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~ MANUAL DE DERMATOLOGIA ,.., , NA ATENÇAO BASICA DERMATOSES MAIS FREQUENTES NA ATENÇÃO BÁSICA DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA ,. ... SANAR~ MANUAL DE DERMATOLOGIA - , NA ATENÇAO BASICA DERMATOSES M AIS FREQUENTES NA ATENÇÃO BÁSICA DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA Orientadora lsabela Guimarães Ribeiro Baêta Revisor Dr. Pedro Dantas Oliveira Autores: Heliomara de Fátima Soares Nunes lsabella Meira Marcondes Larissa Oliveira dos Reis Lívia Maria de Angelis Furlan Luara Moniele Neves Pires Mayara Araújo Silva Natál.ia Rodrigues de Oliveira Pollyana Freire Barbosa Lima Yasmin Emi Enemu Mino Yuri Gam Faria ,.-. SANAR~ O Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos ã Edrtora Sanar l tda. pela lei no 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. t proibida a duplic:aç~o ou reprodu~o deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas caracteristicas gráficas, sem permissão expressa da Editora. Título I Editor I Manual de dermatologia: dermatoses mais frequentes na atenção básica diagnóstico e terapêutica Geisel Alves Proj eto gráfico I Felipe Cerqueíra Diagramação I Editorando Birô (a pa i Wesley Azevedo Edição de Te• to I Carolina Mello Conselho Editor-ial ! Caio Vinicius Menezes Nunes ltaciara l arroza Nunes Paulo Costa lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva Dados Internacionais de Catalogação-na- Publicação (CIP) M294 Manual de dermatologia: dermatoses mais frequentes na atenção básica diagnóstico e terapêut ica/ lsabela Guimarães Ribeiro Baêta, organiza- dora. - Salvador: SANAR, 2018. 208 p. : i l. ; 16x23 em. ISBN 978-85-5462-054-7 1. Dermatologia- Manuais, guias, etc. 2. Saúde p ública - Brasil - Manuais, guias, etc. I. Ol iveira, Natália Rodrigues de, org. CDU: 616.5:6 14 Elaboração: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513 ô .. + editora v~ SANAR Editora Sanar ltda. Rua Alceu Amoroso Uma, 172 Caminho das Arvores, Edf. Salvador Office & Pool, 3' andar. CEP: 41820-770, Salvador- BA- Telefone: 71.3052-4831 www.editorasanar.com.br atendimento@editorasanar.com.br I ORIENTADORA MA. ISABELA GUIMARÃES RIBEIRO Professora Assistente de Dermatologia da Universidade Federal de São João dei·Rei . Mes· tre pela Universidade Federal de Minas Gerais. Sóda titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. I REVISOR TÉCNICO DR. PEDRO DANTAS OLIVEIRA Professor Adjunto de Dermatologia da Universidade Federal de Sergipe. Doutor em Medicina e Saú· de pela Universidade Federal da Bahia. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. I AUTORES HELIOMARA OE FÁTIMA SOARES NUNES Graduanda em medicina pela Universidade Federal de S~o João del-Rei ISABELLA MEIRA MARCONDES Graduanda em medicina pela Universidade Federal de S~o João del-Rei. LARISSA OLIVEIRA DOS REIS Graduanda em medicina pela Uníversidade Federal de ~o João del-Rei. LfVIA MARIA DE ANGELIS FURLAN Graduanda em medicina pela Universidade Federal de ~o João de~Rei. LUARA MONIELE NEVES PIRES Graduanda em medicina pelao Universidade Federal de São João del -Rei. MA VARA ARAÚJO SILVA Graduanda em medicina pela Universidade Federal de São João del-Rei. NATÁLIA RODRIGUES DE OLIVEIRA Graduanda em medicina pela Uníversidade Federal de São João del-Rei. POLLYANA FREIRE BARBOSA LIMA Graduanda em medicina pela Universidade Federal de São João del-Rei. YASMIN EMI ENEMU MINO Graduanda em medicina pela Universidade Federal de São João de~Rei. YURI GAM FARIA Graduando em medicina pela Universidade Federal de São João del-Rei. I APRESENTAÇÃO A obra Dermatoses mais frequentes na atenção básica: diagnóstico e tratamen· to, tem como objetivo auxiliar médicos generalistas, residentes em dermatologia e estudantes de medicina na abordagem das principais doenças dermatológicas que afetam pessoas na porta de entrada da saúde, a atenção básica. Dotada de uma linguagem simples, a prese nte obra aborda as dermatoses de uma maneira clara, interativa e objetiva, indo diretamente ao que se precisa saber para uma aborda· gem inicial. Além disso, dispõe de fluxogramas de fácil entendimento e totalmente exequíveis na prática clínica que, em conjuntos com as imagens anexadas á obra, vão facilitar o trabalho e a execução da clínica dermatológica de todos os leitores. avaliação otimizam o estudo, contribuindo assim para a obtenção de altas perfor· mances dos estudos voltados para Dermatologia. A Liga Acadêmica de Dermatologia da Universidade Federal de São João dei·Rei (LADERM) foi fundada em 18 de janeiro de 2013 por acadêmicos e professores do curso de medicina dessa instituição. Possui como intuito aprimorar a capacitação teórico-prática dos seus membros dentre diversas áreas de atuação da Dermato· logia. Para tanto, conta com aulas teóricas, discussões de casos clínicos, produção científica e estágios extracurriculares. Além disso, visto a necessidade de promover saúde e prevenção à população, a liga promove ações de caráter extensionista. A LADERM tem como Orientadora Geral a professora lsabela Guimarães Ribeiro Baê· ta, médica dermatologista. LADERM I SUMÁRIO 1.LESÕES ELEMENTARES 17 Definição ............................•.....•.............................•............•.....................•..................... 17 Classificação ...............•......•.....•.......•.....................•............•.....................•..................... 17 Modificação da cor ...........•.....•.......•.....................•............•.....................•..................... 17 Referêndas ..................•......•.............•..................................•.....................•.......•............. 30 2. INFECÇÕES BACTERIANAS NA PELE 31 Definição e fisiopatologia •................................................•........................................... 31 Manifestações cllnicas ......•.....•...................................................................................... 31 Diagnóstico ........................•.....•.......•.............................................................................. 35 Diagnóstico diferencial. ...•.....•.......•..................................•........................................... 36 Tratamento ........................•............................................................................................ 37 Considerações importantes ...•..........................................•........................................... 39 Referências ........................•.............•.............................................................................. 41 3. MICOSES SUPERFICIAIS 43 Definição e fisiopatologia •............................................................................................ 43 Manifestações clínicas .....................................................................................•............. 43 Diagnóstico ..................................................................................................................... 47 Diagnóstico diferendal. .................•.............................................................................. 48 Tratamento ..............................•...................................................................................... 48 Considerações importantes ..............................................•........................................... 51 Referê ncias ..................................................................................................................... 55 4. DERMATOSES PRf.CANCEROSAS E NEOPLASIAS CUTÂNEAS IN SITU 57 Ceratose actínica ............................................................................................................ 51 leucoplasias ..........•....•......•....._ ..................................................................................... 59 Doença de Bowen ..•...........•..... - ......•........•............•............•.....................•.......•..........•.. 60 Eritroplasia de Queyrat .....•.... ·-······-............................................................................. 61 Papulose Bowenóide ··············-·····················································································63 Doença de Paget. ..............•.....•................•............•............•.....................•.......•..........•.. 64 Referências ······························-······-·············································································68 S. CÂNCER DE PELE 69 Definição e fisiopatologia ...........................................................................•................. 69 Manifestações clínicas ...•............•.....................•....................•.....................•............•.... 70 Diagnóstico .............•....................•.....................•............•.......•..................................•.... 71 Diagnóstico diferencial ..............•..................................•.......•.....................•............•.... 72 Tratamento .....................•............•.....................•............•.......•..................................•.... 72 Considerações important es .......•..................................•.......•.....................•............•.... 76 Referências .............•.......•............•.....................•............•.......•..................................•.... 80 6. ECZEMAS 81 Definição e fisíopatologia ..........•.....................•............•.......•..................................•.... 81 Manifestações clfnicas ...................................................•.......•....................................... 83 Diagn6stico ..................................•.............................................................................•.... 