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4 2 Os principais métodos de ensino no voleibol

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METODOLOGIA 
DO VOLEIBOL
Fernando Guilherme 
Priess
Os principais métodos 
de ensino do voleibol 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Aplicar o método de ensino mais adequado para o voleibol como
esporte educacional.
 Construir um programa de ensino do voleibol com foco no
desempenho.
 Elaborar uma intervenção de voleibol participativo.
Introdução
O voleibol é uma modalidade que se destaca em nível mundial e nacional 
no que se refere ao número de participantes e expectadores. Embora o 
esporte, de forma geral, seja uma prática padronizada e regida por regras 
comuns preestabelecidas, quando utilizado com outras finalidades que 
não sejam somente as de desempenho esportivo, pode se manifestar 
com diferentes características e objetivos. Para diferenciar as formas e os 
objetivos de aplicação do esporte, foi criada uma classificação específica: 
esporte educacional; esporte participativo; esporte de desempenho. Nas 
diferentes classificações, o ideal é que se apliquem estratégias e metodo-
logias específicas, pois os objetivos de aprendizagem são diferenciados.
Neste capítulo, você vai estudar o voleibol como esporte escolar, de 
participação e de rendimento. Vai conhecer as diferentes características de 
cada uma das formas práticas de desenvolvimento da modalidade, assim 
como as estratégias de aplicação de metodologias para as diferentes 
formas de manifestação do esporte. 
O voleibol como esporte educativo
A prática esportiva é essencial para a saúde e o bem-estar do ser humano. Por 
meio do esporte é possível ensinar:
  aspectos procedimentais — gestos motores;
  aspectos conceituais — regras e história das modalidades esportivas;
  valores fundamentais — autoconfiança, inclusão social, trabalho em 
equipe e respeito pelas outras pessoas. 
O voleibol, como conteúdo das aulas de educação física, é muito importante 
para o desenvolvimento integral do aluno e, como ferramenta, é fundamental 
para a difusão de um estilo de vida saudável e ativo, pois além dessa moda-
lidade ser bastante difundida no Brasil e no mundo, tem características que 
oportunizam a prática de pessoas de diferentes idades, habilidades e gêneros, 
sem distinção.
Considerando que boa parte das crianças e adolescentes só têm acesso 
à prática de alguma modalidade esportiva nas aulas de educação física, a 
importância de uma abordagem correta desse conteúdo aumenta, no caso 
específico o voleibol, pois muitos deles podem não ter outras oportunidades de 
vivenciar e de conhecer melhor a modalidade fora do ambiente escolar. Diante 
desses fatos, o voleibol deve ser explorado não só no quesito procedimental, ou 
seja, somente na prática, mas também nos aspectos conceituais (como forma 
de conhecimento geral do esporte, suas características, origem e formas de 
manifestação) e atitudinais, que estão diretamente relacionados às questões 
comportamentais que o esporte exige, como o desenvolvimento da liderança, 
do trabalho em equipe, da cooperação, do respeito ao adversário, entre outros.
A educação física, nos ambientes escolares, tem como principal obje-
tivo integrar o aluno na cultura corporal de movimento de forma completa, 
utilizando-se das mais diferentes práticas motoras e esportivas para promover 
o esporte como uma manifestação de saúde e de bem-estar, que pode ser pra-
ticado nas horas de lazer e como atividade física na prevenção de doenças. A 
prática esportiva no ambiente escolar deve inicialmente estimular e promover 
a integração e a socialização de todos, jamais deve distinguir e diferenciar os 
mais habilidosos dos que apresentam maiores dificuldades.
Existem diferentes metodologias e formas de aplicação do conteúdo do 
voleibol no ambiente escolar, mas um aspecto que deve ser levado em consi-
deração antes de escolher e aplicar uma metodologia são os objetivos que se 
pretende alcançar com as práticas. 
Os principais métodos de ensino do voleibol2
Para a escolha correta de uma metodologia adequada para as aulas de 
educação física, deve-se levar em consideração alguns aspectos importantes, 
são eles:
  Os aspectos psicomotores são imprescindíveis para o ensino de qualquer 
modalidade esportiva, por isso, na iniciação, devem ser trabalhadas 
atividades que promovam o desenvolvimento da coordenação motora, 
da orientação espacial e temporal, da lateralidade, da noção do esquema 
corporal, do ritmo, entre outras habilidades psicomotoras. O desenvol-
vimento dessas habilidades deve acontecer de forma lúdica, por meio 
de atividades que façam com que a criança tenha prazer na prática da 
modalidade e se sinta atraída para conhecer mais a fundo as questões 
inerentes ao desporto.
  Os jogos pré-desportivos são excelentes ferramentas para o ensino dos 
esportes. Por exemplo, o jogo de queimada/caçador trabalha de uma 
forma dinâmica e divertida diferentes tipos de movimentação (lateral, 
frente, atrás, alta, baixa) além da agilidade, e ações de ataque e defesa, 
entre outros aspectos que são comuns aos esportes coletivos.
  O esporte deve ser ensinado de maneira gradativa: do mais simples 
para o mais complexo.
  As brincadeiras e as atividades lúdicas auxiliam no desenvolvimento de 
valências físicas e motoras que são importantes nas práticas esportivas.
  É importante que se utilizem materiais e equipamentos diversificados 
para que as aulas sejam mais motivantes e criativas e que estimulem 
diferentes tipos de habilidades. Exemplos de materiais e equipamentos: 
bolas de diferentes tamanhos, pesos e formatos; bambolês; bastões; 
cordas; elásticos; escadas de agilidade; cones, entre outros.
  É muito importante que as atividades promovam a socialização, a 
integração, a cooperação e o trabalho em equipe.
  Metodologias que utilizam o jogo propriamente dito como referência 
na aprendizagem são muito bem aceitas e têm ótimos resultados no 
ambiente escolar. O ensino fragmentado e repetitivo de fundamentos 
de forma isolada torna as aulas monótonas e pouco atrativas; portanto 
é importante que os jogos estejam presentes no processo de ensino-
-aprendizagem em ambientes escolares.
Qual seria a metodologia mais adequada para aplicação nos ambientes 
escolares? Como fazer? O que fazer?
3Os principais métodos de ensino do voleibol
Tratando-se de metodologias de ensino, é muito complexo elencar qual seria 
a melhor delas para o desenvolvimento no ambiente escolar, pois o método de 
ensino depende muito da realidade de cada instituição, da estrutura disponível, 
dos recursos, da equipe, do material, dos objetivos de aprendizagem, entre 
outros aspectos. Diante desses fatos, é viável estabelecer diferentes possibili-
dades e formas de atuação, relatos de experiências de ensino para que, assim, 
seja possível optar pelas metodologias que possam ser mais adequadas para a 
realidade que se pretende aplicar.
Não existe uma receita ou uma padronização de metodologia para se traba-
lhar a educação física, nem seus conteúdos no contexto escolar. As diretrizes 
são estabelecidas e, a partir delas, os profissionais da instituição devem, em 
conjunto com a equipe pedagógica, discutir os conteúdos e as metodologias 
mais adequadas para a realidade dos alunos e da instituição.
Pensando o voleibol como conteúdo da educação física escolar, sugeri-
remos que o professor elabore um planejamento para que os conteúdos não 
sejam aplicados da mesma forma em todo o período escolar. Na sequência, 
será apresentada uma sugestão de divisão de conteúdos de acordo com as 
diferentes faixas etárias:
De 2 a 6 anos — nessa fase, a criança está no período de formação das 
habilidades motoras básicas e da psicomotricidade. Nesse período, é impres-
cindível que o fator lúdico seja preponderante na escolha das atividades. Não 
é indicado que atividades específi cas voltadas ao esporte sejam trabalhadas, 
mas que jogos motores, cooperativos, recreativos e de formas diversas, sejam 
explorados nas mais diferentes possibilidades. O objetivo principaldeve ser 
o trabalho do repertório motor de forma global.
