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CADERNO DE PROCESSO CIVIL 1 completo - PROF.CAMILO

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1 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
RESUMO HENRIETE SANTOS 
Prof. Felipe Camilo Dall’Alba 
HISTÓRIA DO PROCESSO CIVIL 
A partir do momento que a sociedade se organiza podemos falar de 
processo. Por isso, começaremos pelo Direito Romano. 
 
1. DIREITO CIVIL ROMANO 
A evolução do Direito Processual Romano foi dividida em três etapas: 
 
I. Ações da Lei (754 a.C. até o século II a.C.); neste momento havia um 
número limitado de ações ( 5 ações). O processo era formalista e 
subdivido em duas fases. Uma perante o Pretor e uma perante o Iudex. 
Ex: árvore e videira (sentido literal da Lei) Lei das 12 Tábuas. 
Pretor e Iudex são uma espécie de juízes, pretor faz uma análise prévia 
para aceitar ou não. O Iudex faz a análise e ouve as partes. 
Além disso, o contraditório era obrigatório, pois não havia processo sem 
réu. O autor era obrigado a levar o réu para o pretor. Presença do réu era 
indispensável. 
 
II. Período Formulário: a fórmula é a Lei do caso concreto. Com a expansão 
do Império Romano as 5 ações já não eram suficientes (século II a.C. até 
II d.C.). Pretor analisava de acordo com julgamentos anteriores para uma 
mesma decisão para casos iguais ou parecidos. O procedimento continua 
dividido em duas fases, uma perante o pretor e a outra perante o iudex, e 
o contraditório era obrigatório. 
Em ambos os períodos a ordem jurídica era privada, ou seja, não era o 
Estado que prestava a jurisdição. 
 
III. Cognição extraordinária: (século II d. C. até o fim do Império Romano). 
O Estado se apropria da jurisdição e passamos a ter o juiz funcionário. 
Por exemplo, o conceito de sentença vem deste período, havia a figura do 
oficial de justiça, havia a revelia e etc. (o processo era 
predominantemente oral) 
Cognição = conhecimento / julgamento 
 
2. PROCESSO COMUM 
É uma mistura: a praxe do direito germânico, a forte influência do direito 
canônico e a tradição do direito romano, formaram o direito comum e como 
consequência o processo comum, vigente em toda a Europa entre os séculos XI e 
XVI. Este processo pode ser caracterizado por sua forma escrita, pela complexidade 
e por sua lentidão. 
 
 
 
 
2 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
3. DIREITO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRO 
 
a) Ordenações 
 Em 1446, o rei Afonso V promulgou o primeiro Código português, as 
Ordenações Afonsinas. Em 1521, vieram as Ordenações Manuelinas e em 1603, 
foram promulgadas as Ordenações Filipinas, conhecidas como Ordenações do 
Reino. 
O Brasil se tornou independente em 1822, onde continuou sendo utilizada 
as Ordenações Filipinas. 
b) Regulamento nº 737 
Após a edição do Código Comercial de 1850, foi instaurado, através do 
Regulamento nº 737, normas para o processamento das causas comerciais 
brasileiras. Este regulamento representa grande importância na história do direito 
processual brasileiro. Porém, cabe salientar que as causas cíveis continuavam 
sendo resolvidas pelas Ordenações e pelas leis complementares ou modificativas. 
c) Consolidação das Leis do Processo Civil 
Sob ordem do governo imperial, toda a legislação existente referente ao 
processo civil foi reunida na Consolidação das Leis do Processo Civil, que foi 
organizada pelo conselheiro Antônio Joaquim Ribas e a Resolução imperial de 1876 
concedeu à Consolidação força de lei. 
d) Códigos de Processos Estaduais 
A Constituição Republicana de 1891 determinou que cada Estado do 
Brasil fizesse o seu próprio código, baseado no modelo federal. O que não deu 
certo, pois os Estados não tinham legisladores preparados, o que impediu que fosse 
colocado em prática. 
e) Códigos Unitários 
A Constituição de 1934 atribuiu primordialmente a União e supletivamente 
aos Estados à competência de legislar sobre matéria processual. Em 1937, o 
Governo nomeou uma comissão para a elaboração do Código Nacional de Processo 
Civil, porém devido à divergência internas a comissão não prosseguiu. 
Pedro Batista Martins, um dos membros da comissão, elaborou um 
projeto que foi transformado em lei pelo Governo, através do Decreto-Lei nº 1.608, 
de 1939, nosso primeiro Código. 
Em 1973, o Código de 1939 foi reformado com base no anteprojeto do 
Ministro da Justiça Alfredo Busaid. Pela Lei nº 5.869 de 11 de janeiro de 1973, foi 
promulgado o Código de Processo Civil, em vigor até hoje. Busaid foi aluno e 
discípulo de Liebman, (Enrico Tullio Liebman, eminente jurista italiano, graduou-se 
na Faculdade de Direito de Roma, chegou ao Brasil em 1939 fugido da guerra, no 
mesmo ano em que foi editado o CPC inspirado nos códigos da Alemanha, Austria e 
Portugal. Publicou diversas obras e foi professor na Faculdade de Direito de São 
Paulo, onde apresentou ideias extremamente revolucionárias para a época.) que 
com seu pensamento influenciou inúmeros juristas brasileiros e em virtude disso, 
costuma-se dizer que ele foi o fundador de verdadeira Escola – a Escola Processual 
de São Paulo. 
Portanto, é possível observar a forte influência das ideias de Liebman no 
CPC de 1973, como exemplo as condições da ação (art. 267, VI, CPC/73 e art. 485, 
NCPC). 
f) CF/1988: A Constituição Federal de 1988 atualizou o CPC de 1973, 
trazendo, por exemplo, a proibição da prova ilícita e o contraditório e a ampla 
defesa. 
3 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
g) CPC/2015: É um projeto de Luiz Fux, foi aprovado no Senado e na 
Câmara e aguarda a sansão da presidente. 
PARTE GERAL: Conceitos gerais que ditam regras para todos os 
processos. 
PARTE ESPECIAL: Trata dos chamados procedimentos. 
 
FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
A lide é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. 
A lide pode ser solucionada por meio da autocomposição (as próprias partes 
colocam fim no litígio) ou heterocomposição (um terceiro é chamado para resolver e 
dar fim ao litígio). 
 
1- AUTOCOMPOSIÇÃO 
a) Renuncia: a parte que estava exercendo a pretensão abre mão do 
direito (art. 487, III, c, CPC/2015 e art. 269, V, CPC/73). 
b) Submissão: aquele contra quem a pretensão está sendo exercida 
aceita a exigência do autor (art. 487, III, a, CPC/2015 e art. 269, II, CPC/73). 
c) Transação: Código Civil art. 840 e 487, III, b, CPC/2015. As partes 
mediante concessão mútua colocam fim ao litígio. (transação=acordo) 
 
2- AUTOTUTELA 
É uma forma de autocomposição egoísta, pois a parte resolve o problema 
com o uso da força. Como regra ela é proibida no Brasil, salvo casos específicos, 
como por exemplo, o art. 1.210, I, CC (legítima defesa da posse). 
 
