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Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) Autor: Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira 26 de Janeiro de 2022 95090333084 - Rodrigo Alves 1 94 Sumário 1 - Tributação sobre o Comércio Exterior ....................................................................................... 3 1.1 – Imposto de Importação ....................................................................................................... 3 1.1.1 - Introdução ...................................................................................................................... 3 1.1.2 - Lançamento ................................................................................................................... 5 1.1.3 – Base de cálculo e alíquota ............................................................................................. 6 1.1.4 - Pagamento ..................................................................................................................... 8 1.1.5 – Fato gerador ................................................................................................................. 8 1.1.6 – Não ocorrência do fato gerador ................................................................................... 9 1.1.7 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 10 1.1.8 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 10 1.2 – Imposto de Exportação ..................................................................................................... 15 1.2.1 - Introdução .................................................................................................................... 15 1.2.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 17 1.2.3 – Base de cálculo, alíquota e pagamento ...................................................................... 18 1.2.4 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 19 1.2.5 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 20 1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados .......................................................................... 21 1.3.1 - Introdução .................................................................................................................... 21 1.3.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 21 1.3.3 - Incidência ..................................................................................................................... 22 Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 2 94 1.3.4 – Base de cálculo e alíquotas ......................................................................................... 23 1.3.5 – Sujeitos ativos e passivo .............................................................................................. 23 1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação ................................................................. 24 1.4.1 - Incidência ..................................................................................................................... 24 1.4.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 24 1.4.3 – Base de cálculo, alíquotas e pagamento ..................................................................... 25 1.4.4 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 28 1.4.5 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 28 1.5 - ICMS ................................................................................................................................... 30 1.5.1 - Introdução .................................................................................................................... 30 1.5.2 – Fato gerador ............................................................................................................... 30 1.5.3 – Sujeito ativo ................................................................................................................. 34 1.5.4 – Sujeito passivo ............................................................................................................. 34 1.5.5 – Base de cálculo e alíquotas ......................................................................................... 35 Lista de Questões .......................................................................................................................... 37 1 - Tributação sobre o Comércio Exterior .................................................................................. 37 1.1 – Imposto de Importação .................................................................................................. 37 1.2 – Imposto de Exportação .................................................................................................. 46 1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados ....................................................................... 52 1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação .............................................................. 53 1.5 – ICMS ............................................................................................................................... 55 Gabarito ......................................................................................................................................... 56 Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 3 94 Questões Comentadas .................................................................................................................. 57 1 - Tributação sobre o Comércio Exterior .................................................................................. 57 1.1 – Imposto de Importação .................................................................................................. 57 1.2 – Imposto de Exportação .................................................................................................. 76 1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados ....................................................................... 87 1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação .............................................................. 90 1.5 – ICMS ............................................................................................................................... 93 Amigos, encerrando o nosso curso de Noções de Comércio Exterior, com foco no concurso da PETROBRÁS, na aula de hoje nós trataremos da tributação incidente sobre o comércio exterior brasileiro. Vamos lá? Firmes no propósito! 1 - TRIBUTAÇÃO SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR 1.1 – Imposto de Importação 1.1.1 - Introdução O imposto de importação é um tributo de caráter eminentemente extrafiscal, isto é, visa permitir que o governo exerça a função de regulação econômica por meio do controle das importações. Assim, não se pode dizer que o imposto de importação possui finalidade arrecadatória, embora a arrecadação de recursos para os cofres públicos seja um efeito da imposição desse tributo.Nos últimos anos, o imposto de importação tem representado apenas algo em torno de 5% do total da arrecadação tributária brasileira. Mas como assim o governo exerce controle das importações? Simples. Ao aumentar o imposto de importação, o governo confere proteção à indústria nacional em detrimento de bens estrangeiros. Ao reduzir o imposto de importação, por outro lado, o governo estimula a entrada de bens estrangeiros no território nacional. Assim, se a indústria nacional de têxteis está enfrentando forte concorrência externa e, em razão disso, acumulando prejuízos, o governo poderá aumentar a alíquota do I.I para produtos têxteis. Por outro lado, o Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 4 94 governo pode reduzir a alíquota do I.I incidente sobre um determinado tipo de máquina / equipamento que não possua produção nacional suficiente, estimulando, assim, os investimentos produtivos no país. Da mesma forma, diante de uma crise de desabastecimento interno, é interesse do governo estimular a entrada de produtos, o que é feito por meio da redução da alíquota do imposto de importação. Diante de todas essas hipóteses, é fácil perceber que o governo brasileiro precisa de flexibilidade para poder alterar as alíquotas do