Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
METODOLOGIA DO VOLEIBOL Fernando Guilherme Priess Os principais métodos de ensino do voleibol Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Aplicar o método de ensino mais adequado para o voleibol como esporte educacional. Construir um programa de ensino do voleibol com foco no desempenho. Elaborar uma intervenção de voleibol participativo. Introdução O voleibol é uma modalidade que se destaca em nível mundial e nacional no que se refere ao número de participantes e expectadores. Embora o esporte, de forma geral, seja uma prática padronizada e regida por regras comuns preestabelecidas, quando utilizado com outras finalidades que não sejam somente as de desempenho esportivo, pode se manifestar com diferentes características e objetivos. Para diferenciar as formas e os objetivos de aplicação do esporte, foi criada uma classificação específica: esporte educacional; esporte participativo; esporte de desempenho. Nas diferentes classificações, o ideal é que se apliquem estratégias e metodo- logias específicas, pois os objetivos de aprendizagem são diferenciados. Neste capítulo, você vai estudar o voleibol como esporte escolar, de participação e de rendimento. Vai conhecer as diferentes características de cada uma das formas práticas de desenvolvimento da modalidade, assim como as estratégias de aplicação de metodologias para as diferentes formas de manifestação do esporte. O voleibol como esporte educativo A prática esportiva é essencial para a saúde e o bem-estar do ser humano. Por meio do esporte é possível ensinar: aspectos procedimentais — gestos motores; aspectos conceituais — regras e história das modalidades esportivas; valores fundamentais — autoconfiança, inclusão social, trabalho em equipe e respeito pelas outras pessoas. O voleibol, como conteúdo das aulas de educação física, é muito importante para o desenvolvimento integral do aluno e, como ferramenta, é fundamental para a difusão de um estilo de vida saudável e ativo, pois além dessa moda- lidade ser bastante difundida no Brasil e no mundo, tem características que oportunizam a prática de pessoas de diferentes idades, habilidades e gêneros, sem distinção. Considerando que boa parte das crianças e adolescentes só têm acesso à prática de alguma modalidade esportiva nas aulas de educação física, a importância de uma abordagem correta desse conteúdo aumenta, no caso específico o voleibol, pois muitos deles podem não ter outras oportunidades de vivenciar e de conhecer melhor a modalidade fora do ambiente escolar. Diante desses fatos, o voleibol deve ser explorado não só no quesito procedimental, ou seja, somente na prática, mas também nos aspectos conceituais (como forma de conhecimento geral do esporte, suas características, origem e formas de manifestação) e atitudinais, que estão diretamente relacionados às questões comportamentais que o esporte exige, como o desenvolvimento da liderança, do trabalho em equipe, da cooperação, do respeito ao adversário, entre outros. A educação física, nos ambientes escolares, tem como principal obje- tivo integrar o aluno na cultura corporal de movimento de forma completa, utilizando-se das mais diferentes práticas motoras e esportivas para promover o esporte como uma manifestação de saúde e de bem-estar, que pode ser pra- ticado nas horas de lazer e como atividade física na prevenção de doenças. A prática esportiva no ambiente escolar deve inicialmente estimular e promover a integração e a socialização de todos, jamais deve distinguir e diferenciar os mais habilidosos dos que apresentam maiores dificuldades. Existem diferentes metodologias e formas de aplicação do conteúdo do voleibol no ambiente escolar, mas um aspecto que deve ser levado em consi- deração antes de escolher e aplicar uma metodologia são os objetivos que se pretende alcançar com as práticas. Os principais métodos de ensino do voleibol2 Para a escolha correta de uma metodologia adequada para as aulas de educação física, deve-se levar em consideração alguns aspectos importantes, são eles: Os aspectos psicomotores são imprescindíveis para o ensino de qualquer modalidade esportiva, por isso, na iniciação, devem ser trabalhadas atividades que promovam o desenvolvimento da coordenação motora, da orientação espacial e temporal, da lateralidade, da noção do esquema corporal, do ritmo, entre outras habilidades psicomotoras. O desenvol- vimento dessas habilidades deve acontecer de forma lúdica, por meio de atividades que façam com que a criança tenha prazer na prática da modalidade e se sinta atraída para conhecer mais a fundo as questões inerentes ao desporto. Os jogos pré-desportivos são excelentes ferramentas para o ensino dos esportes. Por exemplo, o jogo de queimada/caçador trabalha de uma forma dinâmica e divertida diferentes tipos de movimentação (lateral, frente, atrás, alta, baixa) além da agilidade, e ações de ataque e defesa, entre outros aspectos que são comuns aos esportes coletivos. O esporte deve ser ensinado de maneira gradativa: do mais simples para o mais complexo. As brincadeiras e as atividades lúdicas auxiliam no desenvolvimento de valências físicas e motoras que são importantes nas práticas esportivas. É importante que se utilizem materiais e equipamentos diversificados para que as aulas sejam mais motivantes e criativas e que estimulem diferentes tipos de habilidades. Exemplos de materiais e equipamentos: bolas de diferentes tamanhos, pesos e formatos; bambolês; bastões; cordas; elásticos; escadas de agilidade; cones, entre outros. É muito importante que as atividades promovam a socialização, a integração, a cooperação e o trabalho em equipe. Metodologias que utilizam o jogo propriamente dito como referência na aprendizagem são muito bem aceitas e têm ótimos resultados no ambiente escolar. O ensino fragmentado e repetitivo de fundamentos de forma isolada torna as aulas monótonas e pouco atrativas; portanto é importante que os jogos estejam presentes no processo de ensino- -aprendizagem em ambientes escolares. Qual seria a metodologia mais adequada para aplicação nos ambientes escolares? Como fazer? O que fazer? 3Os principais métodos de ensino do voleibol Tratando-se de metodologias de ensino, é muito complexo elencar qual seria a melhor delas para o desenvolvimento no ambiente escolar, pois o método de ensino depende muito da realidade de cada instituição, da estrutura disponível, dos recursos, da equipe, do material, dos objetivos de aprendizagem, entre outros aspectos. Diante desses fatos, é viável estabelecer diferentes possibili- dades e formas de atuação, relatos de experiências de ensino para que, assim, seja possível optar pelas metodologias que possam ser mais adequadas para a realidade que se pretende aplicar. Não existe uma receita ou uma padronização de metodologia para se traba- lhar a educação física, nem seus conteúdos no contexto escolar. As diretrizes são estabelecidas e, a partir delas, os profissionais da instituição devem, em conjunto com a equipe pedagógica, discutir os conteúdos e as metodologias mais adequadas para a realidade dos alunos e da instituição. Pensando o voleibol como conteúdo da educação física escolar, sugeri- remos que o professor elabore um planejamento para que os conteúdos não sejam aplicados da mesma forma em todo o período escolar. Na sequência, será apresentada uma sugestão de divisão de conteúdos de acordo com as diferentes faixas etárias: De 2 a 6 anos — nessa fase, a criança está no período de formação das habilidades motoras básicas e da psicomotricidade. Nesse período, é impres- cindível que o fator lúdico seja preponderante na escolha das atividades. Não é indicado que atividades específi cas voltadas ao esporte sejam trabalhadas, mas que jogos