3- HETEROCOMPOSIÇÃO 
Uma terceira pessoa é chamada para resolver o conflito. 
a) Jurisdição: No Brasil a jurisdição é exercida pelo poder judiciário e ela é 
imperativa e inevitável. 
O poder judiciário, o poder legislativo e o poder executivo são 
independentes e harmônicos entre si. 
O juiz quando exerce a atividade do processo exerce a atividade de 
conhecimento, execução e provisória (urgência que pode ser cautelar e tutela 
antecipada ou de evidência). 
Conhecimento = aplicar o direito. 
Execução = efetivar o direito. 
 
 
Provisória 
(liminares) 
 
b) Meios alternativos de resolução de conflitos: 
1- ARBITRAGEM – Lei 9.307/96 
Um terceiro privado escolhido pelas partes é chamado para resolver o 
conflito. A sentença do arbitro tem a mesma força de uma decisão judicial. 
2- CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
Um terceiro é chamado para que as partes façam um acordo, ou que uma 
delas se submeta ou renuncie ao direito. 
Urgência 
Evidência 
Cautelar 
Tutela antecipada 
4 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
 
APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
NCPC, Art. 13 – A jurisdição civil será regida pelas normas processuais 
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, 
convenções ou acordosinternacionais de que o Brasil seja parte. 
A jurisdição civil será regida, como regra, pelas normas processuais 
brasileiras. 
Procedimento inicial: Petição Inicial, citação, contestação, réplica, 
instrução, sentença e recurso. (No NCPC, antes da contestação há uma audiência 
de conciliação). 
 
APLICAÇÃO IMEDIATA 
NCPC, Art. 14 – A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais 
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
A norma processual quando criada não retroage, tendo a aplicação 
imediata, respeitando-se, portanto os atos praticados e as situações consolidadas. 
 
JURISDIÇÃO 
 
A jurisdição é inerte e entra em movimento por meio da ação. 
Para estudar a jurisdição nos basearemos na opinião de alguns autores: 
 
1- CHIOVENDA 
Para o autor a jurisdição é uma atividade substitutiva e secundária, 
declara o direito e ao exercê-la o juiz é a boca da lei. O juiz substitui as partes na 
resolução do conflito. 
Crítica: CHIOVENDA não explica o julgamento das questões processuais 
que surgiram durante o processo. Além disso, o juiz não é apenas a boca da lei, pois 
ele aplica o direito. 
2- CARNELLUTTI 
A pedra fundamental da jurisdição é a lide, ou seja, o conflito de 
interesses qualificado por uma pretensão resistida. 
Crítica: O conflito de interesses pode ser resolvido fora do processo, além 
disso, vamos ter o caso dos processos necessários em que mesmo sem lide 
concreta a ação tem que ser ajuizada. (Ex. anulação de casamento) 
3- ALLORIO 
Para o autor o que caracteriza a jurisdição é a coisa julgada. A coisa 
julgada é um selo que se agrega aos efeitos da sentença e os tornam imutáveis. 
(Passou o prazo dos recursos coisa julgada segurança). 
Embora a coisa julgada seja uma característica dos processos judiciais 
em alguns casos ela inexiste. A coisa julgada pode ser relativizada. (Ex. Teste de 
DNA). 
Crítica: No processo cautelar e no processo de execução não há coisa 
julgada, mas a atividade é jurisdicional, além do que temos hoje a discussão da 
relativização da coisa julgada. (Ex. investigação de paternidade) 
4- OVÍDIO BAPTISTA 
Para o autor a jurisdição é uma atividade exercida pelo Estado por meio 
de um terceiro imparcial (que não tenha vínculo com as partes). 
A atividade jurisdicional é aquela exercida pelo Estado através de um 
terceiro, o juiz. 
5 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
 
5- DANIEL MITIDIERO 
A jurisdição é uma atividade exercida pelo Estado, por meio de um 
terceiro imparcial e os atos não podem ser revisados por outros poderes. 
(Irreversibilidade externa: não podem ser revisados pelos outros poderes, não 
podem ser modificados, só podem ser revisados internamente.) 
 
ARBITRAGEM é uma atividade jurisdicional? 
Não é uma atividade jurisdicional porque não é exercida pelo Estado e 
sim por um terceiro privado. Para considerar a arbitragem uma atividade jurisdicional 
teria que retirar o Estado do conceito e deixar apenas o imparcial. 
O arbitro é um terceiro imparcial, a autores que defendem a arbitragem 
como uma atividade jurisdicional. 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO é uma atividade jurisdicional? 
Não é uma atividade jurisdicional porque a mesma pessoa que aplica a 
multa julga o processo, portanto, não tem um terceiro imparcial. 
 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA E CONTENCIOSA 
O que difere a jurisdição voluntária da contenciosa é a existência ou não 
de uma lide. Não havendo lide é voluntária, havendo lide é contenciosa. 
Jurisdição voluntária não tem lide, exemplo, venda de bens de menores. 
O Novo Código de Processo Civil trata da jurisdição voluntária no art. 719 
e ss, o art. 725 exemplifica casos que o procedimento sumário (não há lide em 
nenhum dos itens citados no art.). 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA É JURISDIÇÃO? 
Para os autores Chiovenda, Carnellutti e Allorio a jurisdição voluntária 
NÃO é uma atividade jurisdicional e sim administração pública de interesse privado. 
Já para Ovídio e Mitidiero SIM a jurisdição voluntária é jurisdicional porque é 
exercida pelo Estado por meio de um terceiro imparcial. 
 
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 
1. INVESTIDURA – Só exercerá a jurisdição quem tenha sido 
regularmente e legitimamente investido na função de juiz (em regra concursado ou 
nomeado nos tribunais). 
2. ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO - Os juízes só exercem jurisdição nos 
limites territoriais do Estado, por exemplo, o juiz brasileiro julgará as causas do 
Brasil. 
3. INDELEGABILIDADE – É vedado aos membros do poder dar para 
outro o poder de exercer a sua função, exemplo, o juiz não pode delegar o 
julgamento para o prefeito. 
4. INEVITABILIDADE - a autoridade das decisões judiciais é imposta por 
si, isto é, não depende da vontade das partes. 
5. INAFASTABILIDADE – Art. 5º, XXXV, CF, o poder judiciário não pode 
deixar de atender a quem venha a juízo defender algum pedido. (o poder judiciário 
não pode deixar de julgar uma causa, o juiz sempre dará uma resposta). 
6. JUIZ NATURAL – É a proibição da criação de tribunais de exceção 
criados para julgar um caso específico. 
7. INÉRCIA – A jurisdição é uma atividade provocada não havendo como 
regra jurisdição sem ação. 
 
6 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
 
AÇÃO 
Um dos interesses para estudar a ação é separar o plano material do 
plano processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ovídio e Pontes de Miranda vão dizer que existem duas ações, uma ação 
material e uma ação processual. No plano material tudo começa com o direito 
subjetivo que é estático, depois de vencido o prazo vem à pretensão (exigência) e 
depois a ação material que é, como regra, proibida. 
 
 
 
 
PLANO PROCESSUAL 
No plano processual nós vamos ter também o direito subjetivo a tutela 
jurídica, a pretensão à tutela jurídica e a ação processual que trará dentro dela a 
ação material. (O juiz substitui as partes na resolução do litígio). 
 
