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Aula 04
PETROBRAS (Comércio e Suprimento)
Noções de Comércio Exterior - 2021
(Pós-Edital)
Autor:
Equipe Comércio Exterior e
Legislação Aduaneira
26 de Janeiro de 2022
95090333084 - Rodrigo Alves
 
 
 
 
 
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Sumário 
1 - Tributação sobre o Comércio Exterior ....................................................................................... 3 
1.1 – Imposto de Importação ....................................................................................................... 3 
1.1.1 - Introdução ...................................................................................................................... 3 
1.1.2 - Lançamento ................................................................................................................... 5 
1.1.3 – Base de cálculo e alíquota ............................................................................................. 6 
1.1.4 - Pagamento ..................................................................................................................... 8 
1.1.5 – Fato gerador ................................................................................................................. 8 
1.1.6 – Não ocorrência do fato gerador ................................................................................... 9 
1.1.7 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 10 
1.1.8 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 10 
1.2 – Imposto de Exportação ..................................................................................................... 15 
1.2.1 - Introdução .................................................................................................................... 15 
1.2.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 17 
1.2.3 – Base de cálculo, alíquota e pagamento ...................................................................... 18 
1.2.4 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 19 
1.2.5 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 20 
1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados .......................................................................... 21 
1.3.1 - Introdução .................................................................................................................... 21 
1.3.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 21 
1.3.3 - Incidência ..................................................................................................................... 22 
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1.3.4 – Base de cálculo e alíquotas ......................................................................................... 23 
1.3.5 – Sujeitos ativos e passivo .............................................................................................. 23 
1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação ................................................................. 24 
1.4.1 - Incidência ..................................................................................................................... 24 
1.4.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 24 
1.4.3 – Base de cálculo, alíquotas e pagamento ..................................................................... 25 
1.4.4 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 28 
1.4.5 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 28 
1.5 - ICMS ................................................................................................................................... 30 
1.5.1 - Introdução .................................................................................................................... 30 
1.5.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 30 
1.5.3 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 34 
1.5.4 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 34 
1.5.5 – Base de cálculo e alíquotas ......................................................................................... 35 
Lista de Questões .......................................................................................................................... 37 
1 - Tributação sobre o Comércio Exterior .................................................................................. 37 
1.1 – Imposto de Importação .................................................................................................. 37 
1.2 – Imposto de Exportação .................................................................................................. 46 
1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados ....................................................................... 52 
1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação .............................................................. 53 
1.5 – ICMS ............................................................................................................................... 55 
Gabarito ......................................................................................................................................... 56 
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Questões Comentadas .................................................................................................................. 57 
1 - Tributação sobre o Comércio Exterior .................................................................................. 57 
1.1 – Imposto de Importação .................................................................................................. 57 
1.2 – Imposto de Exportação .................................................................................................. 76 
1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados ....................................................................... 87 
1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação .............................................................. 90 
1.5 – ICMS ............................................................................................................................... 93 
 
Amigos, encerrando o nosso curso de Noções de Comércio Exterior, com foco no concurso da 
PETROBRÁS, na aula de hoje nós trataremos da tributação incidente sobre o comércio exterior 
brasileiro. Vamos lá? Firmes no propósito! 
1 - TRIBUTAÇÃO SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR 
1.1 – Imposto de Importação 
1.1.1 - Introdução 
O imposto de importação é um tributo de caráter eminentemente extrafiscal, isto é, visa permitir 
que o governo exerça a função de regulação econômica por meio do controle das importações. 
Assim, não se pode dizer que o imposto de importação possui finalidade arrecadatória, embora 
a arrecadação de recursos para os cofres públicos seja um efeito da imposição desse tributo.Nos últimos anos, o imposto de importação tem representado apenas algo em torno de 5% do 
total da arrecadação tributária brasileira. 
Mas como assim o governo exerce controle das importações? 
Simples. Ao aumentar o imposto de importação, o governo confere proteção à indústria nacional 
em detrimento de bens estrangeiros. Ao reduzir o imposto de importação, por outro lado, o 
governo estimula a entrada de bens estrangeiros no território nacional. Assim, se a indústria 
nacional de têxteis está enfrentando forte concorrência externa e, em razão disso, acumulando 
prejuízos, o governo poderá aumentar a alíquota do I.I para produtos têxteis. Por outro lado, o 
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governo pode reduzir a alíquota do I.I incidente sobre um determinado tipo de máquina / 
equipamento que não possua produção nacional suficiente, estimulando, assim, os investimentos 
produtivos no país. Da mesma forma, diante de uma crise de desabastecimento interno, é 
interesse do governo estimular a entrada de produtos, o que é feito por meio da redução da 
alíquota do imposto de importação. 
Diante de todas essas hipóteses, é fácil perceber que o governo brasileiro precisa de 
flexibilidade para poder alterar as alíquotas do imposto de importação de forma rápida. Com 
base nessa ideia, a CR/88 determinou, em seu art. 153, § 1º, que, atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei, é facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto de 
importação. Em outras palavras, a CF/88 estabelece que o imposto de importação não obedece 
ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. Atualmente, a alteração das alíquotas 
do imposto de importação compete à CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), que o faz 
mediante Resolução. 
Cabe destacar, todavia, que a alteração das alíquotas do imposto de importação deve observar 
os compromissos internacionais assumidos pela República Federativa do Brasil, sob pena de 
responsabilidade internacional. Nesse sentido, há limites tarifários máximos para o imposto de 
importação acordados pelo Brasil na OMC, os quais só podem ser ultrapassados caso realizada 
renegociação multilateral.1 Ademais, os membros do MERCOSUL definem em conjunto as 
alíquotas do imposto de importação, salvo nas hipóteses de exceção à TEC.2 
O imposto de importação também representa uma exceção aos princípios da anterioridade e da 
noventena3. Dessa forma, a alteração de alíquotas do imposto de importação gera efeitos 
imediatos. O objetivo do legislador constituinte foi, de fato, conferir maior agilidade às decisões 
governamentais no que diz respeito à regulação do comércio exterior. 
 
1 O art. II do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) estabelece que nenhum membro da OMC poderá conceder, aos 
produtos de outros membros, tratamento menos favorável do que o previsto em sua Lista de Concessões. A Lista de Concessões 
representa, assim, o limite máximo do imposto de importação que cada Estado-membro se comprometeu a observar. 
2 O MERCOSUL, por tratar-se de uma união aduaneira, aplica uma Tarifa Externa Comum em relação às importações de terceiros 
países. As alíquotas da TEC são definidas em conjunto pelos Estados-membros do MERCOSUL. No MERCOSUL, todavia, existem 
diversas exceções à TEC (produtos em relação aos quais não se aplica a alíquota da TEC), o que nos permite dizer que esse 
bloco regional trata-se de uma união aduaneira imperfeita. 
3 O princípio da anterioridade está previsto no art. 150, inciso III, alínea b, da CF/88, que veda aos entes federativos cobrar 
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Por sua vez, o princípio da 
noventena (anterioridade nonagesimal) está previsto no art. 150, inciso III, alínea c, da CF/88, vedando aos entes federativos 
cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os dois 
princípios são verdadeiras limitações constitucionais ao poder de tributar e são, em regra, exigidos cumulativamente. Destaque-
se que o imposto de importação não precisa obedecer a nenhum desses princípios. 
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1.1.2 - Lançamento 
Segundo o art. 142 do Código Tributário Nacional, lançamento é o procedimento administrativo 
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o 
caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A partir dessa definição, é possível verificar que 
o crédito tributário é constituído pelo lançamento. 
Como você deve ter estudado em Direito Tributário, existem três modalidades de lançamento: i) 
lançamento de ofício ou direto; ii) lançamento por declaração ou misto e; iii) lançamento por 
homologação (“autolançamento”). 
 