motores, cooperativos, recreativos e de formas diversas, sejam explorados nas mais diferentes possibilidades. O objetivo principaldeve ser o trabalho do repertório motor de forma global. De 7 a 10 anos — nesse período, as habilidades motoras básicas das crianças, se bem estimuladas, já devem estar bem desenvolvidas. Sugerimos, ainda, que o trabalho psicomotor geral seja o foco do aprendizado. As crianças já começam a compreender regras e elas podem ser trabalhadas por meio de pequenos jogos motores e recreativos. Embora possam ser introduzidas algumas atividades competitivas, o foco deve estar em jogos e em atividades cooperativas. A partir dos 8 anos de idade, alguns esportes já podem ser introduzidos, mas de forma adaptada (bola, quadra, regras) e sem a cobrança da execução técnica dos fundamentos de forma padronizada. O voleibol pode ser inserido por meio do minivoleibol, que tem regras próprias e é jogado em quadras adaptadas e com menor número de jogadores. Os principais métodos de ensino do voleibol4 De 11 a 12 anos — nessa fase, o repertório motor da criança já deve estar bem desenvolvido. Pode-se trabalhar com atividades que envolvam diferentes tipos de habilidades e movimentos, como andar em diferentes direções controlando uma bola pelo toque; deslocamentos rápidos (agilidade) combinados com a execução de movimentos (manchete, toque, etc.), entre outros. Nesse período, os jogos pré-desportivos (jogos que têm regras fl exíveis e que trabalham aspectos e habilidades que são comuns a algum tipo de esporte) são bastante utilizados. Como exemplo, podemos citar o jogo de queimada/caçador. Nesse jogo, diferentes aspectos podem ser trabalhados. Se utilizado como jogo pré- -desportivo para o voleibol, as regras podem ser adaptadas da seguinte forma: a bola não pode ser encaixada (como no jogo original) e, para não ser queimado, o aluno deve fazer o movimento da manchete, com a bola caindo no seu campo (assim, não será queimado); a bola deve ser lançada somente com movimentos de um dos braços, acima da linha da cabeça (ou seja, inicia-se o movimento parecido ao da cortada); outra forma do jogo de queimada é jogar com a rede de voleibol, em que a bola deve ser lançada sobre a rede (com uma ou com duas mãos). Esses são apenas alguns exemplos práticos de atividades que podem ser trabalhadas do conteúdo voleibol para essa faixa etária. Nesse período, o minivoleibol também é uma proposta metodológica interessante e os funda- mentos do jogo devem ser trabalhados sem que haja uma cobrança excessiva das regras do jogo (essas podem ser bem básicas e adaptadas). Como sugestão, os fundamentos mais importantes são saque por baixo, toque, manchete e ataque simples. De 13 a 14 anos — nessa fase, o aluno já deve estar com o repertório motor e físico bem desenvolvido. Os fundamentos podem ser trabalhados em forma de desafi o, entre grupos ou pessoais. Os alunos podem ser estimulados a superar seus limites pessoais por meio de pequenas competições (sem foco excessivo no ganhar e perder). Pode-se utilizar o jogo do voleibol com regras adaptadas inicialmente como: liberar que a bola recebida do saque possa ser agarrada; permitir um toque no chão da bola (estilo pingue-pongue); deixar a rede a uma altura baixa (entre 2 a 2,20 m, aproximadamente); 5Os principais métodos de ensino do voleibol utilizar diferentes tipos de bola (podem ser utilizadas bolas mais leves ou até mesmo bolas de plástico em alguns momentos). É importante também que os alunos tenham acesso a conteúdos informa- tivos do esporte, como sua origem e características na criação. Uma sugestão seria a prática da modalidade com regras de sua origem e, na sequência, um debate sobre a experiência. De 15 a 17 anos — nessa fase, o esporte já pode ser inserido como uma prática voltada à qualidade de vida, saúde e bem-estar e uma opção de lazer. Aos mais habilidosos, pode ser indicada a especialização esportiva, em projetos e escolinhas da modalidade. É importante que se trabalhe a visão crítica em relação aos esportes (fazer com que o aluno compreenda todos os aspectos que envolvem a prática esportiva – políticos, econômicos, éticos, etc.). O jogo de voleibol pode ser trabalhado de forma geral com foco no aspecto lúdico da modalidade. Manifestações do esporte no ambiente escolar Um aspecto relevante e importante que deve ser pensado no planejamento educacional é a questão da compreensão do esporte nas suas diferentes manifes- tações, para compreender suas semelhanças e diferenças básicas. Dessa forma, não ocorrem equívocos durante a aplicação prática e, como consequência, os alunos envolvidos não são discriminados pela escolha equivocada da forma de aplicação do método de ensino. O esporte, de acordo com sua fi nalidade e objetivos, está dividido em: Esporte educacional — esporte como conteúdo de ensino nos ambientes educacionais; Esporte de participação — esporte como forma de lazer e qualidade de vida da população em geral; Esporte de rendimento — esporte para performance e rendimento esportivo. Como meio de competição amadora ou profissional. Por muito tempo, antes de haver uma classificação clara e distinta do es- porte, essas três manifestações se “misturavam” no ambiente escolar. Algumas práticas da educação física focavam a atividade esportiva apenas para o lazer, de forma recreativa, similar ao esporte de participação, sem fundamentos ou Os principais métodos de ensino do voleibol6 fins educacionais. Na prática era o famoso “joga a bola”, ou seja, os alunos realizavam as práticas que mais tinham interesse e afinidade, sem uma coor- denação e controle do professor. Isso tornava as aulas extremamente vagas e a presença do professor era praticamente dispensável. Uma segunda metodologia muito utilizada no ambiente escolar utilizava as aulas de educação física como uma atividade de iniciação esportiva, aproximando-se muito dos objetivos do esporte de rendimento. Essa prática dificilmente tinha êxito pelos seguintes fatos: poucos colégios e instituições educacionais têm estrutura física de qualidade para trabalhar o esporte de rendimento; para que se tenha êxito e resultados significativos no esporte de rendi- mento, as práticas semanais não deveriam ser inferiores a três sessões por semana de, no mínimo, 2 horas por sessão; a quantidade e a diversidade dos materiais para a prática do esporte de rendimento é muito importante e as instituições escolares não dispõem de materiais suficientes; o esporte de rendimento exige que seus participantes tenham característi- cas fisiológicas que auxiliem na modalidade. No caso do voleibol, atletas de baixa estatura dificilmente terão espaço no esporte competitivo; a componente habilidade esportiva é muito importante no esporte de rendimento e, no ambiente escolar, existem alunos com diferentes características e, muito provavelmente, a maioria não terá habilidades suficientes para se destacar no rendimento esportivo. Esses são alguns dos fatos que tornam o esporte de rendimento no ambiente escolar uma prática inviável (nas aulas de educação física), mas pode, sim, ser uma prática para um projeto no contraturno escolar, desde que haja uma seleção de alunos com interesse e características adequadas para a prática. Conhecendo essas situações, fica mais fácil escolher a metodologia ade- quada ao esporte escolar, em que os objetivos educacionais sejam atingidos com a prática esportiva e com as aulas de educação física. Para que uma metodologia seja adequada para a aplicação do esporte na escola, no caso específico do voleibol, é necessário que alguns objetivos sejam contemplados: desenvolvimento básico das habilidades psicomotoras gerais e específicas, conhecimento do esporte, suas características e finalidades, conhecimento dos benefícios fisiológicos da prática esportiva e vivência das técnicas da modalidade. 