sua largura é maior do que sua altura. Falange distal: está indiretamente envolvida pelo casco, do qual toma a forma de um modo geral. - Os dois ossos sesamóides proximais estão situados em posição palmar à extremidade distal do grande metacarpiano. Apresenta a forma de uma pirâmide. O osso sesamóide distal ou osso navicular tem a forma de lançadeira e está em situação palmar à junção das falanges média e distal. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 21 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - O membro pélvico consiste de quatro segmentos: cíngulo pélvico, coxa (fêmur e patela), perna (tíbia e fíbula) e pé (tarso, metatarso, falanges e ossos sesamóides). CÍNGULO PÉLVICO - O cíngulo pélvico ou cintura pélvica conta dos ossos coxais, o sacro e as três primeiras ou mais vértebras caudais. 1. OSSO COXAL - O osso coxal é o maior osso plano. Compõe-se primitivamente de três partes: ílio, ísquio e púbis, que se reunem para formar o acetábulo, cavidade que se articula com a cabeça do fêmur. Ílio: é a maior das três partes e apresenta duas faces e três bordas. Sua face glútea direciona- se dorsalmente e caudalmente. É larga e côncava cranialmente, estreita e convexa caudalmente. Essa face da inserção aos músculos glúteos. A face sacropélvica é convexa e compõe-se da asa e do corpo. A borda cranial é espessa e rugosa. A borda medial é profunda e côncava e forma a chanfradura isquiática maior. A borda lateral é côncava e rugosa, apresenta os sulcos para os vasos iliolombares. O forame nutrício está situado na parte caudal. O acetábulo é uma cavidade articular composta pela junção do ílio, púbis e ísquio. Ísquio: forma a parte caudal do assoalho da pelve, contém duas faces, quatro bordas e quatro ângulos (craniolateral, craniomedial, caudomedial e caudolateral). A face pélvica é MEMBRO PÉLVICO Resumo: Osteologia Getty, cap 15 22 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos lisa e côncava e apresenta a tábula. A face ventral é plana e rugosa para inserção do músculo abdutor. A borda cranial forma a margem caudal do forame obturador. A borda caudal é espessa e rugosa e forma o arco isquiático. A borda medial une-se à sínfise isquiática. E a borda lateral é espessa e arredondada e forma a chanfradura isquiática menor. Púbis: é a menor das três partes, forma a parte cranial do assoalho pélvico e possui um corpo, duas faces, três bordas e dois ramos. A face pélvica é convexa ou côncava, dependendo da idade do animal. A face ventral é convexa e rugosa e apresenta o sulco púbico. A borda cranial é delgada, apresenta a eminência íliopúbica e o tubérculo púbico ventral. A borda medial une-se com o osso oposto à sínfise púbica. A borda caudalforma a margem cranial do forame obturador. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 23 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos FÊMUR - É o maior e mais pesado dos ossos longos. Estende-se de modo oblíquo, distal e cranialmente, articulando-se proximalmente com o acetábulo e distalmente com a tíbia e a patela. - Apresenta um corpo e duas extremidades. O corpo é cilíndrico, aplanado caudalmente e mais largo proximal do que distalmente. As faces cranial, medial e lateral são contínuas e convexas. Estão envolvidas pelo músculo quadríceps femoral. A face caudal é larga, plana e lisa. A borda medial apresenta em sua parte proximal o trocanter menor, uma crista espessa e rugosa na qual acha-se inserido o tendão comum do músculo iliopsoas. O forame nutrício geralmente localiza-se imediatamente cranial ao trocanter menor. A tuberosidade supracondilóide medial está situada ventral ao sulco para os vasos femorais e dá origem à cabeça medial do músculo gastrocnêmio. A borda lateral é proeminente na sua parte proximal e apresenta o terceiro trocanter. Este processo é encurvado cranialmente e apresenta uma aresta espessa na qual se insere o tendão do músculo glúteo superficial. Na parte distal acha-se a fossa supracondilóide, na qual se origina o flexor digital superficial. - A extremidade proximal é larga e consiste da cabeça, colo e trocanter maior. A cabeça está do lado medial e articula-se com o acetábulo. É escavada por uma profunda chanfradura na qual se inserem os ligamentos acessório e redondo da cabeça do fêmur. O colo é mais distinto cranial e medialmente. O trocanter maior está situado lateralmente. