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MÓDULO 1 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 2 CRÉDITOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM INFORMATICA EM SAUDE-PPGINFOS COMITÊ GESTOR DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM Reitor:Ubaldo Cesar Balthazar Vice-Reitora: Alacoque Lorenzini Erdmann SEAD: Luciano Patrício Souza de Castro Diretor: Celso Spada Vice-Diretor: Fabricio de Souza Neves Coordenadora: Grace T M Dal Sasso Vicecoordenadora: Sayonara de Fátima Faria Barbosa Coordenadora Geral do Projeto e do Curso de Atualização: Grace T M Dal Sasso Vice-Coordenadora Geral do Projeto e do Curso de Atualização: Sayonara de Fátima Faria Barbosa Coordenadoras de Tutoria e Monitoria: Ana Graziela Alvarez e Camila Rosália Antunes Baccin Representante Cofen: Aline Cristina Alves Chefe do Departamento: Katia Cilene Godinho Bertoncello Subchefe do Departamento: Silvana Silveira Kempfer Coordenação Felipa: Rafaela Amadigi Vice-Coordenação: Rosani Ramos Machado Presidente: Manoel Carlos Neri da Silva AUTORES DE CONTEÚDO GIATE/LAPETEC/UFSC:GRUPO DE PESQUISA CLÍNICA, TECNOLOGIAS E INFORMATICA EM SAÚDE E ENFERMAGEM E LABORATÓRIO DE PRODUÇAO TEC- NOLÓGICA EM SAÚDE E ENFERMAGEM Adriano da Silva Acosta Ana Graziela Alvarez Camila Santos Pires Lima Cássia Mitsuko Saito Charles Alberto Teixeira Filho Clarice da Luz Koerich 3 EQUIPE DE APOIO EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL Secretaria: Ana Lúcia Vieira Fontanella.e.Giórgio de Jesus da Paixão Financeiro: Claudia Crespi Garcia Tecnologia da Informação e Comunicação (SETIC-UFSC): Alexandre Gava Menezes André Fabiano Dyck Bruno Amattos Guilherme Arthur Geronimo, Gustavo Tonini, José Norberto Roberto Silvino Coordenação de Design Gráfico: Paulo Otávio Coimbra Equipe Design Gráfico: Rodolpho Severino Malvestiti Musa Santos Gislainne Alves de Oliveira Laís Tomaselli Krause Ana Júlia Lichtblau Bernardini Thais Alves Ferreira Costa Ilustrações: Rodrigo Torri Vieira Coordenadora do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle®: Andreia Mara Fiala Coordenadora de Design Instrucional: Cintia Costa Macedo Equipe Design Instrucional: Clarissa Venturieri Dirce Meri de Rossi Garcia Rafaelli Luiz Filipi Schveitzer Marina Siqueira Drey Rafael Araújo Saldanha Roberta Madruga da Silva Daniela Couto Carvalho Barra, Elisiane Lorenzini Elizimara Ferreira Siqueira Fernanda Paese Grace T M Dal Sasso Graciela Mendonça da Silva de Medeiros. Graziele Telles Vieira Janeide Freitas de Mello Neide da Silva Knihs Sabrina Regina Martins Saulo Fábio Ramos Sayonara de Fátima Faria Barbosa Taise Costa Ribeiro Klein Autor de Conteúdo extra: Veridiana Tavares Costa – Diretoria de Atenção Primária à Saúde – Núcleo de Condições Crônicas 4 Programador: Renan Pinho Assis Produção de Vídeo: Dilney Carvalho Editor: Cledison Marques Operador de câmera: Eduardo Amorim, Revisor de textos: Fábio Bianchini Apresentadora: Dominique Cabral Caro aluno, Inicialmente, desejamos parabenizá-lo por fazer o Curso de medi- das de biossegurança atualizadas para enfrentamento da Covid-19 – nível superior e médio. Sua participação é fundamental neste momento, demonstrando seu compromisso com a atualização e o crescimento profissional, mas, sobretudo com o cuidado das pessoas com suspeita ou confirmadas de Covid-19. Este módu- lo é composto por quatro unidades: A pandemia de Covid-19 no mundo e no Brasil e as Normas regulamentadoras do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Conselho Federal de En- fermagem (Cofen), e outras entidades de classe na abordagem do Covid-19; Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem e Riscos ocupacionais para a equipe de enferma- gem; Diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras clíni- cas de pessoas ou suspeitas da Covid 2019 (Covid-19); e Diretrizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada das máscaras faciais/respirador particulado N95 e equivalentes em ambientes de assistência hospitalar. Assim, convidamos você para participar desta iniciativa, traçando um novo caminho no processo de aprendizagem para a prestação de um cuidado de Enfermagem cada vez mais seguro e de qualidade. Objetivo Carga horária: 40 horas Capacitar profissionais de enfermagem sobre as medidas de biosse- gurança que devem ser implementadas no atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19. Ao final deste curso você deverá ser capaz de conhecer e aplicar na prática as medidas de biossegurança com foco na Covid-19. Carta ao leitor Olá, cursista! Bem-vindo(a) ao primeiro módulo do curso Medidas de biossegurança atualizadas para enfrentamento da Covid-19 – nível superior e médio. Neste módulo você terá a oportunidade de conhecer um breve histórico sobre o panorama mundial e do Brasil sobre a Covid-19, como também compreender as bases de biossegurança no cuida- do do paciente com a Covid-19, no que diz respeito ao controle da infecção, biossegurança em saúde e enfermagem, riscos ocu- pacionais, coleta, manuseio e teste de amostras, e também como proceder sobre o uso prolongado dos respiradores. Por sabermos que essa doença está em constante pesquisa e atualização e que a cada momento surgem novas informações, é importante ressaltar que mesmo ao longo dos estudos deste cur- so você deve ficar atento ao que surgir de novo sobre o assunto. APRESENTAÇÃO Estrutura do Módulo Para este módulo inicial organizamos as unidades com os assun- tos a seguir: Unidade 1.1 – A pandemia de Covid-19 no mundo e no Brasil e as Normas Regulamentadoras do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19. Unidade 1.2 – Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem e riscos ocupacionais para a equipe de en- fermagem. Unidade 1.3 – Diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras clínicas de pessoas ou suspeitas da Covid-19. Unidade 1.4 – Diretrizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada das máscaras faciais/respirador particulado N95 e equivalentes em ambiente de assistência hospitalar. SUMÁRIO Módulo 1: Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 14 22 34 07 UNIDADE 1.1 – A pandemia de Covid-19 no mundo e no Bra- sil e as normas regulamentadores do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Or- ganização Mundial de Saúde (OMS), do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19. UNIDADE 1.2 – Bases de controle de infecção, biossegu- rança em saúde e enfermagem e riscos ocupacionais para a equipe de enfermagem. UNIDADE 1.3 – Diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras clínicas de pessoas ou suspeitas da Covid-19. UNIDADE 1.4 – Diretrizes recomendadas para uso prolonga- do e reutilização limitada das máscaras faciais/respirador particulado N95 e equivalentes em ambiente de assistência hospitalar. 8 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 UNIDADE 1.1 – A pandemia de Covid-19 no mundo e no Brasil e as Normas Regulamentadoras do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19 Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os efeitos da Pandemia Covid-19 no cenário mundial, bem como reconhecer e aplicar as recomendações para o enfrentamento da doença nos serviços de saúde. Em 31 de dezembro, o escritório da OMS na China recebeu alerta epidemiológico sobre casos de uma pneumoniacom causa des- conhecida na cidade de Wuhan, na província de Hubei. Em 07 de janeiro de 2020, pesquisadores chineses isolaram uma cepa SARS- -COV-2 da família coronavírus, que ainda não havia sido detectada em humanos. Em 11 de fevereiro de 2020 esse vírus foi oficialmente denominado Covid-19 (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020). Pesquisadores de Wuhan revelaram que entre 52 pacientes gra- vemente enfermos com infecção por SARS-COV-2, 32 faleceram (61,5%) ao completarem 28 dias do início dos sintomas. A duração mediana da admissão na UTI até a morte foi de sete dias (IQR 3-11) nos não sobreviventes (YANG et al., 2020). Conceitos iniciais, história Figura 1: Enfermos na China. Fonte: Freepik (2020). 