Buscar

Tipos de Bacia Obstétrica e Distocias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE MEDICINA 
 
 
 
UNIDADE CURRICULAR VI 
SEMINÁRIO DO MÓDULO DE SAÚDE DA MULHER IV 
 
 
 
 
TIPOS DE BACIA OBSTÉTRICA E COMO AVALIAR E CONDUZIR AS 
DISTOCIAS 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá- MT 
Novembro 2021 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE 
MEDICINA 
 
Anadiely Moreira 
Danilo de Assis Pinheiro 
Fabiula Pereira 
Gabriella Fernanda Moraes 
Giulia Carolina Pretto 
Guilherme Henrique Andrioni 
Higor Rafael Motta 
Iris Alvina Guarim Soares 
Vitória Maria Canton Seben 
 
 
TIPOS DE BACIA OBSTÉTRICA E COMO AVALIAR E CONDUZIR 
AS DISTOCIAS: 
 
Seminário do módulo de saúde do 
adulto apresentado aos professores 
da Unidade Curricular VI da 
Faculdade de Medicina da 
Universidade de Mato Grosso como 
pré-requisito de avaliação. 
 
Professor tutor: Profº. Dr. Antonio 
José Amorim 
 
 
 
Cuiabá- MT 
2021 
 
1. INTRODUÇÃO 
Distocia pode ser definida como anormalidade no desenrolar do trabalho de parto e sua 
causa pode estar relacionada com a alteração em um ou mais dos três fatores determinantes 
para o parto: o trajeto, a força e o objeto. A determinação do fator causal da distocia é o que 
permite a correção das anormalidades para que sejam tomadas medidas seguras que levem à 
evolução do parto vaginal ou à condução necessária para a cesárea, diminuindo, dessa forma, 
os riscos maternos e fetais relacionado ao diagnóstico de distocia1,2,3. 
Quanto à classificação das distocias, podemos fazer de acordo com os fatores 
determinantes do parto dividindo-as em: anormalidades na força contrátil, anormalidades do 
trajeto e anormalidades do objeto1. 
As anormalidades na força contrátil, também chamadas de distocias funcionais, podem 
ser classificadas em: distocia por hipoatividade, por hiperatividade, por hipertonia e por 
dilatação. Em relação ao trajeto, podemos dividir as distocias em ósseas, as quais se subdividem 
em anormalidades do estreito superior, do médio e do inferior, ou distocias de partes moles as 
quais incluem as anormalidades em vulva, períneo, vagina, colo e tumores prévios. Desse 
modo, é necessário que se conheça a anatomia da pelve feminina, em particular a óssea e suas 
alterações que podem levar às distocias1,4. 
Os dois ossos ilíacos, o sacro e o cóccix, com suas respectivas articulações (sínfise 
púbica, articulação sacroilíaca e sacrococcígea) formam a pelve óssea a qual se divide em 
grande e pequena bacia1,3. 
A grande bacia, limitada, anteriormente, pelos músculos abdominais, lateralmente, pelas 
fossas ilíacas e, posteriormente, pela coluna vertebral, é de pouca importância para a 
obstetrícia, quando comparada com a pequena pelve (ou escavação). A pequena pelve é 
limitada, acima, pelo estreito superior e, abaixo, pelo inferior. Além disso, entre os dois 
estreitos, está localizada a escavação1. 
O estreito superior é delimitado pelo promontório, pela borda anterior da asa sacral, pela 
articulação sacroilíaca, pela linha inominada, eminência iliopectínea e borda superior do corpo 
do púbis e da sínfise púbica1,4. 
O estreito inferior é composto da borda inferior dos ossos púbis (as quais são revestidas 
pelo ligamento arcuatum), pelos ramos isquiopúbicos, tuberosidades isquiáticas, borda interna 
dos grandes ligamentos sacrociáticos e extremidade do cóccix1,5. 
 
