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Educação Ambiental e Sustentabilidade

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Gildenor Silva Fonseca
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Tatiana Scaranello
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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A presente unidade tem o intuito de abordar a parte teórica refe-
rente à educação ambiental, abordando seus principais aspectos, prin-
cipalmente quanto às questões de sustentabilidade previstas na Agenda 
2030, um instrumento importante que vem sendo implementado pelos 
diversos governos municipais. É importante destacar que, não apenas, 
no ensino formal temos a educação ambiental sendo promovida, mas 
também, no cotidiano do setor público, do setor privado e da sociedade 
como um todo. Serão demonstradas práticas de promoção da educação 
ambiental e os benefícios delas oriundos, tanto na sociedade como um 
todo, como também, na preservação do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. Mas, o que se entende por educação ambiental? A resposta 
para essa indagação será vislumbrada ao longo do texto.
Educação ambiental; Sustentabilidade; Agenda 2030.
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 CAPÍTULO 01
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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 CAPÍTULO 02
A AGENDA 2030 NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E 
AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Conceito _______________________________________________________
O Desenvolvimento Sustentável no Contexto Internacional ______
O Art. 225 na CF/88 _____________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
A Agenda 2030 no Contexto da Educação Ambiental ____________
Direito Ambiental no Contexto das Mudanças Climáticas ________
A Questão Ambiental e o Panorama dos Riscos Globais _________
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A Sustentabilidade _____________________________________________ 13
 CAPÍTULO 03
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Lei nº 9.795/1999 ______________________________________________ 58
Direito Ambiental na Sociedade Contemporânea _______________ 76
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Estado Constitucional Ecológico ________________________________
Fundamentos Filosóficos da Proteção Ambiental _______________
Espécies de Meio Ambiente ____________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Fechando a Unidade ___________________________________________
Considerações Finais ___________________________________________
Referências ____________________________________________________
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Nesse módulo serão tratados alguns aspectos de extrema im-
portância para a educação ambiental: sustentabilidade e preservação 
do meio ambiente equilibrado.
A sustentabilidade ambiental possui diversos aspectos, sendo 
implementada tanto no âmbito social, quanto na Administração Pública, 
bem como no setor empresarial. O aluno verificará que, nesses três 
setores, a educação ambiental deverá ser implementada, não sendo 
restrita, apenas, à educação nas escolas e universidades.
Vale destacar que a interação entre as práticas de sustenta-
bilidade e a educação ambiental consiste em uma linha tênue, isto é, 
elas estão amplamente interligadas, uma vez que, para fins de prática 
de sustentabilidade, é imprescindível um preparo social, empresarial e 
da própria Administração Pública quanto aos objetivos, princípios e as 
diretrizes da educação ambiental. O mesmo ocorre em relação à pre-
servação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo impres-
cindível para fins de estudo da educação ambiental.
A educação ambiental, por ser um dos objetivos do desen-
volvimento sustentável (ODS) da AGENDA 2030, deve ser estudada 
conjuntamente com outros pontos do Direito Ambiental, bem como de 
outras disciplinas, como quanto ao Direito à Saúde. Inclusive, para fins 
de Direito à Saúde, principalmente no que tange ao Sistema Único de 
Saúde (SUS), a preservação do meio ambiente é de extrema importân-
cia, assim como o saneamento básico, uma vez que boas condições de 
moradia, de alimentação e detratamentos, assuntos que compõem o 
Direito Ambiental e proporcionam uma saúde pública de qualidade.
É importante destacar que tais condições somente serão al-
cançadas a partir de uma promoção de educação ambiental de qualida-
de em todas as esferas, principalmente quanto à população.
Mas, o que se entende por sustentabilidade?
Primeiramente, é imprescindível conhecer os principais pontos 
referentes ao desenvolvimento sustentável. Este pode ser compreendi-
do como o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades das 
gerações presentes sem comprometer a capacidade de as gerações fu-
turas satisfazerem as suas próprias necessidades; já a sustentabilidade 
consiste na capacidade de sustentar, manter o que foi conquistado. Por 
isso, um estudo referente à parte teórica do desenvolvimento sustentá-
vel no âmbito do Direito Internacional do Meio Ambiente é importante.
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CONCEITO
Primeiramente, é importante conhecer o conceito e os objetos 
da educação ambiental. Tem-se que esta compreende a construção de 
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
por parte da sociedade em interação com o Poder Público e voltados 
para a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, o 
qual é classificado como bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida. Nos termos do caput do art. 225 da CF/88, 
consiste em um aspecto essencial e da educação nacional, devendo 
estar previsto em todos os níveis e modalidades do processo educativo, 
como será visto oportunamente.
Um dos princípios básicos da Educação Ambiental, conforme a 
Lei n. 9.795/1999, é “a concepção do meio ambiente em sua totalidade, 
considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E 
A SUSTENTABILIDADE
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e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade”.
Sobre a ligação entre a promoção da educação ambiental e a 
sustentabilidade, alguns apontamentos são imprescindíveis, consoante 
o que será visto adiante.
A SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade ambiental possui diversos aspectos, sendo 
implementada tanto no âmbito social, quanto na Administração Pública, 
bem como no setor empresarial. Inclusive, nesses três setores, a edu-
cação ambiental deve ser implementada, não sendo restrita, apenas, à 
educação nas escolas e universidades.
Tem-se que a interação entre as práticas de sustentabilidade 
e a educação ambiental consiste em uma linha tênue, isto é, elas estão 
amplamente interligadas, uma vez que, para fins de prática de susten-
tabilidade, é imprescindível um preparo social, empresarial e da própria 
Administração Pública quanto aos objetivos, princípios e as diretrizes da 
educação ambiental.
Tal constatação é tão consistente, pois, inclusive normas inter-
nacionais de Direito Ambiental acabam por apontar a educação ambien-
tal como um dos principais instrumentos para fins de viabilizar a preser-
vação do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Um exemplo é a 
chamada Agenda 2030, fruto da Assembleia Geral da ONU, em 2015, 
realizada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. 
Esse documento trouxe os 17 (dezessetes) Objetivos do Desenvolvi-
mento Sustentável (ODS) e suas 169 metas, sendo que um deles é a 
promoção da educação ambiental. A sua importância é tamanha que 
muitos Estados acabaram por aderir às práticas, inclusive, no âmbito 
dos entes políticos, muitos municípios paulistas, tais como São José 
do Rio Preto e Santos, implementam, a cada dia, práticas referentes à 
promoção da educação ambiental, observando os parâmetros da norma 
internacional.
Mas, o que se entende por sustentabilidade?
Primeiramente, é imprescindível conhecer os principais pontos 
referentes ao desenvolvimento sustentável, que pode ser compreendido 
como o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades das gera-
ções presentes sem comprometer a capacidade de as gerações futuras 
satisfazerem as suas próprias necessidades; já a sustentabilidade con-
siste na capacidade de sustentar e manter o que foi conquistado. Por 
isso, um estudo referente à parte teórica do desenvolvimento sustentá-
vel no âmbito do Direito Internacional do Meio Ambiente é importante.
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O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO INTERNA-
CIONAL
Considerada como um marco do Direito Internacional do Meio 
Ambiental, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, 
também conhecida como Conferência Internacional sobre o Meio Am-
biente Humano, foi realizada em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1972, 
sendo que 113 países e mais de 400 organizações não governamentais 
participaram. Foi quando o desenvolvimento sustentável começou a ser 
propagado, consistindo, naquele momento, em uma ponderação entre 
a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado e o desenvol-
vimento econômico. 
Vale a pena mencionar que a Conferência das Nações Uni-
das sobre Meio Ambiente de Estocolmo não é de natureza vinculan-
te por possuir status de norma soft law. Valério de Oliveira Mazzuoli 
(MAZZUOLI, 2018, p. 925) explica que consistem em fontes do Direito 
Ambiental os princípios gerais de direito, os quais se encontram em 
diversas declarações internacionais sobre o meio ambiente, como, no 
caso, a de Estocolmo. 
Embora não possua natureza vinculante, certo é que a Decla-
ração de Estocolmo influenciou o legislador brasileiro, a exemplo do art. 
225 da Constituição Federal de 1988. Neste ponto, cabe a lembrança 
de que o Brasil não aceitou as disposições de Estocolmo logo em se-
guida à edição da Declaração, e somente mudou sua posição em 1981 
com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente, marco da prote-
ção do meio ambiente no Brasil.
José Afonso da Silva (SILVA, 2000, p. 67) menciona que a De-
claração de Estocolmo:
“abriu caminho para que as Constituições supervenientes reconhecessem o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito humano funda-
mental sobre os direitos sociais do Homem, com sua característica de serem 
realizados direitos a não serem perturbados.” 