7Os principais métodos de ensino do voleibol Desenvolvimento básico das habilidades psicomotoras gerais e específicas Nas aulas de educação física, com alunos dos anos iniciais, é fundamentalque ocorram práticas que promovam o aprimoramento e o desenvolvimento das habilidades psicomotoras gerais, tais como: coordenação motora ampla; lateralidade; equilíbrio; noção espacial; noção temporal; organização do esquema corporal; ritmo; expressividade; agilidade. Como sugestão de formas de desenvolvimento dessas habilidades, des- tacamos as brincadeiras e os jogos motores (pega-pega diversos, estafetas, atividades que envolvam as habilidades de movimento naturais como andar, correr, saltar, lançar, rolar, agarrar, etc.), os jogos cooperativos e competitivos, os jogos pré-desportivos, entre outros. Conhecimento do esporte, suas características e finalidades É importante apresentar o esporte e suas características desde a sua origem até a atualidade. Proporcionar que o aluno refl ita sobre os motivos da criação dessa prática esportiva, sobre quais eram os objetivos iniciais e quais são os da atualidade. O aluno, ao comparar a prática esportiva em diferentes momentos históricos do nosso País e do mundo, pode ter uma visão crítica e ampliada sobre a prática esportiva. Essa atividade pode ser trabalhada por meio de trabalhos de pesquisa apresentados pelo professor, de estudos de caso de situações que envolvam o esporte, de entrevistas com profi ssionais da área, com atletas, ex-atletas e de outras formas ativas de estudo. Conhecimento dos benefícios fisiológicos da prática esportiva Conhecer e analisar quais são os benefícios gerais que o esporte proporciona aos seus praticantes, assim como possíveis contraindicações é um dos objeti- Os principais métodos de ensino do voleibol8 vos de uma metodologia adequada para o ensino do esporte. Entender quais grupos musculares são mais solicitados para a prática da modalidade, o tipo de esforço que predomina no esporte, as reações fi siológicas que são comuns nos praticantes, ou seja, conhecer a importância e os benefícios do esporte. Algumas sugestões para oportunizar esses conhecimentos seriam: apresentar vídeos que demonstrem a anatomia, a fisiologia e o funcio- namento do corpo de forma geral e no exercício; apresentar a biomecânica e a bioquímica do exercício; aplicar práticas com avaliação e testes de desempenho e resultados (controle da frequência cardíaca e da pressão arterial, testes de volume de oxigênio, entre outros); estimular a pesquisa e o desenvolvimento de trabalhos para aprofun- damento nos assuntos; considerar as sugestões dos próprios alunos sobre formas de acesso aos assuntos. Vivência das técnicas da modalidade Para vivenciar as técnicas da modalidade esportiva é importante desenvolver exercícios que oportunizem o aprendizado básico dos principais fundamen- tos técnicos da prática, no caso do voleibol: o toque, a manchete, o saque, o bloqueio, a cortada e os rolamentos. Deve-se levar sempre em consideração que a execução do gesto técnico com perfeição não deve ser a prioridade, mas o aprendizado do gesto de forma que a prática do jogo possa ser efi ciente. Como exemplo da diferença do ensino do gesto técnico no voleibol escolar e no voleibol de rendimento, podemos citar o saque. No voleibol escolar, estimula- -se o aprendizado inicial do saque “por baixo”, em que a bola é golpeada na sua parte inferior e, posteriormente, com o domínio da técnica, o ensino do saque “por cima”, em que a bola é golpeada na parte anterior. Mesmo no saque por cima, que geralmente é mais forte e dificulta a recepção, o professor, no processo de aprendizado, deve destacar que o objetivo principal, no ambiente escolar, não deve ser o de dificultar a recepção da equipe adversária (esse é o objetivo do saque no esporte de rendimento, que pode ser considerado o primeiro ataque da equipe), mas o de colocar a bola em jogo para que as equipes possam desfrutar da prática pelo maior tempo possível e para que todos tenham a oportunidade de vivenciar as práticas oferecidas. Como sugestão para as práticas, pode-se ajustar as regras para facilitar o jogo, como, entre outras estratégias: 9Os principais métodos de ensino do voleibol permitir, de forma inicial, mais do que três toques; deixar a bola quicar o solo sem punição; utilizar uma bola maior e mais leve; baixar a altura da rede; permitir equipes mistas; diminuir os espaços e o número de jogadores. No ambiente escolar, cabe ao professor conhecer diferentes estratégias de ensino, analisar a realidade local e os objetivos a serem alcançados e selecionar as estratégias que melhor atendem as necessidades do grupo. Na sequência, você irá poder se aprofundar em outra forma de manifes- tação do esporte, o rendimento, que tem características bastante distintas e específicas, bem diferentes do esporte escolar. Voleibol com foco no desempenho O esporte pode ser trabalhado com diferentes objetivos, mas para isso são necessárias metodologias diferentes de ensino. Quando se fala em rendimento, lembramos de forma automática do elemento “competição”, que está direta- mente relacionado a essa prática. A diferença do esporte de rendimento para o esporte escolar inicia na terminologia utilizada para o profissional que atua na área. Na escola, ele é chamado de professor, mas quando atua no ambiente de treinamento esportivo, é chamado de técnico, de forma geral. Para uma boa atuação na área de trei- namento, é imprescindível que o profissional seja especialista na modalidade com que irá trabalhar. O voleibol como modalidade esportiva exige de seus praticantes um nível de condicionamento técnico, tático, físico e emocional aprimoradíssimo, e para isso se faz necessária uma programação de treinamento integral e uma preparação metódica, contínua e planejada, para alcançar ótimo desempenho e bons resultados esportivos. Até o início da década de 1980, os Estados Unidos e a antiga União Soviética (hoje Rússia) dominavam o cenário mundial no voleibol. A seleção brasileira de voleibol, a partir da década de 1980 vem crescendo nos resultados esportivos nas competições internacionais. Hoje é uma referência, tanto na modalidade masculina quanto feminina, além do voleibol de praia. Esse sucesso e os resultados significativos em mundiais e em jogos olímpicos estimularam Os principais métodos de ensino do voleibol10 muitos jovens a iniciar a prática esportiva em caráter competitivo e o esporte se expandiu em todo o Brasil. O Brasil está entre os melhores países do mundo na modalidade de voleibol. Esse fato contribuiu de forma significativa para o aumento dos praticantes desse esporte de forma geral. As principais conquistas do voleibol brasileiro, nos últimos tempos, foram: 1993 — Conquista inédita: “A primeira vez a gente nunca esquece”, especialmente quando a conquista acontece em casa. Comandada pelo técnico José Roberto Gui- marães, a seleção brasileira sagrou-se campeão da Liga Mundial pela primeira vez, em 1993, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, após vencer a Rússia por 3 sets a 0. 2001 — A era Bernardinho: para conquistar o bicampeonato, o Brasil teve que des- bancar ninguém menos do que a Itália, com quem nutria uma rivalidade histórica — e que era a maior campeã do torneio na época, com oito medalhas de ouro. Em Katowice, na Polônia, o título veio para os brasileiros, depois de uma vitória contra os italianos por 3 sets a 0. Naquele ano, o atual técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, iniciou o seu ciclo vitorioso no campeonato. Todos os outros troféus da Liga que o país conquistou a partir dessa data foram com ele no comando. 