O estreito médio é delimitado, posteriormente, pelo ápice do sacro, passando pelas 
apófises transversas de S5, pela borda inferior dos pequenos ligamentos sacrociáticos, espinhas 
ciáticas, arcos tendíneos do elevador do ânus e terminando na face posterior do púbis1. 
2. METODOLOGIA 
Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura não sistemática que tem como objetivo 
agregar conhecimento acerca das principais distócias que podem ocorrer durante o trabalho de 
parto. Para o presente trabalho foram usados os principais livros textos brasileiros de obstetrícia 
conjunto a artigos selecionados nas plataformas PubMed, Scielo e Google Scholar dos últimos 
10 anos a partir dos termos “distocia”, “anormalidades de trajeto”, e “anormalidades do objeto” 
e seus correspondentes em inglês. Os artigos tiveram seus resumos lidos primeiramente e, 
posteriormente, foram utilizados apenas os que traziam informações relevantes para o tema e 
complementassem os livros textos utilizados. 
3. DESENVOLVIMENTO 
3.1 TIPOS DE BACIA OBSTÉTRICA 
No estudo da obstetrícia, antes de aprofundarmos o conhecimento sobre as distocias, é 
importante compreender a classificação tradicional dos tipos de bacias realizada por Caldwell 
e Moloy em 1933, em que estas foram classificadas com base na forma do estreito superior em 
ginecoide, antropoide, androide e platipeloide1. 
A formação da bacia sofre influência de diversos fatores relacionados à raça, condições 
socioeconômicas, atividade física, características nutricionais da infância e da adolescência. 
Desse modo, atualmente acredita-se que existam formas mistas de bacias obstétricas e não 
apenas as quatro tradicionalmente descritas1, sendo que os tipos puros ocorrem menos 
frequentemente que os mistos, os quais são originados de combinações entre os vários grupos 
fundamentais3,4. 
A bacia ginecoide constitui a pelve feminina típica (corresponde a 50-62% das bacias 
femininas), apresenta estreito superior arredondado e diâmetro anteroposterior grande. O sacro 
é largo, côncavo e com inclinação média. O ângulo subpúbico é médio e o occipício fetal à 
insinuação é anterior. O diâmetro bituberoso é grande e o prognóstico para o parto vaginal é 
excelente1,4. 
Já o tipo antropoide é semelhante à bacia dos antropoides superiores (gorilas), 
representando 11-25% das bacias femininas. Apresenta estreito superior elíptico, com maior 
 
diâmetro no sentido anteroposterior e diâmetro transverso diminuído. O sacro é estreito e longo, 
o ângulo subpúbico é levemente estreitado e o occipício fetal à insinuação é posterior. O 
diâmetro bituberoso é pequeno e o prognóstico é favorável caso ocorra a insinuação, ou seja, 
não havendo distocia no estreito superior, ocorrerá boa evolução no restante da bacia1,3,4. 
O tipo androide possui as características da bacia masculina e ocorre em 
aproximadamente 20% das bacias femininas6. Apresenta estreito superior triangular e diâmetro 
anteroposterior pequeno. O sacro é estreito, plano, longo e inclinado para frente. As paredes 
pélvicas são convergentes, as espinhas ciáticas salientes, o ângulo subpúbico é estreito e o 
occipício fetal à insinuação é posterior. O diâmetro bituberoso é estreitado e o prognóstico é 
de distocias crescentes conforme a apresentação progride1,4. 
A bacia do tipo platipeloide ou bacia achatada é rara (possui incidência de 5-8%), 
contando com estreito superior ovalado, caracteriza-se pelo maior diâmetro no sentido 
transverso sobre o anteroposterior6. O diâmetro anteroposterior é menor e o sacro é largo, curto 
e côncavo. O ângulo subpúbico é amplo e o occipício fetal à insinuação é transverso. O 
diâmetro bituberoso é aumentado e o prognóstico descreve distocia maior na insinuação, que 
será amenizada posteriormente1,3. 
3.2 ANORMALIDADES DO OBJETO 
As anormalidades de objeto são situações que envolvem o feto podendo prejudicar a 
progressão normal do parto, dentre estas podemos citar o tamanho fetal e a distócia biacromial1. 
3.2.1 Tamanho fetal 
Situações em que o feto pesa acima de 4000g ou em casos que mesmo abaixo desse peso, 
o feto apresenta desproporção cefalopélvica, podem atrapalhar o desenvolvimento do parto 
normal. Alguns sinais podem ser vistos na hora do parto ou no pré-natal demonstrando que o 
crescimento fetal pode estar alterado, por exemplo, medida da altura uterina acima do percentil-
95 para a idade gestacional e outros sinais como edema em membros inferiores, edema 
suprapúbico e polo cefálico móvel, com problemas para insinuação adequada. Manobras como 
a de Pinard e de Muller permitem avaliar a proporcionalidadeentre polo cefálico e estreito 
superior1,7: 
a) Palpação mensuradora de Pinard; caracterizada como uma manobra bimanual, 
na qual uma das mãos do obstetra abaixa a cabeça fetal em direção à pelve via palpação 
abdominal, e a outra mão do obstetra verifica se o polo cefálico adentra o estreito superior. 
 