 
 
 Art. 5º, LV, CF 
 
TEORIAS DA AÇÃO 
 
1. TEORIA CIVILISTA 
Autor: Savigny 
Para o autor da teoria, a todo o direito corresponde uma ação que o 
assegura, portanto, o exercício da ação está vinculado à existência de um direito. 
“A ação é o direito em pé de guerra.” 
Crítica: O autor não explica a ação julgada improcedente em que a parte 
ajuíza a ação e no final o juiz certifica que ela não tem direito. 
Além disso, essa teoria não explica a ação declaratória negativa em que o 
autor entra com uma ação para dizer que o direito não existe. 
2. POLÊMICA DE WINDSCHEID E MUTHER 
Autores: Bernhard Windscheid e Theodor Muther 
AÇÃO 
PROCESSUAL 
J 
A B 
(Autor X Réu) 
 
 
MATERIAL 
A x B 
(Credor X Devedor) 
 
Direito 
Subjetivo 
(estático) 
Pretensão 
 
(exigir) 
 
Ação 
 Material 
(proibida) 
 
Plano 
Processual 
 
Direito 
Subjetivo 
(estático) 
Pretensão 
Ação 
Processual 
7 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
Os dois autores fizeram uma polêmica acerca da ação e o vitorioso foi 
Muther. 
a) A ação não foi usada para defender um direito, pois era o próprio 
direito já que o cidadão não tinha direito, mas o poder de exigir. (PRETENSÃO) 
b) Já para Muther a ação é um direito de acionar o Estado, a fim de que o 
Estado preste a jurisdição. 
Do conflito podemos concluir que Windscheid foi importante para o plano 
material, pois nos deu o conceito de pretensão (exigir). Já Muther foi importante para 
o plano processual, pois nos deu o conceito de ação como direito subjetivo público. 
3. TEORIA CONCRETA 
Autores: Adolph Wach e Chiovenda 
Para os autores o exercício da ação está vinculado ao julgamento de 
procedência do pedido. 
a) Para Wach a ação é dirigida contra o Estado e é possível entrar comuma ação para que o juiz declare a inexistência de uma relação jurídica. 
Crítica: O exercício da ação está vinculado a procedência da demanda, 
portanto não explica a ação julgada improcedente. 
b) Para Chiovenda a ação é um direito potestativo em que o réu apenas 
se sujeita a vontade do autor. 
- Direito potestativo: não depende da outra pessoa, assim a vontade da 
outra pessoa é insignificante. 
Crítica: Não explica a ação julgada improcedente, pois o exercício da 
ação fica vinculado à procedência. 
4. TEORIA ABSTRATA 
Autores: Degenkolb e Plósz 
Para os autores a ação é um direito subjetivo público para que o Estado 
preste a tutela jurisdicional. O exercício da ação está vinculado a procedência da 
demanda. 
Crítica: A teoria foi acusada de ser muito ampla, confundindo o direito de 
ação com o direito de petição. 
5. TEORIA ECLÉTICA 
Autor: Liebman 
Para Liebman a ação é um poder que a parte tem de pedir para o Estado 
a prestação da tutela jurisdicional. O resultado final pode ser de procedência ou de 
improcedência, porém o exercício da continuação está vinculado a existência das 
condições da ação, se presentes as condições o juiz julga o mérito, caso contrário 
extingue o processo sem exame de mérito. O CPC/73 adotou a teoria de Lieberman 
(art. 267, VI, CPC/73). 
 
CPC 2015 
Art. 17, 337 e 855 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto não ocorrer a 
hipótese prevista no art. 856, considerar-se-á feita a penhora pela 
intimação: 
I – ao terceiro devedor para que não pague ao executado, seu credor; 
II – ao executado, credor do terceiro, para que não pratique ato de 
disposição do crédito. 
O CPC/2015 ao invés de três condições tem apenas duas, que são: o 
interesse de agir e a legitimidade da parte. 
8 
 
santoshenriete@gmail.com 
 
a) INTERESSE DE AGIR 
O autor tem que demonstrar a necessidade e a utilidade do ajuizamento 
da demanda. Por exemplo, não é possível cobrar dívida que ainda não venceu. 
b) LEGITIMIDADE PARA A CAUSA 
O titular do direito deve ser igual ao titular da ação. Por exemplo, a mãe 
não pode cobrar alimentos em nome do filho. 
c) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO 
Com o CPC/2015 essa condição será analisada como falta de interesse 
processual. 
 
IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES 
Elementos que identificam as ações (identificar é individualizar, dar 
critérios). 
1. Partes 
2. Causa a pedir 
3. Pedido 
 
TEORIA DA TRÍPLICE IDENTIDADE (Art. 337,§2º, NCPC e art. 301, §2º, CPC/73) 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I – inexistência ou nulidade da citação; 
II – incompetência absoluta e relativa; 
III – incorreção do valor da causa; 
IV – inépcia da petição inicial; 
V – perempção; 
VI – litispendência; 
VII – coisa julgada; 
VIII – conexão; 
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
X – convenção de arbitragem; 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a 
mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão 
transitada em julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o 
juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na 
forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e 
renúncia ao juízo arbitral. 
 
 
1. PARTES: é aquele que pede (autor) em face de quem se pede (réu) 
a tutela jurisdicional do Estado. 
O conceito de parte é processual, por exemplo, se a mãe entrar com uma 
ação pedindo alimentos para o filho e o filho entrar com uma ação pedindo alimentos 
contra o seu pai, essas duas ações são diferentes, pois houve modificação do polo 
ativo da ação. 
 
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santoshenriete@gmail.com 
 
2. CAUSA DE PEDIR: diz respeito a o porquê a parte autora está 
ajuizando a ação. Nessa matéria tem duas teorias, a da substanciação e a da 
individualização. 
a) TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: O autor na petição inicial descreve os 
fatos e os fundamentos jurídicos (art. 319, III, NCPC e art. 282, III, 
CPC/73). – o autor tem que contar a história dos fatos. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e 
a residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação 
ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o 
autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto 
no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível 
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Teoria da substanciação: A causa de pedir é constituída pelo fato ou 
pelo conjunto de fatos concretos da vida social, juridicamente 
qualificáveis, e que o autor atribui a produção do efeito jurídico por 
ele visado. Esse fato jurídico constitui, no sistema brasileiro, o 
fundamento jurídico suficiente de pretensão processual formulada 
pelo demandante. 
Geralmente, pode se distinguir um aspecto ativo e um aspecto 
passivo na causa a petendi. O aspecto ativo diz respeito ao fato que 
dá origem ao direito alegado; o passivo é o que causou a crise do 
direito alegado. (Curso de Processo Civil: volume 1, Alvaro de 
Oliveira, Daniel Mitidiero) 
 
Cada fato e fundamento dará nascimento a uma causa de pedir 
distinta. É possível entrar com uma ação pedindo a separação em razão 
de um adultério e outra pela tentativa de morte. Da narração dos fatos 
surgem os fundamentos jurídicos. Por exemplo, se o autor relata que o 
seu cônjuge tem relação extraconjugal o fundamento jurídico é o 
adultério, cada fato, portanto da uma causa a pedir. 
O juiz fica vinculado ao fato narrado no processo (não há como 
aumentar a causa de pedir no meio do processo, o que se pode fazer é 
realizar um novo pedido). A finalidade disso é a segurança. 
A causa de pedir próxima são os fundamentos jurídicos e a causa de 
pedir remota são os fatos jurídicos (da narração dos fatos surge, 
automaticamente, a os fundamentos jurídicos). 
NORMA JURÍDICA – Não há necessidade de o autor citar na petição 
inicial artigos de lei, pois o juiz conhece o direito (iura novit cúria). 
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Se o autor da inicial errar o número do artigo da lei isso não causará 
nenhum prejuízo, pois os artigos legais não integram a causa de pedir. 
 
b) TEORIA DA INDIVIDUALIZAÇÃO – Não é adotada no Brasil, para ela 
basta a descrição da relação jurídica da qual o autor extrai a 
consequênciajurídica. Por exemplo, o autor pede a separação em razão 
de um adultério, todos os adultérios cometidos estarão incluídos nesta 
ação (todos os fatos que embasam o pedido estão dentro da ação). 
 