Cabe-nos perguntar o seguinte: qual o tipo de lançamento se aplica ao imposto de importação? 
 
À primeira vista, você pode me dizer: “Ah, o lançamento do imposto de importação é por 
declaração! Afinal existe uma Declaração de Importação!” 
Mas isso está errado. Em regra, o imposto de importação é objeto de lançamento por 
homologação. Apenas nos casos em que a autoridade aduaneira verifica incorreções nos 
Modalidades de 
Lançamento
lançamento de ofício ou 
direto
lançamento por 
declaração ou misto 
lançamento por 
homologação 
(“autolançamento”).
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procedimentos adotados pelos importadores é que se promove o lançamento de ofício do 
imposto de importação. 
Em regra, o importador elabora a Declaração Importação (DI), registrando-a no SISCOMEX e 
antecipando o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Na 
prática, no momento em que é registrada a DI, os tributos são automaticamente debitados da 
conta do importador. Cabe à autoridade aduaneira fazer a homologação do “lançamento” 
realizado pelo contribuinte, a posteriori. Somente com a homologação é que o crédito tributário 
considera-se definitivamente extinto. 
A homologação poderá ser expressa ou tácita. A homologação será expressa quando, por meio 
de ato administrativo, a autoridade declarar a concordância com a atividade realizada pelo 
sujeito passivo. Por outro lado, a homologação será tácita quando for ultrapassado o prazo legal 
para a homologação expressa sem que a autoridade administrativa se posicione. 
Nesse sentido, o art. 150, § 4º, do CTN, dispõe que se a lei não fixar prazo para a homologação, 
será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Uma vez expirado esse prazo 
sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, o lançamento considera-se homologado e o 
crédito tributário definitivamente extinto, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação. 
Segundo a doutrina tributarista majoritária, o fim do prazo para homologação (5 anos), além de 
implicar em homologação tácita, opera a decadência do direito de a Administração Tributária 
constituir o crédito tributário, lançando de ofício eventuais diferenças apuradas. Portanto, pode-
se afirmar que, em regra, o imposto de importação irá decair em 5 (cinco) anos a contar da data 
da ocorrência do fato gerador. 
1.1.3 – Base de cálculo e alíquota 
 
A base de cálculo do imposto de importação é definida pelo art. 75 do Regulamento Aduaneiro,conforme transcrito a seguir: 
Art. 75. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as 
normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994; e 
II - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na 
unidade de medida estabelecida. 
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Conforme se pode observar ao ler o dispositivo supracitado, há duas situações diferentes: 
a) se a alíquota do imposto for ad valorem, a base de cálculo do I.I será o valor 
aduaneiro. As regras para a determinação do valor aduaneiro estão previstas no 
Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT, que, por ter sido regularmente 
internalizado no ordenamento jurídico interno, possui status de lei ordinária (em aula 
posterior, nós estudaremos tudo o que precisamos sobre a valoração aduaneira). 
 
Como estudaremos em aula futura, o valor aduaneiro não é exatamente o valor 
CIF (valor da mercadoria somado ao frete e seguro internacionais). Entretanto, as 
principais parcelas que compõem o valor aduaneiro são, de fato, o valor da 
mercadoria, o frete e o seguro internacionais. Assim, podemos afirmar o 
seguinte: 
1) É razoável dizer que, no cálculo do imposto de importação, toma-se como 
base o valor CIF. 
2) A base de cálculo do imposto de importação é o valor aduaneiro. 
b) se a alíquota do imposto for específica, a base de cálculo será a quantidade de 
mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. A título de exemplo, 
imaginemos que a alíquota do imposto de importação incidente sobre soja seja de 
US$ 2,00 / kg. Se forem importados 2000 kg de soja, essa quantidade (2000 kg) será 
exatamente a base de cálculo do imposto de importação. 
O cálculo do imposto de importação será feito, então, pela aplicação das alíquotas fixadas na 
Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a base de cálculo determinada conforme as regras 
anteriores.4 Isso não se aplica às remessas postais internacionais (quando sujeitas ao regime de 
tributação simplificada), aos bens enquadrados como bagagem de viajante procedente do 
exterior (quando sujeitos ao regime de tributação especial) e às mercadorias procedentes da 
República do Paraguai, importadas por via terrestre, quando aplicado o Regime de Tributação 
Unificada (RTU). 
 
4 Não podemos nos esquecer de que existem as exceções à TEC. Os produtos relacionados como exceções à TEC não se 
sujeitam às alíquotas previstas na TEC, mas sim às alíquotas do I.I discricionariamente definidas pela CAMEX. 
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Além disso, quando se tratar de mercadoria importada ao amparo de acordo internacional 
firmado pelo Brasil, prevalece o tratamento tributário nele previsto, salvo se a aplicação da TEC 
for mais favorável (art. 95, do R/A). 
Notem que a alíquota aplicável é aquela que estiver em vigor na data da ocorrência do fato 
gerador. Segundo o art. 97 do R/A, para efeitos de cálculo do imposto, os valores expressos em 
moeda estrangeira deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na 
data em que se considerar ocorrido o fato gerador. Com a entrada em vigor da Decisão CMC nº 
13/2007, em 03/06/2012, a taxa de câmbio aplicável passou a ser a taxa diária estabelecida pelo 
banco central ou autoridade monetária central de cada Estado Parte, tomando-se a taxa vigente 
no fechamento do dia anterior ao da data da numeração do despacho de importação5. 
1.1.4 - Pagamento 
O imposto de importação é pago na data do registro da Declaração de Importação (DI). No ato 
do registro da DI, é feito o débito do valor referente ao imposto de importação. O Ministro da 
Economia6 poderá, em casos especiais, fixar outros momentos para o pagamento do imposto. 
A importância a pagar será o resultado da apuração do total do imposto, na declaração de 
importação ou em documento de efeito equivalente. O depósito para garantia de qualquer 
natureza será feito na Caixa Econômica Federal (CEF), na forma da legislação específica. 
Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 
1.1.5 – Fato gerador 
O imposto de importação é tributo de competência da União que tem como fato gerador a 
entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (ou no território nacional). O 
Regulamento Aduaneiro dispõe exatamente nesse sentido no art. 72, estabelecendo que o fato 
gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território 
aduaneiro. 
A entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro é considerada pela doutrina o 
elemento espacial (geográfico) do fato gerador. Uma mercadoria, ao cruzar os limites territoriais 
(geográficos) do País, entrando no território aduaneiro, em regra, pela zona primária, dá ensejo à 
ocorrência do fato gerador do imposto de importação. 
 