b) Toque palpatório de Muller; resume-se a forçar o polo cefálico rumo ao estreito 
superior da pelve, e simultaneamente avaliar a via vaginal, observando se há descida do 
polo e sua interação com a pelve. 
No caso de exames, a ultrassonografia pode auxiliar nessa mensuração do peso fetal, e 
viabilidade do parto vaginal. Há de se considerar que de todo modo, ainda que o peso fetal 
esteja acima de 4000g, apenas a prova de parto é capaz de determinar se o parto vaginal é 
passível de acontecer4. 
3.2.2 Distócia de Biacromial 
Quando a apresentação é cefálica, o polo cefálico já se desprendeu, mas os ombros não 
se desprenderam, dá-se o nome de distócia de biacromial. Trata-se de uma complicação grave, 
porém rara, com incidência de 1% dos partos, aumentando em número expressivo em fetos 
com peso acima de 4000g. Alguns fatores de risco para essa anormalidade são o pós-datismo, 
obesidade materna e diabetes mellitus gestacional 6,8,9. 
3.2.2.1 Riscos maternos e fetais 
Algumas das complicações que a distocia de biacromial pode causar à gestante são 
lacerações do canal de parto, atonia uterina com possíveis hemorragias e, em certos casos, 
rotura uterina. As complicações fetais mais comuns são lesões de plexo braquial, fratura de 
úmero e clavícula que podem evoluir para morte intraparto ou neonatal9. 
3.2.2.2 Mecanismo da distocia de biacromial 
Geralmente a distocia biacromial se dá por conta do diâmetro biacromial entrar na pelve 
de encontro ao diâmetro anteroposterior do estreito superior. Comumente, a espádua anterior 
fica travada na sínfise púbica, o que leva ao desenvolvimento dessa anormalidade1. 
3.2.2.3 Medidas preventivas 
Algumas medidas podem ser tomadas principalmente durante o acompanhamento do pré-
natal a fim de se evitar o desenvolvimento dessa complicação grave. Algumas dessas medidas 
são o controle do ganho de peso materno, investigar diabetes mellitus gestacional, além de 
identificar fetos macrossômicos através de exames complementares, sendo a ultrassonografia 
a mais utilizada1,3. 
3.2.2.4 Assistência a distócia biacromial 
 
Algumas manobras podem ser utilizadas a fim de se resolver tal complicação. Algumas 
das medidas que podem ser adotadas são: 
● Não tracionar a cabeça fetal, uma vez que pode lesionar o plexo braquial ou bulbo; 
● Ampliar episiotomia; 
● Realizar a manobra de McRoberts que consiste na hiperflexão das pernas com conjunta 
aplicação de pressão suprapúbica na parturiente, com consequente deslocamento 
cranial da sínfise púbica e retificação da lordose lombar, liberando o ombro impactado; 
● Realizar manobra de Rubin, que consiste na aplicação de pressão suprapúbica contínua 
sobre o ombro anterior fetal; 
● Realizar o giro dos ombros fetais de uma posição sagital para oblíqua a fim de se liberar 
o ombro posterior e anterior; 
O ombro posterior também pode ser travado e para liberá-lo pode se utilizar a manobra 
de Jacquemier. Essa manobra consiste em suspender o polo cefálico, e a partir disso o obstetra 
deve introduzir a mão pela concavidade do sacro, pegando o antebraço fetal, e por deslizamento 
este é retirado pela face anterior do tórax, posteriormente abaixa-se o tronco liberando o ombro 
anterior1. 
Outra manobra muito utilizada é a de Woods, a qual consiste em girar o tronco fetal em 
180 graus no sentido horário, liberando o ombro posterior. Em seguida gira-se o tronco em 
mais 180 graus no sentido anti-horário a fim de se liberar o outro ombro1,4. 
A manobra de Matthes consiste em colocar a parturiente em posição genupeitoral, 
tornando o ombro posterior em anterior, sendo, dessa forma, mais fácil de se apreender o braço 
e trazê-lo para fora da vagina. Para isso, caso o dorso fetal esteja à direita, introduz-se a mão 
direita, caso esteja à esquerda se introduz a mão esquerda. Após retirado o braço sacral, realiza-
se uma rotação de 180 graus, levando-o para o púbis. Feito isso, retira-se o ombro anterior, que 
está sacral, e depois o braço1,3. 
Algumas outras manobras podem diminuir o diâmetro de biacromial como a fratura de 
clavícula ou a clidotomia, na qual se utiliza uma tesoura para cortar a clavícula. Quando se é 
impossível alcançar o ombro, a cesárea é indicada. Para isso, o obstetra deve rodar a cabeça 
fetal para a variedade occipito pública, fleti-la e reintroduzir lentamente na pelve materna, até 
as espinhas isquiáticas (manobra de Zavanelli)10. 
3.3 ANORMALIDADES DO TRAJETO 
 
