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Cultura, Identidade e Formação Nacional na Antropologia

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1
Homem, Cultura e 
Sociedade
Cultura, Identidade e Formação Nacional
Prof(a) Maria Gisele de Alencar
Unidade de Ensino: Cultura, Identidade e Formação Nacional.
Competência da Unidade de Ensino: Compreender o conceito de
cultura a partir da noção de identidade, da formação da sociedade
brasileira, assim como, entender a construção social das
discriminações contra a população indígena e negra.
Resumo: Conhecer aspectos da formação da sociedade brasileira a
partir de reflexões sobre identidade, identidade nacional, formação
etnicorracial e os impactos das injustiças sociais à população
indígena, africana e afro-brasileira
Palavras-chave: Antropologia, Cultura, Identidade Nacional, Raça,
Racismo, Povos originários, Movimentos de resistência, Direitos.
Título da Teleaula: Cultura, Identidade e Formação Nacional.
Teleaula n°3
Contextualizando a aula
• Compreender de que forma a Antropologia, como um
corpo teórico e metodológico, contribui com o debate
sobre cultura, identidades, formação étnica e racial da
sociedade brasileira.
• Entender de que modo o etnocentrismo corrobora com
as práticas de preconceito, racismo e discriminações.
• Analisar a construção da noção de identidade nacional.
• Conhecer a trajetória de lutas e conquistas dos povos
originários indígenas e da população negra.
Antropologia
Olhar antropológico
[...] é possível entender a antropologia como uma forma de
conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de
respostas para entendermos o que somos a partir do
espelho fornecido pelo “Outro”; uma maneira de se situar na
fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas
entre eles, através das quais podemos alargar nossas
possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o que, afinal de
contas, nos torna seres singulares, humanos. (SILVA, Vagner
Gonçalves da. Antropologia. 1999. [s.p.]. Disponível em:
http://www.fflch.usp.br/da/vagner/antropo.html Acesso em:
5 mar.2021).
2
Antecedestes 
A antropologia como ciência surge no final do século XIX.
• as análises sobre as diferentes formas de existir
cultural, social, econômica e politicamente a partir de
pressupostos etnocêntricos.
• Superioridade e Inferioridade dos povos.
• A noção de civilização pautada pela lógica europeia.
• legitima formas de violências, discriminação,
intolerância.
Relativismo Cultural
A etnografia como instrumento metodológico.
• A relativização das culturas se configura quando a
pesquisa começa a adotar o método da observação
participante.
• falar do “outro” sem o julgar pelos próprios valores.
Franz Boas: Cultura: estrutura relativa pluralista, holística,
integrada e historicamente condicionada para o estudo
da determinação do comportamento humano.
Ser cultural
Aspectos biológico, sociais e/ou culturais - influenciam as
atitudes e os comportamentos humanos.
• Seres humanos como seres biológicos pensantes,
produtores de culturas e participantes da sociedade.
• Os termos da cultura - as relações entre os indivíduos,
de diferentes raças, etnias e gêneros, são produzidas
socialmente, conforme o contexto econômico, político
e social no qual as populações estão inseridas.
O lugar do outro
Etnocentrismo
O etnocentrismo negou a diferença legítima que existe
entre as diversas populações.
Modelou um “outro” estereotipado, incivilizado, estranho,
inculto e periférico, e o outro “[...] perde seu poder de
significar, de negar, de iniciar seu desejo histórico, de
estabelecer seu próprio discurso” (BHABHA, Homi. O
local da cultura. Belo Horizonte, Editora UFMG, 1998.p.
59).
Em linhas gerais 
etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio
grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são
pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos
modelos, nossas definições do que é a existência. No plano
intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a
diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza,
medo, hostilidade etc (ROCHA, Everardo Pereira Guimarães.
O que é etnocentrismo?. Col. Primeiros Passos. 5. Ed. São
Paulo: Brasiliense, 1988, p. 5)
3
Romper com a perspectiva única
Desenvolvimento de outras formas de conhecimento não-
ocidentalizado para explicar justamente essas outras
realidades que não se inscrevem nesse ideário
hegemônico de cultura, de política, de história, de
sociedade. Boaventura de Souza Santos: Epistemologias
do Sul.
A história única 
• o perigo da história única é justamente a sua
incompletude, e a potencialidade ao criar estereótipos.
• violenta simbolicamente a cultura, a existência do
outro.
• as estratégias colonialistas que evidenciam a
desvalorização dos povos originários, povos africanos.
Identidade Nacional
Identidade
• A identidade é um processo relacional.
• Não existe uma identidade única, ela sempre é
compartilhada.
• A construção da identidade não ocorre somente a
partir da uma afirmação de pertencimento a
determinado grupo, mas sempre num processo de
distanciamento ou de oposição a outros grupos e
sujeitos.
Identidade Nacional
• Elementos simbólicos: ideia geral sobre pertencer a
uma determinada cultura nacional.
• construída histórica e politicamente com a
modernidade.