5 Para fins de concurso público, o candidato pode considerar como correta tanto a literalidade do art. 97 quanto a regra 
insculpida na Decisão CMC nº 13/2007. 
6 A literalidade do Regulamento Aduaneiro ainda faz menção ao “Ministério da Fazenda”. 
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Mas aí cabe fazer a pergunta: em que momento exato se considera que uma mercadoria 
estrangeira entrou no território aduaneiro? 
A definição do momento temporal exato em que ocorre o fato gerador do imposto de 
importação é muito importante, uma vez que o cálculo do tributo deverá ser realizado levando-
se em consideração a alíquota vigente no momento da ocorrência do fato gerador. Mas não 
pense você que é fácil definir esse momento temporal... Imagine se tivéssemos que saber 
exatamente quando um avião entrou no espaço aéreo brasileiro! Ou, então, o momento exato 
em que um navio entrou nas águas territoriais do país! 
Em virtude dessas complicações, dispõe o art. 73 do R/A que se considera ocorrido o fato 
gerador do imposto de importação na data do registro da declaração de importação de 
mercadoria submetida a despacho para consumo. Segundo entendimento do STJ, embora o fato 
gerador do imposto de importação ocorra com a entrada da mercadoria estrangeira no território 
nacional, este apenas se aperfeiçoa com o registro da Declaração de Importação no regime 
comum (REsp 362.910/PR). 
 
Na prova, você deve considerar corretas as seguintes assertivas: 
1) O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria 
estrangeira no território aduaneiro. 
2) O fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data do 
registro da Declaração Importação (DI). 
1.1.6 – Não ocorrência do fato gerador 
O art. 74 do Decreto nº 6759/2009 relaciona duas hipóteses em que não ocorre o fato gerador 
do imposto de importação. 
A primeira delas diz respeito ao retorno ao país de mercadoria que tenha sido exportada 
temporariamente, ainda que tenha havido descumprimento do regime. Nesse caso, como a 
saída da mercadoria não se revestiu do caráter de definitividade, não podemos considerar que 
ela foi desnacionalizada. O retorno ao país de mercadoria exportada temporariamente é 
denominado de reimportação. Podemos dizer, então, que na reimportação, não há fato gerador 
do imposto de importação. 
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A segundasituação diz respeito ao pescado capturado fora das águas territoriais brasileiras, por 
empresa localizada no seu território, desde que observadas as normas da atividade pesqueira. 
Vejamos o que prevê o art. 74 do R/A: 
Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território aduaneiro: 
I - do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa 
localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a 
atividade pesqueira; e 
II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação 
temporária, ainda que descumprido o regime. 
1.1.7 – Sujeito ativo 
Segundo o art. 119 do Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação tributária é a 
pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. É o ente 
que tem a titularidade do direito subjetivo de exigir a prestação jurídico-tributário. No caso do 
imposto de importação, o sujeito ativo é a União, competência que lhe é atribuída pelo art. 153, 
inciso I, da CR/88. 
1.1.8 – Sujeito passivo 
Segundo o art. 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação principal é a 
pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo pode ser 
classificado em duas categorias: contribuinte e responsável. Nos termos do art. 121, contribuinte 
é aquele que possui uma relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador 
do tributo; responsável é aquele que, sem revestir-se da condição de contribuinte, possua 
obrigação decorrente de expressa disposição em lei. 
No caso do imposto de importação, os contribuintes (que possuem relação pessoal e direta, 
portanto, com o fato gerador) estão relacionados no art. 104 do R/A: 
Art. 104. É contribuinte do imposto: 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de 
mercadoria estrangeira no território aduaneiro; 
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo 
remetente; e 
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III - o adquirente de mercadoria entrepostada. 
O inciso I afirma que o importador é contribuinte do imposto de importação. Trata-se de 
afirmação que consideramos intuitiva e que não suscita grandes dúvidas. Cabe ressaltar que o 
dispositivo define importador como a pessoa que promove a entrada de mercadoria estrangeira 
em território aduaneiro. Em outras palavras, importador é a pessoa em nome da qual foi 
registrada a Declaração de Importação. 
O inciso II estabelece que o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
remetente é contribuinte do imposto de importação. É isso mesmo, meu amigo! Se o seu tio que 
mora no exterior te enviar um presente, você será contribuinte do imposto de importação! 
O inciso III, por último, relaciona o adquirente de mercadoria entrepostada como contribuinte 
do imposto de importação. Trata-se da situação em que uma mercadoria é importada em 
consignação, ficando armazenada em recinto alfandegado, com os tributos suspensos, até que 
alguém decida nacionalizá-la, comprando-a em caráter definitivo. No momento da compra, é 
realizado o recolhimento integral dos tributos suspensos. Quem irá recolher esses tributos será o 
adquirente. 
E os responsáveis? Quem a legislação aduaneira relaciona como responsáveis pelo imposto de 
importação? 
Art. 105. É responsável pelo imposto: 
I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou 
sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno 
II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de 
mercadoria sob controle aduaneiro. 
III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
Art. 106. É responsável solidário: 
I - o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou 
redução do imposto. 
II - o representante, no País, do transportador estrangeiro. 
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III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de 
importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica 
importadora. 
IV - o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência 
estrangeira de pessoa jurídica importadora. 
V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer 
subcontratado para a realização do transporte multimodal. 
VI - o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização 
para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro 
beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia 
industrial do produto a ser exportado; e 
VII - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
É importante sabermos a diferença entre responsável e responsável solidário, na forma como as 
categorias foram desenhadas pela legislação aduaneira! 
Responsável é aquele que, em virtude da ocorrência de um determinado evento, passa a figurar, 
sozinho, no polo passivo da obrigação tributário. No caso do imposto de importação, são 
responsáveis o transportador e o depositário. Se ocorrer extravio ou avaria de mercadoria que 
esteja sob a tutela destes, o imposto de importação lhes será exigido. 
Responsável solidário é aquele que, em conjunto com outra pessoa, figura no polo passivo da 
obrigação tributária. Todos os agentes relacionados no art. 106 do R/A, portanto, dividem com 
outrem a responsabilidade pelo pagamento de tributos e eventuais penalidade cabíveis. É o 
caso, por exemplo, de uma pessoa que adquira mercadoria estrangeira por meio de outra 
pessoa jurídica importadora, realizando o que se chama de importação por conta e ordem. 
Nessa situação, o contribuinte será a pessoa jurídica importadora, que figura no polo passivo da 
relação tributária em conjunto com o adquirente de mercadoria importada por sua conta e 
ordem. 
Vale a pena destacar que a responsabilidade é solidária (e não subsidiária!). Isso quer dizer que o 
tributo e eventuais penalidades podem ser cobrados direta e integralmente de qualquer dos 
responsáveis (solidários), sem benefício de ordem. 
É importante memorizar os sujeitos passivos do imposto de importação. Eu uso a seguinte 
tabela para isso! 
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(Questão Inédita) O sujeito ativo do Imposto de Importação é a Secretaria Especial da Receita 
Federal do Brasil. 
Comentários 
De acordo com o artigo 119 do Código Tributário Nacional, o sujeito da obrigação tributária é a 
pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. No 
caso do Imposto de Importação, o sujeito ativo é a União, em conformidade com o disposto no 
artigo 153, inciso I, da Constituição da República. A Receita Federal não tem personalidade 
jurídica própria. Trata-se de um órgão do Poder Executivo Federal. 
Gabarito: errada 
(ATRFB-2012) São contribuintes do imposto de importação o importador, assim considerada 
qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional, o 
destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente 
de mercadoria entrepostada. 
•Importador
•Destinatário de Remessa Postal 
Internacional
•Adquirente de mercadoria entrepostada
Contribuintes
•Transportador
•DepositárioResponsáveis
•Outros casos, relacionados no art. 106 
do R/A.
Responsáveis
Solidários
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Comentários 
O art. 104, do R/A, relaciona os contribuintes do imposto de importação: i) importador; ii) 
destinatário de remessa postal internacional e; iii) adquirente de mercadoria entrepostada. 
Gabarito: certa 
(Questão Inédita) O Imposto de Importação é um tributo sujeito a lançamento por declaração 
(Declaração de Importação). 
Comentários 
O crédito referente ao Imposto de Importação é constituído via lançamento por homologação, 
em regra. 
Gabarito: errada 
(AFRFB-2012) A base de cálculo do Imposto de Importação, quando a alíquota for específica, é 
o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas 
Aduaneiras e Comércio (GATT 1994). 
Comentários 
Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do imposto de importação será a quantidade 
de mercadoria na unidade de medida estabelecida. A base de cálculo do I.I será o valor 
aduaneiro quando a alíquota for ad valorem. 
Gabarito: errada 
(ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importação, pode-se afirmar que para efeito de 
cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de 
importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. 
Comentários 
No caso de mercadorias submetidas a despacho para consumo, o fato gerador do I.I considera-
se ocorrido na data do registro da DI. (art. 73, inciso I, do R/A). 
Gabarito: certa 
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(Exame Despachante Aduaneiro-2012) No caso de Declaração Única de Importação (DUIMP) 
registrada no Siscomex, é calculado pelo sistema, de acordo com a alíquota vigente na data do 
fato gerador do imposto, ou seja, na data da entrada da mercadoria no país. 
Comentários 
A alíquota aplicada é a vigente na data da ocorrência do fato gerador do imposto de 
importação. O fato gerador considera-se ocorrido na data do registro da DUIMP (e não na data 
da entrada da mercadoria!). Suponha, por exemplo, que uma mercadoria tenha ingressado no 
país no dia de hoje, mas o registro da DUIMP ocorra apenas daqui a 40 dias. A alíquota aplicável 
não será a vigente no dia de hoje (data da entrada no país), mas sim aquela que estiver em vigor 
na data do registro da DUIMP. 
Gabarito: errada 
(Questão Inédita) Não pode ser considerado fato gerador do Imposto de Importação a entrada 
no território aduaneiro de pescado capturado fora das águas territoriais do País por navio com 
bandeira brasileira. 
Comentários 
De acordo com o artigo 74, inciso I, do Regulamento Aduaneiro, não constitui fato gerador do 
Imposto de Importação a entrada no território aduaneiro do pescado capturado fora das águas 
territoriais do País, por empresa localizada no seu território e desde satisfeitas as exigências que 
regulam a atividade pesqueira. 
Gabarito: errada 
1.2 – Imposto de Exportação 
1.2.1 - Introdução 
Assim como o imposto de importação, o imposto de exportação tem finalidade eminentemente 
extrafiscal, servindo como mecanismo de controle governamental sobre o comércio exterior. No 
Brasil, a atual política comercial tem sido direcionada para o incentivo às exportações, motivo 
pelo qual estas são desoneradas de tributos, inclusive do imposto de exportação. Com efeito, o 
imposto de exportação possui alíquota zero para a quase totalidade da pauta exportadora 
brasileira. 
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Para o analista mais desavisado, pode parecer um absurdo que o governo faça incidir o imposto 
de exportação sobre suas vendas ao exterior. No entanto, tal política pode se prestar a objetivos 
diversos. Veja só: imagine que o preço internacional do arroz tenha se elevado em virtude da 
escassez de oferta resultante de enchentes ocorridas no Sudeste Asiático. Ora, os exportadores 
brasileiros poderão ficar tentados a vender todo o estoque de arroz, o que geraria um 
desabastecimento interno. Para evitar tal situação, o governo poderá impor um imposto de 
exportação sobre as vendas de arroz ao exterior. 
Em razão de sua natureza extrafiscal, o art. 153, § 1º, da CF/88 determina que é facultado ao 
Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do 
imposto de exportação. Dessa forma, pode-se afirmar que o imposto de exportação não 
obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. 
Atualmente, é a CAMEX quem define as alíquotas do imposto de exportação. Nos termos do 
Regulamento Aduaneiro, a CAMEX é responsável por relacionar as mercadorias sujeitas ao 
imposto de exportação. Isso nos permite afirmar que o imposto de exportação é excepcional, 
pois somente os produtos relacionados pela CAMEX estarão a ele sujeitos. 
 