3. PEDIDO: Diz respeito a o quê a parte autora pretende. O juiz fica 
preso ao pedido formulado pela parte autora (NCPC, art. 490 e 492 e CPC/73, art. 
128 e 460) 
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, 
os pedidos formulados pelas partes. 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem 
como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe 
foi demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica 
condicional. 
 
O pedido deve ter relação com os fatos narrados, por exemplo, se o autor 
narrar que é credor de uma dívida de R$ 1.000,00 (um mil reais) e que ela não foi 
paga, o pedido será a condenação do réu a pagar a quantia de R$ 1.000,00 (um mil 
reais). 
O pedido imediato é a tutela jurisdicional pretendida pelo demandante, 
podendo ser declaratória, constitutiva, declaratória, mandamental ou executiva e o 
pedido mediato representa o bem pretendido (bem da vida). 
Tutela postulada é o que vem antes, pedido de condenar o réu, é 
imediato, já o mediato é o bem da vida, ou seja, aquilo que se pede, no exemplo, o 
valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). O pedido imediato é feito ao Estado para 
condenar o réu a pagar. 
Pode o demandante cumular vários pedidos na petição inicial. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO 
Classificar a ação é o mesmo que classificar a sentença. 
1. AÇÃO DECLARATÓRIA 
O autor formulará um pedido declaratório quando pretender esclarecer 
acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou sobre a veracidade 
ou falsidade de um documento (dúvida quanto a existência da relação jurídica). 
Por exemplo, se existe uma dúvida sobre a existência da união estável o 
pedido correto é de declaração da união estável. 
2. AÇÃO CONSTITUTIVA 
Ela será utilizada quando a parte pretender criar, modificar ou extinguir 
uma determinada relação jurídica. 
Exemplo, o autor entra com uma ação de separação ou de anulação de 
um contrato. 
OBS: A sentença declaratória e a constitutiva tem força própria não 
precisando, portanto de atos executivos posteriores. 
3. AÇÃO CONDENATÓRIA 
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Esta ação é utilizada quando o autor busca uma quantia certa; o juiz 
declara o ilícito e aplica uma sansão. 
A sentença condenatória não tem força própria ela abre espaço para a 
fase de execução, momento em que o patrimônio do devedor será penhorado e 
depois vendido. 
Exemplo, ação condenatória de danos morais. 
4. AÇÃO MANDAMENTAL 
Ela é utilizada nas obrigações de fazer e não fazer, a sentença atua sobre 
a vontade do réu. 
Para forçar o cumprimento da ordem o juiz pode fixar ASTREINTES que é 
uma multa diária. 
5. AÇÃO EXECUTIVA LATO SENSU 
Ela promove o intercâmbio patrimonial, ou seja, retira determinado valor 
do patrimônio do obrigado e o coloca no patrimônio do credor; o autor busca um 
bem que é seu, mas está na posse de outrem. 
Exemplo, ação de reintegração de posse; ação reivindicatória (art. 1228, 
CC); ação de despejo. 
 
 
EXECUÇÃO DA MANDAMENTAL E DA EXECUTIVA LATO SENSU 
O cumprimento da decisão se dá na própria relação processual, não 
havendo necessidade de ação de execução autônoma. (STJ REsp 1079776PE) 
 
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA (Declaratória negativa) 
É uma sentença declaratória negativa, pois o juiz vai declarar que o autor 
não tem direito. 
 
TEORIA DA CONSTANTE 15 DO PONTES DE MIRANDA 
Para Pontes todas as sentenças teriam as cinco cargas eficaciais que 
somadas dariam quinze, para a eficácia de maior valor o peso era cinco e assim iria 
até o um. 
Por exemplo: Ação de despejo 
Eficácia executiva lato sensu Peso 5 
Mandamental Peso 4 
Constitutiva (contrato de locação) Peso 3 
Declaratória Peso 2 
Condenatória Peso 1 
 Total 15 
 
A teoria de Pontes não deu certo, pois nem todas as sentenças têm as 
cinco eficácias, mas o que fica da teoria é que se não tem todas as eficácias tem 
sempre mais uma. 
 
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PEDIDO 
(Profe. Osely costa – oselycosta.adv@terra.com.br) 
LEI 13.601/2015 – Código de Processo Civil, sancionado pela presidente em 
16/03/2015 e publicada no DOU em 17/03/2015. 
 O pedido deve ser certo e determinado. 
Certo = É o pedido expresso, ou seja, não pode ser implícito. 
Determinado = Refere-se aos limites da pretensão. 
Art. 322 – O pedido deve ser certo. 
Art. 324 – O pedido deve ser determinado. 
Art. 325 – Pedido alternativo – O juiz poderá oferecer ao réu a alternância, desde 
que esteja na lei ou no contrato, não havendo necessidade de estar expresso no 
pedido. 
Art. 323 – Pedido implícito – Mesmo sem menção expressa pelo autor na inicial o 
juiz pode conceder um benefício a parte autora. (Ex. Juros + correção monetária – 
mesmo não tendo sido pedido o juiz poderá dar) 
Art. 322 - Juros legais, correção monetária e verbas da sucumbência – pedido 
implícito, interpretação do pedido. 
Art. 328 – Pedido de prestação indivisível. (ex. ações de condomínio) 
Art. 329 – Aditamento e alteração do pedido e da causa a pedir. 
Art. 326 – Cumulação de pedidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PEDIDO 
 
É o que o autor deseja o que ele quer, o pedido deve ser certo e 
determinado. 
PEDIDO CERTO: Ex. Condenar o réu a pagar. 
PEDIDO DETERMINADO: Ex. A pagar a quantia de R$ 10.000,00 (dez 
mil reais). 
PEDIDO GENÉRICO – Art. 324 NCPC e 286 CPC/73 – Porém, como 
exceção o autor pode formular pedido genérico. 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados; 
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do 
ato ou do fato; 
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender 
de ato que deva ser praticado pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
a) AÇÕES UNIVERSAIS – A universalidade pode ser de fato e de direito. 
Assim se não for possível indicar os bens de forma individual, basta pedir 
a universalidade, por exemplo, requerer a entrega de uma biblioteca ao 
invés de indicar cada um dos livros. 
 
b) Impossibilidade de determinar as consequências do ato ilícito. 
Exemplo, condenar o réu a pagar um valor líquido e certo a ser apurado 
na sentença. Nesta hipótese como o autor ainda não tem condições de 
determinar o valor do pedido, pois as consequências do ato ilícito ainda 
não se consolidaram o código permite que o valor seja apurado em 
liquidação de sentença, por exemplo, o autor foi atropelado e quebrou a 
perna e as lesões ainda não se consolidaram. (Requer a condenação do 
réu a um valor a ser apurado em liquidação de sentença) 
 
c) O objeto ou o valor depende de ato a ser praticado pelo réu. Essa 
hipótese acontecerá nas ações de prestação de contas em que o valor só 
será apurado quando o réu demonstrar o que fez com o dinheiro. 
 