9 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Acompanhando a situação vivida na China, o Brasil, no dia 22 de janeiro de 2020, ativou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o novo coronavírus (COE Covid-19). Naquele momento, estava claro que se tratava de um novo vírus com forte capacidade para lotar os leitos das unidades de terapia intensiva. Com base em modelos matemáticos, assim como em outros paí- ses (DU, et al., 2020) foi possível estimar o impacto da doença em cidades como São Paulo. No dia 30 de janeiro de 2020, no Diário Oficial da União, foi publicado o Decreto Nº 10.211, que trata do Grupo Executivo Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. Os Coronavírus (Cov) são vírus de RNA envelopados amplamente distribuídos entre humanos, além de outros mamíferos e aves. São de origem zoonótica, transmitidos de animais para os hu- manos, causando desde resfriado comum a pneumonias graves (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2020). O mundo vivenciou duas epidemias com vírus da família Coronaví- rus. A primeira teve início em 2002 na província de Guangdong, na China, quando foi identificado o SARS-COV. Espalhou-se para 32 países, com 8.422 casos confirmados e 916 vítimas fatais entre novembro de 2002 e agosto de 2003 (PARASHAR et al., 2004). Na segunda epidemia, na Arábia Saudita, o MERS-COV foi identificado em 2012 e denominado como Síndrome Respiratória do Oriente Médio; espalhou-se por vários outros países, incluindo EUA, afe- tou 2.496 pessoas e causou 868 óbitos no período de abril de 2012 a dezembro de 2019 (SU, 2020). Figura 2: Coronavírus. Fonte: Freepik (2020). 10 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Diante do rápido avanço no número de casos no mundo, em 11 de março de 2020, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em reunião em Genebra, na Suíça, declarou a pandemia diante da existência de mais de 118 mil casos, em 114 países e 4,2 mil óbitos por Covid-19. Pandemia Refere-se à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de Covid-19 em vários países e regiões do mundo (OPAS/OMS, 2020). A Covid-19 no Brasil Normas regulamentadoras na abordagem da Covid-19 No Brasil, o primeiro caso de Covid-19 foi notificado no dia 26 de fevereiro de 2020. Ao retornar de uma viagem da China para São Paulo, um paciente foi imediatamente internado em um hospital privado após apresentar os sintomas. A partir dessa data, a vigi- lância entre as autoridades sanitárias foi intensificada, pois a dis- seminação do vírus SARS-COV-2 só aumentaria. Sua capacidade de contágio (R0) é de 2,74, o que significa dizer que cada pessoa doente contagia em média mais de duas pessoas. Comparativamente a outras pandemias, como H1N1 (2009) e a gri- pe espanhola (1918), o R0 do Covid-19 se mostra superior. Por esse motivo o país avançou rapidamente para a transmissão comunitá- ria (PARK SE, 2020). No dia 20 de março de 2020 foi publicado o Decreto legislativo nº 6, que reconheceu o estado de calamidade pública no país. Desde en- tão, o número de casos e óbitos notificados pelo Covid-19 aumen- tam diariamente. Até 29 de abril de 2020, foram notificados 71.886 casos e 5.017 óbitos, o que confere uma taxa de letalidade de 7,0%. Clique nesse link e verifique a situação da pandemia Covid-19 no mundo. Agora, clique nesse link para informações sobre a pandemia no Brasil. Aprofunde Declarada a pandemia, o mundo todo se mobilizou em busca da cura – até o momento inexistente para esse terrível mal. Instituições inter- nacionais, governamentais e associações de classe têm se empenha- do incansavelmente na divulgação de notas e recomendações para reduzir o risco de transmissão do vírus entre os profissionais de saúde. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) encara a batalha contra o Covid-19 apoiando tecnicamente seus profissionais, na certeza de que com o acesso e uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), aumentam-se as chances desses profissionais estarem protegidos no exercício de suas funções. https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 https://covid.saude.gov.br/ 11 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Veja as recomendações do Cofen sobre o uso de EPIs em áreas críticas nesse link. Aprofunde A contaminação entre os profissionais de enfermagem é preocu- pante. Dados do Comitê Gestor de Crises (CGC/Cofen) alertam para ocorrência de 995 casos e 41 óbitos até 21 de abril de 2020; sendo 28 já confirmados por Covid-19 e 13 suspeitos. No dia 28 de abril, uma semana depois, o número de contaminados passou para 1.750 casos e 50 óbitos confirmados para Covid-19. A taxa de letalidade passou de 2,81% para 2,86%. A partir da gravidade da situação, as entidades de saúde: OMS, MS, Anvisa, Cofen e demais entidades de classe regulamentaram ações preventivas com recomendações para identificar as deman- das que surgiam da pandemia Covid-19. Confira a seguir algumas ações, normas e recomendações disponíveis até o momento. Figura 3: Recomendações preventivas. Fonte: OMS, MS, Anvisa, Cofen (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Apoiar e estimular a adesão de medidas institucionais e governamentais de prevenção e controle para o Covid-19 (Ministério da Saúde, Anvisa, Secretaria da Saúde). Estimular a equipe de enfermagem e manter-se atualizado sobre o cenário global e nacional da infecção pela Covid-19 por meio de fontes oficiais. Orientar, apoiar e seguir o uso, remoção e descarte de EPIs de acordo com o protocolo de manejo clínico da Anvisa para a infecção por Covid-19. Evitar exposições desnecessária entre pacientes, profissionais e visitantes dos serviços de saúde. Reforçar a importância da comunicação e notificação imediatas de casos suspeitos para infecção humana por Covid-19. Higienizar as mãos antes e depois do contato com pacientes ou material suspeito e antes de colocar e remover os EPIs. Realizar a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies tocados frequentemente por pacientes e equipes assistenciais. Ações preventivas: serviços e profissionais da saúde A seguir veremos algumas recomendações importantes da Anvisa. http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/05/NOTA_TECNICA-COFEN.pdf 12 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Etiqueta da respiração: ao espirrar ou tossir, use o antebraço ou ombro como barreira de distribuição das gotículas de sua respiração. 1 Aos casos suspeitos ou confirmados, ofereça a pacientes e acompanhantes máscara cirúrgica e oriente-os a usar lenços de papel (em casos de tosse, espirros, secreção nasal). 2 Indique a frequente higiene das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70%. 3 Utilize os EPIs (óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica ou máscara N95/PFF2) durante procedimentos geradores de aerossóis, avental, luvas de procedimento e gorro. 4 Instrua o isolamento domiciliarou hospitalar dos casos sintomáticos por até 14 dias. 5 Estimule a prescrição de medicações de uso contínuo com validade ampliada, justamente para reduzir circulação de pessoas nos ambientes de saúde. 6 Reforce a higienização e limpeza das superfícies de contato (piso, maçaneta, corrimão banheiros, bancadas) com álcool na concentração 70% ou solução sanitária. 