A competência da CAMEX para fixar as alíquotas do imposto de importação e do imposto de 
exportação já foi, inclusive, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 570.680/RS. 
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 
153, §1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO 
PRESIDENTRE DA REPÚBLICA NÃO CONFIGURADA. ATRIBUIÇÃO DEFERIDA 
À CAMEX. CONSTITUCIONALIDADE. FACULDADE DISCRICIONÁRIA CUJOS 
LIMITES ENCONTRAM-SE ESTABELECIDOS EM LEI. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. 
I- É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a 
órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer as 
alíquotas do Imposto de Exportação. 
II - Competência que não é privativa do Presidente da República. 
III - Inocorrência de ofensa aos arts. 84, IV e parágrafo único, e 153, § 1º, da 
Constituição Federal ou ao princípio de reserva legal. Precedentes. 
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IV - Faculdade discricionária atribuída à Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, 
que se circunscreve ao disposto no Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas 
regulamentares. 
V - Recurso extraordinário conhecido e desprovido. 
Segundo o art. 215 do R/A, a alíquota do imposto de exportação será de 30%, podendo ser 
aumentada ou reduzida pelo Poder Executivo. Entretanto, na hipótese de elevação da alíquota, 
essa não poderá ultrapassar 150% (alíquota máxima do imposto de exportação). Trata-se de 
limite estabelecido em lei, que deve ser observado pela CAMEX ao manejar a alíquota do 
imposto. 
O imposto de exportação também excepciona os princípios da anterioridade e da noventena, 
resultando daí que qualquer alteração de alíquotas produzirá efeitos imediatos. Destaque-se que 
o lançamento do imposto de exportação, à semelhança do que ocorre para o imposto de 
importação, é feito por homologação. 
1.2.2 – Fato gerador 
O imposto de exportação é tributo da competência da União, cujo fato gerador é a saída da 
mercadoria do território nacional. Segundo o art. 212 do R/A, o imposto de exportação incide 
sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Destaque-se que é 
considerada mercadoria nacionalizada aquela que foi importada a título definitivo. 
Segundo o Regulamento Aduaneiro, para efeito de cálculo do imposto de exportação, 
considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro de exportação no SISCOMEX.7 
Cabe destacar, entretanto, que, em julho de 2018, o registro de exportação (RE) e a declaração 
de exportação (DE) foram extintos, tendo sido substituídospela DU-E (Declaração Única de 
Exportação). Assim, o nosso entendimento é o de que se deve considerar ocorrido o fato 
gerador na data do registro da DU-E. 
O imposto de exportação será, portanto, calculado com base na alíquota vigente na data do 
registro da DU-E, mesmo que, na data da efetiva saída da mercadoria do território nacional, a 
alíquota em vigor seja outra. 
 
7 O Registro de Exportação (RE) era o documento utilizado no controle administrativo das exportações, reunindo informações de 
natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria. Em julho de 
2018, o RE (Registro de Exportação) e a DE (Declaração de Exportação) foram substituídos pela DU-E (Declaração Única de 
Exportação). 
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O fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data de registro da DI. 
O fato gerador do imposto de exportação considera-se ocorrido na data de registro da DU-E. 
 
