Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Especialidades Clínicas e Cirúrgicas I Carcinoma Epidermóide de Cabeça e Pescoço - Do grego καρκίνωμα. - Karkinos – caranguejo. - Omã - tumor. - Epitélio, glândulas, tecidos trofoblásticos. - Epidermoide/espinocelular. - Queratinócito. · CARCINOMA EPIDERMOIDE: - Principais alterações genéticas: Gene TP53 – codifica p53 (a guardiã do genoma). Proteínas E6 e E7 do HPV – acelera degradação do p53 (E6), inibição do pRB - proteína supressora tumoral (E7), superexpressão de p16. Se a célula perde o potencial de diferenciação ela perde os hemidesmosomos e ocorre a acantólise. ==> DIFERENCIAÇÂO: Quanto mais indiferenciado melhor a resposta a quimioterapia. ==> DISSEMINAÇÃO: - Local: Contiguidade e continuidade. - Locorregional: Linfática. - Distância: Hematogênica. ==> NOÇÕES DE SEMIOLOGIA E EXAME FÍSICO: · CAVIDADE ORAL: - 8° em incidência no brasil no homem e 18° na mulher em 2020. - Mundialmente 377713 novos casos e 177757 em 2020. - No Brasil 9839 novos casos e 4198 mortes em 2020. - 90% CEC. - De maneira geral quanto mais posterior a localização, mais agressivo. - Melhor tratamento cirúrgico seguido de tratamento adjuvante se necessário. · ETIOPATOGÊNIA: - Fatores genéticos. - Tabagismo e etilismo são os mais importantes e estudados - efeito sinérgico que aumenta em até 40x o risco. - HPV (subtipos 16 e 18). - Traumatismo crônico - principalmente próteses dentárias mal adaptadas). - Má higiene oral. - Imunossuprimidos – HIV, transplantados. Em imunossuprimidos é mais fácil e rápida a evolução. · DIAGNÓSTICO: - Suspeita eminente clínica. - Ferida ou afta. - Dor local, halitose, disfagia, odinofagia, otalgia, disfonia. - Lesões mais frequentemente ulceradas ou ulceroinfiltrativas – pode ter lesão vegetante. - Estágios avançados tem perda ponderal: Odinofagia. Trismo. Consumo. TU consome muita energia. Trismo: anorexia. - Suspeita em lesões que não resolvam em até 15 dias. - Com frequência chegam ao CCP com diagnóstico tardio. - Importante exame clínico completo. - Exame do pescoço. - Dificuldade se trismo/dor. - Biópsia. · LESÕES PRÉ-MALIGNAS: Leucoplasia e eritroplasia – neoangiogenese. Deve ser enviado para patologia. Trata interrompendo fatores de risco e cauterização da lesão, porém deve fazer biópsia antes. · LESÔES MALIGNAS: · ESTADIAMENTO: - TNM/AJCC. - Visa avaliar a extensão do TU primário, existência de metástases e TU sincrônicos. - Cancerização de campo. Fumaça do cigarro entra em contato com outras estruturas então faz EDA e NFL. - TC face, pescoço, tórax, EDA e nasofibrolaringoscopia (NFL). Metástases principais: pulmão (1ª), ossos e SNC. Via linfática é mais precoce e hematogênica é tardia. · TRATAMENTO: - Ressecção cirúrgica: Lesão ressecável. Pacientes com condições clínicas. - Esvaziamento cervical (eletivo/terapêutico): Níveis I-III (eletivo). Radical modificado (níveis I-V) - terapêutico. - Tratamento adjuvante: Lesões iniciais e sem agravantes: não é necessário. QT + RDT ou RDT isolada. RDT: doença localizada. QT + RDT: doença disseminada. · PROGNÓSTICO: · LÁBIO: - Uma das neoplasias mais comuns da CCP. - 12-15% dos carcinomas da CCP. - 25% dos carcinomas de boca. - Fácil diagnóstico. - CEC é o tipo mais comum (95% dos casos). - Em geral acomete o vermelhão. · EPIDEMIOLOGIA: - 66mil novos casos em 2008 e 9,9mil óbitos no mundo. - 6°-7° década. - Etiologia: Exposição solar, principalmente lábio inferior. Álcool e tabaco e demais como da cavidade oral. · QUADRO CLÍNICO E MANEJO: - Localização facilita diagnóstico. - Quadros avançados devem-se a negligência, ignorância ou profissionais/sistema de saúde. - Lesão inicial: crosta, ulceração superficial, em áreas com lesão prévia