7 Realize a higiene das mãos frequente com água e sabo- nete líquido ou preparação alcoólica a 70%. 8 Etiqueta da respiração: ao espirrar ou tossir, use o antebraço ou ombro como barreira de distribuição das gotículas de sua respiração. 1 Aos casos suspeitos ou confirmados, ofereça a pacientes e acompanhantes máscara cirúrgica e oriente-os a usar lenços de papel (em casos de tosse, espirros, secreção nasal). 2 Indique a frequente higiene das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70%. 3 Utilize os EPIs (óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica ou máscara N95/PFF2, avental, luvas de procedimento e gorro) durante procedimentos geradores de aerossóis. 4 Instrua o isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos sintomáticos por até 14 dias. 5 Estimule a prescrição de medicações de uso contínuo com validade ampliada, justamente para reduzir circulação de pessoas nos ambientes de saúde. 6 Reforce a higienização e limpeza das superfícies de contato (piso, maçaneta, corrimão banheiros, bancadas) com álcool na concentração 70% ou solução sanitária. 7 Realize a higiene das mãos frequente com água e sabo- nete líquido ou preparação alcoólica a 70%. 8 Figura 4: Recomendações preventivas. Fonte: Anvisa, adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Realidades de recursos limitados (estrutura, equipamentos e ou- tros) e intensas jornadas de trabalho pelo aumento da demanda de pacientes suspeitos ou contaminados pela Covid-19 expõem diariamente os profissionais da enfermagem ao risco iminente de contágio (CONFEN, 2020). Assim, destacamos recomendações bá- sicas de controle a serem adotadas nos serviços de saúde, confira: Recomendações da Anvisa para serviços de saúde da chegada à assistência 13 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Siga, indique e reforce essas recomendações de controle, pois, mesmo básicas, são importantes para a diminuição do risco de contágio da doença. Após conhecermos as recomendações da Anvisa, confira agora as recomendações do Cofen sobre os adornos necessários aos pro- fissionais de enfermagem. Em tempos de pandemia, o Cofen orienta os profissionais a seguir as recomendações da Norma Regulamentadora 32 (NR32), que de- termina a proibição do uso de adornos para proteger o profissional dos riscos de contaminação com materiais biológicos e depósito de micro-organismos nos objetos. São adornos: alianças, anéis, pulsei- ras, relógios, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. A seguir, confira as recomenda- ções do Cofen a respeito dos cuidados pessoais e uso de objetos: Clique nesse link para acessar a nota técnica sobre as medidas que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados pelo novo coronavírus (SARS-COV-2). Aprofunde Recomendações do Cofen sobre o uso de adornos Figura 5: Adornos e cuidados pessoais. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Etapa 1 #Ser Enfermeiro é ser Especial Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas do Bonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Baraba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higieniza- dos. Cordões ou correntes utiliza- das nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas do Bonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Baraba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higieniza- dos. Cordões ou correntes utiliza- das nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas do Bonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Baraba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higienizados. Cordões ou correntes utilizadas nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas do Bonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Barba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higienizados. Cordões ou correntes utilizadas nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas do Bonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Baraba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higienizados. Cordões ou correntes utilizadas nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Adornos o uso de anéis, pulseiras, relógios, fitinhas doBonfim, brincos, broches, gravatas, lenços, cachecóis, crachás etc., dificultam a higiene e facilitam a transmissão de agentes infecciosos. Cabelos prender os fios no caso de cabelos longos. Usar toucas apropriadas no caso de contato com pacientes com suspeita de Covid-19. Baraba e pelos faciais como são zonas de contato com a máscara podem comprometer a vedação e proteção. O ideal é que se retire ou apare para maior segurança. Óculos devem ser regularmente higienizados. Cordões ou correntes utilizadas nos óculos devem ser vedados para aqueles trabalhadores expostos a riscos biológicos. Unhas devem ser curtas e limpas. Se utilizar esmalte optar pelo claro para possibili- tar higienização adequada. Sapatos devem ser fechados, confortáveis e com solado de borracha para evitar escorregões e barulho. Lembre o porquê de evitar o uso de alguns adornos e pratique ações positivas de cuidados pessoais como as recém sugeridas. Assim ajudamos a criar um ambiente mais seguro e protegido. http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28 14 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Alerta ao profissional que atua na obstetrícia O número de óbitos em gestantes e puerpéras tem despertado aten- ção de pesquisadores brasileiros. Diferente de outros estudos publi- cados, o comportamento do vírus nesse grupo de mulheres tem se mostrado mais agressivo (ZAIGHAN et al., 2020; BRESLIN et al., 2020). Por isso é importante destacar as notas técnicas produzidas pelo Ministério da Saúde para a atenção às gestantes e puérperas, pois elas passaram a compor o grupo de risco. Reforçamos a relevância dessa informação considerando o número de enfermeiras obste- tras que atuam na linha de frente para atenção a essas mulheres. Vale destacar a alta prevalência da doença Covid-19 identificada em gestantes assintomáticas em Nova York, como mostrou o re- cente estudo publicado por pesquisadores da Universidade Co- lumbia (SUTTON, 2020). A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgou re- comendações para a abordagem da Covid-19 em medicina intensi- va. Já o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), em parceria com a Or- ganização Pan-Americana da Saúde (OPAS), disponibilizou diver- sos vídeos para qualificar os profissionais de saúde que enfrentam diariamente a pandemia Covid-19. Fechamento Nesta unidade pudemos conferir informações sobre a origem e disseminação da Covid-19, além dos efeitos da pandemia no ce- nário mundial. Conferimos as recomendações para atuação segura da enfermagem e serviços de saúde. Como vimos, essa é uma crise mundial de grandes proporções, ocasionada por um vírus que consome os recursos de saúde, lota leitos de UTI, de emergência e desafia a ciência em busca de uma cura. É nesse cenário de incertezas que os profissionais de enfer- magem atuam diuturnamente, alguns se contaminando e necessi- tando de cuidados intensivos e, no pior cenário, lamentavelmente, evoluem para o pior desfecho. Deixamos aqui um apelo: proteja-se e mantenha-se informado. Seu bem maior é a vida! Para mais informações sobre os riscos às gestantes e puérperas diante do Covid-19, clique nesse link e leia a nota técnica publicada por órgãos oficiais. Confira os protocolos disponibilizados pela AMIB nesse link e consulte o canal da SGTES acessando esse outro link. Aprofunde Aprofunde https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/SEI_MS-0014496630-Nota-T%C3%A9cnica-4_18.04.2020.pdf