De 7 a 10 anos — nesse período, as habilidades motoras básicas das crianças, 
se bem estimuladas, já devem estar bem desenvolvidas. Sugerimos, ainda, 
que o trabalho psicomotor geral seja o foco do aprendizado. As crianças 
já começam a compreender regras e elas podem ser trabalhadas por meio 
de pequenos jogos motores e recreativos. Embora possam ser introduzidas 
algumas atividades competitivas, o foco deve estar em jogos e em atividades 
cooperativas. A partir dos 8 anos de idade, alguns esportes já podem ser 
introduzidos, mas de forma adaptada (bola, quadra, regras) e sem a cobrança 
da execução técnica dos fundamentos de forma padronizada. O voleibol pode 
ser inserido por meio do minivoleibol, que tem regras próprias e é jogado em 
quadras adaptadas e com menor número de jogadores.
Os principais métodos de ensino do voleibol4
De 11 a 12 anos — nessa fase, o repertório motor da criança já deve estar bem 
desenvolvido. Pode-se trabalhar com atividades que envolvam diferentes tipos 
de habilidades e movimentos, como andar em diferentes direções controlando 
uma bola pelo toque; deslocamentos rápidos (agilidade) combinados com a 
execução de movimentos (manchete, toque, etc.), entre outros. Nesse período, 
os jogos pré-desportivos (jogos que têm regras fl exíveis e que trabalham 
aspectos e habilidades que são comuns a algum tipo de esporte) são bastante 
utilizados. Como exemplo, podemos citar o jogo de queimada/caçador. Nesse 
jogo, diferentes aspectos podem ser trabalhados. Se utilizado como jogo pré-
-desportivo para o voleibol, as regras podem ser adaptadas da seguinte forma:
  a bola não pode ser encaixada (como no jogo original) e, para não ser 
queimado, o aluno deve fazer o movimento da manchete, com a bola 
caindo no seu campo (assim, não será queimado);
  a bola deve ser lançada somente com movimentos de um dos braços, 
acima da linha da cabeça (ou seja, inicia-se o movimento parecido ao 
da cortada);
  outra forma do jogo de queimada é jogar com a rede de voleibol, em 
que a bola deve ser lançada sobre a rede (com uma ou com duas mãos).
Esses são apenas alguns exemplos práticos de atividades que podem ser 
trabalhadas do conteúdo voleibol para essa faixa etária. Nesse período, o 
minivoleibol também é uma proposta metodológica interessante e os funda-
mentos do jogo devem ser trabalhados sem que haja uma cobrança excessiva 
das regras do jogo (essas podem ser bem básicas e adaptadas). Como sugestão, 
os fundamentos mais importantes são saque por baixo, toque, manchete e 
ataque simples.
De 13 a 14 anos — nessa fase, o aluno já deve estar com o repertório motor e 
físico bem desenvolvido. Os fundamentos podem ser trabalhados em forma 
de desafi o, entre grupos ou pessoais. Os alunos podem ser estimulados a 
superar seus limites pessoais por meio de pequenas competições (sem foco 
excessivo no ganhar e perder). Pode-se utilizar o jogo do voleibol com regras 
adaptadas inicialmente como:
  liberar que a bola recebida do saque possa ser agarrada;
  permitir um toque no chão da bola (estilo pingue-pongue);
  deixar a rede a uma altura baixa (entre 2 a 2,20 m, aproximadamente);
5Os principais métodos de ensino do voleibol
  utilizar diferentes tipos de bola (podem ser utilizadas bolas mais leves 
ou até mesmo bolas de plástico em alguns momentos).
É importante também que os alunos tenham acesso a conteúdos informa-
tivos do esporte, como sua origem e características na criação. Uma sugestão 
seria a prática da modalidade com regras de sua origem e, na sequência, um 
debate sobre a experiência.
De 15 a 17 anos — nessa fase, o esporte já pode ser inserido como uma prática 
voltada à qualidade de vida, saúde e bem-estar e uma opção de lazer. Aos 
mais habilidosos, pode ser indicada a especialização esportiva, em projetos 
e escolinhas da modalidade. É importante que se trabalhe a visão crítica em 
relação aos esportes (fazer com que o aluno compreenda todos os aspectos 
que envolvem a prática esportiva – políticos, econômicos, éticos, etc.). O jogo 
de voleibol pode ser trabalhado de forma geral com foco no aspecto lúdico 
da modalidade.
Manifestações do esporte no ambiente escolar
Um aspecto relevante e importante que deve ser pensado no planejamento 
educacional é a questão da compreensão do esporte nas suas diferentes manifes-
tações, para compreender suas semelhanças e diferenças básicas. Dessa forma, 
não ocorrem equívocos durante a aplicação prática e, como consequência, os 
alunos envolvidos não são discriminados pela escolha equivocada da forma 
de aplicação do método de ensino. O esporte, de acordo com sua fi nalidade e 
objetivos, está dividido em:
  Esporte educacional — esporte como conteúdo de ensino nos ambientes 
educacionais;
  Esporte de participação — esporte como forma de lazer e qualidade 
de vida da população em geral;
  Esporte de rendimento — esporte para performance e rendimento 
esportivo. Como meio de competição amadora ou profissional.
Por muito tempo, antes de haver uma classificação clara e distinta do es-
porte, essas três manifestações se “misturavam” no ambiente escolar. Algumas 
práticas da educação física focavam a atividade esportiva apenas para o lazer, 
de forma recreativa, similar ao esporte de participação, sem fundamentos ou 
Os principais métodos de ensino do voleibol6
fins educacionais. Na prática era o famoso “joga a bola”, ou seja, os alunos 
realizavam as práticas que mais tinham interesse e afinidade, sem uma coor-
denação e controle do professor. Isso tornava as aulas extremamente vagas e 
a presença do professor era praticamente dispensável.
Uma segunda metodologia muito utilizada no ambiente escolar utilizava 
as aulas de educação física como uma atividade de iniciação esportiva, 
aproximando-se muito dos objetivos do esporte de rendimento. Essa prática 
dificilmente tinha êxito pelos seguintes fatos: 
  poucos colégios e instituições educacionais têm estrutura física de 
qualidade para trabalhar o esporte de rendimento;
  para que se tenha êxito e resultados significativos no esporte de rendi-
mento, as práticas semanais não deveriam ser inferiores a três sessões 
por semana de, no mínimo, 2 horas por sessão;
  a quantidade e a diversidade dos materiais para a prática do esporte de 
rendimento é muito importante e as instituições escolares não dispõem 
de materiais suficientes;
  o esporte de rendimento exige que seus participantes tenham característi-
cas fisiológicas que auxiliem na modalidade. No caso do voleibol, atletas 
de baixa estatura dificilmente terão espaço no esporte competitivo;
  a componente habilidade esportiva é muito importante no esporte de 
rendimento e, no ambiente escolar, existem alunos com diferentes 
características e, muito provavelmente, a maioria não terá habilidades 
suficientes para se destacar no rendimento esportivo.
Esses são alguns dos fatos que tornam o esporte de rendimento no ambiente 
escolar uma prática inviável (nas aulas de educação física), mas pode, sim, 
ser uma prática para um projeto no contraturno escolar, desde que haja uma 
seleção de alunos com interesse e características adequadas para a prática.
Conhecendo essas situações, fica mais fácil escolher a metodologia ade-
quada ao esporte escolar, em que os objetivos educacionais sejam atingidos 
com a prática esportiva e com as aulas de educação física.
