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Clínica Médico – Endócrinologia – Doenças da Tireoide Hipotireoidismo Hipertireoidismo Fisiologia Produção Hormonal: T4 – 80% T3 – 20% Precursores Hormonais Monoiodotirosina e Di-iodotirosina Conversão de T4 em T3 nos tecidos periféricos. T3 com maior atividade biológica. Regulação por feedback negativo Síntese Hormonal Transporte ativo de Iodeto – para o interior da célula tireoidiana. Oxidação do 1-e ligação a resíduos tirosil da Tg Monoiodotirosina MIT e Di- iodotirosina (DIT) Proteólise da Tg, com liberação dos hormônios livres na circulação. A oxidação do iodo e a reação de acoplamento são catalisadas pela peroxidase tireoidiana (TPO) – tireoidite de Hashimoto. Efeito de Wolff-Chaikoff Fenômeno autorregulador. Inibição da organificação do iodo e pelos níveis circulantes elevados de iodeto. Duração de dias. Seguido pelo fenômeno de escape: recomeça a organificação do iodo intratireoidiano com reestabelecimento da síntese normal de T4 e T3. A maior parte dos hormônios tireoidianos circula ligada a proteínas: Globulina de ligação da tiroxina (TBG) – 80% de T4. Albumina – 10% T4, 30% de T3. Transtiretina (TTR)- 10% de T4. 0,03% de T4 e 0,3 de T3 circulam em sua forma livre – biodisponível. T3 tem maior atividade biológica, meia- vida de 1 dia. T4 liga-se mais fortemente as proteínas – menor inativação e depuração, meia vida de 7 dias. Desinodinase Tipo I : Fígado, no rim e na glândula tireoide. Desinodinase Tipo II: Desinodinase Tipo III: Ação dos Hormônios Tireoidianos Receptores de hormônios tireoidianos em todos os órgãos e sistemas. Diferenciação celular durante o desenvolvimento. Homeostase termogênica e metabólica no adulto. Ação genômicas e não genômicas. Exame Físico Inspeção procurando Bócio Palpação (abordagem posterior e anterior) Ausculta (se houver bócio) pode ocorrer sopros no Hipertireoidismo. Exame Físico Geral Medidas antropométricas Medidas de outros sistemas. Testes de Função Tireoidiana 1. Exame de Tiragem: TSH Se o exame de TSH estiver alterado, repetir TSH e dosar T4 livre. 2. Aumento da TBG Congênita Estados Hiperestrogênicos: gravidez, estrogenoterapia, anticoncepcionais orais. Doenças: Hepatite infecciosa, hipotireoidismo, cirrose biliar, infecção pelo HIV Fármacos: tamofixeno, anticoncepcionais orais. 3. Redução da TBG Congênita Fármacos: Androgênios, glicocorticoides, 1-asparginase. Doenças: Cirrose, desnutrição proteica, síndrome nefrotica e hipertireoidismo. Substâncias que afetam a ligação dos HT as proteínas de ligação. Salicilatos, (FALTOU) Hipotireoidismo Hipotireoidismo primário HTP é muito prevalente em todo mundo – 95% do total dos casos de hipotireoidismo. Endêmico : regiões de deficiência de iodo. Maior incidência em mulheres. Hipotireoidismo central – Menos comum, prevalência estimada é de 0,005%. Hipotireoidismo Congênito 1 em cada 4 RN. Deficiência na produção ou ação dos hormônios tireoidianos. Primário (disfunção da tireoide) Fatores de Risco 4. Idade maior de 60 anos 5. Sexo feminino 6. Bócio 7. Doença nodular tireoidiana 8. Histórico familiar 9. Histórico de radioterapia na cabeça/pescoço 10. Doença autoimune tireoidiana. Causas mais comuns Tireoidite de Hashimoto, Tireoidites Subagudas, Tireoidite pós-parto, Tumor TSHoma Manifestações Clínicas Associadas a diminuição do metabolismo Intensidade depende do grau da disfunção. Cansaço, Hipersensibilidade ao frio e tendência para ganho de peso Podem evoluir para intenso cansaço, desânimo e dificuldade de raciocínio. Sintomas comuns: Constipação intestinal, diminuição da sudorese, pele seca e descamativa, unhas fracasse quebradiças, cabelos ressecados, quebradiços e com queda