A partir da explicação de José Afonso da Silva, Valério de Oli-
veira Mazzuolli (MAZZUOLI, 2018, p. 928 - 929) leciona que: 
a Declaração de 1972 conseguiu, portanto, modificar o foco do pensamen-
to ambiental do planeta, mesmo não se revestindo de qualidade de tratado 
internacional, enquadrando-se, ao lado das várias declarações memoráveis 
das Nações Unidas - de que são exemplos a Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos de 1948 (no campo dos Direitos Humanos) e a Declaração do 
Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (na esfera 
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da proteção internacional do meio ambiente) - no âmbito daquilo que se con-
vencionou chamar de soft law ou droit doux (direito flexível), governado por 
um conjunto de sanções distintas das previstas nas normas tradicionais, em 
contraponto ao conhecido sistema do hard law ou droit dur (direito rígido). 
Apesar de não se ter ainda, na sua moderna acepção ela compreende todas 
aquelas normas que visam regulamentar futuros comportamentos dos Esta-
dos, sem deterem o status de ‘norma jurídica’, é que impõem além de san-
ções de conteúdo moral, também outras que podem ser consideradas extra-
jurídicas, em caso de descumprimento ou inobservância de seus postulados.
A Cúpula da Terra ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em 
1992, com a participação de 172 nações. Dentre os objetivos da Rio 
92, destacam-se: a situação ambiental mundial nos últimos 20 anos, 
ou seja, desde 1972; a transferência de tecnologias aos países sub-
desenvolvidos para a preservação ambiental; o exame de estratégias 
nacionais e internacionais para incorporaçãode critérios ambientais ao 
processo de desenvolvimento; o sistema de cooperação internacional 
entre os Estados para coibir ameaças ambientais e, acaso venham a se 
concretizar, mecanismos para amenizar os impactos ambientais; reava-
liação do sistema de organismos da ONU.
É interessante destacar que o desenvolvimento sustentável 
ganhou destaque como a opção mundial para equilibrar o crescimento 
econômico com a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibra-
do. A partir desta premissa, diversos documentos foram aprovados na 
oportunidade da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambien-
te e Desenvolvimento. 
Primeiramente, destaca-se a Declaração do Rio, na qual foram 
aprovados 27 princípios ambientais que, conforme ensina Valério de 
Oliveira Mazzuoli, nos termos dos trechos supratranscritos, trata-se de 
um direito flexível (soft law), não possuindo status de norma propria-
mente dita, mas de fontes do Direito Internacional do Meio Ambiente. É 
indispensável conhecer os princípios mencionados.
O desenvolvimento sustentável foi consagrado como princípio 
da Declaração do Rio, entretanto, seu conceito somente foi definido por 
meio do Relatório de Brundtland (presidido pela primeira ministra norue-
guesa Gro Harlem Brundtland), também conhecido como “Nosso Futuro 
Comum” (Our Common Future), elaborado pela Comissão Mundial so-
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bre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento e publicado em 1987, sendo 
definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades pre-
sentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir 
suas próprias necessidades”. 
Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de 
medidas deve ser tomada pelos países para promover o desenvolvi-
mento sustentável: a) limitação do crescimento populacional; b) garan-
tia de recursos básicos a longo prazo; c) preservação da biodiversidade 
e dos ecossistemas; d) diminuição do consumo de energia e desenvol-
vimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; e) 
aumento da produção industrial nos países não industrializados com 
base em tecnologias ecologicamente adaptadas; f) controle da urbani-
zação desordenada e integração entre campo e cidades menores; g) 
atendimento das necessidades básicas da população.
Em âmbito internacional, as metas propostas pelo relatório 
consistem em: a) adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável 
pelas organizações de desenvolvimento; b) proteção dos ecossistemas 
supranacionais pela comunidade internacional; c) banimento das guer-
ras; d) implantação de um programa de desenvolvimento sustentável 
pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Posteriormente ao Relatório de Brundtland e à Rio 92, durante 
a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizada em 
Joanesburgo (África do Sul, em 2010), a Declaração de Joanesburgo 
estabeleceu que o desenvolvimento sustentável se baseia em três pi-
lares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção 
ambiental, devendo ambos estarem equilibrados.
No que tange ao pilar do desenvolvimento social, pode-se con-
cluir que a valorização do capital humano, principalmente no que con-
cerne à uma legislação trabalhista adequada e a um meio ambiente do 
trabalho satisfatório para funcionários, assim como à garantia a uma 
saúde pública de qualidade, satisfazendo as necessidades da popula-
ção como um todo, também as questões envolvendo os povos tradicio-
nais, a mulher, a infância e a juventude, além da desigualdade de gê-
nero. Já o pilar desenvolvimento econômico, refere-se a uma economia 
mais preocupada com o meio ambiente, na qual o intuito lucrativo não 
seja, apenas, a única vertente, devendo as externalidades negativas 
serem internalizadas no processo industrial, além da preocupação com 
a oferta de produtos ecoeficientes. Por fim, a preservação do meio am-
biente ecologicamente equilibrado, considerado como direito humano 
de terceira dimensão (MAZZUOLI, 2018, p. 928).
Outro documento oriundo da Rio 92 é a Agenda 21, que con-
siste em um compromisso político não vinculante, cujo intuito é a formu-
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lação de políticas públicas ambientais para o novo milênio, disposta em 
quatro seções: a) Dimensões Econômicas e Sociais; b) Conservação 
e Administração de recursos; c) Fortalecimento dos Grupos Sociais; d) 
Meios de implementação. 
Também se destaca a Carta das Florestas, conhecida ainda 
como Declaração de princípios para o desenvolvimento sustentável das 
florestas, a qual não possui força vinculante.
É indispensável conhecer a Convenção sobre Diversidade Bio-
lógica, mais conhecida como Convenção da Biodiversidade, promul-
gada pelo Decreto presidencial 2.519/1998. Mazzuolli (MAZZUOLLI, 
2018, p. 930) ensina que a presente Convenção garante às presentes 
e futuras gerações “a preservação da biosfera, visando à harmonia am-
biental do planeta.” No preâmbulo deste instrumento internacional:
“os Estados são responsáveis pela conservação de sua diversidade biológica 
e utilização sustentável de seus recursos biológicos (...) a importância e a 
necessidade de promover cooperação internacional, regional e mundial entre 
os Estados e as organizações intergovernamentais e o setor não governa-
mental para a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentá-
vel de seus componentes.”
O art. 1º da referida Convenção pressupõe os seguintes ob-
jetivos: a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus 
componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com 
a utilização de recursos genéticos, por meio do acesso apropriado a tais 
recursos e transferência de tecnologia relevante. 
Conforme abordado anteriormente, os Estados possuem direi-
to soberano de explorarem seus próprios recursos, consoante suas po-
líticas domésticas, desde que a exploração referida não cause danos ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para tanto, se compromete-
ram a exigir avaliações de impactos ambientais, instrumento, inclusive, 
da Política Nacional do Meio Ambiente. 
Os Estados se comprometeram também a adotar medidas in-
dispensáveis para a conservação ex situ (conservação dos componen-
tes da diversidade biológica fora de seus habitats naturais) e in situ 
(conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e re-
cuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais 
e, no caso, de espécies que sejam domesticadas ou cultivadas, onde 
tenham desenvolvido suas características.
Em decorrência da Convenção sobre Biodiversidade, o Proto-
colo de Cartagena, do qual o Brasil é signatário, veio com o intuito de 
complementar o texto do instrumento internacional, por meio do Decreto 
Legislativo 908, de 21 de novembro de 2003, assegurando maior prote-
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ção quanto aos organismos vivos modificados resultantes da biotecno-
logia, levando em consideração os riscos para a saúde humana. Vale 
destacar que o referido Protocolo não será aplicável aos organismos 
modificados que consistam em medicamentos para uso de seres huma-
nos que estejam previstos em outras normas específicas. 
Outro instrumento complementar da Convenção sobre Biodi-
versidade é o Protocolo sobre Acesso e Repartição de Benefícios de 
Recursos Genéticos da Biodiversidade, de Nagoya, fruto da Conferên-
cia das Partes (COP 10), ainda não ratificado pelo Brasil, entrando em 
vigor internacionalmente em 12 de outubro de 2014, cujo objetivo é im-
plementar a repartição justa e equitativa de benefícios oriundos da uti-
lização dos recursos genéticos. No mais, nesta Conferência das Partes 
10, houve uma elevação de 10% para 17% da meta de conservação de 
áreas protegidas terrestres; embora, no que tange às áreas marinhas, o 
percentual se manteve em 10%.
Também conhecida como Convenção das Nações Unidas so-
bre o Direito do Mar, foieditada em Montego Bay, Jamaica, em 1982, 
entrando em vigor, internacionalmente, no dia 16 de novembro de 1994.
O Brasil firmou a Convenção das Nações Unidas sobre o Di-
reito do Mar juntamente com 118 países, em 22 de dezembro de 1998, 
veio a ratificá-la. Uma nova perspectiva de exploração dos mares, mais 
especificamente, os fundos marinhos, veio a ser implementada, ficando 
adstrito ao controle de toda humanidade (res communis).