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 24 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - A extremidade distal é larga em ambas as direções e compreende a tróclea cranialmente e dois côndilos caudalmente. A tróclea consiste de duas cristas separasas por um culco e forma uma extensa face para articulaçao com a patela. Os côndilos, medial e lateral, estão separados por uma profunda fossa intercondilóide e se articulam com os côndilos da tíbia e os meniscos da articulação do joelho. PATELA - A patela é um osso sesamóide largo que se articula com a tróclea do fêmur. Apresenta duas faces, duas bordas, uma base e um ápice. - A face cranial (livre) é quadrilátera, convexa e rugosa para inserção muscular e ligamentosa. A face articular também é quadrilátera, porém menos extensa. Apresena uma crista rugosa vertical. As bordas medial e lateral convergem para o vértice distalmente e cada uma forma um ângulo com a base. A base direciona-se proximal e caudalmente, é convexa transversalmente, côncava cranialmente. O ápice forma uma ponta romba de direção distal. TÍBIA - A tíbia é um osso longo que se estende obliquamente, distal e caudalmente da soldra ao jarrete. Articula-se proximalmente com o f~emur, distalmente com o tarso e lateralmente com a fíbula. Possui um corpo e duas extremidades. - O corpo é largo e trifacetado. A face medial é larga eapresenta proeminências rugosas para inserção do ligamento medial e dos músculos sartório e grácil. A face lateral é lisa e um pouco em espiral. A face caudal é aplanada e Resumo: Osteologia Getty, cap 15 25 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos dividida em partes pela linha poplítea. O forame nutrício está situado ou sobre a linha poplítea ou próximo dela. A borda cranial é muito proeminente, formando a crista da tíbia. A borda medial é arredondada, onde encontra-se um tubérculo no qual se insere o músculo poplíteo. A borda lateral é côncava em sua parte proximal e concorre com a fíbula na formação do espaço interósseo. - A extremidade proximal é larga e trifacetada. A eminência intercondiliana ou espinha é uma proeminência central onde prolonga-se as faces articulares lateralmente. Os côndilos estão separados caudalmente pela profunda chanfraduta poplítea. A extremidade distal é muito menor, de forma quadrangular e mais larga medialmente. Apresenta uma face articular e consiste de dois sulcos separados por uma crista. O maléolo medial é o mais proeminente dos dois e forma o limite cranial de um sulco para o tendão do flexor digital longo. O maléolo lateralé mais largo e está assinalado por um sulco vertical para passagem do tendão do extensor digital lateral. FÍBULA - A fíbula do cavalo é um osso longo reduzido, situado ao longo da borda lateral da tíbia. - O corpo é uma haste delgada que forma o limite lateral do espaço interósseo da perna. Sua extremidade distal geralmente termina em ponta. A extremidade proximal é larga e achatada. Sua face medial apresenta uma área estreita ao longo da borda proximal para articulação com o côndilo lateral da tíbia. A face lateral é rugosa e da inserção ao ligamento colateral lateral da articulação do joelho. A extremidade distal é fusionada coma tíbia, constituindo o maléolo lateral. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 26 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos TARSO - O tarso ou jarrete do cavalo geralmente compõe-se de seis osso curtos. Tarso tibial: é o osso medial da fileira proximal. Possui forma irregular. Calcâneo (tarso fibular): é o maior dos ossos do jarrete. É alongado, aplanado e forma uma alavanca para os músculos extensores da articulação. Osso central do tarso: é irregularmente quadrilateral e está situado entre o tarso tibial e o terceiro tarsiano distalmente. Primeiro e segundo ossos tarsianos: estão normalmente fusionados no cavalo, constituindo um osso de forma irregular, situado na parte medioplantar da fileira distal. É o menor dos ossos do tarso. Terceiro osso tarsiano: assemelha-se ao osso central, porém é menor e de contorno triangular. Está situado entre o osso central proximalmente e o grande metatarsiano. Quarto osso tarsiano: é um osso lateral da fileira distal e sua altura se iguala à dos ossos central e terceiro tarsiano juntos. É de formato cubóide. OSSOS METATARSIANOS - Os ossos metatarsianos, três em número, apresentam a mesma disposição geral dos ossos metacarpianos. A direção deles é ligeiramente oblíqua, distal e um pouco dorsal. FALANGES E SESAMÓIDES - O eixo das falanges do membro pélvico forma com o plano do solo um ângulo que é 5º maior do que o do membro torácico. As principais diferenças são a forma e o tamanho das falanges. Resumo: Osteologia Getty, cap 15 27 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - O crânio do cavalo apresenta