85 Diagnóstico diferencial ............................................................................................•.... 85 Tratamento ..................................•..................................•.......•..................................•.... 86 Referências ..................................•..........................................•..................................•.... 94 7. HERPES SIMPLES 95 Definição e Fisiopatologia .............................................•.......•....................................... 95 Manifestações clínicas ................•.............................................................................•.... 96 Diagn6stico ................................................................................................................•.... 99 Diagnóstico diferencial ..............•..........................................•..................................•.... 99 Tratamento .............................................................................•..................................•.. 1 00 Considerações importantes ..................................................•..................................... 1 01 Referências ................................................................................................................... 1 03 8. HERPES ZOSTER E VARICELA 105 Definição e fisiopatologia ..........•..........................................•..................................... 1 OS Manifestações c.línicas ................•..........................................•..................................•.. 1 06 Diagnóstico .............................................................................•..................................•.. 1 07 Diagnóstico diferencial .........................................................•..................................... 1 07 Tratamento ·····································································-·········································-·1 07 Considerações importantes ··················································-····································1 08 Referências .•............•................... ·-·································-······-·································-·111 9. PSORÍASE 113 Definição e fisiopatologia •.......................................................................................... 113 Manifestações clínicas ......•.....•.............................•............•.....................•.......•........... 114 Formas Atípicas ..........•......•.....•.......•..................................•.....................•................... 116 Diagnóstico .................•......•.....•.......•.....................•..........................................•........... 116 Diagnóstico diferencial ....•.....•.......•.....................•............•.....................•................... 118 Tratamento .................•......•.....•.......•.....................•............•.....................•................... 119 Medicações Tópicas ...........•.....•.......•.....................•............•.....................•................... 120 Medicações Sistêmicas .....•.............•..................................•.....................•.......•........... 122 Referências ..................•......•.....•.......•..................................•.....................•.......•........... no 10. DERMATOZOOSES 131 Definição e fisiopatologia •.....•.................................................................................... 131 Manifestações clinicas ......•.....•.................................................................................... 132 Dlagnóstlco ........................•.....•.......•..................................•......................................... 133 Diagnóstico diferencial ....•.......................................................................................... 134 Tratamento ........................•.....•..........................................•......................................... 134 Considerações Importantes ...........•............................................................................ 135 Referências ........................•.....•.......•..................................•......................................... 139 11. FARMACODERMIAS 141 Definição e fisiopatologia •..............................................................................•........... 141 Manifestações clínicas ................................................................................................. 142 Diagnóstico ......................................•............................................................................ 144 Tratamento ..............................•.................................................................................... 145 Referê ncias .........................................................................•......................................... 148 12.ACNE 149 Definição e fisiopatologia •..............................................................................•........... 149 Manifestações clínicas ................................................................................................. 149 Diagnóstico ............•....•......•..... - ......•..................................•.....................•................... 151 Diagnóstico diferencial ··········-···················································································152 Tratamento ······························-······-···········································································152 Considerações importantes ···-···················································································153 Referênc.ias ....•...................•.....•.......•........•............•............•.....................•.......•........... 157 13. ROSÁCEA 159 Definição....................................................................................................................... 1 59 Fisiopatologia .................•............•.....................•....................•.....................•............•.. 1 59 Manifestações Clínicas ...............•.....................•............•.......•..................................•.. 160 Diagnóstico .............•....................•..................................•.......•.....................•............•.. 160 Diagnóstico Diferencial .•............•.....................•............•.......•..................................•.. 161 Tratamento .............•....................•..................................•.......•.....................•............•.. 161 Referências ..............•.......•............•.....................•............•.......•..................................•.. 166 14. MOLUSCO CONTAGIOSO 167 Definição e Fisiopatologia ..........•.....................•............•.......•..................................•.. 167 Manifestações clfnicas ...................................................•.......•..................................... 167 Diagn6stico ..................................•.............................................................................•.. 167 Diagnóstico diferencial ............................................................................................... 168 Tratamento ..................................•..................................•.......•..................................•.. 168 Considerações importantes .......•..........................................•..................................•.. 169 Referências ..............................................................................•..................................•.. 172 15. ALOPtCIAS 173 Definição e fisiopatologia ..........•.............................................................................•.. 173 Manifestações Clinicas ................................................................................................ 174 Diagnóstico Diferencial ..............•..........................................•..................................•.. 177 Tratamento .............................................................................•..................................•.. 177 Referências .............................................................................•..................................... 185 16. HANSENIASE 187 Definição e fisiopatologia ........................................................................................... 187 Manifestações Clínicas ...............•..........................................•..................................... 188 Diagnóstico ..................................•..........................................•..................................•.. 190 Diagnóstico Diferencial .........................................................•..................................•.. 194 Tratamento .............................................................................•..................................... 194 Reações Hansênicas ..................................................................................................... 196 Referências ................................................................................................................... 197 17. TERAPÊUTICA TÓPICA EM DERMATOLOGIA 199 Princípios do tratamento .•.....•.......•.....................•............•.....................•.......•........... 199 Veículos .•.....................•......•.....•.......•..................................•.....................•................... 199 Princípios ativos .........•......•.....•.......•.....................•..........................................•........... 200 Quantidades .....................•.....•.......•.....................•............•.....................•................... 206 Princípios gerais de cuidados .......•.....................•............•.....................