Apesar do objeto central da Convenção ser a regulação dos 
ambientes marinhos, tais como do mar territorial, da plataforma conti-
nental e da zona econômica exclusiva, ele também se preocupa com 
a preservação dos oceanos, uma vez que a conservação e utilização 
equitativa de seus recursos vivos e a proteção do meio marinho são 
destaque no preâmbulo da Convenção de Montego Bay.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e De-
senvolvimento definiu a importante AGENDA 21 GLOBAL, a qual tratou 
em sua Seção III, Capítulo 17, da proteção dos Oceanos, de todos os 
tipos de mares, das zonas costeiras e do uso racional dos recursos 
vivos. O documento prevê gerenciamento integrado e desenvolvimen-
to sustentável das zonas costeiras, inclusive das zonas econômicas 
exclusivas; proteção do meio ambiente marinho; uso sustentável dos 
recursos marinhos vivos, tanto os de alto mar, quanto os de jurisdição 
nacional, e o fortalecimento da cooperação e da coordenação no plano 
internacional.
É interessante correlacionar a Agenda 21, assim como a Con-
venção de Montego Bay e o art. 225, §4º, da Constituição Federal bra-
sileira de 1988. Este dispositivo declarou a zona costeira como patri-
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mônio, devendo, sua utilização, ser feita, na forma da lei, em condições 
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao 
uso dos recursos naturais.
A Lei nº 7.661/ 1988 instituiu o Plano Nacional de Gerencia-
mento Costeiro (PNGC), cuja função preponderante é a de “estabelecer 
normas gerais que visem à gestão ambiental da zona costeira do país, 
lançando as bases para formulação de políticas, planos e programas 
estaduais e municipais”. O referido plano consiste em um instrumento 
de gestão da costa litorânea brasileira, estabelecendo normas gerais 
obrigatórias para os Estados e Municípios. 
O PNGC dispõe que praias e mares territoriais são bens da 
União, nos termos da legislação constitucional, cabendo aos Estados e 
Municípios editar normas específicas, bem como a regulação de con-
trole de poluição em todas as suas formas, uso e ocupação do solo, 
incluindo a limitação ao uso de imóveis na região.
No que tange ao licenciamento ambiental na zona costeira, 
a lei em comento, em seu art. 6º, §2º, dispõe que ele será realizado 
através de análise de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo re-
latório de impacto ambiental (EIA-RIMA). Esse processo consiste em 
uma condição para qualquer atividade que enseje parcelamento ou re-
membramento do solo, atos que poderão causar quaisquer alterações 
significativas nas características naturais da Zona Costeira, devendo 
ser observados os princípios da precaução e da prevenção. Ademais, 
o licenciamento deverá obedecer às normas gerais, principalmente às 
Resoluções do CONAMA, sob supervisão da Comissão Interministerial 
para os Recursos do Mar.
Um tema muito atual envolvendo a zona costeira brasileira foi 
a edição de dois Decretos presidenciais que criaram novas unidades de 
conservação marinha, publicados em 19/03/2018.
O primeiro decreto criou a Área de Proteção Ambiental (APA) 
e o Monumento Natural (MONA) do Arquipélago de Trindade e Martim 
Vaz e Monte Colúmbia, localizados no extremo leste da Zona Econômi-
ca Exclusiva (ZEE) do litoral do Estado do Espírito Santo. Já o segundo 
decreto criou a Área de Proteção Ambiental (APA), Marinha do Arquipé-
lago de São Pedro e São Paulo e o Monumento Natural (MONA) Mari-
nho do Arquipélago de São Pedro e São Paulo no extremo nordeste da 
Zona Econômica Exclusiva, no litoral do Estado de Pernambuco. Com a 
criação dessas unidades, o Brasil ampliou de 1,5% para 25% a sua área 
protegida na zona costeira marinha.
Logo após, no ano de 2002, ocorreu a Cúpula Internacional 
sobre Financiamento e Desenvolvimento, que trouxe a Agenda Adis 
Abeba. No mesmo ano ocorreu a então Cúpula Mundial sobre o De-
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senvolvimento Sustentável (RIO+10), que, na verdade, não teve grande 
projeção como a RIO+20, razão pela qual é pouco cobrada em provas, 
entretanto, será estudada neste ponto, uma vez que é de extrema 
importância no cenário atual do desenvolvimento sustentável.
A RIO+20 foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, de 13 a 22 
de junho de 2012, contando com a participação de 193 países.
Desde 1972, havia uma discussão acerca do desenvolvimento 
sustentável, que naquela época era o “ecodesenvolvimento”, mas não 
se discutia como implementar estas práticas de sustentabilidade no ce-
nário nacional dos países que participaram dessas reuniões. Então, era 
essa a pendência no cenário internacional.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimen-
to Sustentável veio para suprir uma lacuna existente, pois, apesar do 
maravilhoso leque de normas internacionais sobre o desenvolvimento 
sustentável, faltava uma forma de demonstrar aos países participantes 
desses outros diplomas internacionais, meios de implementação destas 
práticas de sustentabilidade em seus territórios.
Um grande avanço que a RIO+20 trouxe foi a estruturação de 
uma Governança do Desenvolvimento Sustentável ou Governança Am-
biental. No cenário pátrio, vale o destaque para o Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA), criado em 1981 junto com a Política Nacio-
nal do Meio Ambiente (PNMA). Observe-se que essa criação é anterior 
à RIO-92. Em 1981, o Brasil já trouxe uma estrutura para implementar 
noções de sustentabilidade e uma política ambiental.
A governança de direito sustentável ou governança ambiental 
significa a capacidade de instituições governamentais e não governa-
mentais de, por meio de órgãos, regras e processos, orientar condutas 
de Estados e empresas em torno de valores e objetivos de longo prazo 
para a sociedade.
Com isso, a RIO+20 veio com o intuito de organizar uma es-
trutura institucional, cujo condão é implementar tudo aquilo que já havia 
sido discutido e aprovado em vários outros diplomas internacionais so-
bre o assunto e jamais viabilizado na prática.
Houve uma nítida preocupação, principalmente, com os paí-
ses que começaram a partir da RIO-92 a se interessar por práticas de 
sustentabilidade. Por exemplo, como a China iria proteger o seu meio 
ambiente se ela ainda não tinha uma estrutura que viabilizasse essas 
práticas de sustentabilidade? 
Atualmente, a China é um dos países que mais avança na 
adoção de tecnologias limpas no que concerne a fontes renováveis de 
energia. Logo, a RIO+20 veio proporcionar a estes países “novatos” 
na proteção ambiental um norte a ser seguido, demonstrando a neces-
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sidade de serem criadas estruturas para implementar essas políticas 
ambientais.
Além da questão da governança ambiental, a RIO + 20 des-
tacou a preocupação com a economia verde, que hoje está em alta 
na arquitetura, conforme se verifica em programas como da Discovery 
Home Health. E também em relação aos produtos que utilizamos em 
nosso dia a dia. Além disso, há projetos de lei que, adotando o caráter 
extrafiscal dos tributos, concedem benefícios tributários a proprietários 
de bens imóveis urbanos que adotem estas tecnologias na arquitetura 
ou na construção civil de seus imóveis, cujo intuito é a diminuição da 
dependência de energia elétrica, por exemplo. Portanto, há claramente, 
uma mudança no Direito Tributário brasileiro, que torna o tributo um ins-
trumento capaz de viabilizar a implementação de políticas ambientais.A partir desta explanação, surge o conceito de ecoeficiência. 
O que seria algo mais ecoeficiente? Comprar uma caneta que custa 
R$10,00 e dura seis meses ou comprar uma caneta que custa R$5,00 e 
dura apenas dois meses? Sem dúvidas, seria mais econômica e ecoe-
ficiente a primeira caneta, pois com maior carga, gera menor resíduo 
sólido. O resíduo sólido, se não tiver uma destinação adequada, implica 
em poluição do meio ambiente.
Atualmente, discute-se como otimizar a produção industrial, 
utilizando produtos ecoeficientes. A ideia é baratear o custo dos produ-
tos adotando critérios de sustentabilidade.
No mais, A RIO+20 trouxe, novamente, à baila a discussão so-
bre a erradicação da pobreza, que é um dos pontos objetivos de desen-
volvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030. Assim como, quanto à 
violência, outro reflexo da ausência do Estado em determinada região. 
O Estado deve estar mais presente, implementando políticas 
públicas, especialmente aquelas relacionadas à educação. A pobreza 
será radicada, principalmente, segundo os instrumentos do Direito In-
ternacional, através de uma política educacional.
Destaca-se, também, a edição do documento Esboço Zero, 
verificando a necessidade de fortalecer a governança internacional am-
biental para a promoção do desenvolvimento sustentável. Por conta 
disso, foi instituído um investimento no Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente (PNUMA), para o qual os países desenvolvidos 
deveriam repassar verbas anuais que seriam repassadas, mas, obvia-
mente, não há uma preocupação primordial desses países para com 
este programa das Nações Unidas para o meio ambiente. Igual situação 
ocorre com o fundo criado pelo Acordo de Paris.