imposto de importação de forma rápida. Com base nessa ideia, a CR/88 determinou, em seu art. 153, § 1º, que, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto de importação. Em outras palavras, a CF/88 estabelece que o imposto de importação não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. Atualmente, a alteração das alíquotas do imposto de importação compete à CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), que o faz mediante Resolução. Cabe destacar, todavia, que a alteração das alíquotas do imposto de importação deve observar os compromissos internacionais assumidos pela República Federativa do Brasil, sob pena de responsabilidade internacional. Nesse sentido, há limites tarifários máximos para o imposto de importação acordados pelo Brasil na OMC, os quais só podem ser ultrapassados caso realizada renegociação multilateral.1 Ademais, os membros do MERCOSUL definem em conjunto as alíquotas do imposto de importação, salvo nas hipóteses de exceção à TEC.2 O imposto de importação também representa uma exceção aos princípios da anterioridade e da noventena3. Dessa forma, a alteração de alíquotas do imposto de importação gera efeitos imediatos. O objetivo do legislador constituinte foi, de fato, conferir maior agilidade às decisões governamentais no que diz respeito à regulação do comércio exterior. 1 O art. II do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) estabelece que nenhum membro da OMC poderá conceder, aos produtos de outros membros, tratamento menos favorável do que o previsto em sua Lista de Concessões. A Lista de Concessões representa, assim, o limite máximo do imposto de importação que cada Estado-membro se comprometeu a observar. 2 O MERCOSUL, por tratar-se de uma união aduaneira, aplica uma Tarifa Externa Comum em relação às importações de terceiros países. As alíquotas da TEC são definidas em conjunto pelos Estados-membros do MERCOSUL. No MERCOSUL, todavia, existem diversas exceções à TEC (produtos em relação aos quais não se aplica a alíquota da TEC), o que nos permite dizer que esse bloco regional trata-se de uma união aduaneira imperfeita. 3 O princípio da anterioridade está previsto no art. 150, inciso III, alínea b, da CF/88, que veda aos entes federativos cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Por sua vez, o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal) está previsto no art. 150, inciso III, alínea c, da CF/88, vedando aos entes federativos cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os dois princípios são verdadeiras limitações constitucionais ao poder de tributar e são, em regra, exigidos cumulativamente. Destaque- se que o imposto de importação não precisa obedecer a nenhum desses princípios. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 5 94 1.1.2 - Lançamento Segundo o art. 142 do Código Tributário Nacional, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A partir dessa definição, é possível verificar que o crédito tributário é constituído pelo lançamento. Como você deve ter estudado em Direito Tributário, existem três modalidades de lançamento: i) lançamento de ofício ou direto; ii) lançamento por declaração ou misto e; iii) lançamento por homologação (“autolançamento”). Cabe-nos perguntar o seguinte: qual o tipo de lançamento se aplica ao imposto de importação? À primeira vista, você pode me dizer: “Ah, o lançamento do imposto de importação é por declaração! Afinal existe uma Declaração de Importação!” Mas isso está errado. Em regra, o imposto de importação é objeto de lançamento por homologação. Apenas nos casos em que a autoridade aduaneira verifica incorreções nos Modalidades de Lançamento lançamento de ofício ou direto lançamento por declaração ou misto lançamento por homologação (“autolançamento”). Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 6 94 procedimentos adotados pelos importadores é que se promove o lançamento de ofício do imposto de importação. Em regra, o importador elabora a Declaração Importação (DI), registrando-a no SISCOMEX e antecipando o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Na prática, no momento em que é registrada a DI, os tributos são automaticamente debitados da conta do importador. Cabe à autoridade aduaneira fazer a homologação do “lançamento” realizado pelo contribuinte, a posteriori. Somente com a homologação é que o crédito tributário considera-se definitivamente extinto. A homologação poderá ser expressa ou tácita. A homologação será expressa quando, por meio de ato administrativo, a autoridade declarar a concordância com a atividade realizada pelo sujeito passivo. Por outro lado, a homologação será tácita quando for ultrapassado o prazo legal para a homologação expressa sem que a autoridade administrativa se posicione. Nesse sentido, o art. 150, § 4º, do CTN, dispõe que se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Uma vez expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, o lançamento considera-se homologado e o crédito tributário definitivamente extinto, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Segundo a doutrina tributarista majoritária, o fim do prazo para homologação (5 anos), além de implicar em homologação tácita, opera a decadência do direito de a Administração Tributária constituir o crédito tributário, lançando de ofício eventuais diferenças apuradas. Portanto, pode- se afirmar que, em regra, o imposto de importação irá decair em 5 (cinco) anos a contar da data da ocorrência do fato gerador. 1.1.3 – Base de cálculo e alíquota A base de cálculo do imposto de importação é definida pelo art. 75 do Regulamento Aduaneiro,conforme transcrito a seguir: Art. 75. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994; e II - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 7 94 Conforme se pode observar ao ler o dispositivo supracitado, há duas situações diferentes: a) se a alíquota do imposto for ad valorem, a base de cálculo do I.I será o valor aduaneiro. As regras para a determinação do valor aduaneiro estão previstas no Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT, que, por ter sido regularmente internalizado no ordenamento jurídico interno, possui status de lei ordinária (em aula posterior, nós estudaremos tudo o que precisamos sobre a valoração aduaneira). Como estudaremos em aula futura, o valor aduaneiro não é exatamente o valor CIF (valor da mercadoria somado ao frete e seguro internacionais). Entretanto, as principais parcelas que compõem o valor aduaneiro são, de fato, o valor da mercadoria, o frete e o seguro internacionais. Assim, podemos afirmar o seguinte: 1) É razoável dizer que, no cálculo do imposto de importação, toma-se como base o valor CIF. 2) A base de cálculo do imposto de importação é o valor aduaneiro. b) se a alíquota do imposto for específica, a base de cálculo será a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. A título de exemplo, imaginemos que a alíquota do imposto de importação incidente sobre soja seja de US$ 2,00 / kg. Se forem importados 2000 kg de soja, essa quantidade (2000 kg) será exatamente a base de cálculo do imposto de importação. O cálculo do imposto de importação será feito, então, pela aplicação das alíquotas fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a base de cálculo determinada conforme as regras anteriores.4 Isso não se aplica às remessas postais internacionais (quando sujeitas ao regime de tributação simplificada), aos bens enquadrados como bagagem de viajante procedente do exterior (quando sujeitos ao regime de tributação especial) e às mercadorias procedentes da República do Paraguai, importadas por via terrestre, quando aplicado o Regime de Tributação Unificada (RTU). 4 Não podemos nos esquecer de que existem as exceções à TEC. Os produtos relacionados como exceções à TEC não se sujeitam às alíquotas previstas na TEC, mas sim às alíquotas do I.I discricionariamente definidas pela CAMEX. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves ==220365== 8 94 Além disso, quando se tratar de mercadoria importada ao amparo de acordo internacional firmado pelo Brasil, prevalece o tratamento tributário nele previsto, salvo se a aplicação da TEC for mais favorável (art. 95, do R/A). Notem que a alíquota aplicável é aquela que estiver em vigor na data da ocorrência do fato gerador. Segundo o art. 97 do R/A, para efeitos de cálculo do imposto, os valores expressos em moeda estrangeira deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na data em que se considerar ocorrido o fato gerador. Com a entrada em vigor da Decisão CMC nº 13/2007, em 03/06/2012, a taxa de câmbio aplicável passou a ser a taxa diária estabelecida pelo banco central ou autoridade monetária central de cada Estado Parte, tomando-se a taxa vigente no fechamento do dia anterior ao da data da numeração do despacho de importação5. 1.1.4 - Pagamento O imposto de importação é pago na data do registro da Declaração de Importação (DI). No ato do registro da DI, é feito o débito do valor referente ao imposto de importação. O Ministro da Economia6 poderá, em casos especiais, fixar outros momentos para o pagamento do imposto. A importância a pagar será o resultado da apuração do total do imposto, na declaração de importação ou em documento de efeito equivalente. O depósito para garantia de qualquer natureza será feito na Caixa Econômica Federal (CEF), na forma da legislação específica. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 1.1.5 – Fato gerador O imposto de importação é tributo de competência da União que tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (ou no território nacional). O Regulamento Aduaneiro dispõe exatamente nesse sentido no art. 72, estabelecendo que o fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. A entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro é considerada pela doutrina o elemento espacial (geográfico) do fato gerador. Uma mercadoria, ao cruzar os limites territoriais (geográficos) do País, entrando no território aduaneiro, em regra, pela zona primária, dá ensejo à ocorrência do fato gerador do imposto de importação. 5 Para fins de concurso público, o candidato pode considerar como correta tanto a literalidade do art. 97 quanto a regra insculpida na Decisão CMC nº 13/2007. 6 A literalidade do Regulamento Aduaneiro ainda faz menção ao “Ministério da Fazenda”. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 9 94 Mas aí cabe fazer a pergunta: em que momento exato se considera que uma mercadoria estrangeira entrou no território aduaneiro? A definição do momento temporal exato em que ocorre o fato gerador do imposto de importação é muito importante, uma vez que o cálculo do tributo deverá ser realizado levando- se em consideração a alíquota vigente no momento da ocorrência do fato gerador. Mas não pense você que é fácil definir esse momento temporal... Imagine se tivéssemos que saber exatamente quando um avião entrou no espaço aéreo brasileiro! Ou, então, o momento exato em que um navio entrou nas águas territoriais do país! Em virtude dessas complicações, dispõe o art. 73 do R/A que se considera ocorrido o fato gerador do imposto de importação na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. Segundo entendimento do STJ, embora o fato gerador do imposto de importação ocorra com a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional, este apenas se aperfeiçoa com o registro da Declaração de Importação no regime comum (REsp 362.910/PR). Na prova, você deve considerar corretas as seguintes assertivas: 1) O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. 2) O fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data do registro da Declaração Importação (DI). 1.1.6 – Não ocorrência do fato gerador O art. 74 do Decreto nº 6759/2009 relaciona duas hipóteses em que não ocorre o fato gerador do imposto de importação. A primeira delas diz respeito ao retorno ao país de mercadoria que tenha sido exportada temporariamente, ainda que tenha havido descumprimento do regime. Nesse caso, como a saída da mercadoria não se revestiu do caráter de definitividade, não podemos considerar que ela foi desnacionalizada. O retorno ao país de mercadoria exportada temporariamente é denominado de reimportação. Podemos dizer, então, que na reimportação, não há fato gerador do imposto de importação. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 10 94 A segundasituação diz respeito ao pescado capturado fora das águas territoriais brasileiras, por empresa localizada no seu território, desde que observadas as normas da atividade pesqueira. Vejamos o que prevê o art. 74 do R/A: Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território aduaneiro: I - do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; e II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária, ainda que descumprido o regime. 1.1.7 – Sujeito ativo Segundo o art. 119 do Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. É o ente que tem a titularidade do direito subjetivo de exigir a prestação jurídico-tributário. No caso do imposto de importação, o sujeito ativo é a União, competência que lhe é atribuída pelo art. 153, inciso I, da CR/88. 1.1.8 – Sujeito passivo Segundo o art. 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo pode ser classificado em duas categorias: contribuinte e responsável. Nos termos do art. 121, contribuinte é aquele que possui uma relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador do tributo; responsável é aquele que, sem revestir-se da condição de contribuinte, possua obrigação decorrente de expressa disposição em lei. No caso do imposto de importação, os contribuintes (que possuem relação pessoal e direta, portanto, com o fato gerador) estão relacionados no art. 104 do R/A: Art. 104. É contribuinte do imposto: I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 11 94 III - o adquirente de mercadoria entrepostada. O inciso I afirma que o importador é contribuinte do imposto de importação. Trata-se de afirmação que consideramos intuitiva e que não suscita grandes dúvidas. Cabe ressaltar que o dispositivo define importador como a pessoa que promove a entrada de mercadoria estrangeira em território aduaneiro. Em outras palavras, importador é a pessoa em nome da qual foi registrada a Declaração de Importação. O inciso II estabelece que o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo remetente é contribuinte do imposto de importação. É isso mesmo, meu amigo! Se o seu tio que mora no exterior te enviar um presente, você será contribuinte do imposto de importação! O inciso III, por último, relaciona o adquirente de mercadoria entrepostada como contribuinte do imposto de importação. Trata-se da situação em que uma mercadoria é importada em consignação, ficando armazenada em recinto alfandegado, com os tributos suspensos, até que alguém decida nacionalizá-la, comprando-a em caráter definitivo. No momento da compra, é realizado o recolhimento integral dos tributos suspensos. Quem irá recolher esses tributos será o adquirente. E os responsáveis? Quem a legislação aduaneira relaciona como responsáveis pelo imposto de importação? Art. 105. É responsável pelo imposto: I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Art. 106. É responsável solidário: I - o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto. II - o representante, no País, do transportador estrangeiro. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 12 94 III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. IV - o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora. V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal. VI - o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e VII - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. É importante sabermos a diferença entre responsável e responsável solidário, na forma como as categorias foram desenhadas pela legislação aduaneira! Responsável é aquele que, em virtude da ocorrência de um determinado evento, passa a figurar, sozinho, no polo passivo da obrigação tributário. No caso do imposto de importação, são responsáveis o transportador e o depositário. Se ocorrer extravio ou avaria de mercadoria que esteja sob a tutela destes, o imposto de importação lhes será exigido. Responsável solidário é aquele que, em conjunto com outra pessoa, figura no polo passivo da obrigação tributária. Todos os agentes relacionados no art. 106 do R/A, portanto, dividem com outrem a responsabilidade pelo pagamento de tributos e eventuais penalidade cabíveis. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que adquira mercadoria estrangeira por meio de outra pessoa jurídica importadora, realizando o que se chama de importação por conta e ordem. Nessa situação, o contribuinte será a pessoa jurídica importadora, que figura no polo passivo da relação tributária em conjunto com o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem. Vale a pena destacar que a responsabilidade é solidária (e não subsidiária!). Isso quer dizer que o tributo e eventuais penalidades podem ser cobrados direta e integralmente de qualquer dos responsáveis (solidários), sem benefício de ordem. É importante memorizar os sujeitos passivos do imposto de importação. Eu uso a seguinte tabela para isso! Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 13 94 (Questão Inédita) O sujeito ativo do Imposto de Importação é a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil. Comentários De acordo com o artigo 119 do Código Tributário Nacional, o sujeito da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. No caso do Imposto de Importação, o sujeito ativo é a União, em conformidade com o disposto no artigo 153, inciso I, da Constituição da República. A Receita Federal não tem personalidade jurídica própria. Trata-se de um órgão do Poder Executivo Federal. Gabarito: errada (ATRFB-2012) São contribuintes do imposto de importação o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional, o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada. •Importador •Destinatário de Remessa Postal Internacional •Adquirente de mercadoria entrepostada Contribuintes •Transportador •DepositárioResponsáveis •Outros casos, relacionados no art. 106 do R/A. Responsáveis Solidários Equipe Comércio Exterior e Legislação AduaneiraAula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 14 94 Comentários O art. 104, do R/A, relaciona os contribuintes do imposto de importação: i) importador; ii) destinatário de remessa postal internacional e; iii) adquirente de mercadoria entrepostada. Gabarito: certa (Questão Inédita) O Imposto de Importação é um tributo sujeito a lançamento por declaração (Declaração de Importação). Comentários O crédito referente ao Imposto de Importação é constituído via lançamento por homologação, em regra. Gabarito: errada (AFRFB-2012) A base de cálculo do Imposto de Importação, quando a alíquota for específica, é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT 1994). Comentários Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do imposto de importação será a quantidade de mercadoria na unidade de medida estabelecida. A base de cálculo do I.I será o valor aduaneiro quando a alíquota for ad valorem. Gabarito: errada (ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importação, pode-se afirmar que para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. Comentários No caso de mercadorias submetidas a despacho para consumo, o fato gerador do I.I considera- se ocorrido na data do registro da DI. (art. 73, inciso I, do R/A). Gabarito: certa Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 15 94 (Exame Despachante Aduaneiro-2012) No caso de Declaração Única de Importação (DUIMP) registrada no Siscomex, é calculado pelo sistema, de acordo com a alíquota vigente na data do fato gerador do imposto, ou seja, na data da entrada da mercadoria no país. Comentários A alíquota aplicada é a vigente na data da ocorrência do fato gerador do imposto de importação. O fato gerador considera-se ocorrido na data do registro da DUIMP (e não na data da entrada da mercadoria!). Suponha, por exemplo, que uma mercadoria tenha ingressado no país no dia de hoje, mas o registro da DUIMP ocorra apenas daqui a 40 dias. A alíquota aplicável não será a vigente no dia de hoje (data da entrada no país), mas sim aquela que estiver em vigor na data do registro da DUIMP. Gabarito: errada (Questão Inédita) Não pode ser considerado fato gerador do Imposto de Importação a entrada no território aduaneiro de pescado capturado fora das águas territoriais do País por navio com bandeira brasileira. Comentários De acordo com o artigo 74, inciso I, do Regulamento Aduaneiro, não constitui fato gerador do Imposto de Importação a entrada no território aduaneiro do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território e desde satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira. Gabarito: errada 1.2 – Imposto de Exportação 1.2.1 - Introdução Assim como o imposto de importação, o imposto de exportação tem finalidade eminentemente extrafiscal, servindo como mecanismo de controle governamental sobre o comércio exterior. No Brasil, a atual política comercial tem sido direcionada para o incentivo às exportações, motivo pelo qual estas são desoneradas de tributos, inclusive do imposto de exportação. Com efeito, o imposto de exportação possui alíquota zero para a quase totalidade da pauta exportadora brasileira. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 16 94 Para o analista mais desavisado, pode parecer um absurdo que o governo faça incidir o imposto de exportação sobre suas vendas ao exterior. No entanto, tal política pode se prestar a objetivos diversos. Veja só: imagine que o preço internacional do arroz tenha se elevado em virtude da escassez de oferta resultante de enchentes ocorridas no Sudeste Asiático. Ora, os exportadores brasileiros poderão ficar tentados a vender todo o estoque de arroz, o que geraria um desabastecimento interno. Para evitar tal situação, o governo poderá impor um imposto de exportação sobre as vendas de arroz ao exterior. Em razão de sua natureza extrafiscal, o art. 153, § 1º, da CF/88 determina que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do imposto de exportação. Dessa forma, pode-se afirmar que o imposto de exportação não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. Atualmente, é a CAMEX quem define as alíquotas do imposto de exportação. Nos termos do Regulamento Aduaneiro, a CAMEX é responsável por relacionar as mercadorias sujeitas ao imposto de exportação. Isso nos permite afirmar que o imposto de exportação é excepcional, pois somente os produtos relacionados pela CAMEX estarão a ele sujeitos. A competência da CAMEX para fixar as alíquotas do imposto de importação e do imposto de exportação já foi, inclusive, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 570.680/RS. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. ALTERAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 153, §1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PRESIDENTRE DA REPÚBLICA NÃO CONFIGURADA. ATRIBUIÇÃO DEFERIDA À CAMEX. CONSTITUCIONALIDADE. FACULDADE DISCRICIONÁRIA CUJOS LIMITES ENCONTRAM-SE ESTABELECIDOS EM LEI. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. I- É compatível com a Carta Magna a norma infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo da União a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de Exportação. II - Competência que não é privativa do Presidente da República. III - Inocorrência de ofensa aos arts. 84, IV e parágrafo único, e 153, § 1º, da Constituição Federal ou ao princípio de reserva legal. Precedentes. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 17 94 IV - Faculdade discricionária atribuída à Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, que se circunscreve ao disposto no Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas regulamentares. V - Recurso extraordinário conhecido e desprovido. Segundo o art. 215 do R/A, a alíquota do imposto de exportação será de 30%, podendo ser aumentada ou reduzida pelo Poder Executivo. Entretanto, na hipótese de elevação da alíquota, essa não poderá ultrapassar 150% (alíquota máxima do imposto de exportação). Trata-se de limite estabelecido em lei, que deve ser observado pela CAMEX ao manejar a alíquota do imposto. O imposto de exportação também excepciona os princípios da anterioridade e da noventena, resultando daí que qualquer alteração de alíquotas produzirá efeitos imediatos. Destaque-se que o lançamento do imposto de exportação, à semelhança do que ocorre para o imposto de importação, é feito por homologação. 