2003 — É ponto do Brasil! Giba!. Um dos jogos mais emocionantes da história — e que será lembrado para sempre pela superação da equipe brasileira. Perdendo por 2 sets a 1 para a Sérvia e Montenegro, além de uma desvantagem considerável no quarto set, o Brasil foi protagonista de uma virada emocionante e ganhou o título na quinta etapa (tie-break/set decisivo), por 31 a 29, em Madri. O herói do ponto que levou a seleção ao ouro?Giba. 2004 — É tetra! É tetra!. A seleção brasileira masculina de vôlei reencontrou a italiana em uma final novamente, dessa vez em Roma. Com as parciais de 27–25, 25–19, 25–27 e 25–17, os brasileiros levaram a melhor sobre os donos da casa, por 3 sets a 1. 2005 — Tri consecutivo: após a emocionante final contra a Sérvia e Montenegro, em 2003, o Brasil reeditou aquele momento. De virada, conquistou mais um título sobre o adversário, na casa deles, em Belgrado, por 3 sets a 1, e sagrou-se penta- campeão da Liga Mundial — e tricampeão seguido. 2006 — Mais uma conquista heróica no tie break: o hexacampeonato do Brasil foi marcado por outra virada histórica. Disputando o título com a França, em Moscou, a equipe de Bernardinho perdia por 2 sets a 0. De maneira heroica, os brasileiros não apenas empataram o jogo como venceram o tie break por 15–13, levando mais um troféu para casa. O time era liderado por Giba, eleito o melhor jogador da Liga Mundial, em 2006. 2007 — O ano que encerrou os títulos seguidos do Brasil (pentacampeonato consecutivo): de volta a Katowice, o Brasil encarou a Rússia pela segunda vez em uma final – e começou perdendo por 1 set a 0, após as parciais de 18–25. Mas a seleção canarinha se superou mais uma vez e virou o jogo: 3 sets a 1, com o brasileiro Ricardinho eleito o melhor jogador da Liga Mundial. 11Os principais métodos de ensino do voleibol O processo de treinamento esportivo voltado ao desempenho exige pla- nejamento e organização prévia para que os resultados e objetivos propostos possam ser alcançados. Os programas de treinamento são organizados de forma anual, em que são preestabelecidas as principais etapas e competições das quais se pretende participar. Ao planejar é importante também destacar qual será a principal competição do ano e, se para a participação é necessário entrar em outra competição seletiva. Quando é necessária uma pré-classificação para uma competição de maior importância, o planejamento de treinamento deve levar em consideração, primeiramente, a preparação para essa competição seletiva (por exemplo, não adianta focar os treinamentos pensando em um campeonato estadual se, para participar dele, se faz necessário ganhar um campeonato regional). Um aspecto importante a ser considerado é que os métodos de treinamento não podem ser transportados do esporte de alto nível e aplicados para todas as categorias, visto que envolvem especificidades para as diferentes faixas etárias. Dessa forma, deve ocorrer a adaptação do volume, da intensidade, de exigências técnicas e táticas, de acordo com as características dos prati- cantes. Assim, conhecer o atleta é fundamental para planejar a preparação de uma equipe de forma física, técnica e tática, buscando a obtenção de bons resultados. Porém, o que se observa na prática, principalmente em categorias menores, é a ausência de um planejamento com perspectivas de longo prazo e, quando isso acontece, quase sempre é reproduzido o modelo das equipes de alto nível (VILAS BOAS, 2008). Durante o processo de treinamento, qualquer negligência nos tipos de preparação física, técnica, tática e psicológica pode interferir no desempenho da performance. Portanto, o ideal é saber como trabalhar cada fator e em que 2009 — Reencontro com a Sérvia em Belgrado: o cenário foi praticamente o mesmo de 2005: os anfitriões saíram à frente no placar, mas os brasileiros conseguiram a virada. Ainda assim, os donos da casa conseguiram levar, mais uma vez, o jogo para o tie-break. Apesar disso, a seleção brasileira ganhou o quinto set por 15–12, com o placar final de 3 sets a 2, e faturou o oitavo troféu da competição, igualando o recorde da Itália. 2010 — Gracias, hermanos!. Essa foi a última vez em que o Brasil esteve em uma final da Liga Mundial. Em partida contra a Rússia, em Córdoba, na Argentina, a seleção brasileira venceu o adversário por 3 sets a 1, com parciais de 25–22, 25–22, 16–25 e 25–23, e se tornou a maior campeã do torneio, com nove troféus, ultrapassando os italianos. Os principais métodos de ensino do voleibol12 momento do treinamento o fator tem maior importância, para assim alcançar a evolução do time e do desempenho (HERNANDES JUNIOR, 2002). Outro aspecto importante que deve ser observado e organizado é a plani- ficação do treinamento. Na planificação, existem vários métodos e propostas; porém a base pode ser exemplificada em dois grupos: periodização do treina- mento e os princípios básicos do treinamento. Hernandes Junior (2002) propõe os seguintes princípios básicos do treinamento que devem ser considerados: Especificidade do treinamento — o exercício proposto no treina- mento é que determina a transferência (negativa ou positiva) ou não do desempenho. Individualidade biológica — é outro princípio importante, pois cada organismo responde de maneira diferente em níveis de adaptação e a um estímulo. Justamente por isso, o programa de treinamento deve ser baseado na capacidade de cada um, para que não existam metas inatingíveis ou que aconteça uma decepção com a performance. Estímulo — a necessidade de tempos adequados para realizar a super- compensação, por causa dos diferentes estilos. O organismo deve receber estímulos com intensidade regulada, a fim de evitar a instabilidade do desempenho. Sobrecarga — deve haver diferentes combinações de volume e de intensidade para permitir a recuperação do organismo. Em razão dos treinamentos e desses estímulos, podemos perceber que o organismo necessita de recuperação, e que essas diferenças no tempo de recupe- ração são chamadas de heterocronismo de recuperação. Adaptação — existem três fases: fase de alarme, de resistência e de exaustão, nas quais os estímulos podem ser aplicados em quatro situações: ■ antes da recuperação energética inicial; ■ no momento dessa recuperação energética; ■ no momento em que o organismo realizou a supercompensação; ■ após o organismo ter realizado a última fase. Barbanti (1997) divide a preparação esportiva em três etapas: A primeira etapa, que é chamada de preparação básica, tem uma duração de 3 a 4 anos com início aos 8–9 anos de idade, em que não deve haver especialização nessa fase. O desenvolvimento deve ser multilateral e a técnica “bruta” para facilitara execução. Devem ser desenvolvidas 13Os principais métodos de ensino do voleibol capacidades motoras básicas de acordo com a idade, como o trabalho de resistência aeróbia, de velocidade, de habilidade e de coordenação dos movimentos em geral. Deve-se despertar o comprometimento com os treinos, que devem ser alegres e variados, sem a finalidade de ganhar a qualquer custo. A segunda etapa, que dura de 3 a 5 anos, é conhecida como etapa de formação e tem como base o aperfeiçoamento das capacidades motoras básicas. A partir desse momento, deve-se dar ênfase à modalidade de preferência do aluno, estimulando a ida aos treinos e tornando a prática um hábito de vida. Essa época é decisiva na personalidade do jovem, mas, muitos deixam de praticar por motivos socioeconômicos. A terceira e última etapa, chamada de preparação de alto rendimento, é aquela que depende da boa formação das etapas anteriores. É também a etapa preparatória para competições de alto nível, em que se dá atenção para a parte específica do treino, pois é por meio dela que os atletas se acostumam com a competição e obtêm altos rendimentos. Outro aspecto importante e apresentado por Borsari (1989) é a divisão das cargas de treinamento físico, técnico