Para que uma metodologia seja adequada para a aplicação do esporte na 
escola, no caso específico do voleibol, é necessário que alguns objetivos sejam 
contemplados: desenvolvimento básico das habilidades psicomotoras gerais 
e específicas, conhecimento do esporte, suas características e finalidades, 
conhecimento dos benefícios fisiológicos da prática esportiva e vivência das 
técnicas da modalidade.
7Os principais métodos de ensino do voleibol
Desenvolvimento básico das habilidades psicomotoras 
gerais e específicas
Nas aulas de educação física, com alunos dos anos iniciais, é fundamentalque ocorram práticas que promovam o aprimoramento e o desenvolvimento 
das habilidades psicomotoras gerais, tais como:
  coordenação motora ampla;
  lateralidade;
  equilíbrio;
  noção espacial;
  noção temporal;
  organização do esquema corporal;
  ritmo;
  expressividade;
  agilidade.
Como sugestão de formas de desenvolvimento dessas habilidades, des-
tacamos as brincadeiras e os jogos motores (pega-pega diversos, estafetas, 
atividades que envolvam as habilidades de movimento naturais como andar, 
correr, saltar, lançar, rolar, agarrar, etc.), os jogos cooperativos e competitivos, 
os jogos pré-desportivos, entre outros.
Conhecimento do esporte, suas características e finalidades
É importante apresentar o esporte e suas características desde a sua origem 
até a atualidade. Proporcionar que o aluno refl ita sobre os motivos da criação 
dessa prática esportiva, sobre quais eram os objetivos iniciais e quais são 
os da atualidade. O aluno, ao comparar a prática esportiva em diferentes 
momentos históricos do nosso País e do mundo, pode ter uma visão crítica 
e ampliada sobre a prática esportiva. Essa atividade pode ser trabalhada por 
meio de trabalhos de pesquisa apresentados pelo professor, de estudos de caso 
de situações que envolvam o esporte, de entrevistas com profi ssionais da área, 
com atletas, ex-atletas e de outras formas ativas de estudo.
Conhecimento dos benefícios fisiológicos da prática esportiva
Conhecer e analisar quais são os benefícios gerais que o esporte proporciona 
aos seus praticantes, assim como possíveis contraindicações é um dos objeti-
Os principais métodos de ensino do voleibol8
vos de uma metodologia adequada para o ensino do esporte. Entender quais 
grupos musculares são mais solicitados para a prática da modalidade, o tipo 
de esforço que predomina no esporte, as reações fi siológicas que são comuns 
nos praticantes, ou seja, conhecer a importância e os benefícios do esporte. 
Algumas sugestões para oportunizar esses conhecimentos seriam:
  apresentar vídeos que demonstrem a anatomia, a fisiologia e o funcio-
namento do corpo de forma geral e no exercício;
  apresentar a biomecânica e a bioquímica do exercício;
  aplicar práticas com avaliação e testes de desempenho e resultados 
(controle da frequência cardíaca e da pressão arterial, testes de volume 
de oxigênio, entre outros);
  estimular a pesquisa e o desenvolvimento de trabalhos para aprofun-
damento nos assuntos;
  considerar as sugestões dos próprios alunos sobre formas de acesso 
aos assuntos.
Vivência das técnicas da modalidade
Para vivenciar as técnicas da modalidade esportiva é importante desenvolver 
exercícios que oportunizem o aprendizado básico dos principais fundamen-
tos técnicos da prática, no caso do voleibol: o toque, a manchete, o saque, o 
bloqueio, a cortada e os rolamentos. Deve-se levar sempre em consideração 
que a execução do gesto técnico com perfeição não deve ser a prioridade, mas 
o aprendizado do gesto de forma que a prática do jogo possa ser efi ciente. 
Como exemplo da diferença do ensino do gesto técnico no voleibol escolar e 
no voleibol de rendimento, podemos citar o saque. No voleibol escolar, estimula-
-se o aprendizado inicial do saque “por baixo”, em que a bola é golpeada na 
sua parte inferior e, posteriormente, com o domínio da técnica, o ensino do 
saque “por cima”, em que a bola é golpeada na parte anterior. Mesmo no saque 
por cima, que geralmente é mais forte e dificulta a recepção, o professor, no 
processo de aprendizado, deve destacar que o objetivo principal, no ambiente 
escolar, não deve ser o de dificultar a recepção da equipe adversária (esse 
é o objetivo do saque no esporte de rendimento, que pode ser considerado 
o primeiro ataque da equipe), mas o de colocar a bola em jogo para que as 
equipes possam desfrutar da prática pelo maior tempo possível e para que 
todos tenham a oportunidade de vivenciar as práticas oferecidas. 
Como sugestão para as práticas, pode-se ajustar as regras para facilitar o 
jogo, como, entre outras estratégias:
9Os principais métodos de ensino do voleibol
  permitir, de forma inicial, mais do que três toques;
  deixar a bola quicar o solo sem punição;
  utilizar uma bola maior e mais leve;
  baixar a altura da rede;
  permitir equipes mistas;
  diminuir os espaços e o número de jogadores.
No ambiente escolar, cabe ao professor conhecer diferentes estratégias de 
ensino, analisar a realidade local e os objetivos a serem alcançados e selecionar 
as estratégias que melhor atendem as necessidades do grupo.
Na sequência, você irá poder se aprofundar em outra forma de manifes-
tação do esporte, o rendimento, que tem características bastante distintas e 
específicas, bem diferentes do esporte escolar.
Voleibol com foco no desempenho
O esporte pode ser trabalhado com diferentes objetivos, mas para isso são 
necessárias metodologias diferentes de ensino. Quando se fala em rendimento, 
lembramos de forma automática do elemento “competição”, que está direta-
mente relacionado a essa prática.
A diferença do esporte de rendimento para o esporte escolar inicia na 
terminologia utilizada para o profissional que atua na área. Na escola, ele é 
chamado de professor, mas quando atua no ambiente de treinamento esportivo, 
é chamado de técnico, de forma geral. Para uma boa atuação na área de trei-
namento, é imprescindível que o profissional seja especialista na modalidade 
com que irá trabalhar.
O voleibol como modalidade esportiva exige de seus praticantes um nível 
de condicionamento técnico, tático, físico e emocional aprimoradíssimo, e 
para isso se faz necessária uma programação de treinamento integral e uma 
preparação metódica, contínua e planejada, para alcançar ótimo desempenho 
e bons resultados esportivos.
Até o início da década de 1980, os Estados Unidos e a antiga União Soviética 
(hoje Rússia) dominavam o cenário mundial no voleibol. A seleção brasileira de 
voleibol, a partir da década de 1980 vem crescendo nos resultados esportivos 
nas competições internacionais. Hoje é uma referência, tanto na modalidade 
masculina quanto feminina, além do voleibol de praia. Esse sucesso e os 
resultados significativos em mundiais e em jogos olímpicos estimularam 
Os principais métodos de ensino do voleibol10
muitos jovens a iniciar a prática esportiva em caráter competitivo e o esporte 
se expandiu em todo o Brasil.
O Brasil está entre os melhores países do mundo na modalidade de voleibol. Esse fato 
contribuiu de forma significativa para o aumento dos praticantes desse esporte de 
forma geral. As principais conquistas do voleibol brasileiro, nos últimos tempos, foram:
  1993 — Conquista inédita: “A primeira vez a gente nunca esquece”, especialmente 
quando a conquista acontece em casa. Comandada pelo técnico José Roberto Gui-
marães, a seleção brasileira sagrou-se campeão da Liga Mundial pela primeira vez, 
em 1993, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, após vencer a Rússia por 3 sets a 0.