As principais anormalidades do trajeto são as distocias ósseas ou de partes moles e estas 
podem dificultar ou impedir a passagem fetal1. 
3.3.1 Distocias ósseas 
São definidas como alterações na forma, na dimensão ou na inclinação da pelve que 
dificulte ou impossibilite o parto vaginal. Para a avaliação da pelve óssea, usa-se a pelvimetria 
que é realizada por meio de medidas externas e exames de toque vaginal visando estimar as 
dimensões da pelve. Apesar de a avaliação da pelve óssea permitir o diagnóstico de vício 
pélvico, muitas vezes só poderemos determinar a impossibilidade de parto por via vaginal na 
vigência do trabalho de parto1,6. 
3.3.1.1 Anormalidades (vícios) do estreito superior 
Os diâmetros anteroposterior e transverso médio são os mais importantes aqui. Se o 
diâmetro anteroposterior for inferior a 10 cm ou diâmetro transverso médio com menos de 12 
cm haverá vício do estreito superior1,4. 
O diâmetro anteroposterior pode ser inferido medindo-se a conjugata diagonalis, por 
meio do toque vaginal buscando ao fundo o promontório e depois medindo a distância entre a 
ponta do dedo médio e a parte proximal do dedo que está encostado na sínfise púbica. Ao obter 
essa medida, subtrai-se 1,5 cm e assim encontra-se o valor do diâmetro anteroposterior ou 
conjugata vera obstétrica. Valores de conjugata diagonalis inferiores a 11,5 cm correspondem 
aos diâmetros anteroposteriores inferiores a 10 cm definindo a presença de vício do estreito 
superior. Na ocorrência de distocia de estreito superior, a apresentação se mantém alta, mesmo 
se houver contrações uterinas eficientes; observa-se também maior frequência de apresentações 
defletidas e de situação transversa1,3. 
3.3.1.2 Anormalidades (vícios) do estreito médio 
O estreito médio é o local mais frequente de distócias. Neste vício há parada progressiva 
da descida e associam-se, assim, a partos prolongados. Há tentativa de acomodação fetal com 
surgimento de bossa serossanguínea1. 
A avaliação do estreito médio é inferida pelo diâmetro bituberoso, o qual pode ser medido 
localizando a borda interna das tuberosidades isquiáticas e mensurando-se a distância entre 
estas com fita métrica, aplicada tangencialmente à borda superior do ânus. Considera-se que 
medidas do bituberoso inferiores a 10 cm sejam um indício de distocia do estreito médio1. 
3.3.1.3 Anormalidades (vícios) do estreito inferior 
 