a forma de uma longa pirâmide de quatro lados, cuja base está em posição caudal. - A face dorsal ou frontal está constituída pelos ossos, parte escamosa do occipital, interparietal, parietal, frontal, nasal e incisivo. A região parietal estende-se da crista nucal à sutura coronal e está marcada medialmente pela crista sagital externa. A região frontal é a parte mais larga da face, é lisa e quase plana e está delimitada rostralmente pela sutura frontonasal. De cada lado projeta-se a raiz do processo zigomático, perfurado pelo forame supra-orbitário. A região nasal é convexa, larga caudalmente e estreita rostralmente. A região incisiva oferece a abertura nasal óssea e o canal interincisivo. - A face lateral pode ser dividida em regiões cranial, orbital e maxilar. A região cranial apresenta a fossa temporal, o arco zigomático e a parte externa da porção petrosa do temporal. O arco zigomático está constituído pelos processos zigomáticos do temporal, do zigomático e do maxilar. Sua face ventral apresenta o tubérculo articular e a fossa mandibular. Caudal à fossa mandibular encontra-se o processo retroarticular e caudal a este abre-se o meato temporal. O meato acústico externo ósseo projeta-se externamente, e caudalmente situa-se o processo CRÂNIO Resumo: Osteologia Getty, cap 15 28 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos mastoideu. A região orbitária compreende a órbita e a fossa pterigopalatina. A órbita é uma cavidade que envolve o bulbo ocular com seus músculos, vasos e nervos. A região maxilar está constituída pela maxila, incisivo e partes facias do lacrimal e do zigomático. Seu contorno é triangular, com a base caudal. - A face ventral ou basal, exclusiva à mandíbula, consiste de regiões cranial, croanal e palatina. A região cranial estende-se rostralmente ao vômer e aos processos pterigoideus. Na sua extremidade caudal acha-se o forame magno. Mais lateralmente estão os processos jugulares do occipital. A região coanal apresenta o orifício faríngeo da cavidade nasal. Este é de contorno elíptico e está dividido medialmente na sua profundidade pelo vômer nas duas coanas. A região palatina compreende um pouco mais da metade do comprimento total da base do crânio. O palato duro é côncavo transversalmente bem como no seu comprimento na parte rostral. É constituído pelos processos palatinos do incisivo e do maxilar e pelas lâminas horizontais dos palatinos. Sobre a linha média estende-se a sutura palatina mediana. - A face nucal ou occipital está formada pelo osso occipital. É de contorno trapezoidal, mais larga ventral do que dorsalmente, côncava dorsoventralmente, convexa transversalmente. Acha-se separado da face dorsal pela crista nucal. - O ápice do crânio é composto pelos corpos de incisivo e da mandíbula, suportando os dentes incisivos. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 29 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos MIOLOGIA - TEÓRICO - Músculo: provém do mesoderma, com exceção dos músculos da íris que provem do neuroectoderma. - Características gerais: excitabilidade, contratibilidade, extensibilidade, elasticidade e condução de estímulos. CLASSIFICAÇÃO Músculo Liso Músculo Estriado Responsável pelas funções contráteis dos órgãos internos, reveste os ductos excretores de glândulas, forma as paredes dos vasos sanguíneos e linfáticos. Pode ser dividido ainda em musculatura cardíaca e esquelética. 1. MUSCULATURA LISA Regulada pelo sistema nervoso autônomo: simpático e parassimpático; Não apresenta estriações visíveis; Formato: fusiforme; Fibras uninucleadas; Contração lenta e involuntária; Exemplos: tubo digestório, esôfago, brônquios e bronquíolos, vasos sanguíneos, útero, pele (m. piloeretores) e aparelho excretor. 2. MUSCULATURA ESTRIADA 2.1. MUSCULATURA CARDÍACA Regulada pelo sistema nervoso autônomo; Estriações visíveis; Formato: alongado e ramificado com ligação por anastomose; Disco intercalado; Fibras plurinucleadas; Contração rápida e involuntária; Exemplo: miocárdio (coração). Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 30 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 2.2. MUSCULATURA ESQUELÉTICA Regulada por nervos cranianos e espinhais; Altamente vascularizados e inervados; Apresenta estriações visíveis (transversais) Formato: alongado; Fibras pluricelulares e perifericamente dispostas; Contração rápida e voluntária; 3 Tipos: músculo vermelho, músculo branco (pálido), músculo intermediário. Componentes: Ventre muscular: parte central e carnosa do músculo, de coloração avermelhada e exerce a função contrátil da musculatura. 