https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/abril/13/Recomendaco__es_AMIB-atual-12.04.pdf https://www.youtube.com/channel/UC4fdb3xMszwY3P25zCuMR_A 14 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 UNIDADE 1.2 - Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem e riscos ocupacionais para a equipe de enfermagem Nesta unidade você vai conhecer as medidas de biossegurança recomendadas para proteção necessária aos profissionais de en- fermagem durante a assistência a pacientes com a Covid-19. Introdução Estudos sugerem que a transmissão pessoa a pessoa do novo co- ronavírus (SARS-CoV-2) ocorre por meio de gotículas respiratórias (fala, tosse ou espirro) e ainda, pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas (BRASIL, 2020). Devido à facilidade de contaminação e possibilidade de efeitos graves da doença, medidas de biossegurança necessitam ser im- plementadas aos profissionais de saúde, tanto dos que prestam assistência direta ao paciente, quanto das equipes de apoio, entre outros (BRASIL, 2020). Conceitos iniciais As medidas de biossegurança devem iniciar antes da chegada do paciente ao serviço de saúde, no atendimento pré-hospitalar mó- vel de urgência e transporte interinstitucional de casos suspeitos ou confirmados e durante toda a assistência prestada (BRASIL, 2020). Conheça a seguir os conceitos referentes às medidas de prevenção e controle presentes nos serviços de saúde. 15 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Biossegurança - conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente (BRASIL, 2013). Avaliação de risco de agentes biológicos - reconhecimento, identificação e probabilidade do dano decorrente dos agentes, estabelecendo sua classificação de risco (classes de 1 a 4, do menor ao maior risco), permitindo a adoção de medidas de biossegurança de procedimentos, infraestrutura e qualificação profissional (BRASIL, 2017). Classe de Risco 3 - agente biológico de alto risco individual e moderado risco para a comunidade, incluindo agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão (BRASIL, 2017). Figura 6: Medidas de prevenção e controle nos serviços de saúde. Fonte: Brasil (2013, 2017), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). O conhecimento sobre as medidas de prevenção e controle de infecção implementadas nos serviços de saúde, tem a função de evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos du- rante qualquer assistência à saúde realizada. Implementação de medidas de biossegurança O novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode ser enquadrado como agente biológico classe de risco 3, isto é, alto risco individual e moderado risco para a comunidade (BRASIL, 2020). Considerando isto, é fundamental a implementação de medidas de prevenção e controle por parte da equipe de enfermagem para o atendimento de casos suspeitos ou confirmados, conforme ve- remos a seguir. Atendimento de casos suspeitos ou confirmados Para os profissionais e equipe de apoio é recomendado realizar a higiene das mãos frequente com água e sabonete líquido ou pre- paração alcoólica a 70% e utilizar os EPI’s (óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica ou máscara N95/PFF2, durante procedimentos geradores de aerossóis, avental, luvas de procedi- mento e gorro). Classe de risco 3 Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial por via respiratória, e que causam doenças potencialmente letais. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa (BRASIL, 2017). 16 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Os profissionais de saúde e equipes de apoio devem evitar o uso de EPI’s fora da área de assistência aos pacientes, exceto a máscara ci- rúrgica. Os EPIs devem ser imediatamente removidos após a saída do quarto, enfermaria ou área de isolamento (BRASIL, 2020,p.10). Outra medida importante para o controle é reforçar a equipe de apoio da necessidade de intensificação da limpeza e desinfecção de objetos e superfícies, principalmente aquelas mais tocadas, como maçanetas, interruptores de luz, corrimões e botões dos ele- vadores, mantendo os ambientes ventilados (se possível, com as janelas abertas). Bem como, eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados por pacientes como canetas, pranchetas e telefo- nes, realizando sempre a limpeza e desinfecção destes após o uso. Atendimento aos pacientes e acompanhantes É indicado o uso da máscara cirúrgica, lenços de papel (para tosse, espirros, secreção nasal), além da higienização das mãos frequen- temente com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70%. Caso o indivíduo não tolere o uso da máscara devido à secre- ção excessiva ou falta de ar, deve-se orientá-lo a realizar a higiene respiratória, ou seja, etiqueta da tosse (cobrir a boca e nariz ao tos- sir ou espirrar com papel descartável) e realizar a higiene das mãos com água e sabonete líquido ou álcool gel 70%, imediatamente. ALERTA DO PROFISSIONAL Deve-se providenciar o rápido isolamento de pacientes com sintomas de infecção respiratória, em área exclusiva dentro da unidade ou em estrutura auxiliar externa (tendas, barra- cas, containers e similares), garantindo que não fiquem es- perando atendimento entre os outros pacientes. ! A sala de espera deve ser um espaço separado e bem ventilado que permita que os pacientes sintomáticos, em espera, fiquem afastados e com fácil acesso a suprimentos de higiene respira- tória e das mãos, permanecendo nessa área até a consulta ou internação. Devem ser providenciados lenços descartáveis para 17 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 higiene nasal, lixeira com tampa e abertura sem contato manual com acionamento por pedal, dispensadores com preparações al- coólicas para a higiene das mãos (sob as formas gel ou solução a 70%) ou lavatórios ou pias com dispensador de sabonete líquido e suporte para papel toalha. Atendimento de pacientes durante o transporte Durante o transporte de pacientes é importante melhorar a venti- lação do veículo, aumentar a troca de ar, limpar e desinfetar todas as superfícies internas após o transporte. Na chegada ao serviço de saúde, antes do registro, questionar o paciente e o acompa- nhante sobre a presença de sintomas de infecção respiratória, como febre, tosse, coriza ou dificuldade para respirar. Organização da equipe de enfermagem Para organizar a equipe no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, o Cofen (2020) recomenda a criação de escala de profissionais de saúde (nível superior e/ou médio), para identifica- ção de pessoas com sintomas respiratórios e integrar a equipe de resposta rápida para a chegada de casos de pessoas com sinto- mas respiratórios. As escalas de atendimento aos pacientes devem ter revezamento semanal das equipes de enfermagem, e os profissionais com 60 anos ou mais, gestantes ou lactantes, e portadores de doenças crônicas ou imunossuprimidos não devem ser designados para es- tas funções (COFEN, 2020). Conheça a seguir as medidas recomendadas de biossegurança, adotadas durante o serviço a assistência dos pacientes suspeitos e confirmados pelo Covid-19. Equipe de resposta rápida Composta por equipe multiprofissional que visa garantir o atendimento de maneira correta e segura. Não poderá faltar: agentes administrativos, recepcionistas ou agentes comunitários de saúde, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. 