1.2.2 – Fato gerador O imposto de exportação é tributo da competência da União, cujo fato gerador é a saída da mercadoria do território nacional. Segundo o art. 212 do R/A, o imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Destaque-se que é considerada mercadoria nacionalizada aquela que foi importada a título definitivo. Segundo o Regulamento Aduaneiro, para efeito de cálculo do imposto de exportação, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro de exportação no SISCOMEX.7 Cabe destacar, entretanto, que, em julho de 2018, o registro de exportação (RE) e a declaração de exportação (DE) foram extintos, tendo sido substituídospela DU-E (Declaração Única de Exportação). Assim, o nosso entendimento é o de que se deve considerar ocorrido o fato gerador na data do registro da DU-E. O imposto de exportação será, portanto, calculado com base na alíquota vigente na data do registro da DU-E, mesmo que, na data da efetiva saída da mercadoria do território nacional, a alíquota em vigor seja outra. 7 O Registro de Exportação (RE) era o documento utilizado no controle administrativo das exportações, reunindo informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria. Em julho de 2018, o RE (Registro de Exportação) e a DE (Declaração de Exportação) foram substituídos pela DU-E (Declaração Única de Exportação). Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 18 94 O fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data de registro da DI. O fato gerador do imposto de exportação considera-se ocorrido na data de registro da DU-E. 1.2.3 – Base de cálculo, alíquota e pagamento O valor aduaneiro é utilizado como base de cálculo apenas para o imposto de importação. Segundo o art. 214 do R/A, a base de cálculo do I.E é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior. Por ser esse um conceito muito subjetivo, a legislação prevê que o preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal8. 8 Valor FOB é o preço da mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. Em outras palavras, é o preço da mercadoria excluído o frete e o seguro internacional. Imposto de Importação Fato Gerador: considera-se ocorrido na data de registro da DI Imposto de Exportação Fato Gerador: considera-se ocorrido na data de registro da DU-E Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 19 94 Se o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a CAMEX fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo. Segundo o art. 214, § 2o, do R/A, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de 15% (quinze por cento) sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições. Assim, se o custo de produção de uma mercadoria for R$ 850,00 e os impostos e contribuições somarem R$ 150,00, o preço de venda da mercadoria, para fins de apuração da base de cálculo do IE, não poderá ser inferior a R$ 1.150,00 (custo de produção + impostos/contribuições + margem de lucro de 15%). Atualmente, essa regra pode parecer sem muita utilidade, uma vez que nossas exportações são praticamente todas desoneradas do imposto de exportação (recebem alíquota zero). No entanto, seu objetivo é evitar o subfaturamento nas exportações, caso estas sejam tributadas, por razões extrafiscais, pelo imposto de exportação. Conforme já comentamos, o R/A prevê que a alíquota do imposto de exportação será de 30%, podendo a CAMEX reduzi-la ou aumentá-la. Entretanto, ao aumentar a alíquota, a CAMEX deverá observar o limite máximo de 150%. O pagamento será realizado na forma e no prazo fixados pelo Ministro da Fazenda que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do território aduaneiro da mercadoria a ser exportada. Atualmente, o prazo é de quinze dias, contados da data do registro da DU-E. É possível que, em função do destino da mercadoria a ser exportada, seja dispensada a cobrança do imposto de exportação. Assim, a CAMEX poderá estabelecer que o imposto de exportação não será cobrado quando a mercadoria tiver certos destinos. 1.2.4 – Sujeito ativo Segundo o art. 153, inciso II, da CR/88, compete à União instituir o imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. Portanto, o sujeito ativo do imposto de exportação é a União. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 2 20 94 1.2.5 – Sujeito passivo O contribuinte do imposto de exportação é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria do território aduaneiro. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) Para efeito de cálculo do imposto de exportação, considera-se ocorrido o fato gerador na data da saída da mercadoria do território aduaneiro. Comentários Segundo o Regulamento Aduaneiro, o fato gerador do Imposto de Exportação considera-se ocorrido na data do registro de exportação (RE). Cabe destacar, entretanto, que, em julho de 2018, o registro de exportação (RE) e a declaração de exportação (DE) foram substituídos pela DU-E (Declaração Única de Exportação). Em nosso entendimento, considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto de Exportação na data do registro da DU-E. Gabarito: errada (Exame Despachante Aduaneiro-2012) O imposto de exportação incide somente sobre mercadoria nacionalizada destinada ao exterior. Comentários O Imposto de Exportação também incide sobre mercadoria nacional destinada ao exterior. Gabarito: errada (Exame Despachante Aduaneiro-2012) A base de cálculo do imposto de exportação é o valor aduaneiro, segundo definição do art. VII do GATT. Comentários A base de cálculo do Imposto de Exportação é o preço normal. O valor aduaneiro é base de cálculo do Imposto de Importação quando a alíquota for ad valorem. Gabarito: errada Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 2 21 94 1.3 – Imposto sobre Produtos Industrializados 1.3.1 - Introdução O imposto sobre produtos industrializados (IPI) tem natureza predominantemente extrafiscal, embora, nos últimos anos, tenha ganhado relevância sua finalidade arrecadatória (fiscal). A extrafiscalidade do IPI resta evidente quando se percebe que este tem sido utilizado pelo governo brasileiro como instrumento de política de comércio exterior. Em função de sua natureza extrafiscal, o IPI não obedece ao princípio da anterioridade tampouco ao princípio da legalidade no tocante à alteração de alíquotas. Assim, suas alíquotas podem ser alteradas por ato do Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. Adicionalmente, não é necessário que a majoração da alíquota do IPI espere o próximo exercício financeiro para produzir seus efeitos. O IPI obedece, todavia, ao princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). Isso quer dizer que a majoração da alíquota desse tributo, apesar de não necessitar aguardar pelo próximo exercício financeiro para produzir seus efeitos, deve esperar 90 dias. O legislador constituinte conferiu ao contribuinte uma garantia, ainda que mínima, contra a surpresa de uma exação que lhe seja onerosa. As alíquotas do I.I. e do I.E. são alteradas pela CAMEX. As alíquotas do IPI, todavia, são alteradas por decreto do Presidente da República. Assim, apesar de incidir sobre as operações de comércio exterior, as alíquotas do IPI não são alteradas pela CAMEX. 1.3.2 – Fato gerador O fato gerador do imposto sobre produtosindustrializados, na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. O desembaraço aduaneiro, como iremos estudar em aula futura, é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferência aduaneira; é o Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 0 22 94 momento em que o AFRFB libera a mercadoria importada para efetivo ingresso no território aduaneiro. Embora o fato gerador do IPI ocorra somente por ocasião do desembaraço aduaneiro, o recolhimento tributário é feito no momento do registro da Declaração de Importação (DI), que marca o início do despacho de importação. Assim, o recolhimento tributário será feito em momento anterior à ocorrência do fato gerador do IPI vinculado à importação, o que pode dar origem a algumas situações inusitadas. Suponha por exemplo que, no dia 15/04/2017, um importador registre uma DI que ampara a importação de geladeiras. O desembaraço aduaneiro, no entanto, somente vem a ocorrer no dia 30/04/2017. Agora vem o problema! Na data do registro da DI (15/04/2017), a alíquota do IPI era de 30%; já na data do desembaraço aduaneiro (30/04/2017), a alíquota do IPI era de 10%. O recolhimento tributário, nessa situação, foi feito com base na alíquota vigente na data do registro da DI (30%). No entanto, como sabemos a partir de nossos estudos de Direito Tributário, a alíquota aplicável deveria ser aquela vigente na data da ocorrência do fato gerador (10%). Resta claro que, nessa situação, caberá restituição ao importador do valor pago a maior. O inverso também poderia acontecer, dando ensejo a uma cobrança complementar a ser efetuada pelo Fisco. 