e tático nos diferentes momentos do treino. No Quadro 1, a seguir, é apresentada uma proposta do autor para o treinamento do voleibol. Fonte: Adaptado de Borsari (1989). Físico puro Físico/ Técnico Técnico puro Técnico/ tático/ Fases de jogo Tático puro 1ª etapa 30% 30% 30% 10% 0% 2ª etapa 20% 30% 20% 20% 10% 3ª etapa 10% 30% 10% 30% 20% 4ª etapa 10% 20% 10% 30% 30% Quadro 1. Divisão de treinamento do voleibolPara chegar ao alto nível, o atleta deverá dispor de dedicação integral, de condições ideais de treinamento (material esportivo, instalações) e, principal- mente, de uma educação física de base generalizada, adequada, com efeitos Os principais métodos de ensino do voleibol14 benéficos, orientada sempre por treinadores conscientes de suas atuações. As atividades de base são fundamentais nas faixas etárias inferiores. “É preciso observar as características psicológicas do atleta em cada momento do trei- namento, a hora de determinar objetivos e conteúdos físicos, adaptando-os às exigências que este demanda” (WEINECK, 1991). Weineck (1991) dentro do treinamento desportivo define três etapas predeterminadas: etapa de iniciação desportiva (aproximadamente 10–14 anos de idade); etapa de preparação para alta competição (15–19 anos de idade); etapa de alta competição (20 anos de idade em diante). Duwe e Novaes ([2005?]) baseados nos estudos de Weineck (1991), separam o processo de treinamento de voleibol em diferentes etapas, de acordo com a idade, são elas: Etapa de iniciação desportiva Pré-puberal (10–13 anos de idade) Essa etapa é o começo da vida desportiva dos futuros jogadores de voleibol. É importante que o treinador conheça bem o seu futuro atleta, pois nessa faixa etária a criança “passa” por vários processos de ajustamento, seja de ordem social, emocional ou psicológica. Os alunos são bastante sensíveis às mudanças que possam ocorrer no treinamento, qualquer defi ciência de orientação por parte do treinador poderá desestimulá-los a continuar. A duração dessa etapa, segundo Weineck (1991), vem ocupar normalmente as idades compreendidas entre 9–10 anos até os 14 anos. O treinador deverá ter consciência de que algumas atividades deverão ser evitadas, como exercícios com grandes sobrecargas sobre o sistema os- teoarticular e contatos físicos violentos, pois, segundo Weineck (1999), as estruturas em via de crescimento do aparelho motor ainda não têm a resistência à carga como o adulto. Em razão da maior proporção de matérias orgânicas relativamente moles, os ossos são mais flexíveis e sua resistência à flexão e à pressão é diminuída. Mesmo na iniciação desportiva, é importante que o técnico utilize em suas sessões de treinamento atividades que sejam motivantes e que desper- tem o interesse do atleta. É muito comum o abandono precoce de atletas no treinamento por causa de carga muito elevada e repetitiva de treinos. Sabe-se 15Os principais métodos de ensino do voleibol que para serem realizadas com perfeição muitas valências físicas e técnicas precisam ser desenvolvidas repetidas vezes. Mas, essa não é a única forma de aprendizado da técnica, o treinador pode utilizar estratégias diversas para tornar o aprendizado da técnica mais agradável e não puramente mecânico. Pode, inclusive, adicionar nas sessões de treinamento, atividades de outros esportes que tenham valências físicas e táticas próximas à modalidade esportiva, para que o treino fique mais agradável e diversificado. Como exemplo, podemos citar um jogo de basquetebol adaptado, em que os alunos trocam passes e a cesta só pode ser feita de “toque” ou de manchete (usando uma bola de voleibol). Puberal (13–14 anos de idade) Essa fase é o começo da puberdade. Há crescimento e desenvolvimento em máxima velocidade, o que determina um aumento da força muscular em vir- tude do aumento do hormônio testosterona nos meninos (WEINECK, 1991). Quanto à estrutura de treinamento (13–14 anos de idade), WEINECK (1999) propõe que seja 50% preparação física, 30% preparação técnica e 20% preparação tática. Algumas corridas de longa duração e intervaladas deverão fazer parte do treinamento, além de exercícios de força e de potência muscular, velocidade e coordenação (WEINECK, 1991). Nessa fase, o “espírito competitivo” está bem aguçado e o treinador pode, por meio das atividades no treinamento, estimular a superação de limites, colocar desafios e metas individuais nas práticas e nos jogos. Como exemplo, pode-se citar uma atividade para aprimoramento do saque, em que a quadra pode ser dividida em áreas diferentes, demarcadas por cones e, cada cone tem um número que equivale à sua pontuação. O objetivo é chegar a certa quantidade de pontos. Essa atividade estimula a superação pessoal e a precisão da técnica do saque. Assim como essa, outras atividades e jogos podem ser utilizados nessa fase. Etapa de preparação para alta competição (pós- puberal) A partir dos 14 anos de idade até a fase adulta, é quando começa o estado especializado da fase de desenvolvimento motor relacionado ao esporte, em que os interesses e as habilidades, nesse estado, são mais refi nados. Um dos papéis fundamentais do treinador é saber selecionar seus atletas para a preparação para a alta competição. Para Rodrigues (apud WEINECK, 1991), o objetivo dessa prévia seria dar continuação ao trabalho, formando Os principais métodos de ensino do voleibol16 atletas muito qualificados; isso sugere alguns parâmetros a serem observados pelo treinador: Nível de rendimento da velocidade de reação do jogador — esse aspecto é muito importante porque o voleibol exige um alto nível de agilidade dos seus praticantes em quase todos os seus fundamentos técnicos e a velocidade de reação é imprescindível em todos os momentos do jogo. A bola, quando golpeada, atinge velocidades altíssimas em curto espaço, dessa forma, as reações rápidas são muito importantes para o sucesso nas ações. Altura e envergadura do jogador — essas características, relacionadas ao biotipo do atleta, são importantes no voleibol de rendimento, pois fazem muita diferença no desempenho geral do jogador. Como exemplo, podemos citar um jogador com 2,05 m de altura e envergadura de 2,10 m, se comparado com um jogador de 1,90 m de altura e envergadura de 1,95 m, o primeiro jogador estaria propenso a ter maior facilidade no fundamento de bloqueio, de ataque e de defesa, devido ao seu biotipo mais avantajado que facilitaria esses fundamentos e ações do jogo. Aquisição dos domínios fundamentais técnicos — um bom atleta precisa ter um equilíbrio de habilidade em todos os fundamentos técnicos da modali- dade (saque, bloqueio, ataque, recepção, entre outros). É comum que se tenha algumas especialidades e destaque em alguns fundamentos, mas o equilíbrio se torna muito importante, pois, se isso não acontecer, o rendimento da equipe pode ser comprometido. Como exemplo, podemos citar um jogador que possa ter excelente desempenho no ataque, mas que seja tecnicamente fraco no blo- queio. Essa situação comprometeria muito a equipe e sobrecarregaria os demais jogadores, podendo comprometer o desempenho da equipe de forma geral. Personalidade do atleta — embora esse aspecto nem sempre seja levado em consideração para a seleção de atletas, é bastante importante e relevante. O esporte competitivo exige do aspecto comportamental e psicológico do atleta. Em muitos momentos do jogo, o atleta irá ter que superar críticas dos seus próprios colegas, de técnicos ou até de torcedores e, nesses momentos, precisará ter um equilíbrio emocional muito grande. Para tanto, os traços de personalidade infl uenciam muito. Imaginando uma situação prática no voleibol, podemos citar o exemplo de um jogador designado para ser capitão da equipe. Esse atleta, preferencialmente, deve ter um perfi l de liderança, de autoconfi