18 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Higienização das mãos Óculos e Máscara Luvas e Avental Caixa perfurocortante Use luvas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas. Calce-as imediatamente antes do contato com o paciente e retire-as após o uso, higienizando as mãos em seguida. Higienização das mãos: lave com água e sabonete ou friccione as mãos com álcool a 70% (se as mãos não estiverem sujas) antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções. Descarte, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las. Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfície corporais. Precauções Padrão Devem ser seguidas para TODOS OS PACIENTES, independente da suspeita ou não de infecções Figura 7: Precauções padrão. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Após ver cada uma das precauções padrão para os serviços de saúde, apresentaremos as precauções de contato indicadas pela Anvisa que são extremamente importantes na rotina do profissional. Precauções a serem adotadas durante a assistência Devido a transmissão do novo coronavírus por meio de gotículas e pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio de objetos ou superfícies contaminadas, o profissional deverá es- tar atento a cada procedimento adotado. Nesse sentido, as precauções devem ser conhecidas e implemen- tadas nos ambientes de assistência à saúde e adotadas em todos os atendimentos, como: precaução padrão, de contato, para gotí- culas e para aerossóis (BRASIL, 2020). Apresentaremos primeiramente as precauções padrão, veja a seguir. 19 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Use luvas e avental durante toda a manipulação do paciente, de cateteres e sondas, do circuito do equipamento ventilatório e de outras superfícies ao leito. Coloque-os imediatamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. Indicações: infecção ou colonização por microrganismo multirresistente, varicela, infecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido, etc. Equipamentos como termômetros, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente. Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre os leitos deve ser de um metro. Higienização das mãos Luvas Avental Quarto privativo Precauções de Contato Figura 8: Precauções de contato. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 9: Precauções para gotículas Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A distância mínima entre dois leitos de ser de um metro. Indicações: meningites bacterianas coqueluche, difteria, caxumba, influenza, rubéola, etc. O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda a sua permanência fora do quarto. Higienização das mãos Máscara Cirúrgica (profissional) Máscara Cirúrgica (paciente durante o transporte) Quarto privativo Precauções para Gotículas Vejamos agora as precauções para gotículas indicadas pela Anvisa. 20 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Finalizando as indicações preconizadas pela Anvisa, veremos ago- ra as indicadas para aerossóis. Acompanhe. Mantenha a porta SEMPRE fechada e coloque a máscara PFF2 ou N95 antes de entrar no quarto. Precaução padrão: higienize as mãos antes e após o contato com o paciente, use óculos, máscara cirúrgica e/ou avental quando houver risco de contato de sangue e secreções, descarte adequadamente os perfurocortantes. Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. Pacientes com suspeita de tuberculose resistenteao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros pacientes com tuberculose. O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário, o paciente deverá usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto. Higienização das mãos Máscara PFF2 (N-95) (profissional) Máscara Cirúrgica (paciente durante o transporte) Quarto privativo Precauções Aérossóis Figura 10: Precaução para aerossóis. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Estes procedimentos auxiliam a evitar a contaminação, já que as gotículas têm tamanho maior que 5 µm, podendo atingir a via res- piratória alta. Por isso, siga todos os procedimentos para proteção. Já os aerossóis, que são partículas menores que as gotículas, per- manecem suspensos no ar por longos períodos de tempo e podem penetrar mais profundamente no trato respiratório quando inalados. Lembrando que alguns procedimentos realizados em pacientes podem gerar aerossóis, oferecendo maior risco aos profissionais, quando em atendimentos como: intubação e aspiração traqueal, ventilação mecânica não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coleta de amostras nasotra- queais e broncoscopias (BRASIL, 2020). Por isso, siga todos os procedimentos para proteção, conhecendo mais sobre gotículas e aerossóis, no Portal da Anvisa, atráves desse link. Aprofunde http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28 21 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Isolamento dos pacientes em internação hospitalar Os casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo corona- vírus devem ser isolados, preferencialmente em quarto privativo, com porta fechada e bem ventilado (janelas abertas). Caso não seja possível, deve ser estabelecida a acomodação em coorte, no qual é fundamental que seja mantida a distância mínima de 1 me- tro entre os leitos, restringindo ao máximo o número de acessos à área, inclusive visitantes (BRASIL, 2020). Já os procedimentos que podem gerar aerossóis devem ser reali- zados, preferencialmente, em unidade de isolamento respiratório com pressão negativa e filtro HEPA (High Efficiency Particulate Ar- restance). Esses tem por finalidade eliminar contaminantes bioló- gicos do ar exaurido e devem ser instalados no sistema de exaustão. Sua vida útil varia conforme as características do ar filtrado. Im- portante lembrar que o filtro HEPA não pode ser descartado em qualquer lugar! Na ausência da unidade de isolamento, acomodar o paciente em quarto com portas fechadas e bem ventilado e restringir o número de profissionais de saúde durante estes procedimentos, que de- vem utilizar a máscara de proteção respiratória (N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3). Equipamentos utilizados na assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus devem ser de uso exclusivo, como estetoscópios, esfigmomanômetro e termômetro. Caso não seja possível, todos os equipamentos utilizados nos pa- cientes devem ser limpos e desinfetados imediatamente após o uso. Acomodação em coorte Espaço determinado como uma enfermaria ou área para os pacientes. Conheça os procedimentos e os cuidados para o processo de descontaminação e o encaminhamento ao sistema de incineração, acessando a Nota técnica ações de engenharia em saúde pública para o atendimento de casos de síndrome respiratória aguda grave – SRAG nesse link. Aprofunde No caso de sujidade visível nos equipamentos, removê-la com papel ou tecido absorvente e limpar com água e sabão ou detergente. Em seguida, friccionar com álcool a 70% ou outro desinfetante indicado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da sua instituição. A entrada do quarto, enfermaria ou área de coorte deve perma- necer com as portas fechadas e dispor de sinalização com alerta sobre as medidas de precaução a serem adotadas (padrão, gotí- culas, contato, aerossóis). As precauções e o isolamento devem ser mantidos até que haja in- formações disponíveis sobre a disseminação viral, após melhora clí- http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+t%C3%A9cnica+Funasa/fa511ca4-1eef-41d0-881b-be6488c03ed4 22 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 nica do paciente. Assim, deve ser analisadas caso a caso, de acordo com a presença de sintomas da Covid-19, a data em que os sintomas cessaram, outras condições que exigem precauções específicas (por exemplo, tuberculose), informações laboratoriais, e