 
1.2.3 – Base de cálculo, alíquota e pagamento 
O valor aduaneiro é utilizado como base de cálculo apenas para o imposto de importação. 
Segundo o art. 214 do R/A, a base de cálculo do I.E é o preço normal que a mercadoria, ou sua 
similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência 
no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior. 
Por ser esse um conceito muito subjetivo, a legislação prevê que o preço à vista do produto, 
FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal8. 
 
8 Valor FOB é o preço da mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. Em outras palavras, é o preço da mercadoria 
excluído o frete e o seguro internacional. 
Imposto de Importação Fato Gerador: considera-se ocorrido na data de registro da DI
Imposto de Exportação Fato Gerador: considera-se ocorrido na data de registro da DU-E
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Se o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no 
mercado internacional, a CAMEX fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor 
mínimo, para apuração da base de cálculo. 
Segundo o art. 214, § 2o, do R/A, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o 
preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição 
ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro 
de 15% (quinze por cento) sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições. Assim, se o 
custo de produção de uma mercadoria for R$ 850,00 e os impostos e contribuições somarem R$ 
150,00, o preço de venda da mercadoria, para fins de apuração da base de cálculo do IE, não 
poderá ser inferior a R$ 1.150,00 (custo de produção + impostos/contribuições + margem de 
lucro de 15%). 
 
Atualmente, essa regra pode parecer sem muita utilidade, uma vez que nossas exportações são 
praticamente todas desoneradas do imposto de exportação (recebem alíquota zero). No 
entanto, seu objetivo é evitar o subfaturamento nas exportações, caso estas sejam tributadas, 
por razões extrafiscais, pelo imposto de exportação. 
Conforme já comentamos, o R/A prevê que a alíquota do imposto de exportação será de 30%, 
podendo a CAMEX reduzi-la ou aumentá-la. Entretanto, ao aumentar a alíquota, a CAMEX 
deverá observar o limite máximo de 150%. 
O pagamento será realizado na forma e no prazo fixados pelo Ministro da Fazenda que poderá 
determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do território aduaneiro da mercadoria a ser 
exportada. Atualmente, o prazo é de quinze dias, contados da data do registro da DU-E. 
É possível que, em função do destino da mercadoria a ser exportada, seja dispensada a 
cobrança do imposto de exportação. Assim, a CAMEX poderá estabelecer que o imposto de 
exportação não será cobrado quando a mercadoria tiver certos destinos. 
1.2.4 – Sujeito ativo 
Segundo o art. 153, inciso II, da CR/88, compete à União instituir o imposto sobre a exportação, 
para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. 
Portanto, o sujeito ativo do imposto de exportação é a União. 
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1.2.5 – Sujeito passivo 
O contribuinte do imposto de exportação é o exportador, assim considerada qualquer pessoa 
que promova a saída de mercadoria do território aduaneiro. 
 
(Exame Despachante Aduaneiro-2012) Para efeito de cálculo do imposto de exportação, 
considera-se ocorrido o fato gerador na data da saída da mercadoria do território aduaneiro. 
Comentários 
Segundo o Regulamento Aduaneiro, o fato gerador do Imposto de Exportação considera-se 
ocorrido na data do registro de exportação (RE). Cabe destacar, entretanto, que, em julho de 
2018, o registro de exportação (RE) e a declaração de exportação (DE) foram substituídos pela 
DU-E (Declaração Única de Exportação). Em nosso entendimento, considera-se ocorrido o fato 
gerador do Imposto de Exportação na data do registro da DU-E. 
Gabarito: errada 
(Exame Despachante Aduaneiro-2012) O imposto de exportação incide somente sobre 
mercadoria nacionalizada destinada ao exterior. 
Comentários 
O Imposto de Exportação também incide sobre mercadoria nacional destinada ao exterior. 
Gabarito: errada 
(Exame Despachante Aduaneiro-2012) A base de cálculo do imposto de exportação é o valor 
aduaneiro, segundo definição do art. VII do GATT. 
Comentários 
A base de cálculo do Imposto de Exportação é o preço normal. O valor aduaneiro é base de 
cálculo do Imposto de Importação quando a alíquota for ad valorem. 
Gabarito: errada 
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1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados 
1.3.1 - Introdução 
O imposto sobre produtos industrializados (IPI) tem natureza predominantemente extrafiscal, 
embora, nos últimos anos, tenha ganhado relevância sua finalidade arrecadatória (fiscal). A 
extrafiscalidade do IPI resta evidente quando se percebe que este tem sido utilizado pelo 
governo brasileiro como instrumento de política de comércio exterior. 
Em função de sua natureza extrafiscal, o IPI não obedece ao princípio da anterioridade 
tampouco ao princípio da legalidade no tocante à alteração de alíquotas. Assim, suas alíquotas 
podem ser alteradas por ato do Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei. Adicionalmente, não é necessário que a majoração da alíquota do IPI 
espere o próximo exercício financeiro para produzir seus efeitos. 
O IPI obedece, todavia, ao princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). Isso quer dizer 
que a majoração da alíquota desse tributo, apesar de não necessitar aguardar pelo próximo 
exercício financeiro para produzir seus efeitos, deve esperar 90 dias. O legislador constituinte 
conferiu ao contribuinte uma garantia, ainda que mínima, contra a surpresa de uma exação que 
lhe seja onerosa. 
 
As alíquotas do I.I. e do I.E. são alteradas pela CAMEX. 
As alíquotas do IPI, todavia, são alteradas por decreto do Presidente da República. 
Assim, apesar de incidir sobre as operações de comércio exterior, as alíquotas do IPI não são 
alteradas pela CAMEX. 
1.3.2 – Fato gerador 
O fato gerador do imposto sobre produtosindustrializados, na importação, é o desembaraço 
aduaneiro de produto de procedência estrangeira. O desembaraço aduaneiro, como iremos 
estudar em aula futura, é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira; é o 
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momento em que o AFRFB libera a mercadoria importada para efetivo ingresso no território 
aduaneiro. 
Embora o fato gerador do IPI ocorra somente por ocasião do desembaraço aduaneiro, o 
recolhimento tributário é feito no momento do registro da Declaração de Importação (DI), que 
marca o início do despacho de importação. Assim, o recolhimento tributário será feito em 
momento anterior à ocorrência do fato gerador do IPI vinculado à importação, o que pode dar 
origem a algumas situações inusitadas. 
Suponha por exemplo que, no dia 15/04/2017, um importador registre uma DI que ampara a 
importação de geladeiras. O desembaraço aduaneiro, no entanto, somente vem a ocorrer no dia 
30/04/2017. Agora vem o problema! 
Na data do registro da DI (15/04/2017), a alíquota do IPI era de 30%; já na data do desembaraço 
aduaneiro (30/04/2017), a alíquota do IPI era de 10%. O recolhimento tributário, nessa situação, 
foi feito com base na alíquota vigente na data do registro da DI (30%). No entanto, como 
sabemos a partir de nossos estudos de Direito Tributário, a alíquota aplicável deveria ser aquela 
vigente na data da ocorrência do fato gerador (10%). 
Resta claro que, nessa situação, caberá restituição ao importador do valor pago a maior. O 
inverso também poderia acontecer, dando ensejo a uma cobrança complementar a ser efetuada 
pelo Fisco. 
1.3.3 - Incidência 
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), na importação, incide sobre produtos 
industrializados de procedência estrangeira. Segundo o art. 2º do RIPI, o imposto incide sobre 
produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da 
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI. O campo de incidência 
do IPI abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI 9. Ficam 
excluídos do campo de incidência do IPI apenas os produtos que, na TIPI, possuem a notação 
NT (não-tributado)10. 
 
