Buscar

corrimento vaginal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CORRIMENTOS 
- Corrimento vaginal é uma das principais queixas ginecológicas na APS. Deve-se primeiramente, diferenciar o fluxo vaginal 
considerado normal (mucorreia) das vulvovaginites e cervicites. Muitas mulheres sentem imenso desconforto com a 
mucorreia (fluxo normal) e trazem essa queixa nas consultas. 
- Uma anamnese adequada deve identificar diferentes vulnerabilidades; o exame ginecológico é a principal ferramenta da 
propedêutica clínica para diagnosticar e orientar o tratamento; quando necessário e disponível, o teste do pH vaginal, o 
teste do hidróxido de potássio (KOH) – teste de Whiff, e o exame microscópio a fresco podem auxiliar a realização do 
diagnóstico etiológico e na definição do tratamento. 
- Muitas vulvovaginites e cervicites são consideradas IST’s, devendo-se realizar o diagnóstico precoce e tratamento 
imediato; atualmente o MS, acompanhado de recomendações da OMS, propõe o uso da abordagem sindrômica, baseada 
em fluxogramas de conduta; classifica os principais agentes etiológicos de acordo com a clínica que eles causam. 
➢ a utilização de fluxogramas auxilia: a identificação de causas de determinada síndrome, indica o tratamento para 
os agentes etiológicos mais frequentes daquela síndrome, inclui cuidados aos parceiros sexuais, o aconselhamento 
e a educação sobre redução de risco, adesão ao tratamento e fornecimento de orientações para utilização correta 
de preservativos. 
- Recomenda-se o manejo da queixa de corrimento vaginal (considerando as estatísticas implicadas e realização de testes 
preditivos adequados); o uso da medicina baseada em evidências possibilitará uma condução clínica mais específica para 
as queixas e os achados do exame ginecológico. 
1) Mulheres que referem um corrimento vaginal tipo “clara de ovo”, sem odor fétido, sem prurido e sem dispareunia: 
provavelmente apresentam MUCORREIA (acomete de 5 a 10% das mulheres, geralmente por ectopia cervical ou gestação). 
➢ deve-se a maior produção de muco pelo epitélio endocervical quando em contato com o ácido vaginal; exame 
especular evidencia uma grande área de ectopia e quantidade abundante de muco hialino; o pH é normal, variando 
de 3,8 a 4,2. 
➢ Na gestação ocorre por uma maior circulação sanguínea na região vaginal; onde deve-se tranquilizar a paciente e 
em situações extremas avaliar necessidade de cauterização epitelial. 
2) Situações patológicas (90%) em que a principal queixa é o corrimento vaginal: 
➢ vaginose bacteriana; 
➢ candidíase vaginal; 
➢ tricomoníase. 
*mesmo assintomáticas na maior parte dos casos as cervicites gonocócicas e não gonocócicas também devem ser 
lembradas, por serem consideradas IST’s / causas de importante morbidade. (N. gonorreia e Clamydia trachomatis) 
VAGINOSE BACTERIANA – ocorre pelo desequilíbrio da flora vaginal; tem proliferação aumentada das bactérias anaeróbias, 
como a Gardnerella vaginalis, Bacteroides sp. e micoplasmas; está associada à ausência ou diminuição acentuada dos 
lactobacilos acidófilos; não é clássica como uma IST, mas pode ser precipitada por uma relação sexual; seu corrimento tem 
odor fétido, mais acentuado após o coito e durante o período menstrual, com aspecto branco-amarelado-acinzentado, 
fluido ou cremoso e eventualmente bolhoso. 
CANDIDÍASE VAGINAL – cursa com queixa de prurido vulvovaginal e secreção vaginal branco-acinzentada; os sinais e 
sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do tecido inflamado (ardor ou dor à micção, corrimento branco, 
grumoso, indolor com aspecto de “leite coalhado”, hiperemia, edema vulvar, fissuras, maceração, dispareunia, placas 
brancas em vagina e colo aderidas a mucosa); causada por fungos (cândida albicans e outras espécies não albicans) que 
normalmente habitam a mucosa vaginal e intestinal normalmente; se o meio se torna favorável o fungo se desenvolve; sua 
principal forma de transmissão não é sexual (não é uma IST) 
➢ fatores de risco: gravides, diabetes, obesidade, uso de contraceptivos em alta dose, uso de antibióticos, corticoides 
ou imunossupressores, higiene inadequada, contato com alérgenos ou irritantes, ou alterações no sistema imune. 
TRICOMONÍASE – causada pela Trichomonas vaginalis; caracteriza-se por corrimento abundante, amarelado ou 
esverdeado, bolhoso, com prurido e irritação vulvar, dor pélvica, sintomas urinários, hiperemia da mucosa com placas 
avermelhadas (colpite difusa ou focal, com aspecto de morango/framboesa); teste de Schiller positivo com aspecto de 
“tigroide”. 
CERVICITE GONOCÓCICA – causada pela Neisseria gonorrhoeae; é assintomática em 60-80% dos casos; quando apresenta 
sintomas se caracteriza por: secreção endocervical mucopurulenta, dor pélvica, dispareunia, colo friável, sangramentos a 
manipulação, ciclo menstrual irregular, hiperemia vaginal, disúria e polaciúria. Na gestante se associa à prematuridade, 
ruptura prematura de membrana, perdas fetais, crescimento intrauterino restrito e febre puerperal. O RN pode apresentar 
conjuntivite, septicemia, artrite, abscessos de couro cabeludo, pneumonia, meningite, endocardite e estomatite. 
CERVICITES NÃO GONOCÓCICAS – podem ser decorrentes de infecção por Chlamydia trachomatis, geralmente é 
assintomática; mais de um terço das mulheres infectadas terá doença inflamatória pélvica, um quinto pode se tornar 
infértil, um décimo poderá ter gravidez ectópica, além de dor pélvica crônica. A associação com a gravidez pode provocar 
prematuridade, ruptura prematura de membranas, endometrite puerperal, e conjuntivite e pneumonia nos RN’s. 
 