Dessa maneira, os Estados, através das suas instituições go-
vernais e também através de instituições não governamentais, como as 
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ONG’s que cada vez se destacam mais em nosso país e no cenário in-
ternacional, alcançarão, por meio das regras e processos, uma maneira 
de orientar os Estados e empresas em torno dos valores e objetivos, em 
longo prazo, para viabilizar a implementação das noções de sustentabi-
lidade na sociedade.
A RIO+20 teve a preocupação de conceituar o PIB verde para 
estabelecer uma padronização metodológica do sistema de avaliação 
da atividade econômica, tendo em vista os interesses e necessidades 
de melhoria do meio ambiente, incluindo nessa mensuração novos parâ-
metros socioambientais a serem observados e aferidos pelos diversos 
países e, dessa forma, indo muito além dos parâmetros clássicos de 
desenvolvimento, limitados, então, essencialmente, apenas ao progres-
so tecnológico, mítico e ilimitado aumento sempre a crescente da oferta 
de bens e serviços para o consumo humano, cada vez mais insaciável.
Até então, a preocupação em relação ao PIB era tão somente 
quanto ao crescimento econômico. Com a RIO+20, o PIB verde ampliou 
o conceito de PIB conhecido. Se antes ele era considerado como o 
crescimento econômico, agora ele é vislumbrado como o crescimento 
econômico sustentável, observando-se o equilíbrio entre a preservação 
do meio ambiente, as relações sociais e a preservação do meio ambien-
te ecologicamente equilibrado.
O ART. 225 DA CF/88
O art. 225, objeto de estudo, é de suma importância, pois é a 
base do estado constitucional ecológico, além de ser o caráter fundante 
da Constituição, interesse difuso e direito de terceira dimensão. Des-
taca-se que a lei não possui palavras inúteis e que o direito é um jogo 
de palavras. Isso se aplica à Constituição e também à prova, ou seja, o 
caput do artigo 225 traz os deveres do Poder Público e da coletividade. 
O parágrafo primeiro elenca todos os deveres do Poder Público.
Verifica-se que todos têm direito ao macrobem ambiental, qual 
seja, o equilíbrio ecológico. Trata-se de um interesse difuso, mas que 
não possui relação com a classificação do Direito Administrativo e é 
essencial para a existência (informação implícita na leitura do artigo) e 
para a qualidade de vida da nossa existência. Exemplos são os casos 
na China em que os cidadãos não podiam sair de suas casas por conta 
da poluição atmosférica, tendo isso ocorrido também recentemente na 
Califórnia.
Por conta dessa essencialidade e desse direito de todos, o 
caput do artigo traz também um dever, incumbido à sociedade e ao 
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Poder Público, de defesa e preservação. Mais do que isso, cabe à so-
ciedade manter, defender e preservar o meio ambiente, ou seja, trata-se 
de um ato positivo para a geração atual e também para as futuras.
Cabe ressaltar que o Código Civil cuida dos nascidos com vida 
e põe a salvo os direitos do nascituro. O artigo 225 da Constituição traz 
direitos anteriores ao nascimento com vida e até mesmo anterior ao 
nascituro, ao tratar de gerações futuras.
 O parágrafo primeiro do art. 225 não traz incumbências para a 
coletividade, mas apenas para o Poder público. Isso costuma ser cobra-
do em provas. Logo, todos os incisos do parágrafo primeiro incumbem 
somente o Poder Público, pelo menos constitucionalmente falando. É 
evidente que, na prática, alguns desses incisos são incumbências tam-
bém da coletividade, mas, para efeitos de prova, incumbem somente o 
Poder Público.
 O parágrafo primeiro difere do caput ao incumbir tão somente 
o Poder Público, e não mais o Poder Público e a coletividade, dos de-
veres dispostos nos incisos do referido parágrafo. Essa diferença é de 
extrema importância.
Quanto ao inciso primeiro, vale destacar os verbos preservar 
e restaurar; ou seja, manter e, se for o caso de restauração ou recom-
posição específica, restaurar, pois tem-se o efeito da incerteza, o efeito 
borboleta que, em poucas palavras, pode conceituar-se como aquilo 
que se destrói e não se sabe a consequência, isto é, como o planeta 
lidará com isso.
O inciso segundo trata do patrimônio genético, objeto da Lei de 
Biossegurança, Lei nº 11.105/05 e também da Lei da Biodiversidade, 
Lei nº 13.123/15. Trata ainda da fiscalização das entidades dedicadas à 
pesquisa e manipulação de material genético. Como exemplo relaciona-
do ao assunto, tem-se a China, onde recentemente um cientista diz ter 
feito uma clonagem humana. Nesse caso, tem-se o limite da bioética e 
a preservação do patrimônio genético.
O inciso terceiro trata do espaço territorial especialmente pro-
tegido, que é um gênero do qual são espécies: área de preservação 
permanente (APP), reserva legal, todas as unidades de conservação 
dispostas na Lei de Unidades de Conservação – Lei nº 9.985/00 – api-
cuns, salgados, áreas de uso restrito etc.
O inciso ainda trata da alteração e supressão permitidas so-
mente através de lei, situação em que há exceção ao princípio do pa-
ralelismo das formas, que dispõe que lei deve ser extinta por lei, ato 
deve ser extinto por ato etc. Deve-se interpretar esse inciso da seguinte 
forma: qualquer alteração que implique redução de limites originários 
demanda lei.
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Um exemplo importante é quanto à ampliação de Unidade de 
Conservação feita por ato. No entanto, se além de toda a ampliação 
houver uma mínima redução de qualquer parte da UC, obrigatoriamen-
te, deve ser feito por lei, em sentido formal, e não mais por ato. É vedada 
a utilização de medida provisória para tal fim conforme entendimento do 
STF nos informativos nº 873 e 896, pois trata-se de um limite material 
implícito a edição de medidas provisórias que versem sobre a redução 
de espaço territorial especialmente protegido.
No final do ano de 2018, foi aprovada na Câmara, por meio de 
MP, a redução de treze espaços territoriais especialmente protegidos. 
Nesse caso, tal ato foi feito mediante MP e Jabuti (ou contrabando legis-
lativo), ou seja, inserir uma emenda parlamentar com matéria estranha 
à medida provisória.
Isso se dá por duasrazões: a primeira é de que medida provi-
sória tramita de maneira mais acelerada devido ao prazo para conver-
são em lei; e a segunda, para não chamar atenção. O STF já se mani-
festou em mais de uma oportunidade em 2015 e reafirmou em 2017 ser 
esse ato inconstitucional.
Ressalta-se que qualquer redução em espaço territorial espe-
cialmente protegido demandará lei especial. Dessa maneira, trabalha-
-se a exceção ao paralelismo das formas, pois isso facilita a criação e a 
ampliação e dificulta a redução. Essa interpretação também é tratada no 
art. 22, §§6º e 7º, da Lei nº 9.985/00, dos quais se recomenda a leitura.
Por fim, também é vedada qualquer utilização que comprometa 
a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. Tal entendi-
mento é obvio, visto que, havendo proteção de lugar detentor de meio 
ambiente cultural, exemplares raros da fauna, não é permitida sua uti-
lização de forma a comprometer o que justificou a criação do espaço 
territorial especialmente protegido.
No tocante ao inciso quarto, tem-se a Lei Complementar 140/11, 
que trata do licenciamento, e as resoluções CONAMA 237/97 e 01/86.
Nesse inciso, deve-se atentar às palavras: “potencialmente”, 
“significativa” e “publicidade”. Isto é, se houver obra ou atividade po-
tencialmente causadora de significativa degradação ao meio ambiente, 
serão exigidos o estudo de impacto ambiental (EIA) e o relatório de 
impacto ambiental (RIMA).
O estudo de impacto ambiental é feito excepcionalmente, ou 
seja, somente para obra de instalação ou atividade potencialmente cau-
sadora de significativa degradação ao meio ambiente. Já o relatório de 
impacto ambiental nada mais é do que um estudo de impacto ambien-
tal menor, resumido, com linguagem acessível à população para que a 
mesma tenha acesso à informação e possibilidade de reação.
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Quando o estudo de impacto ambiental se faz necessário?
A resolução 0001/86 traz um rol exemplificativo de hipóteses 
que estarão sujeitas ao estudo de impacto ambiental. Quando a hipóte-
se não estiver nesse rol exemplificativo, o órgão ambiental competente 
decide se o estudo de impacto ambiental é necessário ou não.
Vale ressaltar que a avaliação de impacto ambiental (AIA) é 
ampla e possui espécies, tais como: estudo de impacto ambiental (EIA), 
relatório de impacto ambiental (RIMA), avaliação ambiental integrada 
(AAI), avaliação ambiental estratégica (AAE), plano de recuperação de 
áreas degradadas (PRAD), entre outros.