alternativas ao isolamento hospitalar, como a recuperação segura em casa. A responsabilidade e ações dos serviços de saúde na assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coro- navírus devem ter um serviço de controle dos profissionais que direta ou indiretamente prestam assistência (BRASIL, 2020). Bem como, deve ser elaborado e disponibilizado normas e rotinas dos procedimentos, como: Medidas de segurança Fluxo dos pacientes Limpeza e desinfecção de superfícies Processamento de roupas/artigos e produtos utilizados na assistência Procedimentos de colocação e retirada de EPIs Procedimentos de remoção de roupas/artigos e produtos utilizados na assistência Remoção dos resíduos Figura 11: Normas e rotinas na assistência aos casos suspeitos ou confirmados da Covid-19. Fonte: Brasil (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). A comunicação nos serviços de saúde deve ser efetiva, por meio de mecanismos e rotinas que alertem prontamente as equipes e setor de controle de infecção, epidemiologia, direção do serviço de saúde, saúde ocupacional, laboratório clínico e equipes de profis- sionais que atuam na linha de frente da assistência, sobre os casos suspeitos ou confirmados de infecções pelo novo coronavírus. 23 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados às autoridades de saúde pública, seguindo as orientações publi- cadas periodicamente pelo Ministério da Saúde através da Anvisa. Evitando os riscos ocupacionais para equipe Os cuidados do profissional de saúde ao chegar em sua residência são procedimentos simples e fundamentais que podem protegê- -lo e também a sua família. Siga as recomendações ao chegar em casa após o turno de trabalho. Lave as mãos vigorosamente e imediatamente ao chegar em casa. Retire as suas roupas e sapatos e os acondicione em área de ventilação natural, como por exemplo, na área de serviço. Higienize objetos pessoais, como celular, chaves, bolsas, carteiras. Tome um banho. Lave as mãos vigorosamente e imediatamente ao chegar em casa. Retire as suas roupas e sapatos e os acondicione em área de ventilação natural, como por exemplo, na área de serviço. Higienize objetos pessoais, como celular, chaves, bolsas, carteiras. Tome um banho. Figura 12: Recomendações para proteção do profissional de saúde. Fonte: Zhang (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 13: Cinco momentos para a higiene das mãos. Fonte: Brasil (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). A correta higienização das mãos é um dos cuidados mais seguros para evitar a contaminação. O procedimento correto deve ser segui- do por todos, profissionais, pacientes, acompanhantes e pela so- ciedade em geral. Mas os profissionais de saúde, em especial, de- vem estar atentos aos cinco momentos para a higiene das mãos em serviços de saúde (BRASIL, 2020), conforme visualizamos a seguir. 321 Após risco de exposição a fluidos corporais e remoção das luvas para proteção do profissional e do ambiente. Antes de realizar o procedimento limpo/asséptico para evitar a transmissão do microorganismo das mãos do profissional para o paciente. Antesde entrar em contato com o paciente para proteção do paciente. Após tocar superfícies próximas do paciente para proteção do profissional e do ambiente. Após tocar no paciente e ao sair do ambiente incluindo as superfícies e os objetos próximos do paciente. Cinco momentos para a higiene das mãos 45 24 Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Lembramos que esses momentos são fundamentais para a prote- ção do paciente, do profissional e do ambiente, evitando a trans- missão do microrganismo do paciente a outras pessoas. Importante ressaltar que a resolução da Anvisa (2010), trata da obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país. Aproveitando, verifique os cuidados necessários para uma adequada higienização e informações pertinentes ao tema acessando o Portal da Anvisa nesse link. Aprofunde ALERTA AO PROFISSIONAL Se você apresentar sintomas de Síndrome Gripal, deve ser afastado do trabalho imediatamente (COFEN, 2020). Cada instituição possui uma rotina para encaminhamento e aten- dimento aos profissionais com sintomas do novo coronavírus. Informe-se sobre os procedimentos na sua instituição! ! Fechamento Nesta Unidade você conheceu as medidas de biossegurança ne- cessárias para prevenção e controle ao novo coronavírus, tanto no transporte como nos serviços de saúde e a proteção durante a as- sistência a pacientes com a Covid-19. Além das precauções padrão, também conheceu precauções que devem ser implementadas nos serviços de saúde, como de contato, para gotículas e para aerossóis, em procedimentos com potencial para gerar aerossóis, durante a assistência ao paciente suspeito ou confirmado de Covid-19. No caso de você precisar ser atendido em uma unidade de saúde por suspeita de Covid-19, sempre informe a sua condição de pro- fissional de saúde. E caso esta não seja a instituição em que você trabalhe, lembre-se de avisar também a sua instituição de origem. http://portal.anvisa.gov.br/coronavirus/audiovisual 22 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 UNIDADE 1.3 – Diretrizes para coleta, manuseio e teste de amostras clínicas de pessoas ou suspeitas da Covid-19 Ao final desta unidade de aprendizagem você deverá ser capaz de reconhecer as diretrizes para a coleta, armazenamento e teste de amostras clínicas de pacientes suspeitos de Covid-19. Introdução Conceitos iniciais Em janeiro de 2020, em Wuhan, China, foi identificado o agente etiológico de casos de pneumonia grave, como um novo betacoro- navírus Covid-19 (SARS-CoV-2), distinto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) (HUI; ZUMLA, 2020). Até a presente data, o potencial patogênico e a dinâmica de trans- missão do Covid-19 não estão completamente claros. Diante disso, e a partir do conhecimento de outros vírus semelhantes (SARS-CoV, MERS-CoV), é preciso orientar os profissionais de saúde quanto às práticas recomendadas para o diagnóstico laboratorial do SAR- S-CoV2, incluindo aspectos de coleta de amostras e biossegurança no transporte e manuseio de amostras clínicas que possam conter o SARS-CoV2. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA, 2020). Abaixo apresentaremos os principais conceitos utilizados nesta unidade para a sua compreensão do assunto. Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes rápidos Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma. Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma.Testes rápidos Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Detecta RNA viral Tipo de coleta Testes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringe Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfe ou de vias aéreas inferiores Detecta RNA viral Tipo de coleta Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringeTestes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfe ou de vias aéreas inferiores Figura 14: Tipos de swab estéril. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 23 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 O swab estéril é um instrumento que serve para coletar amostras clínicas, podendo ser encontrado nos modelos: swab estéril com haste de madeira; swab estéril com haste plástica e swab estéril com tubo sem meio. Além destes instrumentos é importante entendermos os tipos de testes sorológicos. Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes rápidos Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma. Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma.Testes rápidos Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Detecta RNA viral Tipo de coleta Testes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringe Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfe ou de vias aéreas inferiores Detecta RNA viral Tipo de coleta Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringeTestes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfe ou de vias aéreas inferiores Figura 15: Tipos de testes rápidos. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Figura 16: Testes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction). Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Os testes rápidos são os testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG ao SARS-CoV-2, e estão divididos em duas categorias: testes para detecção de anticorpos SARS-CoV-2 em amostras de sangue total, soro e plasma (identificam uma res- posta imunológica do corpo em relação ao vírus); testes de swab de nasofaringe e/ou orofaringe para detecção do antígeno viral por técnicas de imunofluorescência, que detectam proteínas na fase de atividade da infecção (BRASIL, 2020c). Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Instrumento para coleta de amostras clínicas Modelos Haste de madeira Swab estéril Haste plástica Tubo sem meio Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes rápidos Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma. Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG Categorias Testes para detecção de anticorpos em amostras de sangue total, soro e plasma.Testes rápidos Testes de nasofaringe e/ou orofaringe. Detecta RNA viral Tipo de coleta Testes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringe Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfe ou de vias aéreas inferiores Detecta RNA viral Tipo de coleta Coletado por swab da cavidade nasal e orofaringeTestes molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) Coletado por aspirado de secreção da nasofarinfeou de vias aéreas inferiores Veja como é realizado o teste rápido nesse link. Aprofunde https://bit.ly/2L1SqTl 24 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 O teste molecular RT-PCR (Polymerase Chain Reaction) é o teste padrão-ouro para o diagnóstico de infecção por coronavírus, que detecta o RNA viral em amostras coletadas por swab da cavidade nasal e orofaringe, por aspirado de secreção da nasofaringe ou até de vias aéreas inferiores. Nos testes rápidos os resultados também são rápidos para o direciona- mento da decisão da conduta. É importante salientar que o teste rápido não detecta especificamente o novo coronavírus, mas sim os anticorpos produzidos pelo organismo depois da infecção ter ocorrido. A realização do exame deve se basear em fatores clínicos e epide- miológicos e estar relacionada a uma avaliação da probabilidade de infecção. Os protocolos de triagem devem ser adaptados para a situação local. As definições de caso são revisadas e atualizadas regularmente e adaptadas conforme novas informações forem disponibilizadas (PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 2020a). É recomendada uma investigação detalhada do histórico do pa- ciente para determinar o nível de risco da Covid-19 e avaliar a pos- sibilidade de outras causas. A investigação clínico-epidemiológica é crucial para o diagnóstico oportuno e para impedir a transmis- são. No quadro a seguir, há um resumo dos principais pontos que você deverá ficar em alerta, caso surjam durante a avaliação: Sinais/sintomas de doenças respiratórias (tosse e dispneia) Pessoas que tenham estado em território com transmissão comunitária Febre Figura 17: Casos que devem ter maior atenção durante investigação clínico- epidemiológica. Fonte: BRASIL (2020) adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 25 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Devemos suspeitar do diagnóstico em pacientes com febre e/ou sinais/sintomas de doença respiratória baixa (por exemplo, tosse, dispneia), que residam ou que tenham estado em território com transmissão sustentada (comunitária) de Covid-19 (BRASIL, 2020a). Para isso, é fundamental que os laboratórios de saúde utilizem práticas apropriadas de biossegurança. Qualquer teste que venha investigar a presença do vírus responsável pela Covid-19, ou que envolva amostras de pacientes que atendem à definição de casos suspeitos, deve ser realizado em laboratórios devidamente equi- pados e por profissionais treinados nos procedimentos técnicos e de segurança aplicáveis (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020b). A coleta e testes rápidos de amostras adequadas de pacientes que atendem à definição de casos suspeitos de Covid-19 é prio- ridade para o tratamento clínico e controle do surto e devem ser orientados por um especialista (BRASIL, 2020b). A acurácia diagnóstica do PCR para o diagnóstico laboratorial de Co- vid-19 parece ser influenciada pelo tipo de amostra coletada para a realização do teste e do tempo de evolução do quadro. As amostras mais frequentes incluem swab de nasofaringe ou orofaringe, embora inexistam, até o momento, evidências que possam basear recomen- dações sobre a melhor forma de coleta de material para a realização do PCR (PATEL et al., 2020). Observe o quadro a seguir: Figura 18: Laboratórios e profissionais que realizam a testagem para Covid-19. Fonte: Pexels (2020). 26 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 TIPO DE TESTE TIPO DE COLETA/AMOSTRA TEMPO DE EVOLUÇÃO DO QUADRO Alguns testes, como os de identificação de anticorpos lgM e lgG, não são recomendados para diagnóstico de pacientes com sintomas de início recente. Amostras mais frequentes: swab de nasofaringe ou orofaringe. Testes rápidos ou RT-PCR. Figura 19: O que influencia na acurácia diagnóstica do PCR. Fonte: Pexels, adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Entretanto, a sensibilidade do PCR é reduzida quando são utiliza- das amostras com baixa carga viral, e esse teste possui algumas desvantagens, tais como o tempo necessário entre a coleta e a disponibilização do resultado, a necessidade de estrutura física especializada e de equipe técnica qualificada (NATIONAL HEALTH COMISSION, 2020). As técnicas empregadas na realização dos testes de RT-PCR tam- bém podem influenciar na sua acurácia diagnóstica. Os testes sorológicos com identificação de anticorpos IgM e IgG ao SARS- -CoV-2, aplicados como testes rápidos ou processados em labo- ratório, não são recomendados para a confirmação diagnóstica de pacientes com sintomas de início recente (CHAN et al., 2020). Por isso, é justificada a testagem sequencial em pacientes com qua- dro clínico compatível (PATEL et al., 2020; LI et al.,2020). ALERTA DO PROFISSIONAL A exclusão do diagnóstico de Covid-19 não deve ser feita apenas pela avaliação dos resultados dos exames laborato- riais, pois no estágio inicial da infecção, falsos negativos são esperados em razão da ausência ou de baixos níveis dos an- ticorpos e dos antígenos de SARS-CoV-2 na amostra (PATEL et al., 2020; LI et al.,2020). ! 