ança, deve ter autoestima muito bem trabalhada, equilíbrio emocional, 17Os principais métodos de ensino do voleibol entre outras qualidades, para que possa contribuir de forma positiva com a equipe e superar as pressões comuns do jogo. Equilíbrio psíquico — assim como a personalidade, o equilíbrio psíquico é muito importante no atleta (nível intelectual aumentado e capacidade de observação melhorada), pois esses aspectos podem oportunizar bons efeitos sobre o processo de treinamento geral. No processo de organização de equipes para treinamento,assim como a primeira etapa, esta deve ser dividida em partes, como veremos a seguir. Faixa etária de 15–16 anos Após a seleção dos atletas, o treinador terá um grupo mais homogêneo (nível técnico, tático e físico), o que facilitará o seu trabalho. Conhecendo suas principais características e defi ciências, ele poderá trabalhá-las de forma ade- quada, especifi cará e, se possível individualizará o treinamento com o objetivo de corrigir falhas e de desenvolver a performance e as qualidades do atleta. Destaca-se, também, que em todas as etapas do treinamento, a preparação psicológica é de grande importância e relevância, pois é comum que atletas muito bem preparados nos aspectos técnicos e táticos tenham resultados ad- versos em competições por não conseguirem controlar as “pressões” comuns em competições. Assim como nas fases anteriores, é importante que o treinador crie um clima amistoso e agradável nos treinos, que busque atividades diversificadas para descontrair o ambiente. Para tanto, é muito importante que o profissional tenha criatividade para tornar o processo de treinamento mais dinâmico. Como exemplo, podemos citar uma forma de aquecimento. É muito comum vermos atletas correndo por 10 a 15 minutos em volta da quadra para aquecer, na parte principal do treinamento. Essa mesma atividade pode ser feita por meio de brincadeiras como pega-pega, estafetas, “bobinho com bola”, entre outras. Essas atividades podem ser adequadas às necessidades específicas do treinamento, por exemplo: pode-se fazer um pegador, usando a quadra de voleibol como área da atividade; o pegador ficará com uma bola e os demais deverão fugir, utilizando-se somente de deslocamentos laterais e de costas, não poderão andar ou correr para frente. Para pegar a bola, a panturrilha do colega deve ser tocada. Os principais métodos de ensino do voleibol18 Faixa etária de 17–18 anos A tendência de uma preparação para outra é intensifi car o treinamento, explo- rando as potencialidades do atleta ao máximo e corrigindo erros de forma a se atingir o grau ótimo de performance. Para isso, o atleta deverá ter consciência do que realmente deseja, esforçando-se ao máximo para obter o êxito almejado. Weineck (1999) ainda reforça que essa fase é o começo de uma preparação primordialmente especializada, com 35% do temo dedicado à preparação téc- nica, 35% à tática e 30% à física. O autor sugere ainda que o treinamento seja de 12 a 15 horas semanais de preparação, e que inclua exercícios que busquem a melhoria da resistência aeróbia e anaeróbia, da força (cargas médias), da potência muscular, da velocidade, da coordenação; tudo isso com o objetivo de ampliar as capacidades. Faixa etária 19–20 anos A complexidade das ações dos atletas se torna mais evidenciada nessa fase. O treinador preocupa-se em corrigir detalhes nas ações defensivas/ofensivas que poderão ser signifi cativas para a boa atuação da equipe. O treinamento deverá constar de 30% para a preparação física, 30% para a preparação técnica e 40% para a preparação tática (WEINECK, 1999). Nessa fase, também predominam o aperfeiçoamento da técnica e da tática e a preparação do organismo para enfrentar cargas elevadas. Etapas de alta competição O objetivo dessa fase, que compreende idades posteriores a 20 anos, segundo WEINECK (1991), seria o aprofundamento específi co das capacidades e, ainda, conforme Tubino (apud WEINECK, 1991), o treinamento desportivo de alta competição pode ser considerado, em termos organizacionais, como uma composição das quatro preparações fundamentais (técnica/tática/física/ psicológica) sob um efetivo controle médico (médico, de alimentação e dos hábitos de vida dos atletas). A preparação física será prioritária quando se tratar de um treinamento em padrões elevados, pois dará meios a um aperfeiçoamento significativo nos recursos técnicos por meio da possibilidade de uma quantificação do trabalho específico do desporto visado. Portanto, o processo de treinamento esportivo para o rendimento é bastante complexo e exige um ótimo planejamento e organização. O processo inicia 19Os principais métodos de ensino do voleibol na seleção de atletas para participar do treinamento e tem continuidade com o acompanhamento periódico do rendimento. Na sequência, você poderá conhecer outra manifestação do esporte que se diferencia bastante das duas citadas anteriormente e que também é importante para o profissional de educação física. No link, a seguir, você poderá conhecer exemplos de equipamentos e materiais que podem ser utilizados para o treinamento da iniciação ao alto rendimento no voleibol. https://goo.gl/EdouLu Voleibol como participação Nesta seção, você poderá conhecer outra forma de aplicação da modalidade, o voleibol como participação, em que os objetivos e as características das práticas são bem específi cos e diferem das duas formas apresentadas. O esporte, de forma geral, pode ser entendido como uma ferramenta que desperta olhares e sentimentos diferentes na população. A relação entre esporte e a humanidade é uma evidência, enquanto alguns tem contato direto com a prática, outros realizam apenas um acompanhamento por meio dos meios televisivos e da mídia em geral. Quando pensamos na prática do esporte como uma ferramenta para o lazer, esse pode servir como um motivador para a prática saudável de atividades físicas e oportunizar hábitos saudáveis, qualidade de vida e bem-estar da população. O esporte e o lazer são vertentes presentes na vida do ser humano e ocupam, atualmente, um espaço de enorme importância na vida das pessoas como elemento de valorização da identidade, de revalorização geral do corpo e de interesse crescente pelo cuidado à saúde, à diversão, à valorização estética. Esse interesse não é apenas de uma parcela da população “os atletas”, mas de todos os cidadãos que têm plena noção de seus direitos, entre os quais, o livre acesso à prática esportiva (WALTER; MEZZADRI, 2003). Os principais métodos de ensino do voleibol20 [...] destacamos o voleibol como prática eminente neste trabalho, um esporte que tem ganhado ênfase nos últimos anos, atinge vários níveis sociais, promove alegria, diversão e bem-estar aos seus praticantes. Os relatos afirmam que o voleibol fica atrás apenas do futebol como prática mais destacada, conforme ressaltam Leite et al. (2010). (SAMPAIO et al., 2017, p. 3). O voleibol como participação e opção de lazer proporciona diferentes formas de aplicação e de desenvolvimento. É sabido e estudado que as práticas esportivas podem contribuir de forma significativa para a socialização, a inte- gração, a formação ética, e para o bem-estar geral da população. A modalidade esportiva em si, por meio de suas práticas, exige que seus participantes traba- lhem em equipe, superem seus limites, desenvolvam cooperação, lideranças, trabalhem estratégias, assimilem as derrotas, assim como saibam administrar as vitórias de forma positiva. Além desses aspectos, existem os benefícios físicos e fisiológicos em geral que as práticas esportivas proporcionam, pois tiram seus praticantes do sedentarismo e proporcionam, por meio da prática, melhores condições de vida e bem-estar geral. No aspecto do voleibol como esporte participativo, existem diferentes