- Se não possuir nenhum recurso: 
Anamnese – sintomas apresentados, aspecto, quantidade, odor, prurido, inflamação, disúria, dispareunia e dor pélvica; uso 
de preservativos, parceiros sexuais, tipo de atividade sexual; verificar relação com mudanças no pH, na flora vaginal e em 
causas não infecciosas de corrimento; questionar sobre o ciclo menstrual, contato vaginal com esperma, uso de lubrificante, 
sabonetes e realização de duchas intimas. 
Exame físico – exame ginecológico, genitália externa e região anal, visualização integral do introito vaginal e exame 
especular. 
➢ Teste de pH vaginal (se necessário e disponível). Coletar material para bacterioscopia e teste de Whiff (se necessário 
e disponível). *positivo quando aplica 1 ou 2 gotas de KOH a 10% na lamina com secreção vaginal e surge um odor 
fétido de peixe em putrificação, em geral associado a vaginose bacteriana. Realizar teste do cotonete do conteúdo 
cervical se indicada investigação de cervicites: coleta se swab endocervical com cotonete e observação de muco 
em contraste com um papel branco, se necessário coletar material para cultura. 
Exames complementares 
➢ Vaginose bacteriana: Podendo utilizar o critério de Amsel (confirma diagnóstico com 3 dos 4 criterios presentes): 
corrimento vaginal acinzentado e homogêneo, pH vaginal >4,5, teste de Whiff positivo e presença de clue cells no 
exame bacterioscópico. 
➢ Candidíase: exame direto do conteúdo vaginal, adicionando KOH a 10% revela presença de micélios (hifas) e/ou 
esporos birrefringentes; no teste do pH são mais comuns valores menores que 4; cultura só é valida se realizada 
em meio específico chamado Saboraud (indicada em casos com sintomatologia sugestiva e exames negativos), 
encontrar o fungo na citologia, sem sintomas, não é necessário tratamento. 
➢ Tricomoníase: exame direto do conteúdo vaginal ao microscópio (coleta uma gota do corrimento colocando sobre 
a lâmina com uma gota de SF e procura o parasita flagelado que se move entre as células epiteliais e leucócitos). O 
teste do pH geralmente tem valores>4,5, a cultura é importante em crianças e em suspeitos com exames negativos, 
cultura deve ser realizada em meio de Diamond e em anaerobiose. 
*exames laboratoriais ou complementares devem ser coletados na mesma consulta em que o problema é relatado, a 
conduta não deve ser postergada em detrimento dos resultados dos exames, eles só irão confirmar ounão se o tratamento 
estar adequado. 
- A probabilidade inicial de uma vulvovaginite específica em uma mulher com queixa de corrimento vaginal é de: 34% 
vaginose bacteriana, 26% candidíase vaginal, 10% tricomoníase. 
 
 
Tratamento 
 
- Descartar uma das possíveis condições investigadas: quando a probabilidade permanece baixa para uma condição 
especifica mesmo depois de vários testes. 
- Deve considerar outras razões para queixa de corrimento: secreção fisiológica, cervicites, causas não infecciosas... 
- Parceiros sexuais não precisam ser tratados em casos de vaginose bacteriana; o tto sistêmico com antifúngico para 
candidíase deve ser feito apenas em casos de difícil controle ou episódios recorrentes (>4 quadros no ano), só se trata os 
parceiros se forem sintomáticos; na tricomoníase tratar parceiros com medicamento de dose única, testar para HIV, sífilis 
e hepatite B pessoas infectadas e seus parceiros e orientar sobre abstinência sexual até o final do tratamento e 
desaparecimento de sintomas. 
- Uso de preservativo e suspender bebidas alcoolicas por 24 horas (metronidazol dose única) e 72 horas (tinidazol). 
 
1 e 3

Outros materiais