com leucoplasia ou lesão solar. - Mais avançados: exofíticas, verrucosas e ulceradas. - Biópsia em todas. · EXAMES AUXILIARES: - TC e RX. RX panorâmico para avaliação de invasão do nervo alveolar inferior. Tumores pequenos não necessitam de exames de imagem. · FATORES PROGNÓSTICOS: - Tamanho tumoral, diferenciação, espessura, invasão perineural, vascular, muscular. · ESTADIAMENTO: - TMN/AJCC. · TRATAMENTO: - Ressecção cirúrgica: Lesão ressecável. Pacientes com condições clínicas. - Esvaziamento cervical (eletivo/terapêutico): Níveis I-III (eletivo). Radical modificado (níveis I-V) - terapêutico. - Tratamento adjuvante: Lesões iniciais e sem agravantes: não é necessário. QT + RDT ou RDT isolada. RDT: doença localizada. QT + RDT: doença disseminada. · PROGNÓSTICO: - Em geral bons indices de cura. - Sobrevida livre de doença em 5 anos: T1 > 90%. T2 47 a 83%. T3-4 30 a 70%. · OROFARINGE: - 92887 novos casos no mundo e 5308 novos casos no brasil em 2020. · FATORES DE RISCO: - Tabagismo e etilismo. - Infecção por HPV: Aumento nos últimos anos. Indivíduos brancos, condição socioeconômica mais alta, 20-44 anos. Pacientes HPV+ tem melhor prognóstico. - Histórico familiar. - Má higiene oral e traumas. · QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO: - Odinofagia. - Sensação de corpo estranho, disfagia. - Trismo, perda ponderal. - Metástase linfonodal. - História, exame físico (oroscopia, palpação, pescoço). - Biópsia. - Pesquisa de p16 (método indireto para pesquisa do HPV). · ESTADIAMENTO: - AJCC/TNM. - Visa avaliar extensão do tumor primário, existência de metástases e tumores sincrônicos. - TC de face, pescoço, tórax, EDA e NFL. · TRATAMENTO: - Cirúrgico - bucofaringectomias: Per os. Cheek flap inferior. Transmandibulares. Faringotomia. Pull through. Commando. Laringectomia horizontal supraglótica. - Glossectomias estendidas. - Esvaziamento cervical (eletivo/terapêutico): Níveis I-III (eletivo) Radical modificado (I-V) - terapêutico. - Reconstrução do defeito cirúrgico: Retalho com músculo peitoral maior. Supraclavicuar. Galeotemporal. Trapezial infeior. - Tratamento adjuvante: Pode não ser necessário. RDT isolada ou QRDT. - Tratamento não cirúrgico: Lesões iniciais T1-2 – RDT exclusiva. QRDT. · HIPOFARINGE: - Corresponde a 4% de todos os tumores de CCP. - 6% das malignidades do trato aero digestivo superior. - CEC 95% dos casos. - Alta taxa de mortalidade. - Apresentação tardia por comportamento silencioso. - Primeira manifestação - metástase linfonodal em 60-80% dos casos. - Disseminação submucosa. - 75% dos pacientes se apresentam com doença avançada estádio III-IV. · EPIDEMIOLOGIA: - Cerca de 2500 novos casos/ano nos EUA. - 2756 novos casos e 720 mortes no Brasil e 84254 novos casos e 38599 mortes no mundo em 2020. - Incidência 6°-7° décadas. - Álcool e tabaco principais fatores de risco. - 5:1 em homens. · COMPORTAMENTO CLÍNICO: - 65-86% acometem seio piriforme, 10-20% parede posterior e 5-15% pós cricóide. - Agressivos, disseminação local difusa, metástase precoce e taxa elevada de disseminação a distância. - Mais de 50% apresentam metástase linfonodal na primeira avaliação. - Disfagia, odinofagia, disfonia, sialorreia, perda ponderal. · EXAMES COMPLEMENTARES: - EDA. - Laringoscopia/NFL. - TC pescoço, tórax. · ESTADIAMENTO: - Visa avaliar extensão do tumor primário, existência de metástases e tumores sincrônicos. RNM é melhor para avaliar o TU. · TRATAMENTO: - Cirurgia seguida de RDT: Esvaziamento cervical eletivo/terapêutico: níveis II-I eletivo e radical modificado I-IV terapêutico. - QQRDT ou RDT isolada. - Ressecção. - Reconstrução. São CAs menos invasivos que dificilmente necessita de ressecção cirúrgica pela localização anatômica - mais fácil fazer QT e RDT. Não necessita de margem de 1cm, pode ser menor. O esvaziamento cervical é eletivo em lesões menores. · PROGNÓSTICO: - Sobrevida média de 40%. - Óbito: recidiva loco regional e metástase a distância. · LARINGE: - Função esfincteriana e fonação. - 3 cartilagens ímpares (epiglote, tireoide e cricoide). - 3 cartilagens pares (aritenoides, cuneiformes e corniculadas). - Osso hioide – sustentação. - Camadas da prega vocal: Mucosa. Lâmina própria superficial (espaço de Reinke). Lâmina própria média e profunda. Músculo vocal. - Espaço pré epiglótico e paraglótico. - Músculos da laringe: Extrínsecos e intrínsecos. - Drenagem linfática.- Inervação. · EPIDEMIOLOGIA: - 177422 novos casos no mundo e 7995 novos casos no Brasil em 2020. - 25% dos tumores em CCP e 2% das neoplasias malignas. - 90% CEC. · FATORES DE RISCO: - Tabagismo. - Masculino. - 6-7 década de vida. - HPV. - Pré-disposição genética. - RDT prévia. · QUADRO CLÍNICO: - Supra glóticos, glótico e infra-glóticos. - Lesão vegetante, ulcero vegetante ou infiltrante. - 2/3 acomete o andar glótico e 1/3 supra glote e infra glote raro. · ESTADIAMENTO: - AJCC/TNM. - Visa avaliar extensão do tumor primário, existência de metástases e tumores sincrônicos. - NFL/Laringoscopia direta. - TC pescoço e tórax. - EDA. - RNM. · TRATAMENTO: - Tumores glóticos precoces (até T2): RDT ou ressecção cirúrgica tem resultado semelhante com taxas de controle local em torno de controle local 80-90% em 5 anos. - Supra-glóticos (até T2): Ressecção cirúrgica ou RDT ou combinação. Tem taxas semelhans de sobrevida. - Tumores avançados (>T3): QRDT/Laringectomia parcial/Laringectomia total. Sobrevida global 75% em 2 anos e 55% em 5 anos. - Esvaziamento cervical: Níveis II-IV (+VI – infra-glóticos) - eletivo. Radical modificado I-IV - terapêutico. · PROGNÓSTICO: · REABILITAÇÃO PÓS LARINGECTOMIA TOTAL: - Voz esofágica. - Laringe mecânica. - Prótese fonatória. · PRIMÁRIO OCULTO: - Caracterizado como qualquer linfonodo ou conglomerado linfonodal cuja análise patológica aponte carcinoma epidermóide. Na maioria dos casos não encontra o foco primário. - Exclui linfonodos da região supraclavicular. - Corresponde de 1-3% dos carcinomas dessa região. - Maioria primário localizado na orofaringe (34% amigdala e 39% base da língua). · AVALIAÇÃO INICIAL: - Diagnóstico de exclusão com eliminação de cada sítio provável originário da doença. Linfonodo parótida: pele, nasofaringe. Linfonodo jugulocarotídeo: faringe e laringe. Linfonodo V: nasofaringe. · O QUE PESQUISAR NA HISTÓRIA: - Cirurgias, ressecções e lesões de pele. - Disfagia, odinofagia, sangramento, halitose, disfonia, otalgia. - Exames realizados previamente. - Profissão do paciente, exposição solar. - Tabagismo, etilismo. - Hábitos sexuais e pesquisas de DSTs. · O QUE AVALIAR NO EXAME FÍSICO: - Avaliar a metástase, principalmente quanto a localização. - Avaliar a pele, presença de lesões, cicatrizes de ressecções prévias. - Exame completo da cavidade oral e faringe com visualização e palpação. - NFL. · EXAMES COMPLEMENTARES: - USG, TC, RNM, PET-CT. - Biópsias aleatórias de orofaringe. São controversas. - PAAF. Se paciente chega sem diagnóstico de metástase deve fazer PAAF. - Pesquisa de p16 e EBV. EBV é relacionado com tumor de nasofaringe. Lesão cística: orofaringe – HPV, nasofaringe – EBV ou tireoide. Pode pesquisar tireoglobulina. PET-CT: ajuda na descoberta do foco primário. · TRATAMENTO: - Visa controlar a metástase e impedir o desenvolvimento do foco primário. - Esvaziamento cervical seguido de RDT ou QRDT. - QRDT como tratamento definitivo. QT antes e depois operação. Se não achar foco primário: RT de base do crânio a fúrcula esternal.
Compartilhar