1.3.3 - Incidência O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), na importação, incide sobre produtos industrializados de procedência estrangeira. Segundo o art. 2º do RIPI, o imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI. O campo de incidência do IPI abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI 9. Ficam excluídos do campo de incidência do IPI apenas os produtos que, na TIPI, possuem a notação NT (não-tributado)10. 9 A TIPI é uma tabela semelhante à Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que relaciona produtos, seus códigos numéricos e respectivas alíquotas. 10 Os produtos que aparecem na TIPI com a notação NT estão fora do campo de incidência do IPI. Veja: apesar de estarem na TIPI, esses produtos estão fora do campo de incidência do IPI. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 3 23 94 1.3.4 – Base de cálculo e alíquotas A base de cálculo do IPI, na importação, é o valor aduaneiro acrescido do montante referente ao imposto de importação e aos encargos cambiais. O imposto será recolhido automaticamente quando registrada a Declaração de Importação. O cálculo do imposto se faz mediante aplicação das alíquotas constantes da TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, atualmente aprovada pelo Decreto nº 8.950/16). 1.3.5 – Sujeitos ativos e passivo O sujeito ativo do IPI é a União, conforme art. 153, inciso IV, da CR/88, que atribui competência a esse ente federativo para instituir o Imposto sobre Produtos Industrializados. O contribuinte (sujeito passivo) do IPI vinculado à importação é o próprio importador. (AFRFB – 2014) O fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados, na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Comentários É isso mesmo! O fato gerador do IPI, na importação, é o desembaraço aduaneiro. Gabarito: certa (Questão Inédita) A base de cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é o valor aduaneiro acrescido do Imposto de Importação e do valor do próprio IPI. Comentários A base de cálculo do IPI é o valor aduaneiro acrescido do Imposto de Importação e dos encargos cambiais. O IPI não integra sua própria base de cálculo. Gabarito: errada Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 6 24 94 1.4 – PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação 1.4.1 - Incidência A Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS- Importação. Embora tenham o nome quase idêntico às contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, são tributos diversos. Nesse sentido, o PIS/PASEP e a COFINS são tributos internos, não incidindo sobre as operações de importação. Incidem sobre a importação o PIS/PASEP- Importação e a COFINS-Importação. 1.4.2 – Fato gerador O fato gerador das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro. Presume-se a entrada no território aduaneiro e, portanto, a ocorrência do fato gerador, para os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Não se aplica tal regra às malas / remessas postais internacionais e à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a um por cento. Na hipótese de quebra ou decréscimo em percentual superior a esse limite, serão exigidas a contribuição para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação somente em relação ao que exceder a 1%. Vale destacar que, conforme a Lei nº 10.865/2004, as contribuições para o PIS/PASEP- Importação e a COFINS-Importação também incidem sobre as importações de serviços. Os serviços em questão são aqueles provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa PIS/PASEP e a COFINS Tributos internos Não incidem sobre as operações de importação PIS/PASEP-Importação e a COFINS- Importação Incidem sobre a importação Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 5 25 94 jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: i) executados no País; ii) executados no exterior, cujo resultado se verifique no País. No caso de importação de serviços, o fato gerador será o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. O momento temporal exato em que ocorrerá o fato gerador será a data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores. 1.4.3 – Base de cálculo, alíquotas e pagamento A base de cálculo do PIS/PASEP – Importação e da COFINS-Importação foi, ao longo de muitos anos, objeto de enorme controvérsia doutrinária e jurisprudencial. O problema advém do art. 149, inciso III, alínea “a” da CR/88, que determina que as contribuições sociais, cuja competência para instituição é exclusiva da União, terão como base de cálculo, na importação, o valor aduaneiro. Veja: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. ... III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo porbase o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. Olha só que interessante! A CR/88 menciona o termo “valor aduaneiro”, mas não o define. E onde está a definição de valor aduaneiro? A definição de valor aduaneiro está prevista no Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT, o denominado Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), que, por ter sido regularmente internalizado em nosso ordenamento jurídico interno, tem status de lei ordinária. Em aula futura, nós estudaremos em detalhes sobre a determinação do valor aduaneiro. No entanto, já sabemos que o valor aduaneiro é a base de cálculo do Imposto de Importação. Detalhe: segundo o AVA, no cálculo do valor aduaneiro, não entram quaisquer tributos internos. A expressão “valor aduaneiro” tem um sentido técnico inequívoco, já utilizado pela legislação tributária para definir a base de cálculo do Imposto de Importação. Desde o Decreto-Lei nº Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 26 94 37/66, já está previsto que o valor aduaneiro seria apurado em conformidade com o Acordo de Valoração Aduaneira. Apesar disso, a Lei nº 10.865/2004, ao dispor sobre a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação, tentou contornar a determinação constitucional, dispondo que, para os efeitos daquela lei, o valor aduaneiro deveria ser entendido como o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do Imposto de Importação, acrescido do ICMS e do valor das próprias contribuições. O art. 253, do R/A, seguindo a Lei nº 10.865/2004, dispôs o seguinte: Art. 253. A base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação é o valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições. § 1o O ICMS incidente comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que tenha seu recolhimento diferido. § 2o Para efeito do disposto no § 1o, não se inclui a parcela a que se refere a alínea “e” do inciso V do art. 13 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. Como já se disse, o conceito de “valor aduaneiro” encontra previsão no Acordo de Valoração Aduaneira (OMC) e os tributos internos não o integram. Quando o legislador constituinte dispôs que as contribuições sociais teriam como base de cálculo, na importação, o valor aduaneiro, ele o fez considerando o sentido técnico inequívoco desse termo, apurado segundo as regras do Acordo de Valoração Aduaneira. Seguindo essa lógica, no dia 21/03/2013, o STF decidiu, no RE 559.937/RS pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS e do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação na base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Essa é uma decisão importantíssima do STF, mas que somente se aplicava àquele caso concreto, ou seja, não vinculava a Administração Pública. Transcrevemos, a seguir, trecho dessa importante decisão do STF: “A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação, não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse a abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 27 94 não contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem sejam calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal.” Com o objetivo de conferir segurança jurídica às operações de importação e, ao mesmo tempo, ratificar o entendimento do STF, foi publicada, em 09 de outubro de 2013, a Lei nº 12.865/2013, que alterou a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Agora não há mais dúvida: a base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação é o valor aduaneiro. O art. 253, do Regulamento Aduaneiro, está desatualizado, a partir da promulgação da Lei nº 12.865/2013, de modo que o seu teor literal deve ser desconsiderado para fins de prova. O entendimento do STF está, agora, plenamente compatível com o que diz a lei. A base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação não inclui o ICMS, tampouco o valor dessas próprias contribuições. A base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS- Importação é o valor aduaneiro. Em regra, as alíquotas previstas em lei para o cálculo das contribuições para o PIS/PASEP- Importação e COFINS-Importação são, respectivamente, 2,1% e 9,65%. Detalhe: há várias exceções a essa regra, que fogem ao objetivo do nosso curso! Cabe ressaltar, por último, que as contribuições para o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação serão pagas na data do registro da declaração de importação. As alíquotas do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação citadas são resultado do aumento promovido pela Lei nº 13.137/2015. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 28 94 O objetivo desse aumento foi restabelecer a equivalência entre a carga tributária incidente sobre o produto estrangeiro e a que onera o produto nacional, tendo em vista a exclusão, da base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e COFINS- Importação, das parcelas referentes ao ICMS e dessas próprias contribuições. 1.4.4 – Sujeito ativo Segundo o art. 149, da CR/88, compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. No exercício de sua competência tributária, foi editada a Lei nº 10.865/2004, que instituiu as contribuições sociais para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. O sujeito ativo é, portanto, a União. 1.4.5 – Sujeito passivo O art. 254 do R/A relaciona os contribuintes do PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. Destaco a semelhança entre esse dispositivo e o que versa sobre os contribuintes do Imposto de Importação. Art. 254. É contribuinte da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação: I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro; II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e III - o adquirente de mercadoria entrepostada. Além desses contribuintes, chamo a sua atenção para duas outras situações, não relacionadas no R/A, mas previstas na Lei nº 10.865/2004: i) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; ii) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. O art. 255 do R/A, por sua vez, faz menção aos responsáveis solidários pela PIS/PASEP- Importação e COFINS-Importação. Art. 255. São responsáveis solidários: Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 29 94 I - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro; e II - o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; III - o representante,no País, do transportador estrangeiro; IV - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal; e V - o adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. Mais um detalhe! Quando estudamos o Imposto de Importação, vimos que o depositário e o transportador eram responsáveis. No que diz respeito ao PIS/PASEP-Importação e COFINS- Importação, os dois são responsáveis solidários. (AFRFB-2012) A entrada de bens estrangeiros no território nacional é fato gerador da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação. Consideram-se entrados no território nacional os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira, exceto quanto às malas e às remessas postais internacionais e à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a três por cento. Comentários O fato gerador das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro, considerando-se este ocorrido no caso de extravio de mercadorias. Tal regra não se aplica às malas e às remessas postais internacionais e à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a um por cento. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 30 94 Gabarito: errada (Questão Inédita) A base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS- Importação é o valor aduaneiro acrescido do Imposto de Importação. Comentários A base de cálculo do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação é o valor aduaneiro. Gabarito: errada (Questão Inédita) O fato gerador da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS- Importação é o desembaraço aduaneiro. Comentários O fato gerador das contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro. Considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da DI, no caso de bens submetidos a despacho para consumo. Gabarito: errada 1.5 - ICMS 1.5.1 - Introdução O ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação) é tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal, conforme prevê o art. 155, inciso II, da CR/88. A regulamentação do ICMS (definição do fato gerador, contribuintes, base de cálculo) foi realizada pela Lei Complementar nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir. Para o nosso estudo, nos interessa saber apenas como esse imposto interfere nas operações de comércio exterior. 1.5.2 – Fato gerador No estudo do campo de incidência do ICMS, é importante termos em mente o conceito de “mercadoria”. Como já comentei na aula passada, mercadoria não é qualquer bem móvel, mas apenas aquele destinado a uma finalidade comercial. Assim, nem todos os bens são tributados pelo ICMS, mas apenas aqueles considerados “mercadoria”. Com efeito, os bens incorpóreos não podem ser considerados mercadoria, à exceção da energia elétrica. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 31 94 Nesse sentido, existia uma grande controvérsia sobre a incidência ou não de ICMS sobre os programas de computador. O STF fazia uma distinção entre “software de prateleira” (programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo) e os programas de computador personalizados adquiridos mediante licença ou cessão do direito de uso pelo proprietário. O “software de prateleira” era considerado mercadoria, incidindo sobre ele o ICMS. Já os outros programas de computador eram considerados bens incorpóreos e, como tais, ficavam excluídos do campo de incidência do ICMS. Atualmente, no entanto, o STF considera11 que ambas as espécies de software, padronizados (de prateleira) ou personalizados (feitos por encomenda), submetem-se a contrato de licença, pelo que se sujeitam apenas à incidência do ISS. Feitas essas considerações iniciais, vejamos o que nos diz a CR/88 sobre a incidência do ICMS nas importações. Segundo o art. 155, § 2.