Essa forma de distócia deve ser considerada quando o diâmetro bituberoso se encontra 
com medida inferior a 8 cm. É raro e determina traumatismos perineais1. 
3.3.2 Distocia das partes moles 
A distocia de partes moles é definida pela existência de irregularidades em uma das partes 
que integram o canal de parto – seja colo, vagina ou vulva, de forma que tais anormalidades 
criem dificuldade ou impedem a continuação do trabalho de parto3. 
3.3.2.1 Distocia cervical 
Trata-se de quando o colo uterino impede a continuidade do parto. As alterações podem 
ser decorrentes de uma anormalidade funcional (espasmo de orifício interno) ou anatômico 
(colo rígido ou aglutinado após cervicites, cirurgias, cauterizações ou mesmo em primigestas 
idosas. Vale ressaltarque o colo uterino, em algumas situações, pode ficar completamente 
delgado ou apagado, levando a confusões com dilatação completa ou presença de bolsa 
amniótica íntegra. Em partos prolongados pode surgir o edema de colo, podendo ser sinal de 
DCP, o que dificulta a dilatação cervical. Em todo caso, em situações em que a dilatação 
permanece estacionária, faz-se necessário cesariana3,8. 
3.3.2.2 Distocia de vulva e períneo 
Nesse caso, são situações que podem atrapalhar a evolução do parto: veias varicosas, 
edema ou estenose vulvar e condiloma acuminado são exemplos. Geralmente, essas condições 
não impedem o parto de via baixa, mas a maioria propicia maiores riscos para hemorragias e 
infecções1. 
3.3.2.3 Distocia de vagina 
Os septos vaginais, nesse caso, são os maiores empecilhos para parto de via baixa. Septos 
transversos comumente impedem o parto vaginal, já os longitudinais, caso não se desloquem 
com a passagem fetal, podem ser seccionados durante o parto, não impedindo que este ocorra. 
A literatura mostra a importância de se pesquisar por essas anormalidades genitais antes da 
gestação, além de possíveis malformações uterinas associadas, possibilitando, dessa forma, 
tratamento adequado e evitando possíveis impedimentos de parto via vaginal1,6. 
 
 
FONTE: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/184-distocias 
3.4 ANORMALIDADES DE SITUAÇÃO E APRESENTAÇÃO 
Podem acontecer anormalidades de situação e apresentação durante o trabalho de parto 
(TP), no entanto, são situações raras5. Situação transversa e apresentação pélvica podem ser 
resolvidas realizando-se uma versão externa ou, dependendo do obstetra e do serviço, 
indicando-se uma cesárea. As anormalidades de apresentação devem ser observadas e avaliadas 
durante TP uma vez que essa apresentação pode se modificar. O fórcipe pode ser instrumento 
utilizado para rotacionar o feto para a variedade de posição occipito pública diante de uma 
variedade occipto transversa ou occipito posterior2,3. 
3.4.1 Situação transversa 
 A situação transversa tem correlação com a prematuridade, multiparidade, placenta 
prévia, polidrâmnio e anormalidades da pelve materna. Essa situação define-se quando o eixo 
longitudinal mais longo do feto está perpendicular ao maior eixo uterino, ou quando o feto se 
encontra oblíquo1. 
 Usando as manobras de Leopold, durante a palpação abdominal, pode-se identificar 
essa situação. Por meio desta, consegue-se palpar em uma das fossas ilíacas o polo cefálico do 
feto e na outra o polo pélvico. Quando realiza-se o toque vaginal, no início do TP, não se 
percebe nenhuma parte apresentada. Apenas com a progressão do parto é que se pode 
identificar o acrômio fetal pelo toque, ou até mesmo um membro superior deste.1 Pode-se usar 
como ferramenta para confirmação dessa situação a ultrassonografia. Além disso, ela pode 
auxiliar no diagnóstico de uma placenta prévia e de tumores pélvicos, mais raramente. 
 
Identificar uma situação transversa torna necessária uma indicação de cesárea, uma vez que a 
progressão do trabalho de parto, diante desta, pode levar à complicações como hemorragia, 
infecção materna e sofrimento fetal1,2. 
3.4.2 Apresentação pélvica. 
No início do trabalho de parto a apresentação pélvica pode estar presente em 3 a 4% dos 
casos2. Diante de uma apresentação pélvica, é necessário que se considerem os riscos à mãe e 
ao feto da progressão de um parto via vaginal. A gestante deve receber orientações a respeito 
dos possíveis riscos, além da importância de se avaliar peso fetal, presença de malformações, 
se as condições de saúde maternas são favoráveis. Pode-se realizar uma versão externa (pelo 
abdome materno, guia-se o polo pélvico para o fundo uterino fazendo a apresentação tornar-se 
cefálica), a qual na maioria dos casos evolui de forma satisfatória e reduz as taxas de cesáreas 
para este grupo de pacientes. Ademais, diante da exposição dos riscos, pode-se optar por 
realizar uma cesárea eletiva 1,4,5. 
3.4.3 Apresentação de face. 
 Quando o polo cefálico encontra-se em seu grau máximo de deflexão, teremos a 
apresentação de face, na qual o occipto fetal encontra-se em contato com o dorso e a parte que 
se apresenta ao toque vaginal é o mento. Estão relacionadas com esse tipo de apresentação a 
multiparidade, a macrossomia fetal, desproporção céfalo-pélvica, bacia do tipo platipelóide e 
prematuridade1,3. Quando a variedade de posição é a mento anterior, o parto via vaginal é 
possível embora seja mais prolongado que o usual e ofereça riscos aumentados de lacerações 
maternas e edema de face fetal. Caso a variedade de posição seja mento posterior o parto via 
vaginal só se tornaria possível caso ocorresse uma rotação e mudança de posição para mento 
anterior1. 
3.4.4 Apresentação de fronte. 
 Em uma apresentação de fronte, a deflexão de segundo grau, o diâmetro que assume a 
cabeça fetal não permite que ocorra a insinuação, logo, o parto via vaginal não acontece. No 
entanto, não é incomum que a cabeça assuma uma apresentação cefálica ou uma deflexão de 
terceiro grau, tornando-se uma apresentação de face. Nesses casos é possível a realização de 
parto vaginal mas deve-se atentar aos riscos de laceração materna e sofrimento fetal que já 
foram mencionados1,5. 
3.4.5 Apresentação composta. 
 