OBS: Com base na segunda hipótese a jurisprudência passou a admitir 
que nas ações de dano moral o autor não precise indicar o valor que pretende, por 
exemplo, requer a condenação do réu por danos morais no valor a ser fixado por 
vossa excelência. (...que estimamos o valor de R$....) 
PEDIDO COMINATÓRIO – Art. 287, CPC/73 o NCPC não trata da 
matéria no capitulo dos pedidos. (pedido de fixação de multa diária para que o réu 
cumpra p estipulado pelo juiz (Astrientes)). 
PEDIDO ALTERNATIVO – Art. 325, NCPC e art. 288, CPC/73 – Nas 
obrigaçõesalternativas o pedido tem que ser formulado também de forma 
alternativa. (Se ele não cumprir haverá o inadimplemento). Se a escolha couber ao 
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devedor o juiz de ofício pode assegurar que a obrigação seja cumprida de uma ou 
de outra maneira. 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o 
devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao 
devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de 
outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. 
PEDIDO IMPLÍCITO – Mesmo que constando expressamente na petição 
inicial o juiz pode conceder um benefício à parte autora. 
a) PRESTAÇÕES PERIÓDICAS – Art. 347 NCPC e Art. 323, CPC/73 
Nos casos de demanda que tenha pedido de cumprimento de obrigações 
sucessivas elas serão incluídas no pedido mesmo sem menção expressa, 
por exemplo, o autor pede a condenação do réu ao pagamento de uma 
mensalidade do condomínio, mas a sentença poderá condená-lo ao 
pagamento de todas as prestações que venceram ao longo do processo. 
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as 
providências preliminares constantes das seções deste Capítulo. 
 
b) Juros legais, correção monetária e sucumbência – Art. 322, § 1º, NCPC 
e art. 293, CPC/73 – Mesmo que o autor não peça expressamente a 
condenação nos juros e correção monetária e na verba de sucumbência o 
juiz pode, de ofício, incluir na sentença condenatória. 
 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e 
as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e 
observará o princípio da boa-fé. 
 
INTERPRETAÇÃO DO PEDIDO – Art. 322, § 2º, NCPC e 293, CPC/73 – 
O pedido será interpretado não mais de forma restritiva, mas sim o juiz observará o 
conjunto da postulação e o princípio da boa-fé. 
 
 PEDIDO DE PRETENSÃO INDIVIDUAL – Art. 328, NCPC e art. 291, CPC/73 
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que 
não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na 
proporção de seu crédito. 
O art. 257 e ss, CC/2002 trata da obrigação indivisível. Portanto, sendo a 
obrigação indivisível e apenas um dos credores entrar com a ação, aquele que não 
entrou terá deduzida da sua parte as despesas necessárias ao processo. 
 
ADITAMENTO E ALTERAÇÃO DO PEDIDO E DA CAUSA DE PEDIR – 
Art. 329, NCPC e art. 294, CPC/73. 
Art. 329. O autor poderá: 
I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, 
independentemente de consentimento do réu; 
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de 
pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a 
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possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, 
facultado o requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à 
respectiva causa de pedir. 
Aditar é acrescentar, alterar é modificar e isso só poderá ser feito até a 
citação do réu. 
Até a citação do réu o autor pode aditar e alterar o pedido ou a causa de 
pedir, depois deste momento a alteração poderá ser feita até o saneamento e com o 
consentimento do réu. 
 
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – Art. 326, NCPC e 299, CPC/73 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de 
que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para 
que o juiz acolha um deles. 
O autor veicula no processo mais de um pedido (ex. dano material e dano 
moral), essa cumulação poderá ser simples, eventual ou sucessiva. 
1. SIMPLES – O autor formula mais de um pedido os quais tem 
independência um do outro, que podem ser acolhidos ou não, por exemplo, a parte 
pede a condenação do réu a pagar danos materiais e morais. 
2. EVENTUAL - Art. 326, NCPC e art. 289, CPC/73. Neste caso teremos 
o pedido principal que é aquele que o autor mais deseja e o subsidiário que só será 
analisado se o primeiro não for acolhido (pede o mais difícil, mais corajoso, e depois 
o mais simples) é uma alternância. Por exemplo, o autor pede a condenação da 
aposentadoria por invalidez ou não sendo esse o entendimento pede um auxílio 
doença. 
3. CUMULAÇÃO SUCESSIVA – Neste caso, o segundo pedido depende 
do primeiro, por exemplo, ação de investigação de paternidade cumulada com 
alimentos. 
REQUISITOS – Art. 327, NCPC e art. 292, CPC/73 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, 
de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I – os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, 
será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, 
sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas 
nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos 
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o 
procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata 
o art. 326. 
a) Mesmas partes, o autor pode acumular contra o mesmo réu todos os 
pedidos que sejam possíveis. 
b) Os pedidos sejam compatíveis entre si, os pedidos não podem se 
autoexcluir, por exemplo, não é possível pedir auxílio doença e 
aposentadoria por invalidez, terá que pedir um ou outro. 
c) Mesma competência, o juiz deve ter competência para julgar ambos os 
pedidos. 
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d) Mesmo procedimento, o procedimento é uma sucessão de atos, o 
NCPC trabalha com o procedimento comum e os procedimentos 
especiais, no CPC/73 tinha ainda o procedimento sumário. 
O código exige que o autor utilize para acumulação o mesmo 
procedimento e se para cada pedido houver um procedimento adota-se o 
procedimento comum (antigo ordinário). 
 
PROCESSO 
 
Atividade que se desenvolve perante os tribunais para obtenção da tutela 
jurídica estatal. 
É a atividade que se desenvolve perante os tribunais para a obtenção da 
tutela jurídica. O processo pode ser uma relação jurídica, uma situação jurídica ou 
um procedimento em contraditório. 
 
TEORIAS DO PROCESSO 
 
1. TEORIA DA SITUAÇÃO JURÍDICA (Expectativa) 
Autor: James Goldschidt 
Para o autor o processo é uma situação jurídica de incerteza, em que as 
partes não sabem qual será o resultado. Antes do processo a situação é de certeza, 
depois o que existe são incertezas, no processo tem situações jurídicas de 
pendência, expectativa e ônus. 
Expectativa a uma sentença favorável. 
Pendência porque a relação não é sólida. 
Ônus porque se a parte não praticar o ato é ela que será prejudicada. 
“No processo nada é certo.” 
 