º, inciso IX, da CR/88, o ICMS incidirá também sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Olha só que interessante! Eu havia dito que o ICMS somente incidiria sobre “mercadorias”. Entretanto, a CR/88 dispõe que, no caso das importações, o ICMS incide sobre mercadorias e bens. Assim, na importação, o ICMS não incide apenas sobre aqueles bens com finalidade comercial (mercadorias), mas também sobre aqueles destinados ao ativo permanente da empresa, por exemplo. O art. 2º, § 1º, inciso I, da LC nº 87/96, ratifica esse entendimento, ao dispor que o ICMS incide sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade. O entendimento do STF no RE 439.796 foi também exatamente nesse sentido: “É constitucional a tributação das operações de circulação jurídica de bens amparadas pela importação. A operação de importação não descaracteriza, tão- somente por si, a classificação do bem importado como mercadoria. Em sentido semelhante, a circunstância de o destinatário do bem não ser contribuinte habitual do tributo também não afeta a caracterização da operação de circulação de mercadoria. Ademais, a exoneração das operações de importação pode 11 Entendimento firmado no âmbito das ADIs 5659 e 1945 (Informativo 1007, divulgado em 05 de março de 2021) Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 32 94 desequilibrar as relações pertinentes às operações internas com o mesmo tipo de bem, de modo a afetar os princípios da isonomia e da livre concorrência." O fato gerador do ICMS vinculado à importação considera-se ocorrido no momento do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior. Destacamos, nesse sentido, Súmula Vinculante do STF, que diz o seguinte: Súmula Vinculante nº 48: “Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.” Questão controversa é a que diz respeito à incidência de ICMS nas operações de leasing internacional. O leasing, também chamado de arrendamento mercantil, pode ser classificado em leasing operacional e leasing financeiro. No leasing operacional, uma empresa cede o direito de uso de um bem a outra pessoa durante um prazo fixado. Ao final desse prazo, o arrendatário poderá optar por adquirir o bem. Já no leasing financeiro, o bem é arrendado durante um prazo fixado, mas já foi feita a opção de compra pelo arrendatário desde o momento da celebração do contrato. Destaque-se que, no leasing financeiro, existe a intermediação de uma instituição financeira. Nas operações de leasing interno, não há a incidência do ICMS, exceto quando efetivadaa venda do bem arrendado ao arrendatário. Isso se explica em razão de que somente haverá incidência do ICMS quando houver circulação jurídica da mercadoria (transferência da propriedade). Nas operações de leasing internacional, por outro lado, a questão é mais complexa. É que a CR/88 determina que haverá a incidência de ICMS na entrada de bem ou mercadoria importada do exterior “qualquer que seja sua finalidade”. Assim, em tese, mesmo que a entrada do bem fosse ao amparo de uma operação de leasing internacional, haveria a incidência do ICMS. A jurisprudência do STF caminhou exatamente nesse sentido, a princípio. Em setembro de 2005, o STF decidiu, no RE nº 206.069/SP, que incidiria ICMS nas operações de leasing internacional. Entretanto, mais à frente (agosto de 2007), foi examinado no STF o RE nº 461.968, que tratava de controvérsia envolvendo o leasing internacional de aeronaves. No caso, verificou-se que estávamos diante de situação de “leasing operacional”, não tendo sido feita, portanto, a opção de compra no momento da celebração do contrato. Ora, se não foi feita a opção de compra, tínhamos algo semelhante a um “aluguel”, não tendo ocorrido a circulação jurídica do bem. Assim, não haveria incidência de ICMS no leasing internacional de aeronaves, em que, normalmente, não é feita a opção de compra na celebração do contrato. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 33 94 Segundo a jurisprudência do STF, portanto, resta clara a necessidade de se examinar a real natureza jurídica do negócio internacional para se saber se haverá ou não a incidência do ICMS. Se o contrato de leasing internacional for celebrado, desde o início, sem menção à opção de compra, não incidirá o ICMS, pois estaremos diante de um leasing operacional. Por outro lado, se, no contrato de leasing internacional for feita a opção de compra, desde o início, incidirá o ICMS, pois estaremos diante de um leasing financeiro. Seguindo essa mesma lógica, o STF apreciou caso semelhante no RE nº 540.829, decidindo o seguinte: "Não incide o ICMS importação na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na hipótese de antecipação da opção de compra na medida em que o arrendamento mercantil não implica, necessariamente, transferência de titularidade sobre o bem". Assim, a Fazenda Pública deve examinar o contrato de arrendamento para verificar se haverá ou não incidência do ICMS na importação. Há, então, duas possibilidades: a) Se a mercadoria for passível de restituição ao proprietário e enquanto não for feita a opção de compra, não incide o ICMS. b) Por outro lado, se a mercadoria não puder ser restituída ao proprietário, haverá incidência de ICMS. Nesse caso, o contrato apenas terá forma de arrendamento, mas o seu conteúdo verdadeiro será equivalente a uma compra e venda. Vale a pena observar, também, que o STF considerou que a incidência de ICMS-Importação sobre toda e qualquer entrada de mercadoria poderia resultar em violação ao princípio da vedação ao confisco. Explico. Se o bem entrou no Brasil ao amparo de arrendamento mercantil sem a opção de compra, ele não passou a integrar o patrimônio do arrendatário. Logo, se a Fazenda Pública fizesse incidir o ICMS, esse tributo estaria, na prática, incidindo sobre parcela do efetivo patrimônio da empresa (e não sobre o valor da mercadoria, como seria próprio do ICMS!). Em concursos públicos, considere verdadeiras assertivas que digam o seguinte: Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 34 94 a) Nas operações de leasing internacional em que não tenha sido feita a opção de compra na celebração do contrato, não haverá incidência de ICMS. b) Em regra, não há incidência do ICMS nas operações de leasing internacional de aeronaves. 1.5.3 – Sujeito ativo Segundo o art. 155, inciso II, da CR/88, compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e de comunicação (ICMS), ainda que as operações e prestações se iniciem no exterior. Assim, são sujeitos ativos do ICMS os Estados e o Distrito Federal. Mediante lei estadual, cada um desses entes federativos institui o ICMS. Coube à Lei Kandir a função de estabelecer normas gerais relativas a esse imposto. 1.5.4 – Sujeito passivo Segundo a LC nº 87/96, é contribuinte do ICMS, na importação, a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade. Veja: a) O contribuinte do ICMS, na importação, pode ser tanto uma pessoa física quanto uma pessoa jurídica. b) A pessoa física ou jurídica que importar mercadorias ou bens do exterior será contribuinte do ICMS, mesmo que não tenha habitualidade ou intuito comercial nesse tipo de operação. c) Não importa a finalidade da operação comercial. Se foi feita a importação de bens e serviços, haverá incidência do ICMS e o importador será o contribuinte. O art. 5º da LC nº 87/96, por outro lado, dispõe o seguinte sobre a responsabilidade tributária relativamente ao ICMS. Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo. Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 35 94 Assim, tendo em vista que o ICMS é um imposto de competência estadual, é possível afirmar que o art. 5º da LC nº 87/96 autoriza os Estados a, mediante lei, atribuírem a responsabilidade pelo pagamento do imposto a terceiros. Destaque-se que a responsabilidade somente poderá ser atribuída a terceiros que tenham relação com o fato gerador e cujas ações ou omissões concorreram para o não-recolhimento do tributo devido. 1.5.5 – Base de cálculo e alíquotas A base de cálculo do ICMS, em uma operação de importação, compreende diversas parcelas. Segundo a Lei Kandir, a base de cálculo do ICMS, em uma importação, será a soma dos seguintes valores: a) O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação; b) Imposto de Importação; c) Imposto sobre Produtos Industrializados; d) Imposto sobre operações de câmbio; e) Quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras (aqui se inclui o próprio ICMS, o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação). Equipe Comércio Exterior e Legislação Aduaneira Aula 04 PETROBRAS (Comércio e Suprimento) Noções de Comércio Exterior - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 222909395090333084 - Rodrigo Alves 36 94 As alíquotas do ICMS, por outro lado, devem ser fixadas pelos próprios Estados e pelo Distrito Federal. Sem embargo, nos termos do artigo 155, §2º, inciso VI, da Constituição da República, salvo deliberação em contrário no âmbito do CONFAZ, as alíquotas internas não podem ser inferiores às previstas para as operações interestaduais. As alíquotas aplicáveis às operações interestaduais e de exportação, por sua vez, são estabelecidas por resolução do Senado Federal (artigo. 155, §2º, inciso IV, da CR/88). É possível, ainda, que o Senado Federal estipule alíquotas mínimas e/ou máximas para as operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros (artigo 155, §2º, inciso V, da CR/88). (Questão Inédita)
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