3 CAMADAS: Epimísio: camada externa que envolve um grupo de feixes musculares. Perimísio: camada intermediária que agrupa feixes de fibras musculares. Endomísio: camada interna que reveste uma fibra muscular. Tendão: faixa de colágeno orientada paralelamente ao longo do eixo, de formato cilíndrico (forma de cordão). Presente nos músculos pélvicos e torácicos. Aponeurose: lâminas de tecido conjuntivo densamente arranjadas, de formato largo e fino (forma de fita).Presente nos músculos grandes e largos. Os tendões e aponeuroses fixam o músculo à ossos, cartilagens, articulações, pele e órgãos. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 31 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Os pontos onde os músculos se prendem aos ossos recebem os nomes de origem (extremidade fixa) e inserção (extremidade móvel). MEMBROS TRONCO, CABEÇA E PESCOÇO ORIGEM PROXIMAL MEDIAL INSERÇÃO DISTAL LATERAL FÁSCIAS Lâminas de tecido conjuntivo denso; Envolvem os músculos; Presente em diferentes partes do corpo; Formam uma bainha para contenção dos músculos, manutenção da posição e eficiência na ação muscular; Contribui no deslizamento dos músculos e na fixação ao esqueleto; Formam as lojas (ou septos) musculares. 2 TIPOS: SUPERFICIAIS PROFUNDAS Tela cutânea de tecido conjuntivo denso localizada logo abaixo da pele. Lâminas de tecido conjuntivo denso e brilhante que envolve diretamente os músculos. BOLSAS SINOVIAIS Desenvolvem-se em locais de atrito; Envolvidas por uma cápsula de tecido conectivo; 2 camadas: a membrana sinovial (interna) e a membrana fibrosa (externa). BAINHAS TENDÍNEAS Recobrem totalmente os tendões; Costumam se formar quando a membrana sinovial de uma articulação forma recessos. Manguito de contenção: localizado entre os músculos e serve para conter nervos e vasos. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 32 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 1. QUANTO À ORIGEM - Tendão de origem ou ponto fixo Uníceps: um tendão de origem (m. sartório) Bíceps: dois tendões de origem (m. bíceps) Tríceps: três tendões de origem (m. tríceps) Quadríceps: quatro tendões de origem (m. quadríceps) 2. QUANTO À INSERÇÃO - Tendão de inserção ou ponto móvel Unicaudado: uma inserção (m. gastrocnêmio) Bicaudado: duas inserções (m. bíceps braquial) Policaudado: mais de duas inserções (m. extensor dos membros) 3. QUANTO AO Nº DE VENTRES Monogástrico: um ventre (m. peitoral) Digástrico: dois ventres com um tendão intermediário (m. peitoral) Poligástrico: mais de dois ventres (m. reto abdominal) 4. QUANTO AO Nº DE ARTICULAÇÕES Monoarticular: uma articulação Biarticular: duas articulações Poliarticular: mais de duas articulações e normalmente apresentam duas caudas ou inserções. 5. QUANTO À FORMA Longilíneos: o comprimento predomina sobre a largura (músculos da cabeça e pescoço) Largos: o comprimento e a largura são iguais (m. grande dorsal) Fusiformes: variação de músculo longo, onde as fibras convergem em ambas as extremidades. Predominante nos membros superiores e inferiores. Musculatura fasciculada: origem a partir de vários fascículos. Ex: m. serrátil anterior. CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 33 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 6. QUANTO À DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS Fibras paralelas: paralelas à direção da tração do músculo. Fibras peniformes: em forma de pena, as fibras formam um ângulo com o tendão central. Unipenados: se encontra em um lado do tendão (m. semimembranoso) Bipenados: formam ângulo nos dois lados do tendão central (m. gastrocnêmio) Multipenados: vários tendões que convergem para o mesmo ponto (m. deltoide) 7. QUANTO À FUNÇÃO Extensor: aproximação de dois ossos; Flexor: afastamento de dois ossos; Adutor: aproximação dos membros; Abdutor: afastamento dos membros; Pronador: rotação medial; Supinador: rotação lateral; 8. QUANTO À AÇÃO Agonista: responsáveis pelo movimento desejado. O agonista sempre se contrai ativamente para produzir uma contração; Antagonista: executam a ação oposta à do agonista. Serve para coordenar, moderar ou frear o movimento fisiologicamente. Sinergista: auxiliam o movimento, facilitando a ação de outros músculos. Os músculos de fibras paralelas geralmente são quadrangulares como por exemplo o m. oblíquo do carpo. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 34 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - Conjunto de fáscias superficiais e profundas; - Superfície modeladora contrátil; - Lábios, narinas e pavilhão auricular; - Relaxamento e enrugamento. 