 Quando um ou mais membros fetais se insinuam na pelve materna juntamente do polo 
cefálico ou pelve, define-se como apresentação composta. Mais frequentemente estão 
associadas cabeça e mão fetais e este tipo de apresentação tem grande correlação com o risco 
de prolapso de cordão. O toque vaginal auxilia no diagnóstico de uma apresentação composta 
uma vez que se percebe a presença do membro associado. Suspeita-se de uma apresentação 
composta quando o trabalho de parto tem uma evolução prolongada ou quando não ocorre 
insinuação adequada2,3. 
Para dar seguimento ao parto por via vaginal deve-se avaliar a presença ou não de 
prolapso de cordão, além do bem estar e tamanho fetais. Pode acontecer do membro em 
procidência avançar para fora da pelve facilitando a evolução do parto vaginal ou ainda pode-
se tentar realizar uma redução manual do membro fetal. Caso não seja possível nenhuma destas 
situações, opta-se pela cesárea1. 
3.4.6 Variedade de posição occipito posterior ou occipto transversa. 
 Geralmente associadas a um período expulsivo prolongado, as variedades de posição 
occipito posterior e occipto transversa podem ser persistentes mesmo diante de um aumento da 
dilatação. Nesta situação, a evolução do trabalho de parto pode se dar das seguintes formas: 
- Rotação para a posição occipito pública na maioria dos casos. 
- Rotação inversa para a variedade de posição occipito sacra. 
- Parada em variedade de posição occipito posterior ou occipto transversa. 
 Pelves que possuem um estreito diâmetro transverso (como as antropóides) e distocia 
funcional de hipoatividade são as principais causas para a persistência da apresentação fetal 
nessas variedades de posição. O toque vaginal auxilia na identificação e classificação dessas 
variedades de posição. Para facilitar a rotação da cabeça fetal pode-se pedir para a mãe adotar 
a posição de decúbito lateral homônimo à apresentação além da possibilidade do uso do fórcipe 
de Kielland1. 
3.5 DISTOCIA FUNCIONAL 
As distocias funcionais consistem em uma anormalidade no fator contrátil, associada ao 
trabalho de parto1. Essa circunstância influencia diretamente no avanço da dilatação cervical, 
sendo frequente em 37% das nulíparas com gestação de baixo risco, as quais possuem uma 
descida estimada em 3 horas1. A indicação mais comum para a cesárea inclui a distocia de 
parto1,4. 
 