  2001 — A era Bernardinho: para conquistar o bicampeonato, o Brasil teve que des-
bancar ninguém menos do que a Itália, com quem nutria uma rivalidade histórica 
— e que era a maior campeã do torneio na época, com oito medalhas de ouro. Em 
Katowice, na Polônia, o título veio para os brasileiros, depois de uma vitória contra 
os italianos por 3 sets a 0. Naquele ano, o atual técnico da seleção brasileira de vôlei, 
Bernardinho, iniciou o seu ciclo vitorioso no campeonato. Todos os outros troféus 
da Liga que o país conquistou a partir dessa data foram com ele no comando.
  2003 — É ponto do Brasil! Giba!. Um dos jogos mais emocionantes da história — e 
que será lembrado para sempre pela superação da equipe brasileira. Perdendo por 
2 sets a 1 para a Sérvia e Montenegro, além de uma desvantagem considerável no 
quarto set, o Brasil foi protagonista de uma virada emocionante e ganhou o título 
na quinta etapa (tie-break/set decisivo), por 31 a 29, em Madri. O herói do ponto 
que levou a seleção ao ouro?Giba.
  2004 — É tetra! É tetra!. A seleção brasileira masculina de vôlei reencontrou a italiana 
em uma final novamente, dessa vez em Roma. Com as parciais de 27–25, 25–19, 
25–27 e 25–17, os brasileiros levaram a melhor sobre os donos da casa, por 3 sets a 1. 
  2005 — Tri consecutivo: após a emocionante final contra a Sérvia e Montenegro, 
em 2003, o Brasil reeditou aquele momento. De virada, conquistou mais um título 
sobre o adversário, na casa deles, em Belgrado, por 3 sets a 1, e sagrou-se penta-
campeão da Liga Mundial — e tricampeão seguido.
  2006 — Mais uma conquista heróica no tie break: o hexacampeonato do Brasil foi 
marcado por outra virada histórica. Disputando o título com a França, em Moscou, 
a equipe de Bernardinho perdia por 2 sets a 0. De maneira heroica, os brasileiros 
não apenas empataram o jogo como venceram o tie break por 15–13, levando 
mais um troféu para casa. O time era liderado por Giba, eleito o melhor jogador 
da Liga Mundial, em 2006.
  2007 — O ano que encerrou os títulos seguidos do Brasil (pentacampeonato 
consecutivo): de volta a Katowice, o Brasil encarou a Rússia pela segunda vez em 
uma final – e começou perdendo por 1 set a 0, após as parciais de 18–25. Mas a 
seleção canarinha se superou mais uma vez e virou o jogo: 3 sets a 1, com o brasileiro 
Ricardinho eleito o melhor jogador da Liga Mundial.
11Os principais métodos de ensino do voleibol
O processo de treinamento esportivo voltado ao desempenho exige pla-
nejamento e organização prévia para que os resultados e objetivos propostos 
possam ser alcançados. Os programas de treinamento são organizados de forma 
anual, em que são preestabelecidas as principais etapas e competições das quais 
se pretende participar. Ao planejar é importante também destacar qual será a 
principal competição do ano e, se para a participação é necessário entrar em 
outra competição seletiva. Quando é necessária uma pré-classificação para 
uma competição de maior importância, o planejamento de treinamento deve 
levar em consideração, primeiramente, a preparação para essa competição 
seletiva (por exemplo, não adianta focar os treinamentos pensando em um 
campeonato estadual se, para participar dele, se faz necessário ganhar um 
campeonato regional).
Um aspecto importante a ser considerado é que os métodos de treinamento 
não podem ser transportados do esporte de alto nível e aplicados para todas 
as categorias, visto que envolvem especificidades para as diferentes faixas 
etárias. Dessa forma, deve ocorrer a adaptação do volume, da intensidade, 
de exigências técnicas e táticas, de acordo com as características dos prati-
cantes. Assim, conhecer o atleta é fundamental para planejar a preparação 
de uma equipe de forma física, técnica e tática, buscando a obtenção de bons 
resultados. Porém, o que se observa na prática, principalmente em categorias 
menores, é a ausência de um planejamento com perspectivas de longo prazo 
e, quando isso acontece, quase sempre é reproduzido o modelo das equipes 
de alto nível (VILAS BOAS, 2008).
Durante o processo de treinamento, qualquer negligência nos tipos de 
preparação física, técnica, tática e psicológica pode interferir no desempenho 
da performance. Portanto, o ideal é saber como trabalhar cada fator e em que 
  2009 — Reencontro com a Sérvia em Belgrado: o cenário foi praticamente o mesmo 
de 2005: os anfitriões saíram à frente no placar, mas os brasileiros conseguiram a 
virada. Ainda assim, os donos da casa conseguiram levar, mais uma vez, o jogo 
para o tie-break. Apesar disso, a seleção brasileira ganhou o quinto set por 15–12, 
com o placar final de 3 sets a 2, e faturou o oitavo troféu da competição, igualando 
o recorde da Itália.
  2010 — Gracias, hermanos!. Essa foi a última vez em que o Brasil esteve em uma final 
da Liga Mundial. Em partida contra a Rússia, em Córdoba, na Argentina, a seleção 
brasileira venceu o adversário por 3 sets a 1, com parciais de 25–22, 25–22, 16–25 
e 25–23, e se tornou a maior campeã do torneio, com nove troféus, ultrapassando 
os italianos.
Os principais métodos de ensino do voleibol12
momento do treinamento o fator tem maior importância, para assim alcançar 
a evolução do time e do desempenho (HERNANDES JUNIOR, 2002). 
Outro aspecto importante que deve ser observado e organizado é a plani-
ficação do treinamento. Na planificação, existem vários métodos e propostas; 
porém a base pode ser exemplificada em dois grupos: periodização do treina-
mento e os princípios básicos do treinamento. Hernandes Junior (2002) propõe 
os seguintes princípios básicos do treinamento que devem ser considerados:
  Especificidade do treinamento — o exercício proposto no treina-
mento é que determina a transferência (negativa ou positiva) ou não 
do desempenho.
  Individualidade biológica — é outro princípio importante, pois cada 
organismo responde de maneira diferente em níveis de adaptação e a 
um estímulo. Justamente por isso, o programa de treinamento deve 
ser baseado na capacidade de cada um, para que não existam metas 
inatingíveis ou que aconteça uma decepção com a performance.
  Estímulo — a necessidade de tempos adequados para realizar a super-
compensação, por causa dos diferentes estilos. O organismo deve receber 
estímulos com intensidade regulada, a fim de evitar a instabilidade do 
desempenho. 
  Sobrecarga — deve haver diferentes combinações de volume e de 
intensidade para permitir a recuperação do organismo. Em razão dos 
treinamentos e desses estímulos, podemos perceber que o organismo 
necessita de recuperação, e que essas diferenças no tempo de recupe-
ração são chamadas de heterocronismo de recuperação.
  Adaptação — existem três fases: fase de alarme, de resistência e 
de exaustão, nas quais os estímulos podem ser aplicados em quatro 
situações: 
 ■ antes da recuperação energética inicial;
 ■ no momento dessa recuperação energética;
 ■ no momento em que o organismo realizou a supercompensação;
 ■ após o organismo ter realizado a última fase.
Barbanti (1997) divide a preparação esportiva em três etapas: 
  A primeira etapa, que é chamada de preparação básica, tem uma duração 
de 3 a 4 anos com início aos 8–9 anos de idade, em que não deve haver 
especialização nessa fase. O desenvolvimento deve ser multilateral e 
a técnica “bruta” para facilitara execução. Devem ser desenvolvidas 
13Os principais métodos de ensino do voleibol
capacidades motoras básicas de acordo com a idade, como o trabalho 
de resistência aeróbia, de velocidade, de habilidade e de coordenação 
dos movimentos em geral. Deve-se despertar o comprometimento 
com os treinos, que devem ser alegres e variados, sem a finalidade de 
ganhar a qualquer custo.