9 A TIPI é uma tabela semelhante à Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que relaciona produtos, seus códigos 
numéricos e respectivas alíquotas. 
10 Os produtos que aparecem na TIPI com a notação NT estão fora do campo de incidência do IPI. Veja: apesar de estarem na 
TIPI, esses produtos estão fora do campo de incidência do IPI. 
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1.3.4 – Base de cálculo e alíquotas 
A base de cálculo do IPI, na importação, é o valor aduaneiro acrescido do montante referente ao 
imposto de importação e aos encargos cambiais. O imposto será recolhido automaticamente 
quando registrada a Declaração de Importação. 
O cálculo do imposto se faz mediante aplicação das alíquotas constantes da TIPI (Tabela de 
Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, atualmente aprovada pelo Decreto nº 
8.950/16). 
1.3.5 – Sujeitos ativos e passivo 
O sujeito ativo do IPI é a União, conforme art. 153, inciso IV, da CR/88, que atribui competência 
a esse ente federativo para instituir o Imposto sobre Produtos Industrializados. O contribuinte 
(sujeito passivo) do IPI vinculado à importação é o próprio importador. 
 
(AFRFB – 2014) O fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados, na importação, é o 
desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. 
Comentários 
É isso mesmo! O fato gerador do IPI, na importação, é o desembaraço aduaneiro. 
Gabarito: certa 
(Questão Inédita) A base de cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é o valor 
aduaneiro acrescido do Imposto de Importação e do valor do próprio IPI. 
Comentários 
A base de cálculo do IPI é o valor aduaneiro acrescido do Imposto de Importação e dos 
encargos cambiais. O IPI não integra sua própria base de cálculo. 
Gabarito: errada 
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1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação 
1.4.1 - Incidência 
A Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-
Importação. Embora tenham o nome quase idêntico às contribuições para o PIS/PASEP e a 
COFINS, são tributos diversos. Nesse sentido, o PIS/PASEP e a COFINS são tributos internos, 
não incidindo sobre as operações de importação. Incidem sobre a importação o PIS/PASEP-
Importação e a COFINS-Importação. 
 
1.4.2 – Fato gerador 
O fato gerador das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a 
entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro. Presume-se a entrada no território 
aduaneiro e, portanto, a ocorrência do fato gerador, para os bens que constem como tendo sido 
importados e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. 
Não se aplica tal regra às malas / remessas postais internacionais e à mercadoria importada a granel 
que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a 
decréscimo, desde que o extravio não seja superior a um por cento. Na hipótese de quebra ou 
decréscimo em percentual superior a esse limite, serão exigidas a contribuição para o 
PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação somente em relação ao que exceder a 1%. 
Vale destacar que, conforme a Lei nº 10.865/2004, as contribuições para o PIS/PASEP-
Importação e a COFINS-Importação também incidem sobre as importações de serviços. Os 
serviços em questão são aqueles provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa 
PIS/PASEP e a COFINS
Tributos internos
Não incidem sobre as operações de 
importação
PIS/PASEP-Importação e a COFINS-
Importação Incidem sobre a importação 
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jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: i) executados no País; ii) 
executados no exterior, cujo resultado se verifique no País. 
No caso de importação de serviços, o fato gerador será o pagamento, o crédito, a entrega, o 
emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como 
contraprestação por serviço prestado. O momento temporal exato em que ocorrerá o fato 
gerador será a data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores. 
1.4.3 – Base de cálculo, alíquotas e pagamento 
A base de cálculo do PIS/PASEP – Importação e da COFINS-Importação foi, ao longo de muitos 
anos, objeto de enorme controvérsia doutrinária e jurisprudencial. O problema advém do art. 
149, inciso III, alínea “a” da CR/88, que determina que as contribuições sociais, cuja competência 
para instituição é exclusiva da União, terão como base de cálculo, na importação, o valor 
aduaneiro. Veja: 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado 
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 
6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
... 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo porbase o faturamento, a receita bruta ou o valor da 
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. 
Olha só que interessante! A CR/88 menciona o termo “valor aduaneiro”, mas não o define. E 
onde está a definição de valor aduaneiro? 
A definição de valor aduaneiro está prevista no Acordo sobre a Implementação do art. VII do 
GATT, o denominado Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), que, por ter sido regularmente 
internalizado em nosso ordenamento jurídico interno, tem status de lei ordinária. Em aula futura, 
nós estudaremos em detalhes sobre a determinação do valor aduaneiro. No entanto, já sabemos 
que o valor aduaneiro é a base de cálculo do Imposto de Importação. Detalhe: segundo o AVA, 
no cálculo do valor aduaneiro, não entram quaisquer tributos internos. 
A expressão “valor aduaneiro” tem um sentido técnico inequívoco, já utilizado pela legislação 
tributária para definir a base de cálculo do Imposto de Importação. Desde o Decreto-Lei nº 
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37/66, já está previsto que o valor aduaneiro seria apurado em conformidade com o Acordo de 
Valoração Aduaneira. 
Apesar disso, a Lei nº 10.865/2004, ao dispor sobre a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação 
e COFINS-Importação, tentou contornar a determinação constitucional, dispondo que, para os 
efeitos daquela lei, o valor aduaneiro deveria ser entendido como o valor que servir ou que 
serviria de base para o cálculo do Imposto de Importação, acrescido do ICMS e do valor das 
próprias contribuições. 
O art. 253, do R/A, seguindo a Lei nº 10.865/2004, dispôs o seguinte: 
Art. 253. A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da 
COFINS-Importação é o valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir ou 
que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor 
do ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias 
contribuições. 
§ 1o O ICMS incidente comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que 
tenha seu recolhimento diferido. 
§ 2o Para efeito do disposto no § 1o, não se inclui a parcela a que se refere a 
alínea “e” do inciso V do art. 13 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro 
de 1996. 
Como já se disse, o conceito de “valor aduaneiro” encontra previsão no Acordo de Valoração 
Aduaneira (OMC) e os tributos internos não o integram. Quando o legislador constituinte dispôs 
que as contribuições sociais teriam como base de cálculo, na importação, o valor aduaneiro, ele 
o fez considerando o sentido técnico inequívoco desse termo, apurado segundo as regras do 
Acordo de Valoração Aduaneira. 
Seguindo essa lógica, no dia 21/03/2013, o STF decidiu, no RE 559.937/RS pela 
inconstitucionalidade da inclusão do ICMS e do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação na 
base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Essa é uma decisão 
importantíssima do STF, mas que somente se aplicava àquele caso concreto, ou seja, não 
vinculava a Administração Pública. Transcrevemos, a seguir, trecho dessa importante decisão do 
STF: 
“A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação, 
não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse 
a abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele 
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não contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as 
contribuições sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem sejam 
calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, 
III, a, da Constituição Federal.” 
Com o objetivo de conferir segurança jurídica às operações de importação e, ao mesmo tempo, 
ratificar o entendimento do STF, foi publicada, em 09 de outubro de 2013, a Lei nº 12.865/2013, 
que alterou a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Agora não há 
mais dúvida: a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação é o valor 
aduaneiro. 
 