O estudo de impacto ambiental será exigido na forma do art. 
225, §1º, inciso IV. O EIA é recorrentemente cobrado em provas e pos-
sui abrangência restrita, pois nem sempre ele será exigido; trata-se de 
um estudo complexo.
Como dito, a resolução 0001/86 traz um rol exemplificativo de 
hipóteses que estarão sujeitas ao estudo de impacto ambiental. Pode-
-se citar como exemplo desse rol estradas com várias bandas de roda-
gem, grandes usinas hidrelétricas.
Quanto ao inciso quinto, cita-se como exemplo de risco para a 
vida, qualidade de vida e para o próprio meio ambiente, o agrotóxico. 
Nesse caso, não se trata de tempero ecocêntrico, pois comporta riscos 
para o meio ambiente que refletem no ser humano. O principal tempero 
biocêntrico encontra-se no inciso sétimo. Pode-se citar como exemplo 
ainda os resíduos sólidos perigosos, os agrotóxicos e assim por diante.
No inciso sexto, aborda-se a educação ambiental e a lei de 
política nacional de educação ambiental, Lei nº 9.795/99.
Nos termos da lei, a educação ambiental tem um valor insepa-
rável do exercício da cidadania, visto que ela é um princípio do direito 
ambiental; entretanto é facultativa nos ensinos fundamental e médio. 
Por fim, no inciso sétimo, aborda-se o direito dos animais, o 
equilíbrio ecológico e também o dever ético de respeito aos animais. 
Não se quer um macrobem ambiental; trata-se de um dever ético de 
respeitar os animais. Cuida-se de um tempero biocêntrico, o antropo-
centrismo.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2012. Banca: FCC. Órgão: TRF – 5ª REGIÃO. Prova: ANALIS-
TA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA
Desenvolvimento Sustentável:
a) envolve iniciativas que concebem o meio ambiente de modo articula-
do com as questões sociais, tais como: saúde, habitação e educação, 
e que estimulem uma visão acrítica da população acerca das questões 
ambientais.
b) e crescimento econômico são sinônimos, significando atividades de 
incentivo ao desenvolvimento do país, seguindo modelos de avanço 
tecnológico e científico.
c) significa crescimento da economia, demonstrado pelo aumento anual 
do Produto Nacional Bruto (PNB) combinado com melhorias tecnológi-
cas e ganhos sociais relevantes.
d) pode ser alcançado somente através de políticas e diretrizes gover-
namentais de estímulo à redução do crescimento populacional do país, 
tendo em vista que a dinâmica demográfica exerce forte impacto sobre 
o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
e) significa crescimento econômico com utilização dos recursos natu-
rais, porém com respeito ao meio ambiente, à preservação das espé-
cies e à dignidade humana, de modo a garantir a satisfação das neces-
sidades das presentes e futuras gerações.
QUESTÃO 2
Ano: 2013. Banca: FCC. Órgão: SERGAS. Prova: TÉCNICO ADMI-
NISTRATIVO
A ideia de sustentabilidade vem ganhando espaço em nossos dias 
em todos os setores da vida. No espaço organizacional, fala-se 
de um “novo paradigma para as empresas”, que leve em conta as 
preocupações ambientais. Certamente, a área do Marketing está 
sendo afetada por essa nova visão de mundo. Apresenta um efeito 
da noção de sustentabilidade sobre o Marketing:
a) o abandono do chamado “marketing verde”.
b) o estudo e a criação de embalagens não recicláveis. 
c) o deslocamento do foco da promoção do consumo para a promoção 
do consumo responsável. 
d) a obsolescência planejada dos produtos.
e) o desenvolvimento de produtos ambientalmente menos seguros. 
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QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Enge-
nheiro(a) de Produção Júnior
O Relatório Brundtland, de 1987, propõe o conceito de desenvolvi-
mento sustentável como sendo o(a):
 a) desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem com-
prometer a habilidade das futuras gerações de atender às suas próprias 
necessidades.
b) desenvolvimento onde a prioridade são as relações de trabalho jus-
tas, e sem prejudicar a camada de ozônio e outros elementos ambien-
tais no presente.
c) desenvolvimento onde a biodiversidade deve ser preservada a todo 
custo.
d) forma pela qual a sociedade se organiza, considerando, essencial-
mente, os meios de produção e as relações trabalhistas.
e) forma de relacionamento entre o homem e o meio ambiente, conside-
rando a maximização do uso dos recursos no presente.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: Juiz Substituto
Na evolução da normativa do Direito Ambiental Internacional, po-
de-se identificar documentos elaborados por Comissões, como 
ocorreu com a Comissão da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvol-
vimento. Esses documentos são posteriormente discutidos para, 
eventualmente, serem incorporados em Declarações de Princípios 
das Conferências sobre Meio Ambiente. Esse processo pode ser 
identificado, quando da consagração do princípio do desenvolvi-
mento sustentável, respectivamente, pelo:
a) Programa da Agenda 21 e Declaração do Rio/92.
b) Plano de vigia Earthwatch e Cúpula de Johannesburgo.
c) Relatório Brundtland e Declaração do Rio/92.
d) Relatório Brundtland e Declaração de Estocolmo.
e) Plano de vigia Earthwatch e Declaração de Estocolmo.
QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina – PI Prova: 
Técnico de Nível Superior – Engenheiro Ambiental e/ou Sanitarista
Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capaci-
dadedas gerações futuras de suprir suas próprias necessidades é 
o cerne do conceito de desenvolvimento sustentável. Esse concei-
to foi proposto e publicado em: 
a) 1997 no Protocolo de Kyoto. 
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b) 1972 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Hu-
mano. 
c) 1992 na Rio-92. 
d) 2012 na Rio + 20. 
e) 1987 pelo Relatório Brundtland. 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Disserte sobre a sustentabilidade e a educação ambiental.
TREINO INÉDITO
Sobre o Direito Internacional do Meio Ambiente e a educação ambiental, 
assinale a alternativa correta.
a) A educação ambiental consiste em um fenômeno exclusivo da políti-
ca brasileira.
b) É exclusiva no ensino escolar.
c) A Agenda 2030 é fruto de uma reunião no âmbito da ONU ocorrida no 
ano de 2010.
d) O Brasil não é Estado participante da AGENDA 2030
e) A educação ambiental é de extrema importância no cenário do Direito 
Internacional do Meio Ambiente, inclusive, constando dentre os objeti-
vos do desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030
NA MÍDIA
“A importância da educação ambiental para a sustentabilidade”
“Na busca por uma consciência mais crítica sobre a sustentabilidade, 
a educação ambiental deve ser trabalhada de forma abrangente para 
atingir a todos os cidadãos. Ela pode ser entendida como uma metodo-
logia, em que cada pessoa pode assumir e adquirir o papel de membro 
principal do processo de ensino ou aprendizagem. Os atuais problemas 
ambientais revelam uma crise do antropocentrismo (do grego, anthro-
pos “humano” e kentron “centro” que significa homem no centro). Não é 
a natureza que está em desequilíbrio, mas a forma como as sociedades 
estão estruturadas.
A sustentabilidade ocorre a partir de uma lógica que satisfaça as ne-
cessidades atuais, sem comprometer as gerações futuras, pois o sa-
ber ambiental emerge de uma reflexão sobre a construção da própria 
vida humana no planeta. Enxergamos como fundamental que todo ser 
humano cumpra com os seus deveres e obrigações cuidando bem da 
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natureza. O processo de educação ambiental requer, então, uma mu-
dança comportamental.
O esgotamento nos ecossistemas dos recursos naturais e sua degra-
dação requerem ações não somente reativas, mas sim, cada vez mais 
proativas num mundo em que o saber ambiental emerge de uma refle-
xão do nosso projeto de dominação baseado na dualidade homem e 
natureza. A transformação do conhecimento em forma de tecnologias e 
instrumentos tem nos mostrado que estamos utilizando indevidamente 
os saberes adquiridos.”
“Inúmeras discussões sobre a educação ambiental surgiram de uma ne-
cessidade histórica que, desde a década de 60, no século XX, discutem 
a relação do homem com a natureza tentando, de certa forma, buscar 
alternativas sustentáveis, sendo um dos caminhos para tentar mudar a 
relação da humanidade com a natureza.
Segundo alguns estudiosos num terreno altamente político e ideológico, 
a educação ambiental surge como proposta ao enfrentamento dessa 
crise por meio da articulação entre as dimensões sociais e ambientais. 
A preocupação com o tema no Brasil iniciou-se mais intensamente na 
década de 90 com a aprovação da Lei 9.795, que institui a Política Na-
cional de Educação Ambiental. A lei afirma tratar-se de um componente 
essencial e permanente da educação no país, devendo estar presente 
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal em cada comunidade.
A educação ambiental deve ser abordada de forma sistemática e trans-
versal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da di-
mensão ambiental de forma interdisciplinar nas diversas disciplinas do 
currículo e contextualizados com a realidade de cada comunidade.