• influenciam e organizam nossas ações e a concepção
que temos de nós mesmos.
• fortalecimento da Identidade Nacional – disputas e
conflitos.
4
O Brasil: cultura e identidade nacional
• a “cordialidade” - personalizar todas as interações
interpessoais, tipo de sociabilidade; sistema político -
amizades e lealdades pessoais.
• patrimonialismo e o patriarcado rural - padrões
contínuos de exercício do poder.
• formação multirracial.
• exploração da terra e da população indígena e negra.
• a formação social é pautada na desigualdade.
Miscigenação e conflitos
Miscigenação
O mito das três raças
Conflitos.
• Genocídio da população negra e indígena.
História Única 
Situação Problema
Uma pequena empresa de publicidade está
desenvolvendo um curta metragem, cuja proposta é
problematizar as desigualdades sociais no Brasil a partir
de um olhar crítico à formação da cultura nacional. Na
construção do roteiro, algumas perguntas foram
pensadas como orientação.
Quais são as bases da desigualdade no Brasil?
A percepção etnocêntrica tem influencia na formação
cultural nacional?
Resolução
A desigualdade no Brasil se apresenta a partir de
diferentes facetas (social, racial, étnica, econômica,
política) e que são resultado de uma formação histórica,
econômica e cultural pautadas na lógica do colonialismo,
do patrimonialismo e patriarcalismo. Os desdobramentos
deste tripé deixaram marcas profundas na constituição da
organização social brasileira que é desigual e excludente.
No que tange à problemática do etnocentrismo: essa
lógica é perversa uma vez que orienta interpretações e
ações pautadas em conjuntos de ideias que são
incompletas sobre as particularidades e singularidades da
população brasileira e, por conseguinte potencializa a
formação de estereótipos.
Ao pautar-se nos estereótipos, violenta simbolicamente a
cultura e a existência do outro. Desta mesma forma,
realizaram as estratégias colonialistas em relação aos
originários e africanos.
5
O olhar cordial
Orientação
Considerando seus conhecimentos acerca dos aspectos
que formam a sociedade brasileira, você consegue
identificar a lógica da cordialidade e do patrimonialismo
em seu cotidiano?
Raça e Racismo
O que é preciso saber
Preconceito: Julgamento prévio e pejorativo sobre uma
pessoa ou grupos sociais.
Discriminação: Ações de violência orientadas por
pensamentos preconceituosos.
Racismo: É um conjunto de ideias que orientam a forma
de pensar, interpretar e atribuir valor aos grupos sociais,
como inferiores e superiores.
Raça: Perspectiva biológica
Uma construção social e política.
A escravização dos corpos
• O Brasil foi o último país do mundo a abolir
oficialmente a escravidão, que durou cerca de 338
anos (1530-1888).
• Escravidão penetrou nas dimensões mais íntimas do
funcionamento da sociedade e do Estado.
• Racismo oficialmentelegalizado.
• Mentalidade dos proprietários de escravos e do
funcionamento do Estado brasileiro.
6
Construto Social
A formação da sociedade brasileira traz no seu bojo a
construção social do racismo, a partir de diferentes
aspectos, principalmente no período do Pós-abolição:
A ciência: produção de conhecimentos que buscaram
desqualificar e continuar retirando a humanidade da
população negra a partir do que se definiu como “teorias
racistas”.
O Estado – ausência políticas capazes de promover
possibilidades aos recém-libertos produzirem suas
condições materiais de existência, por exemplo.
A sociedade – reprodução do imaginário racista, a partir
de práticas cotidianas.
Democracia 
Racial
Cordialidade 
Racial
Harmonia Racial
Povos Originários
Quem são
Classifica-se como originário as comunidades que
habitavam as terras nacionais antes da chegada dos
colonizadores a partir do século XVI.
Ainda que sejam classificados como Originários e/ou
Indígenas, é fundamental compreender a diversidade e
multiplicidade de comunidades e etnias.
• não é homogêneo: múltiplas cosmovisões e modos de
vidas.
• Censo IBGE(2010) - 305 etnias, que falam 274 línguas.
Genocídio e Etnocídio
Segundo a FUNAI – Os povos indígenas, em:
• 1500 - aproximadamente 3 milhões de habitantes
• 1650 – aproximadamente 700 mil indígenas.
• 1957 – aproximadamente 70 mil.
• 2010 – aproximadamente 869, 9 mil.
2019 – maior número de lideranças indígenas
assassinadas em 11 anos.
7
(https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20506-
indigenas.html#:~:text=De%20acordo%20com%20os%20dados,em%20terras%20ind%C3%ADgenas%20oficialmente%20reconhecidas.&t
ext=A%20maior%20parte%20dos%20ind%C3%ADgenas%20s%C3%A3o%20alfabetizados%20(76%2C6%25) Acesso 6 mar 2021)
A terra
A Terra Indígena, protegida pela Constituição de 1988,
está em alerta:
Interesses do Capital
• Agosto de 2018 e julho de 2019 - Os territórios
indígenas brasileiros tiveram 423,3 km² desmatados
– aumento 74% em relação ao mesmo período no
ano anterior.