O art. 253, do Regulamento Aduaneiro, está desatualizado, a partir da 
promulgação da Lei nº 12.865/2013, de modo que o seu teor literal deve ser 
desconsiderado para fins de prova. 
O entendimento do STF está, agora, plenamente compatível com o que diz a lei. A base de 
cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação não inclui o ICMS, tampouco o valor 
dessas próprias contribuições. A base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-
Importação é o valor aduaneiro. 
Em regra, as alíquotas previstas em lei para o cálculo das contribuições para o PIS/PASEP-
Importação e COFINS-Importação são, respectivamente, 2,1% e 9,65%. Detalhe: há várias 
exceções a essa regra, que fogem ao objetivo do nosso curso! Cabe ressaltar, por último, que as 
contribuições para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação serão pagas na data do 
registro da declaração de importação. 
 
As alíquotas do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação citadas são 
resultado do aumento promovido pela Lei nº 13.137/2015. 
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O objetivo desse aumento foi restabelecer a equivalência entre a carga tributária 
incidente sobre o produto estrangeiro e a que onera o produto nacional, tendo 
em vista a exclusão, da base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-
Importação, das parcelas referentes ao ICMS e dessas próprias contribuições. 
1.4.4 – Sujeito ativo 
Segundo o art. 149, da CR/88, compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. 
No exercício de sua competência tributária, foi editada a Lei nº 10.865/2004, que instituiu as 
contribuições sociais para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. O sujeito ativo é, 
portanto, a União. 
1.4.5 – Sujeito passivo 
O art. 254 do R/A relaciona os contribuintes do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. 
Destaco a semelhança entre esse dispositivo e o que versa sobre os contribuintes do Imposto de 
Importação. 
Art. 254. É contribuinte da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da 
COFINS-Importação: 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de 
bens estrangeiros no território aduaneiro; 
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo 
remetente; e 
III - o adquirente de mercadoria entrepostada. 
Além desses contribuintes, chamo a sua atenção para duas outras situações, não relacionadas no 
R/A, mas previstas na Lei nº 10.865/2004: i) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de 
residente ou domiciliado no exterior; ii) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o 
contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. 
O art. 255 do R/A, por sua vez, faz menção aos responsáveis solidários pela PIS/PASEP-
Importação e COFINS-Importação. 
Art. 255. São responsáveis solidários: 
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I - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de 
bem sob controle aduaneiro; e 
II - o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob 
controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; 
III - o representante,no País, do transportador estrangeiro; 
IV - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer 
subcontratado para a realização do transporte multimodal; e 
V - o adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua 
conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. 
Mais um detalhe! Quando estudamos o Imposto de Importação, vimos que o depositário e o 
transportador eram responsáveis. No que diz respeito ao PIS/PASEP-Importação e COFINS-
Importação, os dois são responsáveis solidários. 
 
 
(AFRFB-2012) A entrada de bens estrangeiros no território nacional é fato gerador da 
Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação. Consideram-se entrados 
no território nacional os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a 
ser apurado pela administração aduaneira, exceto quanto às malas e às remessas postais 
internacionais e à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de 
manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja 
superior a três por cento. 
Comentários 
O fato gerador das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a 
entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro, considerando-se este ocorrido no caso de 
extravio de mercadorias. Tal regra não se aplica às malas e às remessas postais internacionais e à 
mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, 
esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a um por cento. 
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Gabarito: errada 
(Questão Inédita) A base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-
Importação é o valor aduaneiro acrescido do Imposto de Importação. 
Comentários 
A base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação é o valor aduaneiro. 
Gabarito: errada 
(Questão Inédita) O fato gerador da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-
Importação é o desembaraço aduaneiro. 
Comentários 
O fato gerador das contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a entrada de 
bens estrangeiros no território aduaneiro. Considera-se ocorrido o fato gerador na data do 
registro da DI, no caso de bens submetidos a despacho para consumo. 
Gabarito: errada 
1.5 - ICMS 
1.5.1 - Introdução 
O ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação) é tributo de 
competência dos Estados e do Distrito Federal, conforme prevê o art. 155, inciso II, da CR/88. A 
regulamentação do ICMS (definição do fato gerador, contribuintes, base de cálculo) foi realizada 
pela Lei Complementar nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir. Para o nosso estudo, nos 
interessa saber apenas como esse imposto interfere nas operações de comércio exterior. 
1.5.2 – Fato gerador 
No estudo do campo de incidência do ICMS, é importante termos em mente o conceito de 
“mercadoria”. Como já comentei na aula passada, mercadoria não é qualquer bem móvel, mas 
apenas aquele destinado a uma finalidade comercial. Assim, nem todos os bens são tributados 
pelo ICMS, mas apenas aqueles considerados “mercadoria”. Com efeito, os bens incorpóreos 
não podem ser considerados mercadoria, à exceção da energia elétrica. 
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Nesse sentido, existia uma grande controvérsia sobre a incidência ou não de ICMS sobre os 
programas de computador. O STF fazia uma distinção entre “software de prateleira” (programas 
de computador produzidos em série e comercializados no varejo) e os programas de 
computador personalizados adquiridos mediante licença ou cessão do direito de uso pelo 
proprietário. O “software de prateleira” era considerado mercadoria, incidindo sobre ele o 
ICMS. Já os outros programas de computador eram considerados bens incorpóreos e, como tais, 
ficavam excluídos do campo de incidência do ICMS. 
Atualmente, no entanto, o STF considera11 que ambas as espécies de software, padronizados (de 
prateleira) ou personalizados (feitos por encomenda), submetem-se a contrato de licença, pelo 
que se sujeitam apenas à incidência do ISS. 
Feitas essas considerações iniciais, vejamos o que nos diz a CR/88 sobre a incidência do ICMS 
nas importações. Segundo o art. 155, § 2.º, inciso IX, da CR/88, o ICMS incidirá também sobre a 
entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que 
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre 
o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou 
o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. 
Olha só que interessante! Eu havia dito que o ICMS somente incidiria sobre “mercadorias”. 
Entretanto, a CR/88 dispõe que, no caso das importações, o ICMS incide sobre mercadorias e 
bens. Assim, na importação, o ICMS não incide apenas sobre aqueles bens com finalidade 
comercial (mercadorias), mas também sobre aqueles destinados ao ativo permanente da 
empresa, por exemplo. 
O art. 2º, § 1º, inciso I, da LC nº 87/96, ratifica esse entendimento, ao dispor que o ICMS incide 
sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, 
ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade. O 
entendimento do STF no RE 439.796 foi também exatamente nesse sentido: 
“É constitucional a tributação das operações de circulação jurídica de bens 
amparadas pela importação. A operação de importação não descaracteriza, tão-
somente por si, a classificação do bem importado como mercadoria. Em sentido 
semelhante, a circunstância de o destinatário do bem não ser contribuinte 
habitual do tributo também não afeta a caracterização da operação de circulação 
de mercadoria. Ademais, a exoneração das operações de importação pode 
 