2. TEORIA DO PROCEDIMENTO EM CONTRADITÓRIO (Contraditório) 
Autor: Élio Fazzalari 
O procedimento é uma sucessão de atos que se desenvolvem no tempo. 
O procedimento pode ser apenas um procedimento ou pode ser um processo, o que 
faz o procedimento se tornar processo é o contraditório. Com o contraditório as 
partes podem participar alegando, provando e recorrendo. 
O art.10, NCPC, renovou o contraditório, pois não permite que o juiz 
julgue uma matéria sem oportunizar a manifestação das partes. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de 
se manifestar,ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de 
ofício. 
3. TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL 
Autor: Bulow 
O Processo é uma relação jurídica que une autor, juiz e réu e que possui 
pressupostos próprios. 
RESUMO: O processo é uma relação jurídica em contraditório na qual 
existem apenas expectativas onde tudo é incerto. 
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Existe uma discussão para saber se o processo é uma relação jurídica 
triangular ou angular. Para os que defendem que a relação é triangular só existirá 
processo depois que o réu for citado, já para os que defendem que a relação é 
angular ela começa em linha entre autor e juiz e se angulariza com a citação do réu. 
Pelo Código de Processo Civil já existe processo entre autor e juiz, basta 
lembrar o art. 332, NCPC e o art. 285A, CPC/73 (improcedência liminar) 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: 
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior 
Tribunal de Justiça; 
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se 
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado 
da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do 
processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a 
citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
CARACTERÍSTICAS 
Autonomia, instrumentalidade, caráter público, progressiva e fatalidade. 
1. AUTONOMIA: O processo não depende da relação jurídica material 
para existir. 
2. INSTRUMENTALIDADE: O processo não tem um fim em si mesmo, ele 
é um meio para resolver a lide. 
3. CARÁTER PÚBLICO: Um dos participantes da relação jurídica 
processual é o Estado (juiz), por isso a relação jurídica é de direito 
público. 
4. PROGRESSIVA: A relação jurídica não é estática, ela é dinâmica, por 
isso é progressiva. 
5. TOTALIDADE: O processo não é visto em partes, mas como um todo. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: 
CONCEITO: Os pressupostos são requisitos para o desenvolvimento e 
para a constituição do processo. 
Os pressupostos processuais, as da ação e o mérito são coisas 
distintas. (Para se chegar ao mérito, antes tem que se passar pelas condições e pressupostos) 
Os pressupostos processuais estão no art. 485, NCPC e art. 267, 
CPC/73. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das 
partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
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V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa 
julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou 
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão 
proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado 
ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e 
IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito 
em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do 
réu, desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da 
causa pelo autor depende de requerimento do réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos 
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
1. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA 
a) Jurisdição: é a necessário que na relação tenha o estado-juiz, por 
exemplo, não há processo se o juiz já estiver aposentado. (órgão investido de 
jurisdição) 
b) Demanda: Para o início do processo é necessário à formulação de um 
pedido, pois o juiz não age de ofício. (pedido da parte autora) 
 
2. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS 
Eles vão dizer respeito aos sujeitos processuais (autor, juiz e réu) 
 
2.1. REFERENTE AO JUIZ 
a) Imparcialidade: o juiz não tem relação com as partes e com o 
objeto do processo. 
b) Competência: o juiz deve ter atribuição para julgar o processo, 
por exemplo, as causas trabalhistas são julgadas pelo juiz do 
trabalho. 
 
2.2. REFERENTE ÀS PARTES 
 Capacidade de ser das partes; 
 Capacidade de estar em juízo; 
 Capacidade postulatória. 
São as três capacidades que as partes têm que ter e se não 
tiverem não podem participar. 
a) Capacidade de ser das partes: é a aptidão para ser sujeito da 
relação jurídica processual, fala-se também em personalidade jurídica. 
A personalidade judiciária é mais ampla que a personalidade 
jurídica, pois além das pessoas jurídicas que possuem personalidade 
jurídica e judiciária, alguns entes que não tem personalidade jurídica terão 
personalidade judiciária, como por exemplo, os condomínios. 
 
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b) Capacidade de estar em juízo: é a aptidão para exercer o direito. 
Toda pessoa que esteja no exercício dos seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo (art. 70, NCPC e art. 7º, CPC/73) 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo. 
 
A forma encontrada para suprir a incapacidade é a representação. 
Os incapazes para estar em juízo necessitam da representação ou 
assistência de seus pais, tutores ou curadores (art. 71, NCPC e 8º, 
CPC/73). Por exemplo, uma criança de 10 anos será representada pelos 
pais. 
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou 
por curador, na forma da lei. 
 
c) Capacidade postulatória: é a aptidão técnica para praticar os 
atos processuais, como regra, os atos processuais são praticados pelos 
advogados regularmente inscritos na OAB (art. 103, NCPC e art. 36, 
CPC/73). Porém, em alguns casos a lei da capacidade postulatória as 
partes que não são advogados, como por exemplo, Juizado Especial Civil 
(até 20 salários mínimos) Juizado Especial Federal e Juizado Especial da 
Fazenda Pública (até 60 salários mínimos), Habeas Corpus e Justiça do 
Trabalho. 
Por exemplo, um maior de 18 anos, que queira ajuizar uma ação, 
terá que contratar um advogado, pois este maior tem capacidade de ser 
da parte, tem capacidade de estar em juízo, mas não tem capacidade 
postulatória, que apenas os advogados inscritos na OAB tem. 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver 
habilitação legal. 
 
3. PRESSUPOSTOS OBJETIVOS (fazem parteda relação jurídica processual) 
 
a) EXTRINSECOS (Não podem estar presentes) 
1. Litispendência: quando se repete uma ação que está em curso. 
(art. 337, § 5º NCPC) “§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a 
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste 
artigo.” 
2. Coisa julgada: ela ocorre quando se repete uma ação que já foi 
decidida, transitada em julgado. (art. 337, § 4º) “§ 4º Há coisa julgada quando 
se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.” 
3. Perempção: ocorre perempção se o autor der causa por três 
vezes a sentença fundada em abandono de causa. 
 (art. 486, § 3º) “§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, 
ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.” 
 
b) INTRINSECOS (Devem estar presentes) 
b.1. Petição inicial apta: a petição inicial deve respeitar o artigo 319 
do NCPC. 
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Art. 319. A petição inicial indicará: 
I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e 
a residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação 
ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o 
autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto 
no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível 
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
b.2. Citação válida: a citação deve respeitar o artigo 238 e seguintes 
do NCPC. 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o 
interessado para integrar a relação processual. 
 
b.3. Adequação do procedimento a lei: a sucessão de atos deve 
corresponder ao que a lei determina. 
 
DOS SUJEITOS DO PROCESSO: DA CAPACIDADE PROCESSUAL 
 
1. CAPACIDADE DA PESSOA NATURAL – quem se acha no exercício 
dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Os incapazes serão 
representados (menores de 16 anos) ou assistidos (entre 16 e 18 anos) por seus 
pais, tutores ou curadores (art. 70 e 71, NCPC e art. 7º e 8º, CPC/73) 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo. 
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou 
por curador, na forma da lei. 
 
2. REPRESENTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS E DOS ENTES 
DESPERSONALIZADOS (art. 75, NCPC e art. 12, CPC/73) 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado; 
II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III – o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV – a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; 
V – a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII – o espólio, pelo inventariante; 
VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos 
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
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IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem 
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus 
bens; 
X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no 
Brasil; 
XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão 
intimados no processo no qual o espólio seja parte. 
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá 
opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. 
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa 
jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. 
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco 
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro 
ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. 
 