1. M. ESFÍNCTER SUPERFICIAL DO PESCOÇO Mais desenvolvido da região laríngea; Atuação: tensor da fáscia laringomandibular; Fino ligamento muscular transversal e ventral da região laríngea; Direção caudal ao longo do pescoço. 2. M. CUTÂNEO DA FACE Extensa lâmina muscular que sobrepõe o masseter; Retrai o ângulo comissural da boca; Atua na tensão e movimentação da pele da cabeça; Platisma (carnívoros) Felinos: porções do m. platisma: cervical e mióide 3. M. FRONTAL Insere-se por baixo do orbicular do olho; Fixa e puxa o escutulo rostralmente; Repousa: ossos frontal e temporal. 4. M. ZIGOMÁTICO Feixe de músculo; Ventral e rostral do escutulo até o ângulo da boca; Mergulha profundamente ao m. malar; Insere-se no orbicular da boca. MUSCULATURA CUTÂNEA Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 35 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - Camadas superficiais e profundas; - Nervo facial: lábio e bochechas, extraorbitais das pálpebras e m. da orelha. 1. M. ORBICULAR DA BOCA Próximo às margens livres dos lábios; Ângulo da boca; Porções: labial e marginal; Função: fecha e abre a boca, enruga os lábios, sucção. 2. M. INCISIVO Margens alveolares dos ossos incisivos; Irradiam-se como lâminas musculares tênues dos dentes incisivos até o orbicular da boca; Função: levantar e deprimir os lábios. 3. M. LEVANTADOR NASOLABIAL Achatado (forma de ligamento); Superfície lateral do osso maxilar; Origem: fáscia da região frontonasal e lábio superior; Função: dilatar a narina, elevar e retrair o lábio superior. 4. M. CANINO Origina-se ventralmente ao forame infraorbitário; Insere-se no lábio superior e asa do nariz; Função: dilata a narina e eleva o canto da boca, rosnar. 5. M. MENTONIANO Tênue e infiltrado de tecido conjuntivo; Desdobramento do m. bucinador; Irradia para dentro do lábio inferior; Rigidez ao lábio inferior. M. interescutular: entre o m. frontal e o m. temporal. MUSCULATURA DA FACE Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 36 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 1. MÚSCULOS DA CABEÇA - Controlam as expressões faciais, permitem mastigar e movem estruturas sensoriais, tais como olhos e orelhas. M. Platisma – cutâneo (contração da pele) M. Frontal M. Temporal M. Zigomático M. Masseter - principal músculo mastigatório- ação de fechar a mandibular M. Parótido auricular M. Levantador nasolabial M. Canino M. Incisivo M. Orbicular da boca (porções marginal e labial) M. Bucinador M. Mentoniano (desdobramento do bucinador) M. Orbicular do olho M. Retrator do ângulo lateral do olho M. Elevador do ângulo medial do olho M. Malar M. Escútulo auricular superficial dorsal M. Interescutular 2. MÚSCULOS DO PESCOÇO - Ajudam a sustentar a cabeça e permitem ao pescoço flexionar, estender e mover a cabeça lateralmente. M. Digástrico M. Milo-hióideo M. Esternocefálico (porções esternoccipital e esternomastóideo) M. Esternohioideo M. Esternotireoideo MIOLOGIA - PRÁTICA Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 37 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos M. Braquiocefálico (porções cleidocervical, cleidomastoideo, cleiodobraquial) Intersecção clavicular ou tendão clavicular M. Omotransverso M. Trapézio (porções cervical e torácica) M. Romboide 3. MÚSCULOS DO TÓRAX - Auxiliar na respiração e proteção dos órgãos. M. Peitoral profundo ascendente M. Peitoral superficial (porções transversa e descendente) M. Reto abdominal M. Grande dorsal M. Escaleno M. Serrátil ventral M. Serrátil dorsal (porções cervical e torácica) M. Intercostal M. Oblíquo externo do abdome M. Oblíquo interno do abdome M. Transverso do abdome Curiosidade: M. Grande dorsal também pode ser denominado M. Latíssimo dorsal 4. MÚSCULOS DO OMBRO M. Deltoide - porções acromial e escapular M. Braquial (abaixo da porção cleidobraquial) M. Coracobraquial (dica: formato de bico de corvo) M. Bíceps braquial M. Subescapular M. Infraespinhal (dica: abaixo do processo espinhal) M. Supraespinhal (dica: acima do processo espinhal) M. Ancôneo Origem: crista epicondilar da fossa do olécrano Inserção: superfície lateral da região proximal final do úmero Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 38 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos M. Tríceps Braquial Possui 4 cabeças: cabeça longa, cabeça lateral, cabeça acessória e cabeça medial 5. MÚSCULOS DO MEMBRO TORÁCICO Macete: os músculos extensores estão presentes cranial e lateralmente; os músculos flexores caudalmente. Medialmente podemos observar extensor e flexor. M. Extensor radial do carpo Origem: crista epicondilar lateral do úmero Inserção: pequena tuberosidade do carpo II e III M. Extensor digital comum dos dedos M. Extensor digital lateral dos dedos M. Extensor ulnar do carpo M. Flexor ulnar do carpo Abaixo do flexor ulnar do carpo: M. Flexor profundo dos dedos (dica: mais robusto) e M. Flexor superficial dos dedos (dica: mais delgado) M. Flexor Radial do carpo (dica: visão medial) M. Pronador redondo (dica: entre o flexor radial do carpo e o extensor radial do carpo) M. Oblíquo do carpo 6. MÚSCULOS DO CINTURÃO PÉLVICO M. Sartório Cranial Origem: Crista ilíaca Inserção: Borda lateral do osso da tíbia M. Sartório Caudal M. Grácil Origem: Sínfise pélvica via tendão sinfisial Inserção: Borda cranial da tíbia M. Semitendinoso M. Semimembranoso M. Adutor da coxa M. Pectíneo M. Poplíteo Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 39 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos 6.1 MUSCULATURA GLÚTEA M. Glúteo médio M. Glúteo superficial (abraça o glúteo médio) M. Glúteo profundo (abaixo do glúteo médio e glúteo superficial) 6.2 ABAIXO DA MUSCULATURA GLÚTEA M. Obturador externo e interno M. Psoas (maior e menor) M. Íliopsoas (dica: próximo à crista ilíaca) M. Bíceps femoral M. Tensor da fáscia lata 6.3 QUADRÍCEPS DA COXA É FORMADO POR 4 MÚSCULOS M. Reto femoral Vasto lateral Vasto intermédio Vasto medial 7. MÚSCULOS DO MEMBRO PÉLVICO M. Tibial Cranial M. Extensor longo dos dedos M. Fibular longo M. Extensor lateral dos dedos M. Flexor digital profundo M. Flexor digital superficial M. Gastrocnêmio (cabeça lateral e medial) Obs: Tendão calcâneo ligado ao gastrocnêmio M. Interósseo Obs1: A injeção intramuscular passa pelos músculos Bíceps femoral, semitendinoso e semimembranoso Obs2: Há um linfonodo atrás do joelho denominado linfonodo poplíteo (o M. poplíteo leva esse nome por conta desse linfonodo) Obs3: O m. Pilo eretor – arrepio Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 40 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos MIOLOGIA - IMAGENS Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 41 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 42 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 43 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 44 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 45 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 46 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 47 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 48 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 49 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 50 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 51 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Fonte: Roteiro para estudo dos músculos do cão. Profª Jurema Depedrini - UFSM 52 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 53 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos SISTEMA CARDIOVASCULAR Transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e pela eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo por meio do sangue. Transporte de nutrientes: no tubo digestório, os nutrientes resultantes da digestão passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das célulasdo corpo origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio externo. O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de excreção é feito pelo sangue. Transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos órgãos, distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros órgãos do corpo. A colecistocinina, por exemplo, é produzida pelo duodeno, durante a passagem do alimento, e lançada no sangue. Um de seus efeitos é estimular a contração da vesícula biliar e a liberação da bile no duodeno. Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de calor pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado. Distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e células fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos. Intercambio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou armazenadas em uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, por exemplo, armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam glicose, que o sangue leva para outras células do corpo. Coagulação sanguínea: pelo sangue circulam as plaquetas, pedaços de um tipo celular da medula óssea (megacariócito), com função na coagulação sanguínea. O sangue contém ainda fatores de coagulação, capazes de bloquear eventuais vazamentos em caso de rompimento de um vaso sanguíneo. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 54 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos FORMAÇÃO - Coração - Sistema de vasos sanguíneos (sangue) e vasos linfáticos (linfa) - Pulmões - Artérias e veias (angiologia) - Microvascularização - Capilares (sítio de trocas de nutrientes, gases e metabólitos) - Vênulas pós-capilares (sítio de passagem de células sanguíneas) - Arteríolas (regulam o volume do fluxo sanguíneo) VASOS SANGUÍNEOS CAMADAS Túnica íntima: endotélio + subendotélio = tecido conjuntivo frouxo Túnica média: células musculares lisas, fibras reticulares e elásticas Túnica adventícia: camada de tecido conjuntivo mais externa 1. Artérias: conduzem sangue para fora do coração, são estruturas tubulares revestidas de endotélio com paredes espessas e elásticas; 2. Arteríolas: paredes compostas de músculo liso; 3. Capilares: tubos com calibre extremamente pequeno, compostos de endotélio, com parede permeável onde ocorrem as trocas gasosas. - Oxigênio e nutrientes: sangue arterial saem dos capilares para os tecidos; - Gás carbônico e resíduos: sangue venoso saem dos tecidos para os capilares. 3.1. Sinusóides: tipo de capilar, são grandes poros no endotélio descontinuo com membrana basal descontinua. Presente no fígado e órgãos linfoides. 4. Vênulas: fundem-se em veias maiores formando vasos progressivos 5. Veias maiores: diâmetro maior que as artérias, apresenta parede mais finas. Pressão do sangue venoso muito baixa e possuem válvulas que mantém o fluxo em direção ao coração. VASOS SANGUÍNEOS Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 55 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos VASO SANGUÍNEO TÚNICA ÍNTIMA TÚNICA MUSCULAR TÚNICA ADVENTÍCIA Arteríolas Delgada Uma ou duas camadas de células Pouco desenvolvida Artérias de médio calibre (muscular) Mais espessas que as arteríolas Bem desenvolvida Constituída por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e algumas fibras elásticas Artéria de grande calibre (elástica) Muito espessa Constituída por uma série de membranas elásticas dispostas circunferencialmente Pouco desenvolvida Vênula Delgada Quase inexistente ou formada por delgado extrato muscular Espessa Veia de médio calibre Delgada ou ausente Delgada com fibras musculares lisas entremeandos de fibras reticulares e de uma rede delicada de fibras elásticas Bastante desenvolvida Veia de grande calibre Bastante desenvolvida Reduzida com pouco tecido muscular e conjuntivo Bem desenvolvida com tecido muscular liso VASOS LINFÁTICOS Semelhantes as veias, estruturas em fundo cego, começam nos espaços intercelulares captando líquido extracelular, terminam em vasos linfáticos maiores e desaguam a linfa dentro da veia cava. VASOS LINFÁTICOS Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 56 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos VOLEMIA Sangue: sistema tubular fechado Volume sanguíneo: 6 – 8 % do peso corporal Gato 4% 75% veias 20% artérias 5% capilares Tempo de circulação: Grande porte: 30s Médio porte: 15s Gato: 7s CORAÇÃO Posição: mediastino (espaço entre o coração e o pulmão) médio – 60% à esquerda do mediano, entre a 3ª e 6ª costelas, margem ventricular próxima ao diafragma. Entre espécies: Equina: à esquerda do 3º ao 5ºespaço intercostal Bovina: ambos os lados, do 3º ao 4º espaço intercostal Canino, felino e suíno: até a 7ª costela Divisão: Base: direcionada dorsalmente, fixada por vasos, artérias e saco pericárdico; Ápice: direcionada ventralmente – esterno, totalmente livre no pericárdio Auscultação: 4º ao 6º espaço intercostal no cão do lado ESQUERDO 4º ao 5º espaço intercostal no cão do lado DIREITO 3º ao 5º espaço intercostal no equino do lado ESQUERDO CORAÇÃO Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 57 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos PERICÁRDIO Saco pericárdico: tecido fino flexível que circunda o coração Formação: Pericárdio visceral (epicárdio): reveste diretamente o coração Pericárdio parietal: reveste o coração externamente Espaço pericárdico: separa os pericárdios visceral e parietal. Nomenclaturas: - Esterno esternopericárdio (ruminantes, equinos e suínos) - Diafragma frênicopericardio (carnívoros e pequenos ruminantes) Nervo frênico: acúmulo de liquido – compressão – atividade cardíaca Sulco coronariano: indica a posição do sistema valvular, reforçado por feixes de fibras colágenas organizadas em forma de anel Esqueleto cardíaco: ossos cardíacos, presente em ruminantes, permite a passagem do sistema excitocondutor Veias magna e média desembocam no óstio do seio coronariano. ANATOMIA DO CORAÇÃO PAREDE CARDÍACA Epicárdio: revestimento seroso externo lâmina visceral do pericárdio