•................... 206 Referêndas .........................•.....•.......•.....................•............•.....................•................... 208 Lesões Elementares Lívia Maria de Angelis Furlan Heliomara de Fátima Soares Nunes DEFINIÇÃO Lesões elementares são sinais visíveis de características que fogem da morfologia fisio lógica da pele em consequência de diferentes fatores, se- jam eles físicos, químicos ou psíquicos'. CLASSIFICAÇÃO As lesões elementares podem ser classificadas segundo à modificação de cor, à constituição sólida, ao conteúdo líquido, à modificação da espes- sura, à solução de continu idade da pele ou também em perdas tecidua is (aquelas que tendem à eliminação espontânea) e seque las (lesões cicatri- cia is)'·2. M,ODIFICAÇÃO DA COR Manchas ou máculas: a lteração somente da cor da pele sem mudanças relacionadas à depressão, relevo ou textura 1• São divididas em: Máculas vasculossanguíneas Eritema: Mancha proporcionada pela vasodilatação, logo, desaparece com a digitopressão ou vitropressão (diascopia). Dividem-se em: transi- tórias, dentre as quais estão a cianose (por vaso congestão passiva ou ve- nosa), o rubor (por vasocongestão ativa ou arterial), enantema (eritema 17 CAPÍTUlO 1 na mucosa), exantema morbil iforme e rubeoliforme (eritema entremeado por partes de pele sã) e exantema escarlatiforme (eritema difuso e uni- forme) e também em permanentes, grupo composto pela mancha angio- matosa (aumento do número de capilares sanguíneos) e telangiectasia (vasos pequenos dilatados) '·' . Púrpura: Provocada pelo extravasamento de hemácias na derme, o que impede seu desaparecimento à digitopressão. Com a desoxigenação dessas hemácias e sua metabolização em biliverdina e, posteriormente, em bilirrubina, observa-se alteração de cor, ficando arroxeada, esverdeada e amarelada, respectivamente'. Tipos: Petéquia: menor que um centímetro, em geral puntiformes; Equimose: maior que um centímetro; Víbice: lineares e, geralmente longas. 1. Máculas pigmentares Leucodermia: Diminuição (hipocromia) ou ausência de melanina (acromia)2 . Hipercromia: Aumento da pigmentação por melanina (melanoder- mia) ou outros pigmentos (como bil irrubina, hemossiderina, caroteno, etc) 2• Pigmentos externos: Drogas aplicadas topicamente (ex. permanga- nato de potássio), tatuagens, entre outros2• 2. Elevações edematosas Urtica: Elevação efêmera, irregular na forma e extensão, de cor variá- vel do branco-róseo ao vermelho, geralmente com certa palidez centra l, e pruriginosa. O tamanho pode variar de milímetros a vários centímetros2•3 • Edema angioneurótico: Área de edema circunscrito pode ocorrer no subcutâneo, causando tumefação ou fazendo saliência em superfície. De- nomina-se, também, edema de Quincke'. 18 LESÕES ELEMENTARES 3. Formações Sólidas Pá pula: Textura dura, menor que 1 em, elevada, circunscrita. Pode ser epidérmica, dérmica ou mista ' . Nódulo: É uma consequência da proliferação de células ao nível da hi- poderme ou derme profunda, mede entre 1 e 3 em, circunscrito e pode ou não ser elevado. O tipo GOMA tem seu centro liquefeito e pode sofrer u lceração1• Tumor: Maior que 3 cnn, ci rcunscrito, pode ou não ser elevado, não ne- cessariamente maligno'. Cisto: Cavidade revestida por tecido ep itelial e preenchida por líquido, tem superfície lisa e não tem consistência dura2• Vegetação: Lesão em forma de couve-flor com cor branco-avermelhada que sangra facilmente (devido ao aumento de papilas dérmicas, forma-se uma eflorescência com crescimento para o exterior). Pode ser do tipo verrucosa (ele- vada com superfície firme, seca, com aumento da camada córnea e com cor amarelada) ou condilomatosa (úmida e com d iminuição da camada córnea)1,2. Placa: Superfície em p latô por junção ou prolongação de pápulas ou nódulos, maior que 1 em de diâmetro sendo a maioria elevada2·3. 4. Lesõesde conteúdo líquido Vesícula: Até 1 em e com conteúdo claro, seroso ou hemorrág ico'·3• Bolha: Maior que 1 em e com conteúdo claro, seroso ou hemorrágico'·3• Pústula: Até 1 em, com conteúdo purulento e podem ser foliculares ou interfoliculares' . Abcesso: Diferentes tamanhos e com conteúdo purulento '. Hematoma: Diferentes tamanhos e com conteúdo hemorrágico'. 5. Alterações de espessura Ceratose: Espessamento da pele com o aumento da camada córnea, característica firme e amarelada'. Liquenificação: Aumento da espessura da pele com acentuação dos sulcos (dermatóglifos)' . 19 CAPÍTUlO 1 Edema: Espessamento da pele devido ao extravasamento de plasma sanguíneo na derme e/ou hipoderme'. Infiltração: Devido à proliferação e infi ltração celular na derme, há um aumento da espessura e consistência da pele, podendo ser neoplásica ou intlamatória2. Esclerose: Devido à proliferação do colágeno, há um aumento da es- pessura e consistência da pele com difícil pregueamento'. Atrofia: Devido à diminuição dos componentes da pele, essa tem sua espessura também diminuída e se torna mais p regueável e geralmente deprimida'· 6. Solução de continuidade e perdas teciduais Erosão ou exulceração: Perda superficial da pele (somente epiderme)2. Escoriação: Erosão por trauma, geralmente por coçadura2• Úlcera: Perda da epiderme, e pelo menos uma parte da derme, poden- do atingir até a hipoderm e3. Fissura: Perda da epiderme deforma linear, geralmente ocorre em pre- gas ou dobras ou em volta de orifícios naturais2. Fístula: Caminho longo, estreito e profundo que determinam pertui- tos na pele com drenagem de secreção2. Escama: Lâmina que se desprende da pele devido ao aumento da que- ratina, podendo ser furfurácea ou fa rinácea; micácea ou prateada; graxen- tas; áspera; la melares ou poligonais3. Crosta: Ressecamento de líquidos (sangue, serosidade ou pus)2. Escara: Devido à necrose, há a formação de uma lesão enegrecida li- mitada2. 7. Sequelas Cicatriz: Lesão resultante de processo de reparação com fibrose e d is- cromia (sem pelos, poros ou sulcos), pode ter diferentes aspectos. Apre- senta três t ipos: atrófica (fina e pregueada), críbrica (com orifícios) e hiper- trófica (com muita fibrose e elevada) ' . Queloide: Lesão vai além do limite do trauma'. 20 LESÕES ELEMENTARES 8. Outras Lesões Afta (úlcera na mucosa), alopecia (ausência de pelos em região que deveria estar pilosa), calo (ceratose em excesso e em cunha), ca losidade (ceratose excessiva e circunscrita em local de pequenos t raumas), celulite (inflamação da derme e/ou hipoderme), comedo (cravo branco - deposi- ção de corneócitos no infundíbulo folicular- ou cravo preto- deposição de queratina e sebo oxidado no folículo piloso dilatado), corno cutâneo (excesso de queratina circunscrita e elevada), eritroderma (eritema com descamação generalizado e crônico), milium (pequeno cisto superficial de ceratina), poiquilodermia (combina atrofia, telangiectasia e hipopigmen- tação), Seropápula (vesícula no centro de uma pequena urtica) e sulco (saliência linear, inferior a 1 cm)2• 21 Fotos 1 e 2: Acromia- Vitiligo Foto 3: Atrofia Foto 4: Bolhas- Penfigóide bolhoso Foto 5: Vesículas e bolhas · Zoster Foto 6: Crostas e exulcerações - Pênfigo vulgar Foto 7: Descamação- tctlose tamelar Foto 8: Esclerose - Esclerodermla Foto 9: Fístula Foto 10: Hipercromia • Melanose solar Foto 12: Mancha - Malformação vascular Foto 11: Hlpocromla . Pitlrfase alba Foto 13: Manchas café com leite Foto 14: Nódulos · Neurofibroma Foto 15: Pápulas • Prurlgo estrófulo Foto 16: Placa. Lúpus dlscolde Foto 17: Pústulas -lmpetigo bolhoso Foto 18: Úlcera- Leishmaniose Foto 19 e 20: Úlcera arterial !Foto 21: Pá pula · Verrugas REFERÊNCIAS 1. Sam paio SAP, Rivitti EA. Dermatologia. 3• Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007. 2. Azu lay RD, Azu lay DR. Dermatolog ia. 3• Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2008. Lesões elementares. p. 55-67. 3. Nast A, Griffit hs CE, Hay R, Sterry W, Bolognia JL. The 2016 lnternat ional Lea- gue of Dermato logical Societies' revised g lossary fo r t he descript ion of cuta- neous lesions. Br J Dermatol. 2016 Jun;174(6):1351-8. 30 Infecções Bacterianas de Pele Larissa Oliveira dos Reis Mayara Araújo Silva DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA Os processos infecciosos da pele causados por bactérias, também chamados de piodermites, podem se manifestar de variadas formas. As manifestações clínicas dependem, sobretudo, do agente causador espe- cífico, de sua virulência e das característi cas do paciente'. Esta infecção bact eriana da pele pode ser uma patologia cutânea primária ou pode ser manifestação de uma infecção de outro sítio com repercussão cutânea2• A instalação de uma p iodermite se dá na medida em que as proprie- dades protetoras da pele não são suficientes no combate aos patógenos. Fazem parte da barreira natural protetora: imunidade do hospedeiro, pH ácido da pele, colonização por bactérias residentes, constante renovação celular da camada córnea, baixa umidade da pele e presença de ácidos graxos com propriedades antibacterianasl.l. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações clínicas de uma infecção bacteriana de pele variam de acordo com o tipo da infecção, determinado especialmente pelo agente e sítio da infecção. As principais apresentações das infecções bacterianas de pele são: lmpetigo, Síndrome da Pele Escaldada, Foliculite, Furúnculo, Erisipela, Celulite, Abscesso e Fleimão, Fasciite Necrotizante e Gangrena de Fournier'. As duas últimas não serão abordadas nesse livro por fugir ao escopo do livro que é focado na atenção primária. 