É importante ressaltar que a assistência ao parto, sobretudo nesses casos, precisa 
prognosticar situações que possam aumentar o risco da distocia funcional. Além disso, sabe-se 
que a utilização de ociticina não pode ser indiscriminada ou inapropriada, como quandonão há 
um padrão de frequência cardíaca fetal tranquilizador, uma vez que tem sido, também, 
responsável pela ocorrência de anormalidades no trabalho de parto1. Cita-se, ainda, fatores 
psicológicos e emocionais, os quais são capazes de influenciar nas contrações da parturiente, 
sendo necessário um suporte e um acompanhamento direcionados6,8. 
3.5.1 Distocia por hipoatividade 
Com base na classificação de Goffi, na distocia por hipoatividade, as contrações 
miometriais são lentas, fracas e ineficientes, prejudicando diretamente o trabalho de parto na 
fase de expulsão11. Se as contrações uterinas forem menos frequentes do que a cada três 
minutos, pode ocorrer o início da administração de ocitocina ou aumento da dose6. 
Na hipoatividade primária, o trabalho de parto já se inicia de forma morosa e ineficaz. Já 
na secundária, a parturiente possui a diminuição da atividade, com aumento do intervalo, por 
falta de estímulos uterinos, após contrações adequadas ou exacerbadas no início do parto1. 
Deve-se avaliar o quadro de hipoatividade de forma minuciosa, uma vez que se a descida for 
mínima (<1 cm) e as contrações uterinas parecerem apropriadas, considera-se que a 
possibilidade de um problema físico, a exemplo do mau posicionamento ou da macrossomia, 
como causa para a descida lenta e não se inicia o aumento da ocitocina1. Quanto à indicação 
de cesárea, não é imediata, visto que a correção pode ser feita com o emprego de técnicas para 
incitação do parto normal, por exemplo, estimulando-se a deambulação e, se necessário, 
recorrendo à administração de ocitocina ou à amniotomia3,4,6. 
3.5.2 Distocia por hiperatividade 
A hiperatividade consiste na atividade uterina intensificada, o que se torna um alerta para 
avaliar a possibilidade de um processo obstrutivo que impeça o parto. Diante disso, classifica-
se em distocia por hiperatividade sem obstrução aquela que se caracteriza pela evolução rápida, 
com menos de 3 horas, do trabalho de parto. Lacerações do trajeto são mais frequentes nesse 
tipo de parto, pois não há tempo para acomodação dos tecidos pélvicos, ocorrendo descida e 
expulsão do feto de modo abrupto5. A terapêutica para essa tal quadro evita ou trata possíveis 
traumas maternos e fetais decorrentes do trabalho de parto de curta duração e, para isso, utiliza-
se a amniotomia tardia, analgesia precoce, revisão cuidadosa do canal de parto e observação 
rigorosa do recém-nascido11. 
 
Esse tipo de distocia, geralmente, está associado à administração excessiva de ocitocina. 
Nesse caso, deve-se suspender a infusão de ocitocina até o retorno a um padrão de contratura 
normal1. Caso ocorra alguma obstrução, isto é, o trânsito do feto pelo canal de parto é 
prejudicado, a constante atividade do músculo uterino irá consumir todas as suas reservas 
metabólicas, passando a consumir ácido lático no lugar do ATP, o que acaba por reduzir a força 
de contração. Sendo assim, o prolongamento desse quadro, pode levar à rotura uterina, sendo 
a cesárea indicada para evitar tais complicações5,6. 
3.5.3 Distocia por hipertonia 
A hipertonia uterina se subdivide em polissistolia, superdistensão e descolamento 
prematuro de placenta (DPP). O tônus basal do útero é aumentado (> 12 mmHg), chegando a 
intensidades maiores que 30 mmHg, se dividindo, de acordo com sua magnitude, em: fraca (12 
a 20 mmHg), média (20 a 30 mmHg) e forte (acima de 30 mmHg). Ela é caracterizada por ser 
promovida pelo aumento na frequência das contrações uterinas levando ao aumento no tônus 
uterino basal. O aumento no tônus basal, a diminuição do intervalo entre as contrações e a alta 
frequência delas podem levar à diminuição do fluxo sanguíneo placentário e, 
consequentemente, à hipóxia fetal, sendo imprescindível aumentar a vigilância da vitalidade 
fetal1,3,4,6. 
A polissistolia é subdividida em hiperestimulação e taquissistolia. A hiperestimulação é 
marcada pela ocorrência de cinco ou mais contrações em 10 minutos ou contrações com 
duração superior a 2 minutos e intervalo inferior a 1 minuto entre as contrações. O termo 
taquissistolia tem sido utilizado para definir o aumento do número de contrações uterinas (mais 
que cinco) sem alterações na frequência cardíaca fetal. A presença da polissistolia pode ser 
idiopática ou mesmo provocada pelo uso inadequado de ocitocina. O uso de ocitocina deve ser 
descontinuado, caso a paciente apresente polissistolia. A primeira medida terapêutica é a 
postura lateral da paciente completada por medicamentos inibidores da contratilidade uterina 
1,4. 
A superdistensão ocorre em casos de gestação múltipla e polidrâmnio, e em muitas 
situações leva à distocia funcional. Na gemelidade, o tratamento é iniciado com amniotomia e 
administração de ocitocina para corrigir as irregularidades da contração uterina. A retirada do 
excesso de líquido pela ruptura das membranas é a alternativa nos casos de polidrâmnio: 
decresce o tônus, incrementa a intensidade das contrações e o parto progride rapidamente1,4. 
 