Pessoa jurídica: personalidade jurídica e personalidade judiciária. 
Entes personalizados: não tem personalidade jurídica, mas tem 
personalidade judiciária. 
 
a) Pessoa jurídica de direito público (art. 75, I, II, III e IV, NCPC e art. 12, I 
e II, CPC/73) 
a.1.) União – será representada pela Advocacia Geral da União 
(AGU) 
a.2.) Estado e DF – serão representados por procuradores 
a.3.) Município – serão representados por prefeito ou procuradores 
a.4.) Autarquias e Fundações – serão representados por quem a 
lei designar. 
b) Pessoa jurídica de direito privado 
São representados por quem a os estatutos designarem ou por seus 
diretores 
c) Pessoa jurídica estrangeira 
São representadas pelo gerente, representante ou administrador. 
d) Entes despersonalizados 
Não tem personalidade jurídica, mas tem personalidade judiciária. 
d.1.) Massa falida – Representada pelo administrador judicial 
d.2.) Herança jacente ou vacante – Representada pelo curador 
d.3.) Espólio – Representado pelo inventariante 
e) Ente despersonalizado: sociedade irregular 
Será representada em juízo a quem couber a administração dos bens. 
f) Ente despersonalizado: condomínio 
É representado pelo administrador ou síndico. 
 
3. CURADOR ESPECIAL 
Ao curador especial cabe velar pelos interesses da parte tutelada, cabendo-
lhe a ampla defesa dos direitos (art.72, NCPC e art. 9º, CPC/73). 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: 
I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste 
colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; 
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora 
certa, enquanto não for constituído advogado. 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, 
nos termos da lei. 
 
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a) Incapaz sem representante legal ou quando os interesses do 
representante colidem com os interesses do representado. A 
representação durará enquanto durar a incapacidade. 
b) Réu preso revel – se o réu preso não contestar o juiz nomeará um 
curador especial. 
c) Réu revel citado por editar ou por hora certa – Como a citação não é 
real, se o réu não constituir advogado, deve-se nomear curador especial. 
OBS: SEMPRE quem exerce a função de curador especial é o defensor 
público. 
 
INTEGRAÇÃO DA CAPACIDADE DO CÔNJUGE 
(Art. 73, NCPC e art. 10, CPC/73) 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação 
que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime 
de separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens; 
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato 
praticado por eles; 
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de 
ônussobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos 
praticado. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos 
autos. 
 
POLO ATIVO: Autor 
Em que hipóteses o cônjuge, casado, precisa da autorização do outro? 
Salvo nos casos de separação absoluta de bens o cônjuge necessita do 
consentimento do outro para ajuizar alguma ação sobre direito real imobiliário. 
 
SUPRESSÃO DO CONSENTIMENTO 
(Art. 74, NCPC e art. 11, CPC/73) 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente 
quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe 
seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido 
pelo juiz, invalida o processo. 
 
O consentimento pode ser suprido judicialmente, caso isso não ocorra o 
processo pode ser anulado. O artigo 73, § 3º, NCPC, diz que também será aplicado 
no caso de união estável. 
 
POLO PASSIVO: Cônjuge réu 
(Art. 73, § 1º, NCPC e art. 10, § 1º, CPC/73) 
São casos que vão formar um litisconsórcio passivo entre os cônjuges. 
a) Direitos reais imobiliários - o código está protegendo o patrimônio do 
casal, assim, salvo se o regime for o da separação absoluta, ambos 
cônjuges devem ser réus nas ações sobre direitos reais imobiliários. 
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b) Fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou ato praticado por eles – 
Para o autor atingir todo o patrimônio do casal, ele deve colocar ambos os 
cônjuges no lado passivo. 
c) Direitos contraídos por um dos cônjuges a bem da família - Para atingir 
todo o patrimônio do casal, nas dívidas contraídas por um dos cônjuges a 
bem da família, ambos devem ser réus no processo. Exemplo, dívidas 
contraídas para a economia doméstica; compra de um carro para levar o 
filho na escola... 
d) Ônus sobre imóvel – As ações que tem por objeto discutir ônus 
(restrição sobre bem imóvel) devem ser colocadas, no lado passivo, 
ambos os cônjuges. Exemplo de ônus sobre bem imóvel, no testamento 
pode ser colocada as cláusulas de INALIENABILIDADE, 
IMPENHORABILIDADE e INCOMUNICABILIDADE. (Art. 73-N, NCPC) 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS (Art. 73, § 2º, NCPC) 
Nesta hipótese a participação do cônjuge, do autor e do réu somente é 
indispensável nos casos de composse ou de ato praticado por ambos. 
 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
(Art. 103, NCPC e art. 36, CPC/73) 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver 
habilitação legal. 
 
 
a) Juizado Especial 
 
b) Habeas Corpus 
 
c) Ações Trabalhistas 
 
 
NECESSIDADE DE PROCURAÇÃO (Art. 104, NCPC e art. 37, CPC/73) 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem 
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para 
praticar ato considerado urgente. 
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, 
independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) 
dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. 
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em 
cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por 
perdas e danos. 
Como regra para o advogado postular em juízo ele deve juntar a 
procuração, mas em casos urgentes e para evitar prescrição e decadência, o 
advogado não precisa juntar a procuração imediatamente, pois tem prazo de 15 
dias, prorrogável por mais 15 dias. 
 
JEC (até 20 salários mínimos) 
JEF (até 60 salários mínimos) 
JEFP (até 60 salários mínimos) 
 
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ATO NÃO RATIFICADO (Art. 104, § 2º, NCPC e art. 37, § único, CPC/73) 
Caso o advogado não junte a procuração, o ato ratificado será 
considerado ineficaz. 
 
REQUISITOS DA PROCURAÇÃO (Art. 105, NCPC e art. 38, CPC/73) 
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público 
ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os 
atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual 
se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar 
declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula 
específica. 
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. 
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração 
também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem 
dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio 
instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para 
todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença. 
 
A procuração tem os poderes gerais, que habilitam o advogado a praticar 
todos os atos do processo e pode ter também os poderes especiais que devem estar 
expressos. 
 
DEVER DO ADVOGADO (Art. 107, NCPC e art. 40, CPC/73) 
Art. 107. O advogado tem direito a: 
I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem 
procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de 
tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, 
salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado 
constituído terá acesso aos autos; 
II – requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo 
prazo de 5 (cinco) dias; 
III – retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre 
que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em 
lei. 
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento 
próprio. 
§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os 
autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos 
autos. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador retirar os autos para 
obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, 
independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. 
§ 4º O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o § 
3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for 
prorrogado pelo juiz. 
O advogado tem direito: 
a) Examinar em cartório os autos em qualquer processo; 
b) Requerer vistas como procurador pelo prazo de 5 dias; 
c) Retirar os autos em carga quando tiver que se manifestar. (para fazer 
recurso, contestação juntar documentos, etc.) 
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REGULARIZAÇÃO DA CAPACIDADE E DA REPRESENTAÇÃO 
(Art. 76, NCPC e art. 13, CPC/73) 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo 
razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância 
originária: 
I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II – o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III – o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo 
do polo em que se encontre. 
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de 
justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: 
I – não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; 
II – determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência 
couber ao recorrido. 
Havendo defeito de representação ou na incapacidade o juiz marcará 
prazo para correçãodo erro. Mas se mesmo assim o defeito persistir, se a 
providência cabe ao autor o processo será extinto, se couber ao réu será 
considerado revel e se couber a terceiro será considerado revel ou excluído. 
 
DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
(Art. 77, NCPC e art. 14, CPC/73) 
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de 
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do 
processo: 
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória 
ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando 
essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou 
definitiva; 
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito 
litigioso. 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à 
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, 
civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por 
cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. 
§ 3º Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2º 
será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em 
julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento 
da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. 
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da 
incidência das previstas nos arts. 523, § 1º, e 536, § 1º. 
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no 
§ 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria 
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, 
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devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo 
órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar 
nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º. 
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir 
decisão em seu lugar. 
As partes quando estão atuando no processo devem agir com lealdade e 
boa-fé. 
Penalidade: (Art. 77, § 2º, NCPC e art. 14, § único, CPC/73) Ato 
atentatório a dignidade da justiça. 
Havendo violação do inciso IV ou VI em que o ofendido é o próprio 
Estado, o juiz vai aplicar uma multa de até 20% sobre o valor da causa. 
 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 
(Art. 79, NCPC e art. 16, CPC/73) 
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
autor, réu ou interveniente. 
QUEM? (Art. 80, NCPC e art. 17, CPC/73) 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II – alterar a verdade dos fatos; 
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI – provocar incidente manifestamente infundado; 
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
A parte que agir com má-fé deve ressarcir a parte contrária. 
 
PENALIDADE: (Art. 81, NCPC e art. 18, CPC/73) 
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a 
pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por 
cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos 
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com 
todas as despesas que efetuou. 
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará 
cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou 
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos 
próprios autos. 
Aquele que agir como litigante de má-fé deve pagar uma multa superior a 
1% e inferior a 10% sobre o valor da causa, deve também indenizar a parte 
contrária e arcar com as despesas e honorários. (A multa é sempre para a parte 
contrária) 
TIPOS DE MULTA: 
1. Ato atentatório a jurisdição – Desrespeito ao Estado 
2. Litigância de má-fé – A parte contrária é ofendida (prejudicada) 
3. Art. 523, § 1º - Não pagar a sentença condenatória, multa de 10% - 
Penaliza o não pagador. 
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4. Art. 536, § 1º - É a multa diária imposta para forçar o cumprimento de 
uma sentença mandamental e executiva lato sensu (Astrientes) 
 
DESPESAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
O processo, como regra, não é gratuito. Para litigar com gratuidade a 
parte deve requerer a Ajuda Judiciária Gratuita (AJG). 
 
1. DESPESAS DO PROCESSO (Art. 82, NCPC e art. 19, CPC/73) 
Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe 
às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no 
processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença 
final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. 
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o 
juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando 
sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. 
§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que 
antecipou. 
Como regra a parte tem que adiantar as despesas do processo. As 
despesas abrangem: custas, indenização de viagem, diárias de testemunhas e 
remuneração do assistente técnico. 
O perdedor pagará ao vencedor todas as despesas que ele antecipou, é 
uma forma de ressarcimento. Porém, se a parte litigar com gratuidade de justiça, 
não há necessidade de antecipar as despesas. 
De acordo com o Novo Código (Art. 98) a pessoa natural ou jurídica, 
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos, pode pedir gratuidade de 
justiça. 
 
2. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA (Art. 85, NCPC e art. 20 CPC/73) 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado 
do vencedor. 
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento 
de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos 
recursos interpostos, cumulativamente. 
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte 
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, 
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, 
atendidos: 
I – o grau de zelo do profissional; 
II – o lugar de prestação do serviço; 
III – a natureza e a importância da causa; 
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu 
serviço. 
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos 
honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e 
os seguintes percentuais: 
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenaçãoou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos 
até 2.000 (dois mil) salários-mínimos; 
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; 
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IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; 
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
mínimos. 
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º: 
I – os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde 
logo, quando for líquida a sentença; 
II – não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos 
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; 
III – não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o 
proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o 
valor atualizado da causa; 
IV – será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença 
líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. 
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou 
o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior 
ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários 
deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, 
e assim sucessivamente. 
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se 
independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos 
casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. 
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a 
Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha 
sido impugnada. 
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, 
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos 
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do 
§ 2º. 
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 
(doze) prestações vincendas. 
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem 
deu causa ao processo. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados 
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo 
vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao 
advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 
§§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. 
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras 
sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. 
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução 
rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de 
sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos 
legais. 
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza 
alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do 
trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. 
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe 
caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na 
qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. 
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros 
moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. 
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa 
própria. 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito 
aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição 
e cobrança. 
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§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos 
termos da lei. 
São dois tipos de honorários: honorários contratuais e honorários de 
sucumbência. Os honorários contratuais são acertados entre as partes, já os 
honorários de sucumbência são fixados pelo juiz, são pagos ao advogado do 
vencedor pela parte perdedora, no valor de 10 a 20% sobre o valor da condenação, 
proveito econômico ou valor da causa. 
 
3. HONORÁRIOS NAS CAUSAS ENVOLVENDO A FAZENDA PÚBLICA 
(Art. 85, § 3º NCPC) 
No código anterior o juiz fixava os honorários conforme achasse o valor 
mais justo (critério subjetivo), já o NCPC estabeleceu no artigo 85, § 3º, percentuais 
fixos de acordo com o valor da condenação. 
OBS: Fazenda Pública = União, Estados, Municípios e Autarquias 
 
4. LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA OU SUBSTITUIÇÃO 
PROCESSUAL (Art. 18, NCPC e art. 6º, CPC/73) 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo 
quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá 
intervir como assistente litisconsorcial. 
Titular de direito ≠ titular da ação 
O titular do direito deve ser igual ao titular da ação, porém se a lei 
autorizar o titular da ação será diferente do titular de direito, caso em que teremos a 
substituição processual. (Associações, Condomínios...agem em nome próprio mas 
defendem direito alheio) Exemplo: ECA – Art. 201, III – Ação do MP nas ações de 
alimentos. 
 
SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
 PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA INSTÂNCIA (Art. 108, NCPC e art. 
41, CPC/73) Como regra, no curso do processo não será admitida a sucessão das 
partes. 
Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das 
partes nos casos expressos em lei. 
 
 ALIENAÇÃO DA COISA OU DO DIREITO LITIGIOSO (Art. 109, NCPC 
e art. 42, CPC/73) Vendendo-se o objeto litigioso não há alteração da legitimidade 
das partes. 
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a 
título particular, não altera a legitimidade das partes. 
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo 
o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. 
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como 
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente. 
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes 
originárias ao adquirente ou cessionário. 
 
 CONSENTIMENTO DA PARTE CONTRÁRIA: POSSIBILIDADE DE 
SUBSTITUIÇÃO (Art. 109, § 1º, NCPC e art. 42, §1º, CPC/73) Porém, havendo o 
consentimento da parte contrária será possível fazer a substituição. 
 
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 SEM CONSENTIMENTO: ASSISTENTE LITISCONSORCIAL (Art. 109, 
§ 3º, NCPC e art. 42, §2º, CPC/73) Não havendo consentimento o comprador pode 
entrar no processo como assistente litisconsorcial (intervenção de um terceiro no 
processo). 
 JULGAMENTO (Art. 109, § 3º, NCPC e art. 42, § 3º, CPC/73) A 
sentença proferida entre as partes originárias gera efeitos em face do terceiro que 
adquiriu a coisa. 
 
 SUCESSÃO CAUSA MORTIS (Art. 110, NCPC e art. 43, CPC/73) Não 
sendo o direito personalíssimo, caso uma das partes venha a falecer, no seu lugar 
entrarão os herdeiros e sucessores. 
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão 
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 
313, §§ 1º e 2º. 
 REVOGAÇÃO DO MANDATO DO ADVOGADO (Art. 111, NCPC e art. 
44, CPC/73) A parte pode a qualquer tempo revogar o mandato de

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