3 1 CAPÍTUl02 lmpetigo: Os principais agentes relacionados a essa patologia são 5ta- phylococcus aureus e 5treptococcus {3-hemo/ítico e a maior prevalência des- sa infecção se dá na infância. As localizações preferenciais do impetigo são a face e as extremidades3. Há duas formas cl ínicas de impetigo: bolhoso e não bolhoso (crosto- so). A forma bolhosa é causada geralmente por estafi lococos, sendo que ocorre inicia lmente uma colonização da mucosa nasal e a partir daí o surgimento de vesículas e/ou bolhas tlácidas. Em decorrência do rompi- mento dessas lesões é comum observar áreas com erosões circundadas por restos epidérmicos da bolha ou ainda crostas finas assemelhando-se a uma queimadura de ponta de cigarro. É comum o aparecimento de lesões satélites (lesões semelhantes no entorno da lesão precursora ou maior) '·2• Quanto ao impetigo crostoso, dificilmente são visualizadas bolhas, isso porque essas são superficiais e perdem sua integridade com facil idade. Dessa forma, os principais achados passam a ser crostas amareladas (me- licéricas) e espessas resultantes do ressecamento do conteúdo purulento das bolhas em uma bas-e eritematosa3. Os principais agentes implicados nessa forma são os estreptococos. Acredita-se que exista uma colonização prévia da pele por esses patógenos seguida por surgimento de uma solu- ção de continuidade, favorecendo a infecção2• Síndrome (estafilocócica) da pele escaldada: Entidade mais comum em crianças do que em adultos, decorrente da presença de toxinas esfolia- tivas produzidas por 5taphylococcus aureus do grupo 24• Há duas toxinas reconhecidamente envolvidas: a A e a B, porém atual- mente outras toxinas têm sido também sugeridas. As toxinas se ligam às p roteínas da camada granulosa da epiderme, ativando proteases e levan- do à formação de bolhas2• É importante ressaltar o fato de que a infecção pelo 5. aureus não necessariamente é na pele, podendo ser o sítio primário uma infecção no ouvido, na nasofaringe, no t rato urinário, etc. Assim, a história natural da doença é de uma infecção por 5. aureus, seguida de um rash eritematoso escarlatiniforme, com formação de bolhas flácidas nas 24-48 horas seguintes. Há sintomas gerais como febre e prostração, a localização das lesões é p redominantemente em áreasde flexura e o sinal de Niko lsky é positivo (descolamento da epiderme quando fricciona- da manualmente)•. O rompimento das bolhas origina áreas exulceradas e 32 INFECÇÕES BACTERIANAS DE PEl E exsudativas, conferindo ao paciente um quadro delicado semelhante ao de um grande queimado'. Foliculite: Conceito amplo para infecção bacteriana que ocorre no fo- lículo piloso, com um espectro de gravidade'·2. O agente mais relaciona- do é o Staphylococcus aureus, apesar de outros agentes eventualmente também estarem envolvidos. As foliculites podem ser classificadas em superficiais e profundas. As superficiais são chamadas de ostiofoliculite, e cl inicamente são caracterizadas por pústulas superficiais que formam crostas ao se romperem e secar, centradas por pelo- sem interferir em seu crescimento- e em número variável' . Já as formas profundas na maioria das vezes evoluem cron icamente e podem comprometer a est rutura do pelo, de forma que provocam a perda de pelo definitiva (alopecia cicatricial). As lesões cutâneas vão de pústulas a nódulos ou p lacas, infiltradas, com crostas em base eritematosa. As prin- cipais variantes são: 1. Foliculite decalvante - pústulas nos folículos pilosos que levam a destruição definitiva do folículo. Geralmente evoluem centrifu- gamente em placas com atrofia no centro e alguns tufos de pe- los restantes2• Pode ocorrer no couro cabeludo, na barba - quadro chamado de sicose lupóide - e nos membros inferiores'; 2. Foliculite queloidiana - localização típica na nuca, as pústulas confluem, podem formar fístulas e levam fibrose semelhante ao queloide. É um quadro mais frequente em homens melanodérmi- cos'; 3. Sicose- é a foliculite da barba, as pústulas podem ser isoladas ou formam placas ao se confluírem '. A sicose não interfere no cresci- mento do pelo2; 4. Hordéolo- infecção estafi locócica dos cílios e da glândula de Mei- bomius, formando edema próximo a inserção dos cílios na pálpe- bra superior2 . Furúnculo: Acometimento estafilocócico do aparelho pilossebáceo (folículo piloso e sua glândula sebácea anexa), de evolução aguda'·'. Des- sa forma, as localizações nnais típicas do furúnculo são a região cervical, as axilas, a face e região glútea, em função da presença de pelos e pelo maior atrito e sudorese a que estão sujeitas. 33 CAPÍTUl02 O conjunto confluente de vários furúnculos é chamado de antraz ou carbúnculo (mais comum em pessoas com fatores predisponentes, como Diabetes Mellitus)3; já a presença simultânea de múltiplos furúnculos ou as recidivas frequentes são chamadas de furunculose'. Clinicamente o furún- culo manifesta-se como um nódulo hiperemiado, febril e doloroso, tor- nando-se flutuante após alguns d ias de evolução (de dois a quatro dias)2. A flutuação favorece o rompimento do furúnculo liberando o carnicão ou carnegão, que é um material necrótico que ocupava o cent ro da lesão'·'. Erisipela: É uma piodermite que acomete a derme e provoca compro- metimento linfático marcante'· 3• O agente causal é predominantemente estreptococo, principalmente do grupo A (Streptococcus pyogenes é o de maior relevância do grupo). Inicialmente há perda da integridade da pele de forma que ocorre a invasão da bactéria pela solução de continuidade'·' . Em poucos d ias, surge um edema bastante doloroso com eritema intenso, bordas bem delimitadas e temperatura local elevada.2•3• Em quadros mais graves podem surgir bolhas e áreas de necrose na região'. Além disso, pode haver linfadenopatia reg ional aguda, linfangite e manifestações sistêmicas como febre, mal-estar, ca lafrios'.l. No Brasil é mais com um que esse tipo de acometimento ocorra nos membros inferiores, mas pode ocorrer em d iversas outras áreas, por exem- plo na face e região perianal'·3. Existem vários fatores de risco relacionados à instalação desse quadro, como: tinea pedis, insuficiência venosa, diabe- tes, t rauma, desnutrição, tromboflebite, abuso de álcool'·3• Em alguns ca- sos pode haver recorrência dessa p iodermite, uma vez que a permanência de linfedema local predispõe a novos surtos' . Ademais, elefantíase nostra (em casos recid ivantes), nef rite e sepse são complicações mais graves que eventualmente podem ocorrer' . Celulite: Corresponde à piodermite da derme e hipoderme'·'. Apesar de ser predominantemente causada por estreptococos, há na literatura relatos de outros agentes causadores como Staphylococcus. A evolução é semelhante à erisipela (em alguns países da Europa essas duas entidades são inclusive consideradas sinônimas), apesar de alguns autores relatarem cursos diferentes (subagudo/crônico)" 3 • O desenvolvimento da celuli te também é precedido pela perda da barreira protetora da pele e invasão bacteriana por essa porta de entrada. Clinicamente a celulite demonstra 3 4 INFECÇÕES BACTERIANAS DE PEl E edema, eritema (menos v ivo que na erisipela) e leve aumento de tempe- ratura u Além disso, as bordas da lesão costumam ser menos definidas quando comparadas às da erisipela, o que pode auxiliar na diferenciação. Abscesso e Fleimão: Um abscesso é uma coleção de líquido purulento, circunscrita, com tamanho variável, proeminente ou não, apresentando si- nais flogísticos. Pode estar circundado por área de celulite. A localização é hipodérmica e geralmente são causados por Staphylococcus aureus'·'5• É esperado que abscessos em seu curso apresentem flutuação, ou seja, tornem-se mais superficiais. O fleimão é descrito como um grau evolutivo de um mesmo processo inflamatório do qual o abscesso faz parte, por isso são apresentados conjuntamente. Dessa forma, o fleimão é considerado um estágio anterior ao abscesso na evolução de uma infecção da pelé. Diferentemente do abscesso, o fleimão apresenta-se difusamente no te- cido conjuntivo de uma região' . No caso do fleimão, os patógenos mais cotados são os estreptococos. Além disso, há maior compromet imento do estado geral5• DIAGNÓSTICO lmpetigo: O diagnóstico é clínico. Eventualmente, pode ser realizado exame bacterioscópico (Gram) ou cultura para identificação do agente en- volvido' . Síndrome da pele escaldada: Manifestação clínica sugestiva, iso- lamento do S. aureus produtor de toxina esfoliativa e histopatologia de- monstrando cl ivagem intradérmica na altura da camada granulosa são os três critérios que embasam o diagnóstico desta patologia'. Entretanto, em face da gravidade que o q uadro pode alcançar, a forte suspeição clínica é suficiente para iniciar o tratamento•·•. Foliculite: O diagnóstico é predominantemente clínico, o cu lt ivo de bactérias com antibiograma pode ser realizado para os casos refratários a fim de se orientar a terapêutica' . 35 CAPÍTUl0 2 Furúnculo: O quadro cl ínico é típico, portanto, exames laboratoriais são d ispensáveis na maior parte das vezes, podendo ser um recurso útil na determinação do agente causador específico e sua sensibilidade ao trata- mento a ser proposto2• Erisipela: O diagnóstico é clínico, sendo que é dispensável a realização de exames complementares. Para casos atípicos, grave comprometimento sistêmico e paciente imunocomprometido podem ser realizadas hemo- culturas e cultura de material aspirado da lesão2• Celulite: O diagnóstico é feito com base nos aspectos clínicos do caso, sendo dispensável a realização de exames complementares. As fo rmas re- sistentes podem passar por investigação bacteriológica a partir de mate- rial colhido na lesão para identificação do agente específico '·2• Abscesso e Fleimão: A diagnose é clínica, mas casos especiais como na presença de múltiplos abscessos, grave comprometimento sistêmico e em indivíduos imunossuprimidos podem ser realizadas hemoculturas e culturas do conteúdo purulento das lesões a fim de se identificar a bacté- ria responsável e determinar sua sensibilidade a antimicrobianos•.2.s. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL lmpetigo: Os principais diagnósticos que precisam ser excluídos são: herpes simplex, herpes zoster, candidíasee miliária'.2. Síndrome da pele escaldada: A necrólise epidérmica tóxica (NET) - uma farmacodermia- é o principal d iagnóstico diferencial a ser eliminado, pois também cursa com o descolamento epidérmico em grande extensão do corpo. Os principais pontos para maior suspeição de NET são a história de uso de algum medicamento, o acometimento de mucosas que é mais frequente nas farmacodermias e a histopatologia que geralmente reve- la clivagem subepidérmica, portanto, mais profunda que na síndrome da pele escaldada'·2 • Somado a isso, a Síndrome de Stevens-Johnson - que corresponde a um acomet imento menos grave de um mesmo espectro que a NET - também faz parte dos diagnósticos diferenciais'. 36 INFECÇÕES BACTERIANAS DE PEl E Foliculite: Dentre as formas superficiais o principal d iagnóstico dife- rencial é com a pseudofoliculite, que consiste em um acometimento na região da barba ou virilha em pessoas com o pelo encurvado (ulotriquio), crescendo em direção à própria pele e promovendo uma pequena infla- mação local, nesse caso a infecção seria secundária2• Já as formas profun- das além de fazerem diagnóstico diferencial entre si, devem ser excluídas outras hipóteses como acne vulgar, lúpus eritematoso discóide, tinea fa- vosa, pseudopelada, alopecias cicatriciais e tinha da barba'·2• Furúnculo: Hidroadenite, infecções secundárias a partir de porta de entrada primária 1• Erisipela: O principal diagnóstico diferencial é com celulite, sendo que muitos autores descrevem essas duas entidades conjuntamentel-3. Celulite: Erisipela, tromboflebite, angioedema, herpes zoster (na face) e erisipelóide (mãos)'. Abscesso e Fleimão: Dentre os diagnósticos diferenciais o principal é com a celulite, tendo em vista que no tratamento dessas patologias há algumas diferenças importantes'·2• TRATAMENTO 1.1mpetigo Limpeza das lesões de duas a t rês vezes ao dia com água morna e sabão2; Tratamento tópico: mupirocina duas vezes ao dia por 5 d ias' ; Segunda opção para o tratamento tópico: ácido fusídico duas a três vezes ao d ia2; Lesões disseminadas: cefalosporinas de primeira geração (cefalexi- na, 250mg, de 6 em 6 horas por 7 dias)' ; Segunda opção para tratamento sistêmico: penicilinas (amoxicilina 875mg, de 12 em 12 horas, por 7 dias)' . 37 CAPÍTUl02 2. Síndrome da pele escaldada Hidratação, estabilização hemodinâmica, controle hidroeletrolítico; Antibioticoterapia visando a erradicação do foco infeccioso: oxaci- lina intravenosa 50-100 mg/kg/dia em recém-nascidos e 100-200 mg/kg/dia em ad ul tos, infusões a cada 4-6 horas'·2• 3. Foliculite Formas superficia is: tratamento tópico com mupirocina duas vezes ao dia por 5 d ias2; Formas profundas: calor local por meio de compressas e drenagem cirúrgica se necessário. Tratamento tópico com mupirocina duas vezes ao dia por 5 dias2; Antibioticoterapia sistêmica - o antibio- grama auxilia a escolha da droga com melhor espectro de ação - o uso de cefalosporinas de primeira geração têm sido recomendado. Cefalexina, 500mg, de 6 em 6 horas por 7 dias8; Atualmente para os casos recidivantes e/ou resistentes aos trata- mentos que levam a maior comprometimento da qualidade de vida do doente têm sido proposto o uso de Laser para eliminação definitiva dos pelos9• 4. Furúnculo Calor local até alcançar flutuação, seguida de incisão e drenagem3; Para os casos com sinais de infecção sistêmica (febre, taquicar- dia, taquipnéia, alteração em leucócitos) ou ainda para pacientes imunocomprometidos está indicado antibioticoterapia sistêmica: cefa lexina 500mg de 6 em 6 horas por 7 dias ou trimetropim/sulfa- metoxazol 160/SOOmg, de 12 em 12 horas por 5 dias ou doxiciclina 1 OOmg, de 12 em 12 horas, por 5 d ias' . S. Erisipela ou Celulite 38 INFECÇÕES BACTERIANAS DE PEl E Repouso e elevação dos membros inferiores (quando o sítio da in· fecç.ão for este) 1•3; Penicilina cristalina (uso intravenoso) 2-4 milhões U, a cada 4-6 ho- ras3; Penici lina benzatina (aplicação intramuscular): 1.200.000 UI a 2.400.000 UI, dose única ou repetir mensalmente no caso de erisi- pela recid ivante3; Cefalexina 500 mg, de 6 em 6 horas, por no mínimo 5 dias3. 6. Abscesso e Fiei mão Abscesso: aplicaçâ.o de calor local até a flutuação, alcançada a fl u- tuação o t ratamento de escolha é a incisão cirúrgica (lâmina 1 1) para realização de drenagem; Abscesso: o uso de antimicrobianos se restringe a casos com sinais de comprometimento sistêmico: oxaciclina 2g (aplicação endove- nosa), de 4 em 4 horas ou trimetropim/sulfametoxazol 1 60/SOOmg, de 1 2 em 12 horas por cinco dias ou doxiciclina 1 OOmg, de 12 em 12 horas, por 5 dias3; Fleimão: calor local e oxacicl ina 2g (aplicação endovenosa), de 4 em 4 horas ou trimetropim/sulfametoxazol 1 60/SOOmg, de 12 em 12 horas por cinco d ias ou doxiciclina 1 OOmg, de 12 em 12 horas, por no mínimo 5 d iasl.S; Fleimão: alguns casos podem requerer tratamento cirúrgico para permitir a drenagem ampla das secreções5. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Sobre impet igos é relevante d izer que aqueles provocados por estrep- tococos têm como complicação mais grave g lomerulonefrite aguda; feliz- mente a minoria dos casos evoluem com essa manifestação'· 39 I Foto 1: Celulite Foto 3: Pústulas -lmpetigo bolhoso Foto 2: lmpetigo bolhoso Foto 4: Picada de inseto em criança - Celulite adjacente REFERÊNCIAS 1. Azulay RD, Azulay DR . Dermatologia. 3• Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2008. Infecções bacterianas da pele. p. 211 -222. 2. Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia. 3• Ed. São Pau lo: Artes Médicas, 2007. Piodermites e outras dermatoses por bactérias. p. 585- 607. 3. Stevens DL, Bis no AL, Chambers HF, Dellinger EP, Goldstein EJC, Gorbach SL, et ai. Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft Tissue lnfections: 2014 Update by the lnfectious Diseases Society of America. Clinicallnfectious Diseases. 2014;59(2}:e1 O-e52. 4. Souza FC, Feilstrecker S, Hubner 18. Sindrome da pele escaldada: relato de caso. Boletim Cient ifico de Pediatria - Vol.4, N• 2, 2015. S. Savassi PRR, Sanches SRA, Savassi ALR. Cirurgia de Ambulatório. Rio de Janei- ro: Medbook, 2013. Infecções bacterianas da pele e tecido celular subcutâ- neo. p. 109-121. 6. Hõrner Andreas, Hõrner Rosmari, Salla Adenilde, Nunes Melise Silveira, Gar- zon litiérri Razia, Rampelotto Roberta Filipini et ai . Staphylococcal scalded skin syndrome in a premat ure newborn caused by methicillin -resistant Sta- phylococcus aureus: case report . Sao Paulo Med. J. [Internet). 2015; 133(5}: 450-453. 7. Bulisani Ana Carolina Pedigoni, Sanches Giselle Domingues, Guimarães Helio Penna, Lopes Renato Delascio, Vendrame Letícia Sandre, Lopes Antonio Car- los. Sfndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica em medicina intensiva. Rev. bras. ter. intensiva [Internet). 2006;18(3}: 292-297. 8. Katy IB, Esther J van Z, Alan E. Folliculi tis. DynaMed Plus. Disponível em: ht- tps://www.dynamed.com/topics/dmp-AN-T1 15802/Folliculitis. Acesso em 07 set 2017. 9. Horowitz MR. França ER, Cavalcanti SMM, Medeiros ACR. Vida I ML, Resende MO. Tratamento da foliculite decalvante com laser Nd: YAG. Surg. cosmet. der- mato!.. 2013;5(2):172-172. 41 QUADRO RESUMO PIODERMITES IMPETIGO SÍNDROME DA PELE ESCALDADA limpeza das lesões com água e sabão de duas a três vezes ao dia; Hidratação, estabilização hemodinámica e Tópico: Muplrocina duas vezes ao dia, por tontrole hidroeletrolítico; 5dias; ·Oxacilina intravenosa 50 a 100 mg/kg/dia a Sistêmico (para múltiplas lesões): Cefalexina cada 4 a 6 horas. 250 mg, de 6 em 6 horas, por 7 dias. FOLICULITE Formas superficiais: Mupirocina duas vezes FURÚNCULO ao dia, por 5 d ias; Formas p rofundas: Mupirocina duas vezes Calor local até alcançar flutuação, seguida ao dia, por 5 d ias. Associar à aplicação de calor de incisão e drenagem. locar e, se necessário, drenar cirurgicamente. Cefalexina 250 mg, de6 em 6 horas, por 7 dias. ERISIPELA E CELULITE ABSCESSO E FLEIMÃO Repouso e elevação dos mennbros inferiores Aplicar calor local até alcançat Rutuação (quando o sítio de infecção for os membros inferiores}: seguida de drenagem cirúrgica; Penicilina benzatina 1.200.000 a 2.400.000 Em caso de compmmetimento sistêmico: UI; oxaciclina 2 g (uso endovenoso). de 4 em 4 Cefalexina 500 mg, a cada 12 horas, por '1 O horas, ou trimetropim/sulfametoxalol1 60/800 a 14 dias. mg. de 12 em 12 horas, por no mfnimo 5 dias. 42 Micoses Superficiais Luara Moniele Neves Pires Pollyana Freire Barbosa Lima Yasmin Emi Enemu Mino DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA As micoses superficiais compreendem um conjunto de infecções fún- gicas que se localizam na superfície da pele, podendo acometer pele, mu- cosas e anexos1·2• São classificadas em três grupos: dermatofitoses (tinhas causadas por fungos dermatófitos que utilizam a queratina como fonte de subsistência); fungos sem afinidade micológica e que não possuem poder queratolítico (pitiríase versicolor, tinha negra e as piedras); e as causadas por leveduras do gênero Candida que determinam infecções que podem atingir tanto a pele e anexos quanto mucosas' . A frequência e a distribuição das micoses cutâneas variam de acordo com o agente causador, região geográfica e nível socioeconômico da po- pulação'. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tinha do Couro Cabeludo (Tinea Capitis) Mais frequente em crianças, sendo rara em adultos. Podem ser classifi- cadas em dois tipos: tonsurante e favosa '. Tinha Tonsurante - Apresenta-se como placas de tonsura (cotos pilosos) e descamação no couro cabeludo. Geralmente de curso crôn ico, porém exi,ste uma forma aguda denominada quérion que evolui com reação inflamatória, com presença de placa e pústulas ou microa bscessos ' · 43 CAPÍTUl03 Tinha Favosa - Forma essencialmente crônica. É uma forma mais grave de t inha capitis que pode evoluir com lesões cicatriciais e eventual alopecia definitiva'. Tinha da Barba (Tinea Barbae) Pode evoluir com três formas distintas: tipo inflamatório, tipo herpes circinado e tipo sicosiforme'. Tipo Inflamatório - Lesões de aspecto inflamatório, exsudativas e supurativas '· Tipo Herpes C i reinado - lesões anulares cujas bordas podem apre- sentar aspecto eritematoso com presença de pápulas ou vesículas, tendência à cura na região central' . Tipo Sicosiforme - Pápulas foliculares com posterior formação de crostas, aspecto semelhante a uma foliculite1• Tinha do Corpo (Tinea Corporis) Acomete o extrato córneo da pele g labra (sem pelo), exceto região das palmas, plantas e virilha. O quadro típico evolui com lesões isoladas ou múltiplas, eritematosas, descamativas e circinadas. Também pode apre- sentar-se em placas, pá pulas, vesículas ou pústulas. Apresenta crescimen- to centrífugo. É comum apresentar prurido e queimação' . Tinha do Pé e Tinha da Mão (Tinea Pedis e Tinea Manuum) Tinea Manuum - Apresentam-se clinicamente como uma placa erite- mato descamativa na superfície palmar.4 Tinea Pedis- Evolução possível em três formas clínicas: Aguda com presença de eczema plantar ou digital com presença de vesículas, geralmente prurig inosa4 • lntertriginosa com presença de fissuras e maceração em reg ião intertriginosa dos dedos plan- tares' . Crônicas - Lesões descamativas que podem atingir toda a região p lantar. Geralmente pouco pruriginosas. Não necessariamente si- métrica. Muito associada a onicomicoses4 • 44 MICOSES SUPERFICIAIS Tinha Crural (Tinea Cruris) Afecção mais comum no sexo masculino. Acomete a região inguinal geralmente de forma bilateral. Pode também acometer o períneo, glúteos e parede abdominal em casos mais extensos'. Normalmente é muito pruriginosa, sendo frequente a evolução com liquenificação da pelel. Caracteriza-se por p lacas maceradas, eritematosas e descamativas, com bordas ativas, que costumam evoluir a partir da prega inguinal4 • Tinha da Unha (Onicomicose por dermatófitos) Caracteriza-se pela presença de lesões com hiperceratose subungueal, onicólise e, cronicamente., podem evoluir para onicodistrofia•. Iniciam pela borda livre da unha apresentando coloração branco-ama- relada. É comum a presença de ceratose do leito ungueal. A evolução é crõnica, podendo acometer uma ou mais unhas (principalmente as do hálux), sendo menos frequente o acometimento de unhas da mão4 • Pitiríase Versicolor (Tinea Versicolor) Infecção do estrato córneo pela Malassezia furfur, mais frequente em adultos. Manchas de cor variada (versicolor), geralmente hipocrõmicas, assintomáticas, evidenciadas geralmente após exposição solar (bronzea- mento da pele ao redor da afecção a torna mais evidente). Presença de descamação furfurácea, observada pelo estiramento da pele (sinal de li- reli- erroneamente grafado como Zileri) ou pelo atrito da unha na lesão (sinal da unha)' . Lesões situam-se principalmente em pescoço, tórax e porções próxi- mas dos membros superiores (regiões mais seborreicas)' . Tinha Negra (Tinea Nigra) Doença rara, mais comum em regiões tropicais e subtropicais, prin- cipalmente em indivíduos com hiperhidrose, causada pelo Phaeoan- nellomyces wernecki. Caracteriza-se por manchas castanhas escuras ou pretas nas palmas das mãos e mais raramente na palma das mãos e bordas dos dedos, única ou múltiplas'·' . 45 CAPÍTUl0 3 Piedra Preta Causada pelo fungo Piedraia hortae, encontrado em áreas tropicais. Caracteriza-se por afetar pelos (principalmente cabelo, podendo aco- meter barba ou bigode). ser assintomático (queixa estética), presença de nódulos pretos aderidos. à haste dos fios' . Piedra Branca Causada pelo fungo Trichosporon beigelii (Trichosporon cutaneum), mais comum também em zonas tropicas'. Acomete pelos pubianos, genitais e axilares, e eventualmente a barba, bigode e couro cabeludo. Caracterizado por nódulos branco-amarelados de consistência cremosa, aderidos ao pelo (principalmente na porção dis- tai da haste). removidos com faci lidade, doença assintomática (queixa es- tét ica)'. Candidose Infecção cutânea, cutâneo-sistêmica ou sistêmica causada por levedu- ras do gênero cândida. A espécie mais frequente é a Candida albicans, que habita a superf ície da pele, mucosa oral, intestino e mucosa vaginal mas que em determinadas condições proliferam-se e causam doença'·3. Candidose Oral Ocorre em lactentes, idosos e em pacientes imunossuprimidos. Caracteriza-se por p lacas esbranquiçadas recobertas por induto esbranquiçado cremoso, arredondadas, isoladas ou confluentes, podendo haver inflamação da comissura labial associada (queili te angular)'. Candidose Vulvovaginal Quadro caracterizado por leucorréia e placas esbranquiçadas cre- mosas na vulva e mucosa vaginal, o prurido e a ardência são sinto- mas comuns'. Candidose Balanoprepucial Presença de p lacas eritematosas ou eritemato-erosivas na glande, prepúcio; apresenta eritema e edema, com ardor e prurido como sintomas comuns'· 46 MICOSES SUPERFICIAIS Candidose lntertriginosa Placas eritematosas, úmidas, secretantes, podendo ocorrer erosões e fissuras envoltas por colarete córneo. Pápulas eritematosas saté- lites, às vezes com surgimento de vesícu las ou pústulas sugerem o diagnóstico; ardor e prurido são sintomas comuns. Acomete do- bras axilares, inguinais, inframamárias, infrabdominais. Frequente em obesos e portadores de diabetes mell itus ' . Dermatite de fraldas associada a infecção por Cândida Na dermatite por fra ldas as lesões acometem somente as àreas convexas da reg ião recoberta devido à dermatite de contato irrita- tiva da urina e das fezes com a pele. Quando as placas eritemato- sas acometem tam bém as áreas intertrig inosas, estamos d iante de uma candidíase associada; pústulas satélites eritematosas corrobo- ram com o diagnósticos. Candidose ungueal (Onicomicose por leveduras) Eritema na borda ungueal proximal e desaparecimento da cutícula. Comumem pacierntes em contato contínuo com a água. Pode cur- sar mais precocimente com distrofia ungueal que as onicomicoses por dermatófitos por conta do acometimento da matriz ungueal. Podem se tornar crônicas e levar a fibrose, hipercromia da dobra ungueal proximal e onicodistrofia permanente' . DIAGNÓSTICO O ideal é realizar o diagnóstico mico lógico antes de iniciar o tratamen- to das micoses superficiais. Esse pode ser realizado por exame mico lógico d ireto do raspado das áreas ativas das lesões (bordas no caso das t inhas) que na maioria das vezes é suficiente para realizar o tratamento. Para diag- nóstico preciso e isolamento da espécie é necessária a realização da cultu- ra do fungo. ' Na maioria dos casos, com clínica característica e sem dispo- nibilidade dos exames diretos, o tratamento é realizado empiricamente. 47 CAPÍTUl0 3 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Nos casos de onicomicose, deve ser feito d iagnóstico diferencial com outras doenças com possibilidade de acometimento ungueal como psoría- se, líquen plano, onicopatias congênitas além da possibilidade de trauma'. A pitiríase versicolor tem como diagnóstico d iferencial pítiríase alba, hipomelanose macular progressiva e vitiligo'. Nos casos de Tinea Nigra pode-se fazer d iagnóst ico diferencial com melanoma acral' . TRATAMENTO 1. Tinha do Couro Cabeludo (Tinea Capitis) Tratamento sistêmico e tópico. Uso sistêmico: Gríseolfulvina 1 5-20mg/kg/dia, dividido em duas tomadas, após as re- feições por 6-12 semanas' . Terbinafina (melhor tolerada que a griseofulvina) 250mg/dia durante 4-8 semanas. Para crianças na dose de 3-6mg/kg/dia'. FluconazoiSmg/kg/dia durante 4 semanas '. Antifúngicos tópicos como terapia complementar. 2. Tinha da Barba (Tinea Barbae) Tratamento sistêmico por 2-4 semanas e tópico complementar. Sistêmico: ltraconazol 1 OOmg/dia'. Terbinafina 250mg/dia ' · Fluconazol 1 SOmg/semana'. Tópico complementar com antifúngicos derivados imidazólicos. 3. Tinha do Corpo (Tinea Corporis) Forma localizada- somente tópico com derivados imidazólicos por 2-4 semanas'. Forma disseminada- tratamento sistêmico e tópico associado por 2-4 semanas. 48 Sistêmico: ltraconazol1 OOmg/dia 1. Terbinafina 250mg/dia'. Fluconazol 1 SOmg/semana '. MICOSES SUPERFICIAIS 4. Tinha do Pé e Tinha da Mão (Tinea Pedis e Tinea Manuum) Tópico com derivados imidazólicos por 4-6 semanas. Casos de infecção secundária - Uso de compressa ou banho de Per- manganato de Potássio (1 :1 0.000), antibiótico tópico e creme antifúng ico derivado imidazólico' . Associar terapia sistêmica apenas se necessário após tratamento tópi- co inicia l. S. Tinha C ru ral (Tinea Cruris) Tratamento tópico por 6-8 semanas '. Formas extensas ou inflamatórias associar tratamento sistêmico'. Necessidade de secar bem a região após o banho' . 6. Tinha da Unha (Onicomicose por dermatótitos) Tratamento sistêmico e tópico complementar. Sistêmico: ltraconazol 200mg/dia ( 1 OOmg após o café da manhã e 1 OOmg após o jantar) por 4-6 meses. Opção de pulsoterapia: Usar 200mg 2 vezes por dia durante uma semana, interromper 3 semanas e repetir o ciclo 4-6 vezes 1• Terbinafina 250mg por 3-4 meses. Opção de pulsoterapia: Usar 1 vez ao d ia por uma semana, interromper 3 semanas e repetir 4-6 vezes o ciclo' . Fluconazol1 SOmg/semana por 4-6 meses'. Tópico complementar: Amorolfina 5% em esmalte usado 1 vez por semana'. Ciclopiroxolamina 8% ·em esmalte usado 2 vezes por semana' . Em casos incipientes, apenas o t ratamento tópico com os antifúngicos acima na forma de esmalte pode levar a cura da tinha' . 7. Pitiríase Versicolor (Tinea Versicolor) Tópico: isoconazol, fentticonazol, terbinafina, ciclopiroxalamina 49 CAPÍTUl0 3 1 a 2 vezes ao dia por 4 semanas. Xampu de Cetoconazol a 2%, sempre necessário como adjuva nte devido à colonização fúng ica do couro cabe- ludo. Xampus com sulfeto de selênio ou outros antifúngicos são alternativas ao xampu com cetoconazol. Sabonetes com enxofre e/ou ácido salicílico. Sistêmico (quadros recidivantes, resistentes, extensos): Fluconazol1 50mg/sem, 2-4 semanas. Cetoconazol 200mg/dia, 1 O d ias. ltraconazol1 OOmg 2 vezes ao d ia, 5 a 7 diasu •. Orientar que o critério de cura é o desaparecimento da descamação, pois as manchas podem demorar a esmaecer. 