Para tanto, deveremos utilizar de metodologias ativas que propiciem a 
educação ambiental sensibilizando e alertando para um sistema cíclico, 
recíclico e não linear, alcançando o pensamento sistêmico. Buscar em 
cada plano de ensino gerar o conhecimento dos componentes e dos 
mecanismos que regem os sistemas naturais, além de apresentar pro-
postas de responsabilização e reconhecimento do ser humano como 
principal protagonista.
É necessário gerar a devida competência para a capacidade de avaliar 
e agir efetivamente na gestão do sistema nos mais variados ambientes 
educativos. Assim como, ajudar a exercer a cidadania na participação 
ativa da mudança e resgatar os direitos promovendo uma nova ética 
capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.”
“A educação ambiental tornou-se instrumento importante para construir 
um futuro melhor para as próximas gerações de forma sustentável. Ela 
compreende os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletivi-
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dade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltados para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum da sociedade, fundamental para a qualidade de vida e a sua 
sustentabilidade.
Nos meios sociais, a educação ambiental deverá ser trabalhada não 
de forma fragmentada, estanque, imóvel ou ainda limitada às come-
morações de datas como dia do meio ambiente, dia da água ou dia do 
índio. Não podemos mais ficar apenas com discussões a respeito da 
reciclagem ou separação de lixo, dos desastres ambientais, enchentes 
e outros temas catastróficos. Podemos, sim, educar para o despertar de 
uma consciência e práticas de ações ambientais sustentáveis.
Fonte: Gazeta do povo
Data: 19/03/2019
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/giro-sustenta-
vel/importancia-da-educacao-ambiental-para-sustentabilidade/
NA PRÁTICA
No contexto atual, as práticas de sustentabilidade ainda são considera-
das como pouco praticadas, seja no âmbito das grandes empresas, no 
setor público ou na sociedade como um todo. 
É indispensável que a educação ambiental cada vez mais promova a 
implementação de atitudes sustentáveis, com a finalidade de, cada vez 
mais, corroborar para uma preservação eficaz do meio ambiente.
Um exemplo é o município de Santos, localizado no litoral do Estado de 
São Paulo. A preservação do meio ambiente está prevista em sua lei 
orgânica, algo de extrema relevância. No entanto, mais relevante ainda 
é a implementação, na prática, de atitudes sustentáveis que a Adminis-
tração municipal vem adotando, inclusive na promoção da educação 
ambiental nas praias do município.
PARA SABER MAIS
Educação ambiental é sinônimo de sustentabilidade. 
Disponível em: <https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/edu-
cacao-ambiental-e-sinonimo-de-sustentabilidade/>
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A AGENDA 2030 NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
A Agenda 2030 consiste em um documento fruto da Assem-
bleia Geral da ONU, em Nova Iorque, no ano de 2015, cujo objetivo é a 
implementação de um plano de ação para as pessoas, para o planeta 
e para a prosperidade. Também busca fortalecer a paz universal com 
mais liberdade, reconhecendo que a erradicação da pobreza em todas 
as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior 
desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento 
sustentável.
A AGENDA 2030 NO CONTEXTO 
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AS 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
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Vide:
Figura 1 - Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Plataforma da Agenda 2030
Figura 2 - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: Plataforma Agenda 2030
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Um exemplo de ODS é a erradicação da pobreza, consistindo 
no 1º ODS, correlacionado com o 1º ODM, cujo objetivo é acabar com a 
pobreza em todas as suas formas,em todos os lugares. As metas deste 
ODS são:
1.1 Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos 
os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 
1,25 por dia 
1.2 Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulhe-
res e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas 
dimensões, de acordo com as definições nacionais 
1.3 Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social 
apropriados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura subs-
tancial dos pobres e vulneráveis 
1.4 Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os 
pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem 
como acesso a serviços básicos, propriedade e controle sobre a terra e ou-
tras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias 
apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças 
1.5 Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de 
vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos ex-
tremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, 
sociais e ambientais 
1.a Garantir uma mobilização significativa de recursos a partir de uma varie-
dade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desen-
volvimento, de forma a proporcionar meios adequados e previsíveis para que 
os países em desenvolvimento, em particular os países de menor desen-
volvimento relativo, implementem programas e políticas para acabar com a 
pobreza em todas as suas dimensões 
1.b Criar marcos políticos sólidos, em níveis nacional, regional e internacio-
nal, com base em estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sen-
síveis a gênero, para apoiar investimentos acelerados nas ações de erradi-
cação da pobreza.
Fonte: Plataforma Agenda 2030
Para cada objetivo do desenvolvimento sustentável há metas 
a serem alcançadas previstas na Agenda 2030. No Brasil, ela vem sen-
do implementada por parte dos governos federal, estadual e municipal. 
Exemplo disso foi a criação da Comissão Nacional sobre Desenvolvi-
mento Sustentável, por meio do Decreto nº 8.892, de 27/10/2016:
Art. 1º Fica criada a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvi-
mento Sustentável com a finalidade de internalizar, difundir e dar transparên-
cia ao processo de implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável da Organização das Nações Unidas, subscrita pela República 
Federativa do Brasil.
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Parágrafo único. A Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimen-
to Sustentável é instância colegiada paritária, de natureza consultiva, inte-
grante da estrutura da Secretaria de Governo da Presidência da República, 
para a articulação, a mobilização e o diálogo com os entes federativos e a 
sociedade civil.
Figura 3 - Plano de Ação CNODS 2017 - 2019
Fonte: Plataforma Agenda 2030
Figura 4: Missão da Comissão para os ODS
 
Fonte: Plataforma da Agenda 2030
Figura 5: Visão da Comissão Nacional para os ODS
Fonte: Plataforma da Agenda 2030
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Esta Comissão, na verdade, visa implementar a governança 
sustentável, conforme pressupõe a Rio+20, formada por diversos mem-
bros, sendo considerada colegiada e de natureza consultiva. 
Tal Comissão reúne representantes dos três níveis de governo, 
assim como representantes da sociedade civil, os quais são considera-
dos como responsáveis por difundir e articular com os entes políticos 
e a sociedade civil, as ideias dispostas na Agenda 2030, para fins de 
implementá-las em todo o território nacional.
Quanto à internalização da Agenda 2030, portanto, tem-se:
Figura 6 - Sociedade Brasileira
Fonte: Plataforma Agenda 2030
Logicamente que não basta a internalização da Agenda 2030 
apenas, mas também é imprescindível que ocorra a interiorização, isto 
é, que estados e municípios brasileiros, assim como entes privados e 
a sociedade civil como um todo, acabem implementando os 17 ODS e 
suas respectivas metas. 
Segundo a Plataforma Agenda 2030, para fins de implementa-
ção dos objetivos do desenvolvimento sustentável, é indispensável que 
sejam realizadas as seguintes iniciativas:
• Estimular a criação de Comissões Estaduais para os ODS 
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para coordenação das atividades relativas à implementação da Agenda 
2030 nos respectivos estados;
• Estimular a criação de Comissões Municipais para os ODS 
nos municípios brasileiros para coordenar a implementação da Agenda 
2030 nos respectivos municípios;
• Estimular os Estados e Municípios a mapear as políticas pú-
blicas (PPA) e sua relação com as metas dos ODS;
• Valorizar e dar visibilidade em todo o território nacional às 
boas práticas que contribuam para o alcance das metas dos ODS, por 
meio de prêmio, selos, certificados e sistematização de boas práticas, 
dentre outros, para facilitar aos gestores públicos, ao setor privado, à 
academia e às organizações da sociedade civil a implantação de proje-
tos que contribuam para o alcance dos ODS;
• Estimular as organizações da sociedade civil a realizarem o 
mapeamento e a divulgação da relação dos seus projetos com as metas 
dos ODS;
• Estimular o setor privado a realizar o mapeamento e a divul-
gação da relação dos seus projetos com as metas dos ODS;
• Fortalecer as plataformas e observatórios públicos e da socie-
dade civil que disponibilizam dados e diagnósticos sobre a situação dos 
municípios, estados e do país, relativos ao alcance das metas dos ODS;
• Estimular e fortalecer parcerias que contribuam com projetos, 
ações e iniciativas para o alcance dos ODS; e
• Estimular a capacitação de atores e gestores locais.
Fonte: Plataforma Agenda 2030
Em relação à estrutura da Comissão:
Figura 7 - Comissão Nacional ODS.
Fonte: Plataforma Agenda 2030
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Conforme o art. 2º, do Decreto instituidor (Decreto nº 8.892, 
27/10/2016), a Comissão possui as seguintes atribuições:
l. Elaborar Plano de Ação para implementação da Agenda 2030;
II. Propor estratégias, instrumentos, ações e programas para a implementa-
ção dos ODS;
III. Acompanhar, monitorar o desenvolvimento dos ODS e elaborar relatórios 
periódicos;
IV. Elaborar subsídios para discussões sobre o desenvolvimento sustentável 
em fóruns nacionais e internacionais;
V. Identificar, sistematizar e divulgar boas práticas e iniciativas que colabo-
rem para o alcance dos ODS; e
VI. Promover a articulação com os órgãos e entidades públicas das Unidades 
da Federação, para disseminação e implementação dos ODS nos níveis es-
tadual, distrital e municipal.