• 2019 – atingidos pelo desmatamento cerca de 115
terras Indígenas = 42.679 hectares foram destruídos.
A Resistência e as 
Políticas de Ações 
Afirmativas
Resistência e o direito de existir
A luta pelo direito de existir dos povos indígenas tem
como marco histórico de se manifestar de forma
organizada politicamente a partir da década 1970.
• proteção de terras em relação a políticas
expansionistas da Regime Militar.
Década de 1980 – participação constante nos
direcionamentos das políticas – Carta Constitucional
1988.
2002 - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
As conquistas
Constituinte 1988: assegurado o direito à sua própria
cultura, direito processual e direito às terras
tradicionalmente ocupadas, impondo a União o dever de
zelar pelo cumprimento dos seus direitos. (Art. 231).
Novo Código Civil 2002: Art. 232. Os índios, suas
comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o MP em todos os atos do
processo.
Resistência e o direito de existir
Século XX
• Frente Negra (1931 – 1937)
• Teatro Experimental do Negro (1944-1961)
• O Movimento Negro Unificado (1978)
• A Luta das Mulheres Negras no interior no Movimento
Feminista
A luta: oportunizar a igualdade de acessos aos setores
sociais como trabalho, saúde, educação, moradia,
alimentação.
8
As conquistas
As políticas de ação afirmativa apresentam-se como
importante mecanismo social com características ético-
pedagógicas para os diferentes grupos vivenciarem o respeito
às diversidades [...] Essa percepção do direito à diferença leva
em conta que a realidade das políticas denominadas
universalistas [...] não atendem às especificidades dos grupos
ou indivíduos vulneráveis, permitindo a perpetuação da
desigualdade de direitos e de oportunidades” (SILVÉRIO,
2007, p. 22).
Ações afirmativas 
Políticas de ações afirmativas visam reparar
desigualdades estruturais legadas a populações em
condições de vulnerabilidade social.
A partir 2004 – Políticas de Cotas Raciais e Sociais na
Universidades Públicas.
Lei 10.639/03: obrigatório o ensino de História e Cultura
Africana e Afro-brasileira – Alterada pela Lei 11.645/08,
inclui a história e cultura indígena.
2010 – Estatuto da Igualdade Racial.
Sutilezas do Racismo
Situação Problema
“Praticamente sete em cada 10 (67%) profissionais
negros já sentiu que perdeu uma vaga de emprego por
conta de sua cor. É o que aponta pesquisa divulgada
nesta terça-feira (25) pela consultoria Etnus. O estudo
ouviu 200 moradores da cidade de São Paulo, entre maio
e julho deste ano. Segundo o levantamento, 92% deles
acreditam que existe racismo na contratação de
candidatos e 60% já sofreram preconceito no ambiente
de trabalho” (https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/60-dos-negros-dizem-ter-sofrido-racismo-no-trabalho-
aponta-pesquisa.ghtml Acesso 07 mar 2022.
Problematizando
Você trabalha em uma empresa de comunicação e
experienciou uma cena de racismo com uma colega de
trabalho ao ser obrigada alisar o cabelo, pois ela seria a
protagonista de uma das campanhas da empresa.
Como agir diante deste cenário? O alisamento caracteriza
uma das sutilezas do racismo?
Resolvendo
Você se posicionou, dizendo que aquela exigência é uma
forma do racismo institucionalizado que permeia as
relações sociais, institucionais – tanto na esfera do
privado quanto no público.
• Construção Social do Racismo.
• Ausência do Estado, principalmente no pós abolição.
• A legitimidade da democracia racial.
• Mentalidade social.
9
Lutas e conquistas
A sociedade moderna brasileira foi formada com base em
uma estrutura social que não reconheceu que os povos
originários e a população negra tivessem a mesma
natureza humana da população branca, tampouco seus
direitos civis e religiosos.
Promova a reflexão sobre a afirmativa acima e comente
sobre seu argumento.
Recapitulando 
Antropologia
Identidade 
Nacional
Povos OrigináriosRaça e Racismo
O lugar do outro
Resistências e 
Políticas
Acesso a textos complementares 
https://padlet.com/giselealencar1/67re3fvm6ila4chs
Referências 
Imagem 1: https://vestibulares.estrategia.com/portal/sociologia/etnocentrismo/
Acesso em 16 março de 2021
Imagem 2:
https://www.gestaoeducacional.com.br/etnocentrismo-o-que-e-como-surgiu/ Acesso 
em 16 março de 2021
Imagem 3:
https://www.brasildefato.com.br/2019/04/05/uma-historia-oral-do-movimento-negro-
unificado-por-tres-de-seus-fundadores Acesso em 16 março de 2021
Imagem 4: https://www.unibarcelona.com/es/actualidad/informacion-y-
sociedad/que-es-la-antropologia Acesso em 16 março de 2021

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