8. Tinha Negra (Tinea Nigra) Tópico: Butenafina 1%2 x ao dia6• lmidazólicos e ceratolíticos' . 9. Piedra Preta Corte dos pelos e xam pu de cetoconazol a 2%'. 1 O. Piedra branca Corte dos pelos e xam pu de cetozonazol a 2%'. Candidose'·3·5 1. Candidose Oral Nistatina em suspensão oral, 3-4 vezes ao d ia após limpeza. 2. Candidose Vulvovaginal Tópico: nistat ina em creme vaginal, isoconazol em creme. Sistêmico: Fluconazol 1 50 mg. 3. Candidose Balanoprepucial Tópico: nistatina em creme, cetoconazol em creme, isoconazol em creme. Sistêmico: Fluconazol 1 50 mg/semana, 2-4 semanas. 50 MICOSES SUPERFICIAIS 4. Candidose intertriginosa Tópico: violeta de genciana em solução aquosa a 1% por 3-4 dias ou cremes imidazólicos. Sistêmico (formas extensas): Fluconazol 150mg/sem até desapareci- mento do quadro'. 5. Dermatite de fraldas por Cândida Tópico: Cremes de barreiras associados a antifúng icos após os banhos por até 4 semanas •.s. 6. Onicomicose por Cândida Tópico: Ciclopiroxolamina solução 2 vezes ao dia por 2-4 meses'. Sistêmico: ltraconazol 1 OOmg 2x/dia por 2 meses ou Fluconazol lSOmg/semana por 2 meses'· CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES As micoses superficiais são afecções frequentes na prática clínica, acometendo todas as faixas etárias, sexos e classes sociais. É necessário conhecer suas principais manifestações clínicas, a necessidade ou não de realização de exame rn icológico e/ou cultura, assim como dominar o tratamento ideal (droga de escolha e tempo de tratamento) e principal- mente, orientar adequadamente o paciente, uma vez que na maioria das micoses superficiais, as condições locais da pele (umidade), temperatura (ca lor) e higiene são fatores determinantes. 151 Foto 1 e 2: Ptiriase versicolor Foto 3: Tinea capitis Foto 4: Tfnea corporls Foto 5: Tínea corporis Foto 6: Tínea corporis Foto 7: Tínea corporis QUADRO RESUMO INFECÇÕES FÚNGICAS TINHA DO COURO CABELUDO Tratamento sistêmico e tópico. TINHA DA BARBA Sistêmlco: Griseolfulvina 15 a 20 mg/kg/dia, duas Tratamento sistémico por 2 a 4 semanas e vezes ao dia, após as refeições, por 6 a 12 tópico complementar. semanas; Terbinatina (melhor tolerada que a . Sistêmico: ltraconazol: 100 mg/dia; griseofulvina): 250 mg/dia durante 4 a 8 Terbinafina: 250 mg/dia; semanas. Para crianças na dose de 3 a 6 Fluconazol: 150 mg/semana. mg/kg/dia. Tópico: Complementa r com antifúngicos Fluconazol: S mg/ kg/dia durante 4 derivados imidazólkos. semanas. (l SOMG/ SEMI. Tópico: Antifúngicos tópicos como terapia complementar. TINHA DO CORPO TINHA DO PÉ E DA MÃO Forma loca lixada: somente tópico com Tópico com derivados imidazólicos por 2 a derivados imidazôlicos por 2 a 4 semanas. 4 semanas.. Forma disseminada: Tratamento sistémico Casos de infecção secundária - Uso de e tópico associado por 2 a 4 sennanas. compressa ou banho de permanganato de . Sistêmico: potássio (1:1 0.000), antibiótico tópico e creme ltraconazol: 100 mg/dia; antifúngico derivado imidazólico. Terbinafina: 250 mg/dia; Associar terapia sistêmlca apenas se neces- Fluconazol: 150 mg/ semana. sário após tratamento tópico inicial. TINHA CRURAL TINHA NEGRA Tratamento tópico por 6 a 8 semanas; Tópico: Formas extensas ou inflamatórias associar Butenafina 1%2 vezes ao dia; tratamento sistêmico; lmidazólicos e ceratolft icos. Secar bem a região após o banho. 54 REFERÊNCIAS 1. Sampaio S de AP. Rivitti EA. Dermato logia. 3• Ed. 2008. 1 585 p. 2. Almeida LMM, Souza EAF, Bianchin DB, Svidzinski TI. In vitro response of cuta- neous mycosis fungai agents to the most w idely used systemicantifungals in dermato logy. na Bras Dermato l 2009; 84: 249-255. 3. Azulay RD, Azulay DR, Az ulay-Abulatia L. Dermato logia. 6• Ed. 2013. 1133p. 4. Dias MF, Quaresma-Santos MV, Bernardes-Filho F, Amorim AG, Schecht man RC, Azulay DR. Updat e on t herapy for superficial mycoses: review article part I. An Bras Dermatol. 2013;88:764-74. S. Leão, E; Correa, EC; Viana, MB; Mota, JAC. Pediatria Ambulatorial. 4• Ed. 2005 COOPMED. 6. Cruz RCB, Rossetto AL. n nea nigra: tratamento bem-sucedido com butenafi- na tópica. An. Bras. Dermatol. vol. 87 n.• 6 Rio de Janeiro NovJDec. 2012 55 Dermatoses Pré-Cancerosas e Neoplasias Cutâneas In Situ lsabella Meira Marcondes Natália Rodrigues de Oliveira Yuri Gam Faria Define-se por dermatoses pré-cancerosas as afecções cutâneas que, eventualmente, podem evoluir para o câncer cutâneo. A cancerização depende de fatores ambientais e inerentes ao paciente, sendo, portanto, mult ivariável.' Abordaremos ainda nesse capítulo neoplas ias cutâneas in situ, ou sej a, as que estão restritas à epiderme, sem u ltrapassar a membra- na basal. Serão de interesse desse capítulo as dermatoses pré-cancerosas e neo- plasias cutâneas in situ de maior frequência: CERA TOSE ACTÍNICA 1. Definição: Também chamada de ceratose {ou queratose) solar ou senil' . Resulta de danos aos ceratinócitos por fotoexposição prolongada em indivíduos sus- ceptíveis, o que leva à hiperproliferação de ceratinócitos at ípicos'. É mais co- mum em idosos ou adultos de meia idade, do sexo masculino, e pele clara•. A queilite act ínica é uma forma de ceratose actínica que acomete os lábios. Ambas podem evoluir par .a Carcinoma Espinocelular {CEC) u•. 57 CAPÍTUl0 4 2. Manifestações cl ínicas: lesões ceratóticas, de aspecto rugoso, áspero à palpação, infi lt radas. Geralmente apresentam-se como máculas ou pápulas que podem con- fluir e formar p lacas2• A coloração geralmente é rósea a eritematosas, al- gumas com hiperpigmentação, podem apresentar descamações branco a acastanhadas, finas e aderidas•. Podem apresentar eritema d iscreto ao seu redor. São lesões consideradas pré-malignas e estão associadas à ex- posição solar, ocorrendo geralmente em áreas fotoexpostas (face, couro cabeludo, orelhas, lábios, mãos, braço, t ronco, etc.)'-2·3·4. 3. Diagnóstico: Geralmente é clín ico. Eventualmente realiza-se exame anatomopa- tológ ico para identificar a transformação ou não para o CEC. Ao exame costuma-se observar hiperceratose e paraceratose da camada córnea da epiderme, além de atipias celulares associadas com hiperplasia das células basais3.s. Algumas lesões podem ser consideradas formas de CEC in situ3·4•5. 4. Diagnóst ico diferencial: O diagnóst ico diferencial da ceratose actínica é feito de acordo com a história clínica do paciente e com os aspectos da lesão2·•. Quando a lesão apresenta proliferação exagerada da camada córnea, pode ser indicativa de corno cutâneo. Outros diagnóst icos diferencias são: nevus verrucoso, verruga vira !, ceratose s.eborréica e CEC. Além disso, ceratoses actín icas isoladas devem ser diferenciadas de lúpus eritematoso d iscoide e discera- tose de Bowen 2,._6•7• S. Tratamento O tratamento é feito basicamente por procedimentos localizados em lesões isoladas: Crioterapia com nitrogênio líquido; Curetagem com eletrocauterização. 58 DERMATOSES PRE·CANCEROSAS E NEOPLASIAS CUTÂNEAS /111 SITU Cauterização química. Ex.: Ácido tricloroacético (ATA) de 50 a 90%, aplicando-se d iretamente nas lesões.2.• Para tratamentos de campos de cancerização, no caso de lesões nume- rosas, utiliza-se: 5-Fiuorouracil a 5% em creme, de 2 a 4 semanas, também com apli- cação única diária à noite. Orientar sob a irritação local esperada2.4,s_ lmiquimode a 5% em creme, aplicar o creme nas lesões 2 vezes por semana à noite por 16 semanas. Gel de mebutato de ingenol nas concentrações de 0,015% para face e couro cabeludo e 0,5% para tronco e membros, por 3 e 2 d ias respectivamente2A.s. Terapia fotodinâmica, que emprega o ácido metilaminolevulíni- co 160mg/g em creme e luz vermelha (comprimento entre 570 e 670 nm). Aplica-se uma espessa camada ultrapassando até Smm da lesão, depois cobre-se com material opaco. Aguarda-se 3 hrs, expõe-se as lesões ao sol durante 9 min; lesões mu ito ceratóticas devem ser curetadas previamente. Deve-se repetir o tratamento, se necessário, em 3 meses. LEUCOPLASIAS 1. Definição: lesões em mucosas, idiopáticas ou resultantes de t raumatismos crõ- nicos ou agentes irritativos, como o fumo. Podem evolu ir para carcinoma espinocelular2.9• 2. Manifestações cl ínicas: As lesões podem ter uma enorme variedade de apresentações, mas co- mumente manifestam-se como placas ou manchas esbranquiçadas, aderi- das à mucosa oral, genitália ou ânus2.4. São causadas por alterações do epité- lio escamoso com deposição córnea sob a mucosa, que podem ir desde uma metaplasia simples até um carcinoma invasor'·•. 59 CAPÍTUl04 3. Diagnóstico: Diagnóstico realizado através dos aspectos clínicos e por exclusão de outras afecções que se manifestam com placas brancas. Entretanto, pela possibil idade de malignidade, deve ser biopsiada sempre que possível'·2·9. Os achados histológicos incluem hiperceratose e d isplasia epitelial em vá- rios graus de severidade2.9. 4. Diagnóstico diferencial: Líquen plano, carcinoma verrucoso, queilite actínica, lúpus eritemato- so, nevus branco esponjoso, genodermatoses, ceratose do fumante2.4.6. 5. Tratamento: A primeira medida a ser tomada é a reti rada do agente causal quan- do há ocorrência deste (Ex: uso de cigarro, cach imbo, entre outros); Exérese cirúrgica da lesão.'·• DOENÇA DE BOWEN 1. Definição: Afecção considerada como CEC in situ•. Alguns agentes são relacionados à doença, como radiação ultravioleta, vírus HPV e exposição a arsênico2·4•10. 2. Manifestações clínicas: Placa eritematosa, com escamas, que podem ocorrer em qualquer re- gião do corpo, mas geralmente localiza -se no t ronco2A. Os limites da lesão são bem precisos e o fundo pode conter áreas exulceradas sem infiltração. Geralmente apresenta-se como uma lesão única.