possibilidades de atuação. Na sequência, serão apresentadas algumas opções de práticas e ações que podem ser desenvolvidas para diferentes grupos e ambientes. A prática do voleibol para a população adulta, de forma específica a ter- ceira idade, pode ser uma excelente opção de esporte participativo. Diferentes municípios já desenvolvem práticas voltadas a esse público com resultados significativos e interessantes. Voleibol gigante/câmbio É um jogo similar ao voleibol em que os participantes jogam em duas equipes com nove jogadores cada, formando três linhas de três jogadores em cada equipe (formação apresentada na Figura 1). O jogo segue uma dinâmica similar ao voleibol, em que são permitidostrês toques na bola antes de ela ser lançada para a quadra adversária. A diferença é que no voleibol gigante a bola pode ser segurada e lançada. O objetivo é o mesmo do voleibol: fazer a bola cair na quadra adversária. O rodízio ocorre em forma de “S” invertido, conforme indicação das setas na Figura 1. Se houver mais do que nove jogadores em cada equipe, forma-se uma fi la fora da quadra, na posição básica de saque do voleibol e, ao fazer o rodízio, o último jogador da posição do rodízio sai e vai para o fi nal da fi la do seu grupo. O saque é realizado da posição central com a bola sendo lançada. Essa proposta de jogo voltado para o público da terceira idade pode 21Os principais métodos de ensino do voleibol ser uma excelente forma de inserir o voleibol como atividade de participação focado no bem-estar, na socialização e na integração da comunidade. Pode ser realizado tanto em ginásios e em quadras abertas quanto em praças e em locais públicos (gramados). Essa mesma prática pode ser desenvolvida para crianças e adolescentes como iniciação esportiva ao voleibol. Figura 1. Formação básica em quadra para o voleibol gigante. 9 m 9 m 9 m 3 m 3 m >3 - 5 m >3 - 8 m Minivoleibol Essa é uma prática já bastante difundida na iniciação esportiva e pode ser uma alternativa de inclusão do voleibol como participação. Resume-se à prática da modalidade em campos reduzidos, praticada em 2 a 2; 3 a 3 e 4 a 4, basicamente. O espaço, a rede e o jogo são adaptados à quantidade de jogadores, que inicialmente jogam usando somente os fundamentos de toque e de manchete, e com o desenvolvimento da prática, são inseridos outros fundamentos da modalidade até chegar próximo ao jogo de voleibol na sua totalidade. Por ser mais fácil de praticar e proporcionar que todos toquem na bola de forma mais constante, é muito atraente e motivador e oportuniza excelentes resultados a seus praticantes. Os principais métodos de ensino do voleibol22 Festival de vôlei Outra proposta para difundir a prática de voleibol na comunidade seria a organização de festivais de voleibol por profi ssionais de educação física, em praças e ambientes públicos gerais, em que seriam oferecidas diferentes pos- sibilidades e formas de praticar a modalidade, atendendo aos mais diferentes públicos e níveis de aptidão para a modalidade. São exemplos de atividades que podem ser propostas: Voleibol em duplas — na areia, na grama ou na terra; Voleibol com saco — jogado em duplas que seguram um saco que serve para lançar e receber a bola. Pode-se jogar em 2, 3 ou 4 duplas em cada equipe e criar uma quadra adaptada de voleibol. O jogo tem o foco na integração e na recreação do grupo, e pode ser jogado por crianças e adultos. A atividade pode ser jogada com 2 a 6 duplas por equipe, dependendo do tamanho da quadra e, o jogo segue uma dinâmica similar a do voleibol. Cada equipe pode dar três toques antes de a bola ser lançada para a quadra adversária. A grande diferença é que a bola deve ser apanhada, sem tocar o solo, em um saco que deve ser segurado pelas pontas pela dupla e, após três toques (passes obrigatórios) entre a equipe, ser lançada para a equipe adversária. Voleibol em grupos Promover em locais públicos, em gramados e em praças a prática dos fun- damentos básicos da modalidade em grupos (círculos), em que o objetivo é somente brincar e manter a bola no ar. No início, podem ser utilizadas bolas grandes, estilo bolas de parquinho, para facilitar a prática. Pode ser jogado por crianças e adultos de forma conjunta. Oficina de voleibol É possível criar uma grande ofi cina de voleibol em local público onde podem ser trabalhados diferentes tipos de brincadeiras e jogos que desenvolvam os fundamentos básicos do voleibol de forma recreativa e promovam a prática da modalidade. São muitas as possibilidades de se trabalhar a modalidade considerando o voleibol como um esporte de participação. Cabe ao profissional de educação física criar estratégias dinâmicas e lúdicas para despertar o interesse pela 23Os principais métodos de ensino do voleibol prática do voleibol e, dessa forma, contribuir para a integração e o bem-estar dos participantes. Na sequência, você verá um exemplo de atividade prática que pode ser utilizada como esporte participativo ou até mesmo no voleibol escolar. A atividade é chamada de vôlei pega. O grupo é dividido em duas equipes em uma quadra de voleibol (podem ser equipes de 6 até 9 jogadores). O jogo deve ser realizado, de preferência, com uma bola de plástico grande (tipo bolas de parquinho, bem leve). A dinâmica é parecida com a do voleibol, mas o professor criar regras adaptadas. Algumas sugestões de regras: não existe limite de três toques para a bola passar para a quadra adversária; o saque é realizado da posição central da quadra (posição 6) e pode ser realizado com toque ou com qualquer outra forma; dependendo do grupo, pode-se permitir um toque no chão antes de a bola ser lançada para a quadra adversária. Após ajustadas as regras, inicia-se o jogo. Ao estar jogando, logo que cometer um erro (bola fora, deixar a bola quicar duas vezes, a bola tocar na rede e não passar para a quadra adversária, etc.), a equipe deve correr para o lado oposto da rede, passando pelo fundo da quadra (saindo da quadra de vôlei); os adversários que marcaram o ponto, logo que for consumado o erro/infração, devem correr atrás da outra equipe (até que eles passem a linha de fundo, e tentar pegar o maior número possível de pessoas). Cada pessoa pega é um ponto extra para a equipe. Após essa ação, o jogo segue normalmente. Sempre que alguém errar, uma equipe vai fugir e a outra irá pegar. O voleibol escolar, desenvolvido de forma adequada e planejada, pode ser um elemento massificador da prática do esporte, não pensando na prática voltada ao rendimento, mas sim como uma opção de prática esportiva voltada para o lazer, para a qualidade de vida e para o bem-estar geral. Outro aspecto importante que foi citado no capítulo, refere-se ao fato de que muitas crianças e adolescentes não têm oportunidades da prática esportiva fora do ambiente escolar por não serem atingidos pelos programas de iniciação ao esporte fora da escola (geralmente por não terem habilidades exigidas para a prática ou por falta de programas e locais de acesso à prática esportiva). Isso faz com que as atividades realizadas no ambiente escolar tenham maior valor e importância. Outra forma de manifestação do voleibol é como esporte de participação. Essa prática está diretamente ligada ao voleibol escolar, embora sejam distintas. Se for realizado um bom trabalho na escola, o aluno terá discernimento e visão crítica para escolher e analisar práticas esportivas voltadas para o lazer, para Os principais métodos de ensino do voleibol24 a qualidade de vida e para o bem-estar. Fora do ambiente escolar, cabe aos profissionais de educação física promoverem o voleibol, entre outros esportes, como opção de lazer e de qualidade de vida. Por último, destacamos o esporte como rendimento, que difere das ou- tras por ser uma prática mais especializada e que exige de seus praticantes habilidades físicas, técnicas, táticas, entre outras. Assim como as demais, é uma manifestação importante, mas deve ser pensada e trabalhada de forma diferenciada das demais, conforme já foi abordado no capítulo. Espera-se que o profissional de educação física possa ser um disseminador, por meio da educação física, nas suas diferentes manifestações e ambientes, da prática esportiva organizada e bem orientada, para atender os objetivos para cada tipo de ambiente e público e possibilitar, assim, que crianças, adolescentes e adultos possam usufruir do esporte, como prática educacional, de lazer, de competição ou, de todas essas formas, se assim desejar. Os profissionais da área, ao desenvolverem o esporte, devem inicialmente verificar em qual cenário ele ocorrerá, qual será o público a ser contemplado,para então definir os objetivos a serem atingidos e estabelecer as estratégias de trabalho. 