  A segunda etapa, que dura de 3 a 5 anos, é conhecida como etapa de 
formação e tem como base o aperfeiçoamento das capacidades motoras 
básicas. A partir desse momento, deve-se dar ênfase à modalidade de 
preferência do aluno, estimulando a ida aos treinos e tornando a prática 
um hábito de vida. Essa época é decisiva na personalidade do jovem, 
mas, muitos deixam de praticar por motivos socioeconômicos.
  A terceira e última etapa, chamada de preparação de alto rendimento, é 
aquela que depende da boa formação das etapas anteriores. É também a 
etapa preparatória para competições de alto nível, em que se dá atenção 
para a parte específica do treino, pois é por meio dela que os atletas se 
acostumam com a competição e obtêm altos rendimentos.
Outro aspecto importante e apresentado por Borsari (1989) é a divisão 
das cargas de treinamento físico, técnico e tático nos diferentes momentos 
do treino. No Quadro 1, a seguir, é apresentada uma proposta do autor para 
o treinamento do voleibol.
 Fonte: Adaptado de Borsari (1989). 
Físico 
puro
Físico/
Técnico
Técnico 
puro
Técnico/
tático/
Fases de 
jogo
Tático 
puro
1ª etapa 30% 30% 30% 10% 0%
2ª etapa 20% 30% 20% 20% 10%
3ª etapa 10% 30% 10% 30% 20%
4ª etapa 10% 20% 10% 30% 30%
 Quadro 1. Divisão de treinamento do voleibolPara chegar ao alto nível, o atleta deverá dispor de dedicação integral, de 
condições ideais de treinamento (material esportivo, instalações) e, principal-
mente, de uma educação física de base generalizada, adequada, com efeitos 
Os principais métodos de ensino do voleibol14
benéficos, orientada sempre por treinadores conscientes de suas atuações. As 
atividades de base são fundamentais nas faixas etárias inferiores. “É preciso 
observar as características psicológicas do atleta em cada momento do trei-
namento, a hora de determinar objetivos e conteúdos físicos, adaptando-os 
às exigências que este demanda” (WEINECK, 1991). 
Weineck (1991) dentro do treinamento desportivo define três etapas 
predeterminadas: 
  etapa de iniciação desportiva (aproximadamente 10–14 anos de idade);
  etapa de preparação para alta competição (15–19 anos de idade); 
  etapa de alta competição (20 anos de idade em diante).
Duwe e Novaes ([2005?]) baseados nos estudos de Weineck (1991), separam 
o processo de treinamento de voleibol em diferentes etapas, de acordo com 
a idade, são elas:
Etapa de iniciação desportiva 
Pré-puberal (10–13 anos de idade)
Essa etapa é o começo da vida desportiva dos futuros jogadores de voleibol. É 
importante que o treinador conheça bem o seu futuro atleta, pois nessa faixa 
etária a criança “passa” por vários processos de ajustamento, seja de ordem 
social, emocional ou psicológica. Os alunos são bastante sensíveis às mudanças 
que possam ocorrer no treinamento, qualquer defi ciência de orientação por 
parte do treinador poderá desestimulá-los a continuar. A duração dessa etapa, 
segundo Weineck (1991), vem ocupar normalmente as idades compreendidas 
entre 9–10 anos até os 14 anos.
O treinador deverá ter consciência de que algumas atividades deverão 
ser evitadas, como exercícios com grandes sobrecargas sobre o sistema os-
teoarticular e contatos físicos violentos, pois, segundo Weineck (1999), as 
estruturas em via de crescimento do aparelho motor ainda não têm a resistência 
à carga como o adulto. Em razão da maior proporção de matérias orgânicas 
relativamente moles, os ossos são mais flexíveis e sua resistência à flexão e 
à pressão é diminuída.
Mesmo na iniciação desportiva, é importante que o técnico utilize em 
suas sessões de treinamento atividades que sejam motivantes e que desper-
tem o interesse do atleta. É muito comum o abandono precoce de atletas no 
treinamento por causa de carga muito elevada e repetitiva de treinos. Sabe-se 
15Os principais métodos de ensino do voleibol
que para serem realizadas com perfeição muitas valências físicas e técnicas 
precisam ser desenvolvidas repetidas vezes. Mas, essa não é a única forma de 
aprendizado da técnica, o treinador pode utilizar estratégias diversas para tornar 
o aprendizado da técnica mais agradável e não puramente mecânico. Pode, 
inclusive, adicionar nas sessões de treinamento, atividades de outros esportes 
que tenham valências físicas e táticas próximas à modalidade esportiva, para 
que o treino fique mais agradável e diversificado. Como exemplo, podemos citar 
um jogo de basquetebol adaptado, em que os alunos trocam passes e a cesta 
só pode ser feita de “toque” ou de manchete (usando uma bola de voleibol).
Puberal (13–14 anos de idade)
Essa fase é o começo da puberdade. Há crescimento e desenvolvimento em 
máxima velocidade, o que determina um aumento da força muscular em vir-
tude do aumento do hormônio testosterona nos meninos (WEINECK, 1991).
Quanto à estrutura de treinamento (13–14 anos de idade), WEINECK 
(1999) propõe que seja 50% preparação física, 30% preparação técnica e 20% 
preparação tática. Algumas corridas de longa duração e intervaladas deverão 
fazer parte do treinamento, além de exercícios de força e de potência muscular, 
velocidade e coordenação (WEINECK, 1991).
Nessa fase, o “espírito competitivo” está bem aguçado e o treinador pode, 
por meio das atividades no treinamento, estimular a superação de limites, 
colocar desafios e metas individuais nas práticas e nos jogos. Como exemplo, 
pode-se citar uma atividade para aprimoramento do saque, em que a quadra 
pode ser dividida em áreas diferentes, demarcadas por cones e, cada cone 
tem um número que equivale à sua pontuação. O objetivo é chegar a certa 
quantidade de pontos. Essa atividade estimula a superação pessoal e a precisão 
da técnica do saque. Assim como essa, outras atividades e jogos podem ser 
utilizados nessa fase.
Etapa de preparação para alta competição (pós-
puberal)
A partir dos 14 anos de idade até a fase adulta, é quando começa o estado 
especializado da fase de desenvolvimento motor relacionado ao esporte, em 
que os interesses e as habilidades, nesse estado, são mais refi nados.
Um dos papéis fundamentais do treinador é saber selecionar seus atletas 
para a preparação para a alta competição. Para Rodrigues (apud WEINECK, 
1991), o objetivo dessa prévia seria dar continuação ao trabalho, formando 
Os principais métodos de ensino do voleibol16
atletas muito qualificados; isso sugere alguns parâmetros a serem observados 
pelo treinador:
Nível de rendimento da velocidade de reação do jogador — esse aspecto 
é muito importante porque o voleibol exige um alto nível de agilidade dos 
seus praticantes em quase todos os seus fundamentos técnicos e a velocidade 
de reação é imprescindível em todos os momentos do jogo. A bola, quando 
golpeada, atinge velocidades altíssimas em curto espaço, dessa forma, as 
reações rápidas são muito importantes para o sucesso nas ações.
Altura e envergadura do jogador — essas características, relacionadas 
ao biotipo do atleta, são importantes no voleibol de rendimento, pois fazem 
muita diferença no desempenho geral do jogador. Como exemplo, podemos 
citar um jogador com 2,05 m de altura e envergadura de 2,10 m, se comparado 
com um jogador de 1,90 m de altura e envergadura de 1,95 m, o primeiro 
jogador estaria propenso a ter maior facilidade no fundamento de bloqueio, 
de ataque e de defesa, devido ao seu biotipo mais avantajado que facilitaria 
esses fundamentos e ações do jogo. 