abrundante, edema em membros inferiores e peri- orbital. Grau mais avançado, surgem desatenção, apatia, lentidão de movimento e de fala (voz arrastada, rouquidão) letargia e coma. Coma Mixedematoso: Desencadeado por estresse (infecções, traumas, cirurgia) ou por medicamentos (barbitúricos, tranquilizantes) hipotermia e bradicardia. NO RN Persistência de icterícia fisiológica, choro rouco, constipação intestinal, sonolência, problemas relacionados a alimentação, hérnia umbilical, atraso da maturação óssea. Se não tratado de maneira adequada e precoce ocorre importantemente e irreversivelmente retardo mental. A maioria dos casos de hipotireoidismo congênito não tem sinais e sintomas ao nascimento TESTE DO PEZINHO Cretinismo: é o termo usado para vasos de hipertireoidismo congênito associado ao retardo mental. (FALTOU) Hipotireoidismo Subclínico: TSH baixo e T3 e T4 alto. Tireoidite de Hashimoto Hipotireoidismo de causa auto-imune. Pode haver bócio ou tireoidite atrófica. Prevalência aumenta com a idade. Infiltração linfocítica da tireoide com formação de centros germinativos e atrofia dos folículos tireoidianos. Origem multifatorial: Predisposição genética + fatores ambientais. (FALTOU ANTICORPOS) Tratamento Reposição de levotiroxina em dose única diária. Administrar em jejum, pelo menos 30 minutos antes do café da manhã (para não alterar absorção) Meia Vida de 7 dias. Adultos jovens (16 a 65anos) dose inicial diária é de 1,6 a 1,8 ug/kg de peso ideal. Crianças necessitam dose maiores. Em pacientes >65 anos (FALTOU) Hipotireoidismo Primário Dosagem de TSH e T4L, após 6 semanas do início ou ajuste da dose tempo mínimo ideal para que se observe uma resposta plena do TSH ao tratamento. Aumento gradual de 12,5 a 25 ug/dia até que se consiga a normalização do TSH. Hipotireoidismo Central Monitoramento e ajustes conforme quadro clinico as níveis de T4 livre (Terço superior) Nunca monitorar pelo TSH Avaliar a cada 6 a 8 semanas até se atingir a dose de manutenção, após semestral ou anual. Hipotireoidismo Subclínico TSH elevado com T4 livre normal Maior assintomáticos Progressão para hipotireoidismo franco: 2-4% ao ano, 33-55% em 10-20 anos. Risco maior de progressão com TSH acima de 10 e presença de anticorpos. Manejo controverso. De modo geral : TSH >10: tratar o paciente. TSH 7 a 9,9: tratar paciente <65 anos ou sintomáticos. TSH acima do limite superior de 6,9: tratar paciente < 65/70 anos se sintomático ou com altos títulos de anticorpos (maior risco de progressão) Eutireoidite Doente Síndrome do eutireoideo doente ou doença não tireoidiana. Alteração na função tireoidiana ocasionada por doenças sistêmicas graves (desnutrição, sepse, AIDS, cetoacdose diabética, insuficiência cardíaca, IAM) Redução do T3 – redução da conversão periférica de t4 em t3 com aumento do T3 reverso. Mecanismo de adaptação para imitar a atividade metabólica durante a doença. TSH sérico geralmente normal mas pode estar diminuído em casos mais graves. Durante a fase de recuperação os níveis de T3 e T4 normalizam-se e o TSH se eleva por algum tempo e pode alcançar 20Mul Hipertireoidismo Tireotoxicose Doença de Graves 60% a 80% dos casos de tireotixicose. Ocorre em até 2% das mulheres, porém é 10 vezes menos frequente em homens. Pico de incidência entre 30 a 60 anos, mas pode manifestar-se em qualquer faixa etária. Associada a: 1- Disturbios autoimunes endócrinos: Diabetes melito tipoI, doença de Addison, ooforite autoimune, deficiência isolada de ACTH. 2- Distúrbios não endócrinos: Miastenia gravis, LES, artrite reumatoide, Doença de Sjôgren, anemia perniciosa, hepatite crônica, vitiligo. 