O DPP classicamente é acompanhado de hipertonia, em todos os casos há nítida 
hipertonia autêntica do útero pela elevação do tônus primário. Em caso de feto morto ou 
inviável, quando se objetiva parto vaginal, sua ocorrência pode dificultar a progressão do 
trabalho de parto. A terapêutica indicada engloba amniotomia, analgesia e até mesmo o uso de 
ocitocina para que as contrações possam se sobrepor à hipertonia instalada1,4. 
3.5.4 Distocia de dilatação 
Também denominada distocia de incoordenação, é definida pela não progressão na 
dilatação do colo uterino em paciente em fase ativa do trabalho de parto, a despeito da presença 
de contrações uterinas em intensidade e frequência adequadas para o momento, sem causas 
obstrutivas aparentes. A proposta de tratamento para esses casos é inicialmente a realização de 
analgesia de parto. Caso não obtenha resposta, a amniotomia e a ocitocina podem ser 
utilizadas1,6. 
3.5.5 Indicação de cesárea por distocia funcional 
A cesárea está indicada quando a distocia funcional for diagnosticada, todas as medidas 
terapêuticas forem instituídas e mesmo assim não ocorrer progressão do trabalho de parto, 
constituindo-se, desse modo, um caso de distocia funcional não corrigível. Portanto, ter tentado 
sua correção é condição essencial para a indicação de cesárea1,6. (Zugaib; Febrasgo) 
4. CONCLUSÃO 
Portanto, conclui-se que o estudo dos tipos de bacias e das distocias para uma adequada 
assistência ao parto e para a redução da mortalidade materno-fetal é indispensável. O parto 
deve ser assistido de forma apropriada e com avaliação minuciosa em relação a cada etapa, em 
conjunto com uma equipe preparada para tomar decisões assertivas, ágeis e transparentes diante 
das adversidades que podem acontecer durante o seu desenvolvimento. O registro durante o 
trabalho de parto, o manejo adequado e a classificação de Goffi tornam-se uma ferramenta 
essencial para detecção precoce das distocias. 
Ademais, a análise da assistência pré-natal se faz fundamental nesse momento final da 
gestação, uma vez que os eventos pré-parto, como surgimento de infecções, distúrbios 
hormonais, doenças crônicas prévias e a história patológica pregressa da gestante como um 
todo podem afetar a evolução normal do parto. 
Referências bibliogáficas 
1. Zugaib M, Francisco RPV. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016. 
 
2. Domingues RMSM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, et al. Processo de decisão pelo tipo 
de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Cad Saude Publica. 
2014;30:S101-S116. 
3. Martins-Costa SH, Ramos JGL, Magalhães JA, Passos EP, Freitas F. Rotinas em Obstetrícia. 
7 ed. Artmed, 2017. 
4. Rezende J, Montenegro CAB, Filho JP. Obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2014. 
5. ACOG Practice Bulletin Number 49, December 2003: Dystocia and Augmentation of Labor. 
Obstet Gynecol. 2003;102(6):1445-1454.6. FEBRASGO. Distocias (Febrasgo). Data de publicação: 16 ago 2017. Data de acesso: 11 
nov 2021. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/184-distocias. 
7. LeFevre NM, Krumm E, Cobb WJ. Labor Dystocia in Nulliparous Women. Am Fam 
Physician. 2021 Jan 15;103(2):90-96. PMID: 33448772. 
8. Fernandes CE, de Sá MFS. Tratado de Obstetrícia Febrasgo. São Paulo: Elsevier; 2014. 
9. Amorim MMR, Duarte AC, Andreucci CB, Knobel R, Takemoto ML. Distocia de ombro: 
proposta de um novo algorítmo para conduta em partos em posições não supinas. Femina. 
2013;(41)3. 
10. Advanced Life Support in Obstetrics – ALSO. Distócia de ombro. Advisory Board, 4ª ed, 
2000-2001. 
11. Obstetric care consensus no. 1: safe prevention of the primary cesarean delivery. Obstet 
Gynecol. 2014 Mar;123(3):693-711. doi: 10.1097/01.AOG.0000444441.04111.1d. PMID: 
24553167. 
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/184-distocias

Continue navegando