Aquisição dos domínios fundamentais técnicos — um bom atleta precisa 
ter um equilíbrio de habilidade em todos os fundamentos técnicos da modali-
dade (saque, bloqueio, ataque, recepção, entre outros). É comum que se tenha 
algumas especialidades e destaque em alguns fundamentos, mas o equilíbrio 
se torna muito importante, pois, se isso não acontecer, o rendimento da equipe 
pode ser comprometido. Como exemplo, podemos citar um jogador que possa 
ter excelente desempenho no ataque, mas que seja tecnicamente fraco no blo-
queio. Essa situação comprometeria muito a equipe e sobrecarregaria os demais 
jogadores, podendo comprometer o desempenho da equipe de forma geral. 
Personalidade do atleta — embora esse aspecto nem sempre seja levado 
em consideração para a seleção de atletas, é bastante importante e relevante. 
O esporte competitivo exige do aspecto comportamental e psicológico do 
atleta. Em muitos momentos do jogo, o atleta irá ter que superar críticas dos 
seus próprios colegas, de técnicos ou até de torcedores e, nesses momentos, 
precisará ter um equilíbrio emocional muito grande. Para tanto, os traços 
de personalidade infl uenciam muito. Imaginando uma situação prática no 
voleibol, podemos citar o exemplo de um jogador designado para ser capitão 
da equipe. Esse atleta, preferencialmente, deve ter um perfi l de liderança, de 
autoconfi ança, deve ter autoestima muito bem trabalhada, equilíbrio emocional, 
17Os principais métodos de ensino do voleibol
entre outras qualidades, para que possa contribuir de forma positiva com a 
equipe e superar as pressões comuns do jogo.
Equilíbrio psíquico — assim como a personalidade, o equilíbrio psíquico 
é muito importante no atleta (nível intelectual aumentado e capacidade de 
observação melhorada), pois esses aspectos podem oportunizar bons efeitos 
sobre o processo de treinamento geral.
No processo de organização de equipes para treinamento,assim como 
a primeira etapa, esta deve ser dividida em partes, como veremos a seguir. 
Faixa etária de 15–16 anos
Após a seleção dos atletas, o treinador terá um grupo mais homogêneo (nível 
técnico, tático e físico), o que facilitará o seu trabalho. Conhecendo suas 
principais características e defi ciências, ele poderá trabalhá-las de forma ade-
quada, especifi cará e, se possível individualizará o treinamento com o objetivo 
de corrigir falhas e de desenvolver a performance e as qualidades do atleta. 
Destaca-se, também, que em todas as etapas do treinamento, a preparação 
psicológica é de grande importância e relevância, pois é comum que atletas 
muito bem preparados nos aspectos técnicos e táticos tenham resultados ad-
versos em competições por não conseguirem controlar as “pressões” comuns 
em competições.
Assim como nas fases anteriores, é importante que o treinador crie um 
clima amistoso e agradável nos treinos, que busque atividades diversificadas 
para descontrair o ambiente. Para tanto, é muito importante que o profissional 
tenha criatividade para tornar o processo de treinamento mais dinâmico. 
Como exemplo, podemos citar uma forma de aquecimento. É muito comum 
vermos atletas correndo por 10 a 15 minutos em volta da quadra para aquecer, 
na parte principal do treinamento. Essa mesma atividade pode ser feita por 
meio de brincadeiras como pega-pega, estafetas, “bobinho com bola”, entre 
outras. Essas atividades podem ser adequadas às necessidades específicas 
do treinamento, por exemplo: pode-se fazer um pegador, usando a quadra de 
voleibol como área da atividade; o pegador ficará com uma bola e os demais 
deverão fugir, utilizando-se somente de deslocamentos laterais e de costas, 
não poderão andar ou correr para frente. Para pegar a bola, a panturrilha do 
colega deve ser tocada.
Os principais métodos de ensino do voleibol18
Faixa etária de 17–18 anos
A tendência de uma preparação para outra é intensifi car o treinamento, explo-
rando as potencialidades do atleta ao máximo e corrigindo erros de forma a se 
atingir o grau ótimo de performance. Para isso, o atleta deverá ter consciência 
do que realmente deseja, esforçando-se ao máximo para obter o êxito almejado.
Weineck (1999) ainda reforça que essa fase é o começo de uma preparação 
primordialmente especializada, com 35% do temo dedicado à preparação téc-
nica, 35% à tática e 30% à física. O autor sugere ainda que o treinamento seja 
de 12 a 15 horas semanais de preparação, e que inclua exercícios que busquem 
a melhoria da resistência aeróbia e anaeróbia, da força (cargas médias), da 
potência muscular, da velocidade, da coordenação; tudo isso com o objetivo 
de ampliar as capacidades.
Faixa etária 19–20 anos 
A complexidade das ações dos atletas se torna mais evidenciada nessa fase. O 
treinador preocupa-se em corrigir detalhes nas ações defensivas/ofensivas que 
poderão ser signifi cativas para a boa atuação da equipe. O treinamento deverá 
constar de 30% para a preparação física, 30% para a preparação técnica e 40% 
para a preparação tática (WEINECK, 1999). Nessa fase, também predominam 
o aperfeiçoamento da técnica e da tática e a preparação do organismo para 
enfrentar cargas elevadas.
Etapas de alta competição 
O objetivo dessa fase, que compreende idades posteriores a 20 anos, segundo 
WEINECK (1991), seria o aprofundamento específi co das capacidades e, 
ainda, conforme Tubino (apud WEINECK, 1991), o treinamento desportivo 
de alta competição pode ser considerado, em termos organizacionais, como 
uma composição das quatro preparações fundamentais (técnica/tática/física/
psicológica) sob um efetivo controle médico (médico, de alimentação e dos 
hábitos de vida dos atletas).
A preparação física será prioritária quando se tratar de um treinamento 
em padrões elevados, pois dará meios a um aperfeiçoamento significativo nos 
recursos técnicos por meio da possibilidade de uma quantificação do trabalho 
específico do desporto visado.
Portanto, o processo de treinamento esportivo para o rendimento é bastante 
complexo e exige um ótimo planejamento e organização. O processo inicia 
19Os principais métodos de ensino do voleibol
na seleção de atletas para participar do treinamento e tem continuidade com 
o acompanhamento periódico do rendimento.
Na sequência, você poderá conhecer outra manifestação do esporte que se 
diferencia bastante das duas citadas anteriormente e que também é importante 
para o profissional de educação física.
No link, a seguir, você poderá conhecer exemplos de equipamentos e materiais que 
podem ser utilizados para o treinamento da iniciação ao alto rendimento no voleibol.
 
https://goo.gl/EdouLu
Voleibol como participação
Nesta seção, você poderá conhecer outra forma de aplicação da modalidade, 
o voleibol como participação, em que os objetivos e as características das 
práticas são bem específi cos e diferem das duas formas apresentadas.
O esporte, de forma geral, pode ser entendido como uma ferramenta que 
desperta olhares e sentimentos diferentes na população. A relação entre esporte 
e a humanidade é uma evidência, enquanto alguns tem contato direto com 
a prática, outros realizam apenas um acompanhamento por meio dos meios 
televisivos e da mídia em geral. 
Quando pensamos na prática do esporte como uma ferramenta para o lazer, 
esse pode servir como um motivador para a prática saudável de atividades 
físicas e oportunizar hábitos saudáveis, qualidade de vida e bem-estar da 
população.
O esporte e o lazer são vertentes presentes na vida do ser humano e ocupam, 
atualmente, um espaço de enorme importância na vida das pessoas como 
elemento de valorização da identidade, de revalorização geral do corpo e de 
interesse crescente pelo cuidado à saúde, à diversão, à valorização estética. 