3- Anticorpos contra o TSHR (TRAb):Estimular a síntese e a liberação dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), inibe TSH. 4- Há nítida predisposição familiar (15% dos pacientes tem um parente próximo com DG) Quadro Clínico Sintomas por aumento do metabolismo basal. Principais sintomas: Hipersensibilidade ao calor, aumento da sudorese e a perda de peso apesar do aumento do apetite. Sugestivo: Nervosismo, irritabilidade, ansiedade, insônia, tremores, choro fácil, hiperexcitabilidade Ação direta dos hormônios no sistema nervoso. A ação dos hormônios sobre as fibras cardíacas causa taquicardia, palpitações, esforço, podendo levar a fibrilação atrial. Há aumento da motilidade intestinal ocasionando maior numero de dejeções ou diarreia franca. O paciente mostra-se inquieto, hipercinético, fala rapidamente, demonstra apreensão e apresentar tremores finos nas mãos. Pode haver presença de bócio difuso. Oftalmopatia de graves Condição autoimune associada ao hipertireoidismo por doença de graves. Há produção de anticorpos antitecido retro-orbitário com infiltração do espaço retrobulbar e dos músculos motores extraoculares por uma substância mucopolissacarídica, edema e células inflamatórias empurra o globo ocular para fora (exoftalmia) Ocorre lacrimejamento, fotofobia, sensação de areia nos olhos , dor retro- ocular, edema subpalpebral e diplopia. Observa-se também olhar brilhante e retração palpebral superior. Paralisia da musculatura ocular. Mixedema Pré-tibial: Lesões cutâneas em face anterolateral da perna. Placas brilhantes, vermelho- acastanhadas e rugosas. Indolores, mas podem determinar sintomas compressivos com insuficiência vascular. Mecanismo fisiopatológico é desconhecido provavelmente alteração autoimune (5% dos pacientes com doença de graves). Avaliação TSH suprimido e hormônios periféricos aumentados. Ocasionalmente, apenas o T3 está elevado, acompanhando a supressão do TSH (T3) Fase inicial da doença ou em casos de recidiva. Hipertireoidismo subclínico: Níveis baixos de TSH com T4 e T3 normais. Dosagem dos anticorpos contra a TPO ou TRAb pode ser útil se o diagnóstico não estiver clinicamente definido Não é rotina. TRAB – presente em 90 a 100% dos casos. Ultrassonografia Aumento da vascularização ao doppler. Glândula hipoecogênica e difusamente aumentada. Sensibilidade semelhante á RAIU/24h para o diagnóstico da DG Captação do Iodo radioativo nas 24h (raiu/24H) Captação elevada do iodo radioativo nas 24h – praticamente 100% dos casos de DG. Auxilia na diferenciação com os casos de tireotoxicose secundária á tireoidite subaguda linfocítica e tireoidite pós- parto situações em que a RAIU/24h Está caracteristicamente muito baixa ou ausente. Somente se tiver dúvida diagnóstica. Cintilografia De Tireoide Avaliação da presença de nódulos “frios” ou “quentes”. Diagnóstico diferencial de adenoma tóxico. Realizar se dúvida diagnóstica ou presença de nódulos. TRATAMENTO TIANOMIDAS Inibição da síntese de T4 e T3 Interferem na organificação e acoplamento. Avaliação a cada 4 a 6 semanas. Quando alcançar eutorieoidismo, redução gradual da tionamida até menor dose necessária para manter eutireoidismo. Duração do tto controversa – em média 12 -18 meses. A maioria atinge normalização da função tireoidiana recorrência frequente (50 a 55%) Maior chance de Remissão definitiva 1. Bócio pequeno 2. Idade >40 anos 3. Níveis iniciais de T3 pouco elevados. 4. TRAb em títulos baixos <30 U/l ao final do tratamento. 5. Uso de tionamida por 12 a 18 meses. 6. Supressão normal da tireoide ao T3. Após recorrência, pode-se optar por: Novo curso de tratamento com tionamidas ou manutenção indefinidamente. Tratamento com Iodo radioativo. Cirurgia.
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