1. O voleibol competitivo exige diferentes tipos de valências físicas para que se possa ter um melhor desempenho esportivo na modalidade. Assinale as valências físicas e motoras que se destacam como imprescindíveis para o voleibol de rendimento. a) Condicionamento aeróbio, agilidade e flexibilidade. b) Flexibilidade, equilíbrio, coordenação motora ampla. c) Resistência cardiorrespiratória, força, coordenação motora ampla. d) Agilidade, condicionamento anaeróbio, força explosiva, coordenação motora ampla, velocidade de reação. e) Equilíbrio, flexibilidade, velocidade, força. 2. Leia atentamente as afirmativas na sequência referentes ao voleibol como manifestação educacional, participativa e de rendimento. I. O esporte educacional tem como principal objetivo o ensino dos fundamentos básicos da modalidade para a iniciação esportiva. II. O esporte educacional pode ter um impacto significativo no esporte de participação, pois por meio da prática no ambiente escolar, os alunos podem adquirir hábitos para a prática esportiva fora da escola, como uma opção de lazer e de bem-estar geral. 25Os principais métodos de ensino do voleibol III. O esporte de rendimento inicia-se na escola, que é o ambiente onde toda a base esportiva é formada e o aprimoramento é feito no contraturno, por meio de atividades especializadas. IV. O esporte de participação oportuniza aos seus praticantes práticas de atividades físicas com fins diversos, tais como integração, socialização, cooperação, qualidade de vida e bem-estar. Com referência nas afirmativas anteriores, assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa II é verdadeira. b) Somente a afirmativa IV é verdadeira. c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 3. O voleibol escolar e de rendimento são práticas bastante distintas e específicas. Com relação a isso, leia atentamente as afirmativas a seguir. I. Um aspecto importante no voleibol escolar é a possibilidade de selecionar e de formar atletas. II. O foco das atividades do voleibol na escola e no rendimento (treinamento) é praticamente o mesmo, diferencia-se somente no rendimento, que é trabalhado no contraturno escolar. III. As preparações física, tática e psicológica são aspectos imprescindíveis no voleibol de rendimento e pouco relevantes no voleibol escolar. IV. No voleibol escolar, as regras e o desenvolvimento das técnicas específicas da modalidade são bastante flexíveis, mas podem ser ajustados e adaptados pelo professor. Assinale a alternativa correta. a) AS afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. b) Somente a afirmativa I é falsa. c) Somente a afirmativa II é falsa. d) Somente as afirmativas I e III são falsas. e) Somente as afirmativas I e II são falsas. 4. Para um bom desenvolvimento do esporte nos ambientes escolares, é muito importante que o professor de educação física conheça e saiba distinguir o esporte nas diferentes manifestações para que, dessa forma, quando for trabalhar, tenha claro os objetivos e formas metodológicas ideais para cada manifestação. Assinale a alternativa que contempla a melhor definição para o esporte educacional. a) O esporte educacional é uma ferramenta do esporte de rendimento, em que o principal objetivo é a seleção de atletas para a prática de rendimento. b) O esporte educacional tem como principal objetivo o ensino do esporte como ferramenta para o aprimoramento e a ampliação do repertório motor do aluno, assim como um meio de motivação para a prática esportiva como opção de lazer, de qualidade de vida e de bem-estar. c) O esporte educacional tem como foco o aprendizado detalhado do esporte e sua fundamentação teórica (origem/ histórico/fundamentos). Os principais métodos de ensino do voleibol26 d) O esporte educacional tem como principal objetivo o ensino da modalidade esportiva para a iniciação esportiva escolar (competições escolares). e) É o esporte de iniciação ao treinamento para participação em competições regionais e estaduais. 5. Analise as afirmativas referentes à prática do voleibol no ambiente educacional. I. O saque deve ser ensinado de forma que o aluno consiga executá-lo da maneira mais eficiente possível a ponto de poder ser considerado o "primeiro ataque" do jogo. II. O ideal é que seja trabalhado de forma que meninos e meninas possam praticar juntos, sem separação por gênero. III. Os fundamentos técnicos devem ser trabalhados em conjunto com a preparação física e tática. IV. O componente lúdico deve prevalecer nas práticas. Assinale a alternativa correta. a) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. d) Somente a afirmativa I e IV são verdadeiras. e) Somente a alternativa IV é verdadeira. BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1997. BORSARI, J. R. Voleibol: aprendizagem e treinamento, em desafio constante. São Paulo: EPU, 1989. DUWE, E. J.; NOVAES, A. J. Planejamento do voleibol a longo prazo por faixas etárias. [2005?]. Curso de Especialização em Educação Física Escolar, Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Disponível em: <http://www.fundesporte.ms.gov.br/wp-content/ uploads/sites/32/2017/03/Planejamento-do-Voleibol-a-Longo-Prazo.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2018. HERNANDES JUNIOR, B. D. O. Treinamento desportivo. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002. SAMPAIO, J. M. F. et al. Voleibol e lazer: aspectos motivacionais. In: ENCONTRO INTERNA- CIONAL DE JOVENS INSTIGADORES, 3., 2017, Fortaleza. Anais... Campina Grande: Realize, 2017. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/revistas/joinbr/trabalhos/ TRABALHO_EV081_MD1_SA52_ID84_14052017203904.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2018. 27Os principais métodos de ensino do voleibol VILAS BOAS, F. A importância do planejamento do treinamento de voleibol. 2008. Mo- nografia (Licenciatura em Educação Física) – Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2008. Disponível em: <https://www.academia.edu/9702267/A_ import%C3%A2ncia_do_planejamento_do_treinamento_de_Voleibol>. Acesso em: 21 nov. 2018. WALTER, M. R.; MEZZADRI, F. M. Elias e Bourdieu: uma análise sociológica do esporte e o lazer na vida do cidadão. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 22., 2003, João Pessoa. Anais eletrônicos... São Paulo: ANPUH, 2003. 3840 p. WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991. WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. Barueri: Manole, 1999. Leituras recomendadas DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 4. ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. LEITE, M. R. M. et al. O voleibol como uma atividade física e de lazer para os alunos do ensino médio do IFCE campus Juazeiro do Norte. In: CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 5., 2010, Maceió. Anais... Maceió, IFAL, 2010. Os principais métodos de ensino do voleibol28 Conteúdo:
Compartilhar