Esse interesse não é apenas de uma parcela da população “os atletas”, mas de 
todos os cidadãos que têm plena noção de seus direitos, entre os quais, o livre 
acesso à prática esportiva (WALTER; MEZZADRI, 2003).
Os principais métodos de ensino do voleibol20
[...] destacamos o voleibol como prática eminente neste trabalho, um esporte 
que tem ganhado ênfase nos últimos anos, atinge vários níveis sociais, promove 
alegria, diversão e bem-estar aos seus praticantes. Os relatos afirmam que o 
voleibol fica atrás apenas do futebol como prática mais destacada, conforme 
ressaltam Leite et al. (2010). (SAMPAIO et al., 2017, p. 3).
O voleibol como participação e opção de lazer proporciona diferentes 
formas de aplicação e de desenvolvimento. É sabido e estudado que as práticas 
esportivas podem contribuir de forma significativa para a socialização, a inte-
gração, a formação ética, e para o bem-estar geral da população. A modalidade 
esportiva em si, por meio de suas práticas, exige que seus participantes traba-
lhem em equipe, superem seus limites, desenvolvam cooperação, lideranças, 
trabalhem estratégias, assimilem as derrotas, assim como saibam administrar 
as vitórias de forma positiva. Além desses aspectos, existem os benefícios 
físicos e fisiológicos em geral que as práticas esportivas proporcionam, pois 
tiram seus praticantes do sedentarismo e proporcionam, por meio da prática, 
melhores condições de vida e bem-estar geral.
No aspecto do voleibol como esporte participativo, existem diferentes 
possibilidades de atuação. Na sequência, serão apresentadas algumas opções 
de práticas e ações que podem ser desenvolvidas para diferentes grupos e 
ambientes.
A prática do voleibol para a população adulta, de forma específica a ter-
ceira idade, pode ser uma excelente opção de esporte participativo. Diferentes 
municípios já desenvolvem práticas voltadas a esse público com resultados 
significativos e interessantes. 
Voleibol gigante/câmbio
É um jogo similar ao voleibol em que os participantes jogam em duas equipes 
com nove jogadores cada, formando três linhas de três jogadores em cada 
equipe (formação apresentada na Figura 1). O jogo segue uma dinâmica similar 
ao voleibol, em que são permitidostrês toques na bola antes de ela ser lançada 
para a quadra adversária. A diferença é que no voleibol gigante a bola pode 
ser segurada e lançada. O objetivo é o mesmo do voleibol: fazer a bola cair 
na quadra adversária. O rodízio ocorre em forma de “S” invertido, conforme 
indicação das setas na Figura 1. Se houver mais do que nove jogadores em cada 
equipe, forma-se uma fi la fora da quadra, na posição básica de saque do voleibol 
e, ao fazer o rodízio, o último jogador da posição do rodízio sai e vai para o fi nal 
da fi la do seu grupo. O saque é realizado da posição central com a bola sendo 
lançada. Essa proposta de jogo voltado para o público da terceira idade pode 
21Os principais métodos de ensino do voleibol
ser uma excelente forma de inserir o voleibol como atividade de participação 
focado no bem-estar, na socialização e na integração da comunidade. Pode 
ser realizado tanto em ginásios e em quadras abertas quanto em praças e em 
locais públicos (gramados). Essa mesma prática pode ser desenvolvida para 
crianças e adolescentes como iniciação esportiva ao voleibol.
Figura 1. Formação básica em quadra para o voleibol gigante.
9 m
9 m
9 m
3 m
3 m
>3 - 5 m
>3 - 8 m
Minivoleibol 
Essa é uma prática já bastante difundida na iniciação esportiva e pode ser 
uma alternativa de inclusão do voleibol como participação. Resume-se à 
prática da modalidade em campos reduzidos, praticada em 2 a 2; 3 a 3 e 4 
a 4, basicamente. O espaço, a rede e o jogo são adaptados à quantidade de 
jogadores, que inicialmente jogam usando somente os fundamentos de toque 
e de manchete, e com o desenvolvimento da prática, são inseridos outros 
fundamentos da modalidade até chegar próximo ao jogo de voleibol na sua 
totalidade. Por ser mais fácil de praticar e proporcionar que todos toquem 
na bola de forma mais constante, é muito atraente e motivador e oportuniza 
excelentes resultados a seus praticantes.
Os principais métodos de ensino do voleibol22
Festival de vôlei
Outra proposta para difundir a prática de voleibol na comunidade seria a 
organização de festivais de voleibol por profi ssionais de educação física, em 
praças e ambientes públicos gerais, em que seriam oferecidas diferentes pos-
sibilidades e formas de praticar a modalidade, atendendo aos mais diferentes 
públicos e níveis de aptidão para a modalidade. São exemplos de atividades 
que podem ser propostas: 
  Voleibol em duplas — na areia, na grama ou na terra;
  Voleibol com saco — jogado em duplas que seguram um saco que 
serve para lançar e receber a bola. Pode-se jogar em 2, 3 ou 4 duplas 
em cada equipe e criar uma quadra adaptada de voleibol. O jogo tem 
o foco na integração e na recreação do grupo, e pode ser jogado por 
crianças e adultos. A atividade pode ser jogada com 2 a 6 duplas por 
equipe, dependendo do tamanho da quadra e, o jogo segue uma dinâmica 
similar a do voleibol. Cada equipe pode dar três toques antes de a bola 
ser lançada para a quadra adversária. A grande diferença é que a bola 
deve ser apanhada, sem tocar o solo, em um saco que deve ser segurado 
pelas pontas pela dupla e, após três toques (passes obrigatórios) entre 
a equipe, ser lançada para a equipe adversária.
Voleibol em grupos
Promover em locais públicos, em gramados e em praças a prática dos fun-
damentos básicos da modalidade em grupos (círculos), em que o objetivo é 
somente brincar e manter a bola no ar. No início, podem ser utilizadas bolas 
grandes, estilo bolas de parquinho, para facilitar a prática. Pode ser jogado 
por crianças e adultos de forma conjunta.
Oficina de voleibol
É possível criar uma grande ofi cina de voleibol em local público onde podem 
ser trabalhados diferentes tipos de brincadeiras e jogos que desenvolvam os 
fundamentos básicos do voleibol de forma recreativa e promovam a prática 
da modalidade.
São muitas as possibilidades de se trabalhar a modalidade considerando o 
voleibol como um esporte de participação. Cabe ao profissional de educação 
física criar estratégias dinâmicas e lúdicas para despertar o interesse pela 
23Os principais métodos de ensino do voleibol
prática do voleibol e, dessa forma, contribuir para a integração e o bem-estar 
dos participantes.
Na sequência, você verá um exemplo de atividade prática que pode ser utilizada 
como esporte participativo ou até mesmo no voleibol escolar. A atividade é chamada 
de vôlei pega.
O grupo é dividido em duas equipes em uma quadra de voleibol (podem ser equipes 
de 6 até 9 jogadores). O jogo deve ser realizado, de preferência, com uma bola de 
plástico grande (tipo bolas de parquinho, bem leve).
A dinâmica é parecida com a do voleibol, mas o professor criar regras adaptadas. 
Algumas sugestões de regras:
  não existe limite de três toques para a bola passar para a quadra adversária;
  o saque é realizado da posição central da quadra (posição 6) e pode ser realizado 
com toque ou com qualquer outra forma;
  dependendo do grupo, pode-se permitir um toque no chão antes de a bola ser 
lançada para a quadra adversária.