O referido Plano para fins de implementação da Agenda 2030 
é composto por 5 (cinco) eixos:
Fluxograma 1 - Eixos Estratégicos
Fonte: Plataforma Agenda 2030
Destaca-se a necessidade da interiorização da Agenda 2030, 
principalmente no que concerne aos municípios brasileiros, consistindo 
em um dos eixos principais do Plano. 
Há que se considerar, ainda, que grande parte dos governos 
municipais não leva em consideração a necessidade da preservação do 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, corroborando, assim, para 
o surgimento de um desequilíbrio social, cuja compreensão se dá pela 
ausência de saneamento básico adequado, de tratamento dos corpos 
hídricos, pela ausência de órgãos de fiscalização ambiental para fins de 
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coibir queimadas, as quais prejudicam bastante a saúde dos munícipes, 
além da falta de reflorestamento, ocasionando a alta temperatura dos 
centros urbanos. Infelizmente, esta é a triste realidade da maioria.
Por outro lado, alguns municípios, ainda que constituam uma 
minoria, estão implementando as práticas previstas na Agenda2030, 
como Franca/SP e São José do Rio Preto/SP. 
Fórum Franca Sustentável “Agenda 2030” é 
apresentado à comunidade
Após cerca de 1 ano de um intenso trabalho entre as Institui-
ções de Ensino Superior de Franca (UNESP, UNIFRAN, UNIFACEF E 
FDF), o Fórum Franca Sustentável – assim nomeado o grupo de docen-
tes e autoridades que têm se reunido para discutir os pilares da susten-
tabilidade da ONU “Agenda 2030” – foi apresentado à comunidade na 
noite do dia 22 de abril, no auditório do SENAI de Franca.
Entre os participantes do evento, estiveram os representantes 
da Associação do Comércio e Indústria de Franca (ACIF), prefeitos de 
municípios vizinhos, docentes e alunos das quatro Instituições e a Sra. 
Flávia Lancha, principal incentivadora do grupo e demais representan-
tes da sociedade civil organizada.
O Fórum Franca Sustentável foi criado no primeiro semestre 
de 2018, devido a necessidade das IES se preocuparem e sedimenta-
rem os objetivos dos pilares da ONU, assim chamado “Agenda 2030”. 
Após reunirem seus principais docentes com ideias inovadoras, os pila-
res foram subdivididos em 9 grupos de trabalhos. São eles:
● Assistência Social;
● Saúde;
● Educação, Cultura e Igualdade de Gêneros;
● Indústria, Comércio e Serviços;
● Economia Solidária e Cooperativismo;
● Agricultura e Agronegócio;
● Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação;
● Meio Ambiente;
● Instituições.
Com reuniões mensais, os GTs se organizam para verificar os 
indicadores e metas a serem alcançadas para a cidade dentro de seus 
temas.
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Durante o evento realizado em abril, todas as Instituições apre-
sentaram seus pontos de vista em relação ao projeto, além de contar 
com uma importante apresentação do Prof. Cláudio Paiva, represen-
tante da Agenda 2030 na cidade de Araraquara – SP. Finalizadas as 
apresentações, a palavra foi aberta aos participantes do evento.
O Fórum Franca Sustentável espera promover outros eventos 
para apresentar as atividades desenvolvidas à comunidade de Franca.
Fonte: Unifran
Disponível em: https://www.unifran.edu.br/noticias/forum-franca-
sustentavel-agenda-2030-e-apresentado-comunidade/
A partir da reportagem mencionada, verifica-se o trabalho em 
conjunto da comunidade, representada por entidades civis, empresa-
riais e as universidades localizadas no município, juntamente com o 
ente municipal. Dentre os temas tratados, além da questão da preser-
vação do meio ambiente, pilar do desenvolvimento sustentável sobre 
preservação ambiental, o planejamento, desenvolvimento urbano e 
habitação, tema de extrema relevância, também foi abordado, assim 
como, a promoção da educação e da saúde de qualidade, assuntos 
que fazem parte do pilar do desenvolvimento sustentável referente ao 
desenvolvimento social. Também se vislumbra a preocupação com o 
desenvolvimento econômico, outro pilar do desenvolvimento sustentá-
vel, ao se preocupar com o comércio, a indústria e a economia solidária. 
O exemplo de Franca, município localizado no interior de São 
Paulo, deve ser acompanhado para fins de ser viabilizado, na prática, 
de ser um parâmetro para muitos outros municípios brasileiros. Não 
apenas por conta dos assuntos tão sensíveis à sobrevivência dos indiví-
duos, mas também pela interação entre o Poder Público e a sociedade, 
observando o princípio democrático previsto no art. 225 da CF/88. 
A participação popular deve ser incentivada ao máximo, princi-
palmente quando o assunto é meio ambiente. Para a promoção desta 
participação, uma educação ambiental deve ser, de fato, posta em prá-
tica, como no caso do município de Santos/SP, a partir do Instituto Mar 
Azul.
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Ação de proteção ao oceano recolhe 26 kg de microlixo 
no José Menino, em Santos
Cerca de 100 pessoas participaram da ação de combate ao 
lixo no mar, na manhã de sábado (05), no José Menino. Além de um 
mutirão de limpeza de praia, com voluntários do Instituto Mar Azul e 
da Associação de Moradores e Amigos Pé na Areia (Amapena), a Se-
cretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) promoveu a intervenção 
artística em bueiros. Foram recolhidos 26 quilos de microlixo, incluindo 
2.781 bitucas de cigarro, 2.154 plásticos moles 1.861 plásticos rígidos, 
1.307 embalagens de balas e doces e 1.143 isopores.
Com a mensagem ‘O Mar Começa Aqui’, as pinturas, feitas pe-
los artistas plásticos Érico Bomfim e Thiago Amorodio, têm como obje-
tivo chamar a atenção para o correto descarte de resíduos. A Prefeitura 
de Santos, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, desenvolve desde 
2017, convênio com a Agência Ambiental da Suécia para estudo das 
fontes de poluição marinha.
Fonte: Prefeitura de Santos
Disponível em: https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/acao-de-prote-
cao-ao-oceano-recolhe-26-kg-de-microlixo-no-jose-menino-em-santos
Figura 8 - Projeto Microlixo
Fonte: Instituto Mar Azul
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Percebe-se a importância da participação popular para fins de 
preservação do meio ambiente marinho, no município santista. Além do 
recolhimento do microlixo, conforme notícia disponibilizada, o instituto 
Mar Azul promove a educação ambiental através de projetos para fins 
de conscientização da importância do descarte correto de resíduos só-
lidos. Através destas práticas, assim como de campanhas realizadas 
pela prefeitura, a educação ambiental chega aos banhistas que usu-
fruem das praias de Santos, aos turistas, principalmente na época do 
verão, à sociedade como um todo, principalmente ao comércio local e 
às indústrias instaladas na região. Assim, é de suma importância que 
muitos municípios, como o de Santos, adotem tais práticas.
Outro exemplo interessante é quanto aos animais de rua, cuja 
população é crescente em todo o país, em decorrência do abandono. 
No município de São Pedro/SP, cidadãos se uniram para fins de imple-
mentar o Projeto Cão Comunitário, cuja intenção é promover ações de 
proteção e bem-estar dos animais, assim como a conscientização da 
posse responsável. 
Juntamente com o comércio local, os membros da comunida-
de iniciaram a instalação de comedouros e bebedouros nas paredes 
externas dos estabelecimentos, sendo que toda a sociedade se tornaria 
responsável pela manutenção, limpeza e abastecimento de água e de 
ração. A prática, que está sendo copiada por outros municípios brasilei-
ros, promove a adoção consciente dos animais de rua. 
A preocupação com os animais também faz parte dos objetivos 
do desenvolvimento sustentável, previstos na Agenda 2030 e deve ser 
promovido à população, a partir de uma educação ambiental eficaz.
No entanto, ainda se vislumbram retrocessos em matéria de 
preservação ambiental, contrariando os preceitos da referida Agenda 
2030 e indo na contramão da educação ambiental. Infelizmente, muitos 
comércios utilizam-se, de forma inadequada, de folhetos promocionais, 
os quais são lançados massivamente nas residências e nas ruas das 
pequenas e grandes cidades. 
Para fins de exemplo, no mesmo município de São Pedro/
SP, foi aprovada a Lei Complementar nº 170/ 2019, alterando o artigo 
102 da Lei Complementar nº 78/2012, de autoria do vereador Robinho 
Pedrosa, conhecida como Código de Postura do Município. A referida 
lei complementar determinava a proibição da distribuição de folhetos, 
panfletos ou qualquer tipo de material impresso veiculando mensagens 
publicitárias em para-brisas, debaixo de portas, jogados no chão ou lan-
çados de veículos, aeronaves ou edificações; algo benéfico, não ape-
nas para a população, mas também para fins de preservação do meio 
ambiente ecologicamente equilibrado. 