Endocárdio: revestimento endotelial interno lâminas células endoteliais escamosas, reveste câmaras do coração e recobre as válvulas Miocárdio: camada muscular espessa músculo cardíaco DIVISÃO Veias cardíacas: veias cavas cranial e caudal sangue sistêmico (desoxigenado) – átrio direito Artérias pulmonares direita e esquerda: sangue desoxigenado – respectivos pulmões Veias pulmonares direita e esquerda: sangue oxigenado – átrio esquerdo Aorta: sangue oxigenado – circulação sistêmica PERICÁRDIO ANATOMIA DO CORAÇÃO Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 58 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos Tubérculo intervenoso: diminuir o turbilhonamento do sangue Valvas cardíacas Atrioventriculares Tricúspide: valva atrioventricular direita Mitral ou bicúspide: valava atrioventricular esquerda Cordas tendíneas e músculos papilares: protrusões musculares de dentro do ventrículo, evitam refluxo do sangue paradentro do átrio. ARCO DA AORTA - Tronco braquiocefálico: ramificações irrigam da parte cranial do animal; - Artérias subclávicas: suprimento sanguíneo para os membros torácicos; - Troncos costocervicais direito e esquerdo: suprimento às regiões do pescoço e à parede torácica cranial; - Artérias carótidas comuns direita e esquerda: suprimento do encéfalo. Emergem de um único tronco bicarotídeo. VALVA BICÚSPIDE ABERTA FECHADA CORDAS TENDÍNEAS FROUXAS TENSAS MÚSCULO PAPILAR RELAXADO CONTRAÍDO PEQUENA CIRCULAÇÃO GRANDE CIRCULAÇÃO Coração Pulmão Coração Coração Corpo Coração CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 59 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos CIRCULAÇÃO PULMONAR O sangue pobre em oxigênio sai do ventrículo direito, pela artéria pulmonar, chega aos pulmões, onde sofre o processo das trocas gasosas (hematose) - libera o dióxido de carbono (CO2) e recebe oxigênio (O2) – e retorna ao átrio esquerdo do coração pelas veias pulmonares. CIRCULAÇÃO CORPÓREA Responsável por garantir que o sangue oxigenado seja levado para todo o corpo e que o sangue rico em gás carbônico retorne ao coração. O sangue oxigenado sai do ventrículo esquerdo pela artéria aorta, é levado para as diversas partes do corpo, sofre trocas gasosas nos tecidos e retorna ao átrio direito do coração pelas veias cavas cranial e caudal. Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 60 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos DEFINIÇÃO - Movimento do sangue oxigenado a todas as áreas do corpo e o retorno do sangue desoxigenado ao coração. CIRCULAÇÃO FETAL SISTEMA LINFÁTICO - Responsável pela defesa imunológica; - Protege o corpo de macromoléculas exógenas e endógenas anormais, vírus, bactérias e microrganismos invasores; - Inclui todos os órgãos linfáticos: timo, tonsila, baço, linfonodos (hemais), tecido linfático difuso, nódulos linfáticos presentes em membranas mucosas. LINFONODOS - São firmes; - Possuem uma superfície lisa; - Formato ovoide ou em forma de feijão; - Funcionam como filtros e centros germinativos para linfócitos; - Área convexa e côncava; - Região do hilo; SISTEMA LINFÁTICO Resumo: aulas do professor Luciano Fonseca 61 Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos - Coberto por uma cápsula de tecido mole. Linfonodos palpáveis nos cães: submandibular, parotídeo, pré-escapular, axilar, inguinal e poplíteo. Linfonodos palpáveis nos ruminantes: mandibular, parotídeo, retrofaríngeo, pré-escapular, pré-crural e mamário (dois nódulos) Linfonodos dos suínos: - Apresentam uma ordem invertida - O tecido cortical é central e a medula periférica - Os vasos linfáticos aferentes penetram o linfonodo na altura do hilo - Os vasos linfáticos eferentes deixam o linfonodo pelo seio subescapular. Os linfonodos aumentam de tamanho por ocasião de processos infecciosos ou inflamatórios. LINFA - Transudato transparente; - É absorvida pelos capilares linfáticos de terminação cega; - Toda a linfa, com exceções, passa pelo menos por um linfonodo em seu trajeto dos tecidos para a circulação sanguínea. - Vasos linfáticos aferentes: transportam a linfa dos capilares para um linfonodo. Abrem-se no seio subescapular ou marginal. - Vasos linfáticos eferentes: são vasos que deixam o linfonodo, conduzindo a linfa e enriquecida com linfócitos. LINFONODOS HEMAIS - Possui arquitetura similar aos linfonodos - Estão localizados principalmente sob o teto do abdome e tórax - Possuem sangue ao invés de linfa - Estão conectados a vasos sanguíneos - Encontrado em todas as espécies, sendo mais comuns nas ovelhas. - Coloração escura.
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