Após ajustadas as regras, inicia-se o jogo. Ao estar jogando, logo que cometer um 
erro (bola fora, deixar a bola quicar duas vezes, a bola tocar na rede e não passar para 
a quadra adversária, etc.), a equipe deve correr para o lado oposto da rede, passando 
pelo fundo da quadra (saindo da quadra de vôlei); os adversários que marcaram o 
ponto, logo que for consumado o erro/infração, devem correr atrás da outra equipe 
(até que eles passem a linha de fundo, e tentar pegar o maior número possível de 
pessoas). Cada pessoa pega é um ponto extra para a equipe. Após essa ação, o jogo 
segue normalmente. Sempre que alguém errar, uma equipe vai fugir e a outra irá pegar.
O voleibol escolar, desenvolvido de forma adequada e planejada, pode 
ser um elemento massificador da prática do esporte, não pensando na prática 
voltada ao rendimento, mas sim como uma opção de prática esportiva voltada 
para o lazer, para a qualidade de vida e para o bem-estar geral. Outro aspecto 
importante que foi citado no capítulo, refere-se ao fato de que muitas crianças 
e adolescentes não têm oportunidades da prática esportiva fora do ambiente 
escolar por não serem atingidos pelos programas de iniciação ao esporte fora 
da escola (geralmente por não terem habilidades exigidas para a prática ou por 
falta de programas e locais de acesso à prática esportiva). Isso faz com que as 
atividades realizadas no ambiente escolar tenham maior valor e importância. 
Outra forma de manifestação do voleibol é como esporte de participação. 
Essa prática está diretamente ligada ao voleibol escolar, embora sejam distintas. 
Se for realizado um bom trabalho na escola, o aluno terá discernimento e visão 
crítica para escolher e analisar práticas esportivas voltadas para o lazer, para 
Os principais métodos de ensino do voleibol24
a qualidade de vida e para o bem-estar. Fora do ambiente escolar, cabe aos 
profissionais de educação física promoverem o voleibol, entre outros esportes, 
como opção de lazer e de qualidade de vida.
Por último, destacamos o esporte como rendimento, que difere das ou-
tras por ser uma prática mais especializada e que exige de seus praticantes 
habilidades físicas, técnicas, táticas, entre outras. Assim como as demais, é 
uma manifestação importante, mas deve ser pensada e trabalhada de forma 
diferenciada das demais, conforme já foi abordado no capítulo.
Espera-se que o profissional de educação física possa ser um disseminador, 
por meio da educação física, nas suas diferentes manifestações e ambientes, da 
prática esportiva organizada e bem orientada, para atender os objetivos para 
cada tipo de ambiente e público e possibilitar, assim, que crianças, adolescentes 
e adultos possam usufruir do esporte, como prática educacional, de lazer, 
de competição ou, de todas essas formas, se assim desejar. Os profissionais 
da área, ao desenvolverem o esporte, devem inicialmente verificar em qual 
cenário ele ocorrerá, qual será o público a ser contemplado,para então definir 
os objetivos a serem atingidos e estabelecer as estratégias de trabalho.
1. O voleibol competitivo exige 
diferentes tipos de valências 
físicas para que se possa ter um 
melhor desempenho esportivo 
na modalidade. Assinale as 
valências físicas e motoras que se 
destacam como imprescindíveis 
para o voleibol de rendimento.
a) Condicionamento aeróbio, 
agilidade e flexibilidade.
b) Flexibilidade, equilíbrio, 
coordenação motora ampla.
c) Resistência cardiorrespiratória, 
força, coordenação 
motora ampla.
d) Agilidade, condicionamento 
anaeróbio, força explosiva, 
coordenação motora ampla, 
velocidade de reação.
e) Equilíbrio, flexibilidade, 
velocidade, força.
2. Leia atentamente as afirmativas na 
sequência referentes ao voleibol 
como manifestação educacional, 
participativa e de rendimento.
I. O esporte educacional tem 
como principal objetivo o 
ensino dos fundamentos 
básicos da modalidade para 
a iniciação esportiva.
II. O esporte educacional pode 
ter um impacto significativo no 
esporte de participação, pois 
por meio da prática no ambiente 
escolar, os alunos podem adquirir 
hábitos para a prática esportiva 
fora da escola, como uma opção 
de lazer e de bem-estar geral.
25Os principais métodos de ensino do voleibol
III. O esporte de rendimento inicia-se 
na escola, que é o ambiente 
onde toda a base esportiva é 
formada e o aprimoramento é 
feito no contraturno, por meio 
de atividades especializadas.
IV. O esporte de participação 
oportuniza aos seus praticantes 
práticas de atividades físicas 
com fins diversos, tais como 
integração, socialização, 
cooperação, qualidade 
de vida e bem-estar.
Com referência nas afirmativas 
anteriores, assinale a 
alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 
II é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 
IV é verdadeira.
c) Somente as afirmativas II 
e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I 
e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II 
e IV são verdadeiras.
3. O voleibol escolar e de rendimento 
são práticas bastante distintas e 
específicas. Com relação a isso, leia 
atentamente as afirmativas a seguir.
I. Um aspecto importante no 
voleibol escolar é a possibilidade 
de selecionar e de formar atletas.
II. O foco das atividades do voleibol 
na escola e no rendimento 
(treinamento) é praticamente o 
mesmo, diferencia-se somente 
no rendimento, que é trabalhado 
no contraturno escolar.
III. As preparações física, tática 
e psicológica são aspectos 
imprescindíveis no voleibol 
de rendimento e pouco 
relevantes no voleibol escolar.
IV. No voleibol escolar, as regras e 
o desenvolvimento das técnicas 
específicas da modalidade 
são bastante flexíveis, mas 
podem ser ajustados e 
adaptados pelo professor.
Assinale a alternativa correta.
a) AS afirmativas I, II, III e 
IV são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa I é falsa.
c) Somente a afirmativa II é falsa.
d) Somente as afirmativas 
I e III são falsas.
e) Somente as afirmativas 
I e II são falsas.
4. Para um bom desenvolvimento do 
esporte nos ambientes escolares, é 
muito importante que o professor 
de educação física conheça e 
saiba distinguir o esporte nas 
diferentes manifestações para que, 
dessa forma, quando for trabalhar, 
tenha claro os objetivos e formas 
metodológicas ideais para cada 
manifestação. Assinale a alternativa 
que contempla a melhor definição 
para o esporte educacional.
a) O esporte educacional é uma 
ferramenta do esporte de 
rendimento, em que o principal 
objetivo é a seleção de atletas 
para a prática de rendimento.
b) O esporte educacional tem como 
principal objetivo o ensino do 
esporte como ferramenta para o 
aprimoramento e a ampliação do 
repertório motor do aluno, assim 
como um meio de motivação 
para a prática esportiva como 
opção de lazer, de qualidade 
de vida e de bem-estar.
c) O esporte educacional tem 
como foco o aprendizado 
detalhado do esporte e sua 
fundamentação teórica (origem/
histórico/fundamentos).
Os principais métodos de ensino do voleibol26
d) O esporte educacional tem 
como principal objetivo o ensino 
da modalidade esportiva para 
a iniciação esportiva escolar 
(competições escolares).
e) É o esporte de iniciação 
ao treinamento para 
participação em competições 
regionais e estaduais.
5. Analise as afirmativas referentes 
à prática do voleibol no 
ambiente educacional.
I. O saque deve ser ensinado 
de forma que o aluno consiga 
executá-lo da maneira mais 
eficiente possível a ponto 
de poder ser considerado o 
"primeiro ataque" do jogo.
II. O ideal é que seja trabalhado de 
forma que meninos e meninas 
possam praticar juntos, sem 
separação por gênero.
III. Os fundamentos técnicos devem 
ser trabalhados em conjunto 
com a preparação física e tática.
IV. O componente lúdico deve 
prevalecer nas práticas. 
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmativas I, II, III e 
IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II 
e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, 
II e IV são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I e 
IV são verdadeiras.
e) Somente a alternativa 
IV é verdadeira.
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Os principais métodos de ensino do voleibol28
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