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Ademais, a lei em questão não proibia a distribuição dos fo-
lhetos, mas apenas regulamentava esta prática, até porque estabelecia 
que a entrega fosse realizadaem local apropriado, sendo proibida a 
colocação em grades, portões ou o lançamento no interior de jardins e 
garagens, com exceção de jornais e periódicos, ocasionando, por conta 
do descumprimento da norma, aplicação de multa. 
Posteriormente, foi aprovado o projeto de Lei Complementar nº 
15/2019, o qual revogou a lei complementar que regulamenta a distri-
buição de panfletos publicitários, um verdadeiro retrocesso em matéria 
de proteção ambiental e de promoção de educação ambiental.
Práticas como estas devem ser revistas pelos municípios 
brasileiros, uma vez que são totalmente contrárias ao que dispõe a 
Agenda 2030, internalizada pelo governo brasileiro, a qual deve ser im-
plementada por todos os entes políticos.
Vale destacar uma informação recente para fins de conscien-
tização:
Instituto alerta que plástico representa quase 50% do 
microlixo coletado nas praias de Santos
Além disso, os dados também apontam grande presença de 
bitucas na faixa de areia e calçadão da cidade.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Mar Azul revelou que o 
plástico representa quase 50% dos lixos recolhidos no último ano em 
mutirões feitos nas praias de Santos, no litoral de São Paulo. O nú-
mero desse material é correspondente a 82.639 fragmentos, do total 
de 173.488 recolhidos durante o Projeto Microlixo do instituto. Esses 
resíduos podem impactar direta e indiretamente na vida humana e nos 
organismos marinhos.
O Mar Azul chegou a esse número após realizar 24 mutirões 
para retirar lixos descartados irregularmente na faixa de areia e calça-
dão, em toda a extensão das praias, do Aquário ao limite entre os muni-
cípios de Santos e São Vicente. As ações são realizadas por centenas 
de voluntários e divididas por áreas, ao longo de todo o ano.
O plástico é o principal material encontrado nas coletas do Pro-
jeto Microlixo. Logo abaixo aparecem as bitucas de cigarro, com 61.091 
fragmentos, que representam 35% do total. Em seguida vêm as hastes 
flexíveis (2.715 ou 2%), metais diversos (2.298 ou 1%) e fragmentos de 
papel (2.055 ou 1%). Outros itens somam 22.690 ou 13%, completando 
mais de 173 mil fragmentos recolhidos.
O biólogo doutor em oceanografia e professor da Universidade 
Federal de São Paulo, Ítalo Braga de Castro, informou que o acúmulo 
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desse lixo pode gerar danos ao meio ambiente, além de riscos para a 
saúde. Entre os itens destacados por ele estão os mais encontrados 
nas praias, como os plásticos perfurocortantes, recipientes utilizados 
para armazenamento de drogas e bitucas de cigarro.
“No caso particular das bitucas, vocês têm uma pequena bom-
binha química, um artefato que acumula grandes quantidades de subs-
tâncias químicas perigosas, contaminantes e poluentes em potencial 
e que são lançados no mar. Tudo isso acaba redundando em riscos 
eminentes à saúde e também uma redução da satisfação de frequentar 
as praias, podendo afetar a nossa economia que é tão baseada e de-
pendente do turismo”, finaliza.
Ele ainda aponta que no cigarro há 7 mil substâncias químicas 
e que boa parte fica retida no filtro para que o fumante não inale. Essas 
substâncias ficam presas ao filtro e, quando essa bituca é descartada 
no ambiente, pode provocar uma série de impactos graves para os or-
ganismos marinhos, pois é uma veiculo de muitos contaminantes, con-
forme relata Ítalo.
Instituto Mar Azul
O trabalho do instituto começou em 2013, quando eles resolve-
ram criar um projeto voltado para a recolha do microlixo. “Isso veio para 
preencher uma lacuna que a gente tinha, pois já são realizados projetos 
de coleta de macrolixo. Esse lixo não recolhido acaba impactando no 
meio ambiente, na balneabilidade da água e na saúde humana”, explica 
o diretor presidente o Instituto, Hailton Santos.
Segundo ele, além dos voluntários, a Mar Azul também recebe 
a ajuda de alunos de escolas do município, nas quais eles realizam tra-
balhos de conscientização. “Nós temos um calendário, onde temos uma 
data por mês para fazer os mutirões. A gente atende escolas e levamos 
alunos para as praias para fazer a ação também”, finaliza.
Fonte: TV TRIBUNA. 
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/01/
22/instituto-alerta-que-plastico-representa-quase-50percent-do-microli-
xo-coletado-nas-praias-de-santos.ghtml . Acesso em 18/02/2020
Outro ponto interessante de destaque é a educação ambiental 
implementada nas unidades de conservação do meio ambiente. No Bra-
sil, atualmente, há dois grupos de unidades de conservação da nature-
za: grupo de proteção integral e grupo de uso sustentável. Vide:
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Quadro 1 - Unidades de Conservação da Natureza
GRUPO DE PROTE-
ÇÃO INTEGRAL OBJETIVO DOMÍNIO
REFÚGIO DA VIDA 
SILVESTRE
Reprodução de espé-
cies flora local e fauna 
local ou migratória
PÚBLICO OU PRIVA-
DO, se compatível, 
podendo ser desapro-
priada.
MONUMENTO 
NATURAL
 
Preservar sítios natu-
rais raros, singulares 
ou de grande beleza 
cênica
 
PÚBLICO OU PRIVA-
DO, se compatível, 
podendo ser desapro-
priada
ESTAÇÃO 
ECOLÓGICA
Preservação da natu-
reza e a realização de 
pesquisas científicas
 
PÚBLICO
RESERVA BIOLÓGICA
Preservação integral da 
biota e demais atributos 
naturais existentes em 
seus limites, sem inter-
ferência humana direta 
ou modificações am-
bientais, excetuando-se 
as medidas necessá-
rias para a recuperação 
de seus ecossistemas 
alterados e as ações de 
manejo
PÚBLICO
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PARQUE NACIONAL
Preservação dos ecos-
sistemas naturais de 
grande relevância eco-
lógica e beleza cênica. 
Pesquisa e científica, 
desenvolvimento de ati-
vidades de educação , 
turismo ecológico
PÚBLICO
GRUPO DE USO 
SUSTENTÁVEL
 OBJETIVO DOMÍNIO
ÁREA DE PROTEÇÃO 
AMBIENTAL (APA)
Área extensa, com um 
certo grau de ocupação 
humana, dotada de atri-
butos bióticos ou abió-
ticos
PÚBLICO OU 
PRIVADO
ÁREA DE RELEVANTE 
INTERESSE 
ECOLÓGICO
Área de pequena 
extensão, com pouca 
ou nenhuma ocupação 
humana, com 
características naturais 
extraordinárias ou que 
abrigue exemplares 
raros da biota regional
PÚBLICO OU 
PRIVADO
 FLORESTA NACIONAL
Área de cobertura 
predominantemente 
nativa. Uso sustentável 
dos recursos naturais
PÚBLICO
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RESERVA 
EXTRATIVISTA
Área utilizada 
por populações 
extrativistas locais
PÚBLICO
RESERVA DA FAUNA
Área natural com 
populações de animais 
de espécies nativas
PÚBLICO
RESERVA DO DESEN-
VOLVIMENTO SUS-
TENTÁVEL
Área natural que abriga 
populações tradicionais PÚBLICO
RESERVA PARTICU-
LAR DO PATRIMÔNIO 
NATURAL
Área privada, gravada 
com perpetuidade, com 
o objetivo de conservar 
a diversidade biológica
PRIVADA
Fonte: Scaranello, 2020.
Em âmbito de educação ambiental e promoção do desen-
volvimento sustentável, é indispensável correlacionar as unidades de 
conservação da natureza com as terras indígenas. Tatiana Scaranello 
(SCARANELLO, 2020, p. 138 - 139) destaca:
sobre unidades de conservação da natureza é quanto à possibilidade de coe-
xistirem com terras indígenas. Primeiramente, remete o leitor à atenta leitura 
do art. 231, da CF/88, o qual prevê a necessidade de demarcação por parte 
da União das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgado do Pet 3.388, rel. min. Ayres 
Britto, j. 19.03.2009, compreendeu haver perfeita compatibilidade entre meio 
ambiente e terras indígenas, ainda que estas envolvam áreas de “conserva-
ção” e “preservação” ambiental, autorizando a dupla afetação, sob a admi-
nistração do competente órgão de defesa ambiental, até porque (...) a ex-
clusividade de usufruto das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nas terras 
indígenas é conciliável com a eventual presença de não-índios, bem assim 
com a instalação de equipamentos

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