~ uma neoplasia intrae- pitelial de alto grau, portanto. seu risco de evolução para CEC é alto•. 60 DERMATOSES PRE·CANCEROSAS E NEOPLASIAS CUTÂNEAS /111 SITU 3. Diagnóstico: Diagnóstico rea lizado através da correlação entre aspectos clínicos e achados histopatológicos, que incluem: híperplasia epidérmica, atipía ce- lular, figuras de mitose e eventual vacuolização celular, sem invasão da membrana basaP·4· '0. 4. Diagnóstico diferencia l: O diagnóstico diferencial pode ser feito com váría outras afecções da pele, como: ceratose actínica, dermatofitose, lúpus eritematoso, psoríase, carcinoma basocelular superficial, entre outros. É bastante conhecida a associação do arsênio com o surgimento da doença de Bowen e, nesse caso, as lesões geralmente se encontram em áreas não expostas à luz so- lar. Atualmente, tem sído observado também, que alguns t ipos de HPV podem causar doença de BowenM. S. Tratamento Tratamento de primeira escolha: Exérese cirúrgica. Outras opções que apresentam maior taxa de recidiva: Eletrocoagulação, crioterapia com nitrogênio líquido, 5-fluoroura- cil a 5% tópico, im iquimode a 5% em creme.M. ERITROPLASIA DE QUEYRAT 1. Definição: Refere-se ao CEC in situ que se apresenta em mucosas (sobretudo a mucosa peniana). Apresen ta patologia similar a Doença de Bowen•.wo. 61 CAPÍTUl0 4 2. Manifestações clínicas: Lesão pré-maligna que geralmente ocorre na mucosa bucal, urogeni- tal (glande, prepúcio, vulva, etc.) ou conjuntiva, em placas bem definidas, eritematosas, pouco infil tradas e com crescimento gradual'.2·•. 3. Diagnóstico: Diagnóstico realizado através da correlação entre aspectos clínicos e achados histopatológicos, que incluem: hiperplasia epidérmica, atipia ce- lular, figuras de mitose e eventual vacuolização celular, sem invasãoda membrana basall-4.•o. 4. Diagnóstico diferencial: O diagnóstico diferencial dessa doença se faz com a balanopostite crô- nica, balanopostite plasmocitária, líquen plano e psoríase. A diferenciação se dá por exame histopatológico. Lembrando que a transformação em carcinoma invasivo ness.a doença é maior quando comparada com a do- ença de Bowen, e o carcinoma resultante da transformação, geralmente, é mais agressivo~'. 5. Tratamento Tratamento de primeira escolha é a exérese cirú rgica, a mais con- servadora possível, considerando-se, inclusive, a possibilidade de cirurgia micrográfica de Mohs (cirurgia com controle detalhado de margens por congelação intraoperatória da peça cirúrgica); Curetagem e eletrocoagulação são efetivos; lmiquimode a 5%; 5-fluorouracil a 5%' . 62 DERMATOSES PRE·CANCEROSAS E NEOPLASIAS CUTÂNEAS /111 SITU PAPULOSE BOWENÓIDE 1. Definição: Afecção que acomete principalmente região anogenital. Sua patoge· nia está relacionada aos t ipos 16 e 18 do vírus HPV'·'0• Acomete índivídu· os mais jovens que aqueles acometidos pela Doença de Bowen. Apesar de semelhantes, a Eritroplasia de Queyrat e a Doença de Bowen possuem maior potencial invasivo que a Papulose Bowenóide'"·'0. 2. Manifestações clínica.s: Múltiplas pápulas aveludadas de coloração variada (do vermelho ao castanho escuro), que geralmente confluem, formando uma placa na re· g ião da mucosa genitaF·4 • Nos homens geralmente acomete g lande, cor· po do pênis e períneo e nas mulheres vulva, períneo e região perianal. As· saciada a infecção pelo HPV com transmissão sexual, apresenta-se como um carcinoma in situ com potencial de malignização4• 3. Diagnóstico: Semelhante ao da Eritroplasia de Queyrat e ao da Doença de Bowen~4•10 • 4. Diagnóstico diferencial: O diagnóstico diferencial da papulose bowenóide é feito com o líquen plano, condiloma acuminado clássico, psoríase, ceratose seborréica, gra· nulo ma anular e lesões névicas~·" . 5. Tratamento: As lesões devem ser tratadas da maneira mais conservadora possível; Crioterapia com ni trogênio líquido; Eletrocoagulação; 63 CAPITUL04 Ácido tricloroacético de 50 a 90%; lmiquimode a S%2•4• DOENÇA DE PAGET 1. Definição: Neoplasia que se localiza preferencia lmente nas aréolas mamárias, po- dendo acometer, menos comumente, outras áreas (Doença de Paget Ex- tramamária),4·12. Se relaciona com adenocarcinoma ductal in situ12. 2. Manifestações clínicas: Lesão eritemato-descamativa, infiltrada, com presença de crostas e ex- sudação serosa ou sanguinolenta que acomete a aréola mamária. Pode evoluir para úlcera, p iorando os sintomas de dor, prurido e ardência2·4. Está associada na maioria dos casos com adenocarcinoma ductal4•12. Sua apresentação extramamária é rara e geralmente acomete as axilas e re- gião anogenital, estando associada nesses casos com a presença de tumor subjacente•. 3. Diagnóstico: O exame histopatológico revela células malignas (células de Paget) na epiderme que não atravessam a membrana basal. A citologia e a imu- nohistoquímica também podem auxiliar no diagnóstico',.·". 4. Diagnóstico diferencial: Diagnóstico diferencial da doença de Paget se faz com várias doenças, como eczema da mama, principalmente de contato, doença de Bowen, psoríase e carcinoma basocelular superficial' ... Em caso de eczema, salien- ta-se que este é quase sempre bilateral e responde rapidamente à tera- 64 DERMATOSES PRE·CANCEROSAS E NEOPLASIAS CUTÂNEAS /111 SITU pêutica com corticóide tópico, ao contrário da doença de Paget, que ge- ralmente é unilateral, não muito pruriginosa e que apresenta evolução e resposta inadequada ao tratamento com tópicos•. S. Tratamento: O tratamento é semelhante àquele que ocorre no adenocarcinoma da mama: 1. Mastectomia parcial ou rad ical, a depender do tamanho da lesão e presença de tumor subjacente. 2. Cirurgias conservadoras com margem de segurança adequada e radioterapia adjuvante também se mostram métodos elicazes.4•13• 65 Foto 1: Queilite actinica Foto 2: Queratose actfnica hipertrófica QUADRO RESUMO DERMATOSES PRE-CANCEROSAS (LESÕES ACTÍNICAS) CERATOSE ACT[NICA LEUCOPLASIAS Retirada do agente causal quando há . lesões localizadas: ocorrência deste (ex.: cigarro, cachimbo. entre Crioterapia com nitrogênio liquido; outros). Ácido triclomacêtico (ATA) de 50% a E.xérese cirtirgica da lesão. 90%. . lesões numerosas I campo eancerizado: S~Fiuoracil 5% de 2 a 4 semanas (aplica· DOENÇA DE BOWEN çáo única diâria à noite): E.xérese cirúrgica. lmiquimode 5% 3 veles/semana; Aplicar diretamente nas lesões; Alertar o paciente sobre a irritação ERITROPLASIA DE QUEVRAT esperada durante o uso. Exérese cirúrgica. PAPULOSE BOWENOIDE Crioterapia com nitrogênio líquido; DOENÇA DE PAGET Eletrocoagulação; ATA 50% a 90%; Conduta cirúrgica. lmiquimode a 5%. 67 REFERÊNCIAS 1. Enokihara MY, Talarico-Filho S. Dermatoses pré-cancerosas. "In": Lopes AC. Diagnóstico e Tratamento- SBCM Voll l. 1• Ed. Barueri: Manole; 2006. p. 529- 534. 2. Azu lay DR, Azulay RD. Dermatolog ia. 3• Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan; 2004. Oncologia Dermatológica, Carcinogênese: Dermatoses pré-cance- rosas. p. 384-390. 3. Tannous Z, Avram MM,. Tsao S, Avram MR. Color Atlas of Cosmetic Dermatolo - gy. 2• Ed. Me Graw Hill Medica i; 201 1. p. 248-251. 4. Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia. 3• Ed. São Paulo: Artes Médicas; 2007. p.1 156-1162. S. KumarV, Abbas AK, Fausto N, Aster JC. Robbins: Patologia Básica. 9• Ed. Rio de Janeiro: El sevier; 2013. p. 851-870. 6. Simis T, Sim is DRC. Doenças de Pele Relacionadas à Radiação Solar. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba . .2006; v.8, n.1, p. 1·8. 7. Padilla RS. Epidemiology, natural history, and d iagnosis of actin ic keratosis. UpToDate, 2015. Dispo·n ível em: <http://www.uptodate.com/ onl ine>. Acesso em: 02/06/2017. 8. Fleming P, Zhou S, Bobotsis R, Lynde C. Comparison of the Treatment Guide- lines for Actinic Keratosis: A Crit icai Appraisal and Review. Journal of Cuta- neous Medicine and Surgery. Canada, pag. 1-10, 2017. 9. Rodrigues TLC. Costa U, Sampaio MCC, Rodrigues FG, Costa ALL. Leucoplasias bucais: relação clfn ico-histopatológica. Pesqui Odontol Bras. outJdez. 2000; v.14, n.4, p. 357-361. 10. Epstein Jl. O Tra to Urinário Inferior e Sistema Genital Masculino. "In": KumarV, Abbas AK. Fausto N, As ter JC. Robbins & Cotran : Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 8• Ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010. p. 979-1012. 11. Kupetsky EA, Charles CA, Mones J. Lesão lntraepitelial de Alto Grau da Comis- sura Oral (papulose bowenóide). Um caso de revisão. Dermatology Practical & Conceptual. 2015 out; 5 (4): 39-42. 12. Lester SC. A Mama. "In": Kumar V, Abbas AK, Fausto N, Aster JC. Robbins & Cotran: Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 8• Ed. Rio de Janeiro: Else- vier; 201 O. p. 1073-1 103. 13. Helme S, Harvey K, Agrawal A. Surgery in patients with preservation of the breast with Paget's disease. Br J Surg. 2015 Set; 102 (10): 1167-74. 68 Câncer de Pele Heliomara de Fátima Soares Nunes Lívia Maria de Angelis Furlan DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA O câncer de pele configura-se como a neoplasia mal igna mais frequen- te no Brasil: em 2016 foram mais de 180 mil novos casos conforme esti- mativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA)'. O carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e meia no ma são as manifestações mais comuns da doença•. O CBC é constituído por células que se asse- melham às células basais da epiderme, mas também pode se originar de diferentes partes do aparelho folicular. Pode ser considerado como inca- paz de gerar metástase, tendo pouquíssimos casos relatados na literatu - ra, entretanto pode apresentar agressividade local, chegando a invadir e destruir tecidos subj acentes. O CEC ocorre por proliferação atípica de células espinhosas, tem caráter invasor e pode evoluir com metástases. Geralmente
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