11 Entendimento firmado no âmbito das ADIs 5659 e 1945 (Informativo 1007, divulgado em 05 de março de 2021) 
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desequilibrar as relações pertinentes às operações internas com o mesmo tipo 
de bem, de modo a afetar os princípios da isonomia e da livre concorrência." 
O fato gerador do ICMS vinculado à importação considera-se ocorrido no momento do 
desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior. Destacamos, nesse 
sentido, Súmula Vinculante do STF, que diz o seguinte: 
Súmula Vinculante nº 48: “Na entrada de mercadoria importada do exterior, é 
legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.” 
Questão controversa é a que diz respeito à incidência de ICMS nas operações de leasing 
internacional. O leasing, também chamado de arrendamento mercantil, pode ser classificado em 
leasing operacional e leasing financeiro. 
No leasing operacional, uma empresa cede o direito de uso de um bem a outra pessoa durante 
um prazo fixado. Ao final desse prazo, o arrendatário poderá optar por adquirir o bem. Já no 
leasing financeiro, o bem é arrendado durante um prazo fixado, mas já foi feita a opção de 
compra pelo arrendatário desde o momento da celebração do contrato. Destaque-se que, no 
leasing financeiro, existe a intermediação de uma instituição financeira. 
Nas operações de leasing interno, não há a incidência do ICMS, exceto quando efetivadaa 
venda do bem arrendado ao arrendatário. Isso se explica em razão de que somente haverá 
incidência do ICMS quando houver circulação jurídica da mercadoria (transferência da 
propriedade). 
Nas operações de leasing internacional, por outro lado, a questão é mais complexa. É que a 
CR/88 determina que haverá a incidência de ICMS na entrada de bem ou mercadoria importada 
do exterior “qualquer que seja sua finalidade”. Assim, em tese, mesmo que a entrada do bem 
fosse ao amparo de uma operação de leasing internacional, haveria a incidência do ICMS. 
A jurisprudência do STF caminhou exatamente nesse sentido, a princípio. Em setembro de 2005, 
o STF decidiu, no RE nº 206.069/SP, que incidiria ICMS nas operações de leasing internacional. 
Entretanto, mais à frente (agosto de 2007), foi examinado no STF o RE nº 461.968, que tratava 
de controvérsia envolvendo o leasing internacional de aeronaves. 
No caso, verificou-se que estávamos diante de situação de “leasing operacional”, não tendo sido 
feita, portanto, a opção de compra no momento da celebração do contrato. Ora, se não foi feita 
a opção de compra, tínhamos algo semelhante a um “aluguel”, não tendo ocorrido a circulação 
jurídica do bem. Assim, não haveria incidência de ICMS no leasing internacional de aeronaves, 
em que, normalmente, não é feita a opção de compra na celebração do contrato. 
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Segundo a jurisprudência do STF, portanto, resta clara a necessidade de se examinar a real 
natureza jurídica do negócio internacional para se saber se haverá ou não a incidência do ICMS. 
Se o contrato de leasing internacional for celebrado, desde o início, sem menção à opção de 
compra, não incidirá o ICMS, pois estaremos diante de um leasing operacional. Por outro lado, 
se, no contrato de leasing internacional for feita a opção de compra, desde o início, incidirá o 
ICMS, pois estaremos diante de um leasing financeiro. 
Seguindo essa mesma lógica, o STF apreciou caso semelhante no RE nº 540.829, decidindo o 
seguinte: 
"Não incide o ICMS importação na operação de arrendamento mercantil 
internacional, salvo na hipótese de antecipação da opção de compra na medida 
em que o arrendamento mercantil não implica, necessariamente, transferência 
de titularidade sobre o bem". 
Assim, a Fazenda Pública deve examinar o contrato de arrendamento para verificar se haverá ou 
não incidência do ICMS na importação. Há, então, duas possibilidades: 
a) Se a mercadoria for passível de restituição ao proprietário e enquanto não for feita a 
opção de compra, não incide o ICMS. 
b) Por outro lado, se a mercadoria não puder ser restituída ao proprietário, haverá 
incidência de ICMS. Nesse caso, o contrato apenas terá forma de arrendamento, mas 
o seu conteúdo verdadeiro será equivalente a uma compra e venda. 
Vale a pena observar, também, que o STF considerou que a incidência de ICMS-Importação 
sobre toda e qualquer entrada de mercadoria poderia resultar em violação ao princípio da 
vedação ao confisco. Explico. Se o bem entrou no Brasil ao amparo de arrendamento mercantil 
sem a opção de compra, ele não passou a integrar o patrimônio do arrendatário. Logo, se a 
Fazenda Pública fizesse incidir o ICMS, esse tributo estaria, na prática, incidindo sobre parcela 
do efetivo patrimônio da empresa (e não sobre o valor da mercadoria, como seria próprio do 
ICMS!). 
 
Em concursos públicos, considere verdadeiras assertivas que digam o seguinte: 
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a) Nas operações de leasing internacional em que não tenha sido feita a opção de 
compra na celebração do contrato, não haverá incidência de ICMS. 
b) Em regra, não há incidência do ICMS nas operações de leasing internacional de 
aeronaves. 
1.5.3 – Sujeito ativo 
Segundo o art. 155, inciso II, da CR/88, compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir 
impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e de comunicação (ICMS), ainda que as operações e prestações se 
iniciem no exterior. 
Assim, são sujeitos ativos do ICMS os Estados e o Distrito Federal. Mediante lei estadual, cada 
um desses entes federativos institui o ICMS. Coube à Lei Kandir a função de estabelecer normas 
gerais relativas a esse imposto. 
1.5.4 – Sujeito passivo 
Segundo a LC nº 87/96, é contribuinte do ICMS, na importação, a pessoa física ou jurídica que, 
mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, importe mercadorias ou bens do exterior, 
qualquer que seja a sua finalidade. Veja: 
a) O contribuinte do ICMS, na importação, pode ser tanto uma pessoa física quanto uma 
pessoa jurídica. 
b) A pessoa física ou jurídica que importar mercadorias ou bens do exterior será 
contribuinte do ICMS, mesmo que não tenha habitualidade ou intuito comercial nesse 
tipo de operação. 
c) Não importa a finalidade da operação comercial. Se foi feita a importação de bens e 
serviços, haverá incidência do ICMS e o importador será o contribuinte. 
O art. 5º da LC nº 87/96, por outro lado, dispõe o seguinte sobre a responsabilidade tributária 
relativamente ao ICMS. 
Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do 
imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos 
ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo. 
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Assim, tendo em vista que o ICMS é um imposto de competência estadual, é possível afirmar 
que o art. 5º da LC nº 87/96 autoriza os Estados a, mediante lei, atribuírem a responsabilidade 
pelo pagamento do imposto a terceiros. Destaque-se que a responsabilidade somente poderá 
ser atribuída a terceiros que tenham relação com o fato gerador e cujas ações ou omissões 
concorreram para o não-recolhimento do tributo devido. 
1.5.5 – Base de cálculo e alíquotas 
 
A base de cálculo do ICMS, em uma operação de importação, compreende diversas parcelas. 
Segundo a Lei Kandir, a base de cálculo do ICMS, em uma importação, será a soma dos 
seguintes valores: 
a) O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação; 
b) Imposto de Importação; 
c) Imposto sobre Produtos Industrializados; 
d) Imposto sobre operações de câmbio; 
e) Quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras (aqui se inclui 
o próprio ICMS, o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação). 
 
 
 
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As alíquotas do ICMS, por outro lado, devem ser fixadas pelos próprios Estados e pelo Distrito 
Federal. Sem embargo, nos termos do artigo 155, §2º, inciso VI, da Constituição da República, 
salvo deliberação em contrário no âmbito do CONFAZ, as alíquotas internas não podem ser 
inferiores às previstas para as operações interestaduais. 
As alíquotas aplicáveis às operações interestaduais e de exportação, por sua vez, são 
estabelecidas por resolução do Senado Federal (artigo. 155, §2º, inciso IV, da CR/88). É possível, 
ainda, que o Senado Federal estipule alíquotas mínimas e/ou máximas para as operações 
internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus 
membros (artigo 155, §2º, inciso V, da CR/88). 
 
(Questão Inédita)

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