27 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 O papel dos testes rápidos para rastrear pessoas assintomáticas ou identificar pessoas com anticorpos IgM para presumir imunida- de adquirida permanece incerto. A aprovação de novos testes para diagnóstico da Covid-19 segue a resolução RDC nº 348, de março de 2020, dísponivel nesse link, que define critérios e procedimen- tos extraordinários e temporários, em virtude da emergência de saúde pública. No entanto, a maioria dos testes rápidos existentes possuem sen- sibilidade e especificidade muito reduzidas em comparação às outras metodologias. O Ministério da Saúde aponta que os testes rápidos apresentam uma taxa de erro de 75% para resultados ne- gativos, o que pode gerar insegurança e incerteza para interpretar um resultado negativo e determinar se o paciente em questão precisa ou não manter o isolamento social. Biossegurança para coleta de amostras Para realizar as coletas, é necessário o treinamento e que você siga todas as instruções de biossegurança, inclusive o uso de equipamentos de proteção individual adequados para garantir as precauções-padrão, de contato e para aerossol. Os profissionais de saúde responsáveis pela coleta de amostras respiratórias deverão utilizar os seguintes Equipamentos de Pro- teção Individual (EPI’s): Gorro descartável Máscara modelo PFF2(N95) ou equivalente Óculos de proteção ou protetor facial Avental de mangas compridas Luvas de procedimento Gorro descartável Máscara modelo PFF2(N95) ou equivalente Óculos de proteção ou protetor facial Avental de mangas compridas Luvas de procedimento Figura 20: Tipos de EPI obrigatórios. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-348-de-17-de-marco-de-2020-248564332 28 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Os itens de segurança não descartáveis devem ser limpos e desin- fetados com produtos especificados para medidas de prevenção e controle para atendimento de casos suspeitos. Conforme exposto nessa seção, a etapa de coleta de amostras deverá respeitar rigidamente os protocolos e instruções de bios- segurança, assim como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual. Para saber mais sobre os produtos para desinfecção, acesse esse link. Aprofunde Técnicas para a coleta de amostras clínicas Antes da realização do procedimento propriamente dito, explique o como ocorrerá a coleta ao paciente. Avalie se o paciente tem desvio de septo para evitar trauma. A coleta deverá ser realizada o mais prontamente possível após a identificação da suspeita clí- nica, independentemente do tempo desde o início dos sintomas. Swabs combinados (nasofaringe e orofaringe) No procedimentode “Preparo para coleta”, mantenha o suprimen- to de álcool 70% e gaze para a limpeza da bancada antes e após a coleta da amostra biológica. As secreções serão coletadas utilizando-se swabs de rayon de haste flexível. Não utilizar swabs contendo alginato e com haste de madeira, pois estes materiais podem inativar o vírus e inibir a reação de PCR em tempo real. Serão utilizados três swabs: 1º na narina direita; 2º na narina esquerda e o 3º na orofaringe. Observe o quadro a seguir: Figura 21: Procedimento de coleta de amostra tipo swabs combinados. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Limpeza da bancada com gaze e álcool 70% Orofaringe Narina esquerda Narina direita 03 Swabs de rayon de haste flexível 02 Gazes Álcool 70% (para limpeza de bancada) 1 2 3 01 Tubo de rosca estéril tipo Falcon, contendo 3 (três) mL de solução fisiológica a 0,9% estéril ou em meio de transporte viral. 4 Itens necessários Procedimentos Preparo da coleta Coleta de amostra Limpeza da bancada com gaze e álcool 70% Pós-coleta 1 2 3 http://bit.ly/anvisancov2019 29 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Para a coleta você irá introduzir o swab pela narina até a naso- faringe, realizando movimentos rotatórios para captar células da nasofaringe e absorver secreção respiratória. Este procedimento é realizado em ambas as narinas (Veja na figura 22A a seguir). O terceiro swab será utilizado na coleta de secreção respiratória da parte posterior da orofaringe evitando contato com a língua para minimizar contaminação (veja na figura 22B). Swab nasal Swab oral Swab nasal Swab oral Figura 22A e 22B: Técnica para a coleta de swab combinado. Fonte: BRASIL, Guia para a Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasil (2016), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 23: Técnica para coleta de aspirado nasofaríngeo. Fonte: BRASIL, Guia para a Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasil (2016), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Os três swabs deverão ser acondicionados em um único tubo de rosca estéril tipo Falcon, contendo 3 (três) mL de solução fisio- lógica a 0,9% estéril ou em meio de transporte viral cedido pelo LACEN, e deverão ser transportados na posição vertical para ga- rantir que o swab fique imerso na solução fisiológica. LACEN O Laboratório Central (LACEN) integra o SISLAB (Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública), conjunto de redes nacionais de laboratórios, organizadas por grau de complexidade relacionadas às vigilâncias epidemiológica, ambiental em saúde, sanitária e assistência médica. Aspirado da nasofaringe No caso de secreções espessas, recomenda-se proceder à nebu- lização ou instilação com gotas de solução fisiológica estéril 0,9%, em ambas as narinas a fim de promover a fluidez do muco, facili- tando a aspiração. Utilizar coletor de aspirado de orofaringe. 30 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Aspirados de nasofaringe não devem ser coletados de bebês e de crianças após a amamentação devido à possibilidade de re- fluxo. Secreções respiratórias enviadas ao laboratório no interior das sondas utilizadas para a aspiração, não serão processadas em função do risco de contaminação durante a análise. ALERTA DO PROFISSIONAL Certifique-se de que o nome completo do paciente, idade, sexo, profissão, procedência, data do início dos sintomas; data da coleta das amostras, histórico de viagem recente para áreas de risco estejam devidamente informados. ! Veja a situação hipotética a seguir: Qual seria sua conduta de enfermagem nesta situação? Em um plantão na emergência você recebe o Sr. A.S., de 42 anos, com quadro de febre alta, dispneia e tosse. Ele chega acompanhado da esposa, que informa que ele retornou de uma viagem à China há 7 dias. É solicitada a realização de swabs combinados. 31 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Acondicionamento, transporte e envio de amostras para diagnóstico Considerando o caso anterior, em que você indicou quais seriam os procedimentos para a investigação clínico-epidemiológica e como ocorreria a coleta das amostras, agora elas deverão ser en- viadas imediatamente ao laboratório (central, nacional ou referên- cia). Veja a seguir qual conduta tomar, a depender do tempo de processamento das amostras. Tipos de cenário Tempo de processamento da amostra Acondicionamento da amostra Cenário A: Dentro de 24 a 72 horas após a coleta Gelo e mantida a temperatura de 4 a 8 °C Congelamento das amostras a -70 °C em gelo seco ou nitrogênio líquido Quanto tempo levará para a amostra ser analisada? Cenário B: Acima de 72 horas após a coleta Figura 24: Tempo de processamento da amostra e tipo de acondicionamento. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). O tipo de acondicionamento dependerá do tempo de transporte dessa amostra. Veja que, na figura anterior, são sugeridos dois tipos de cenários (A e B). No Cenário A, se as amostras forem pro- cessadas dentro de 24 a 72 horas após a coleta, elas deverão ser acondicionadas em gelo e mantidas refrigeradas (4 a 8 °C). Já no Cenário B, se as amostras não puderem ser enviadas dentro desse período, recomenda-se que após a coleta sejam congeladas a ‐70 °C, em gelo seco ou nitrogênio líquido (PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 2020b). Há outros fatores importantes para que as amostras sejam con- sideradas inadequadas para análise: swabs acondicionados em tubos secos, não contendo os 3 (três) mL de soro fisiológico estéril utilizado como meio de transporte para a preservação da infectividade do agente viral; swabs contendo alginato e swabs com haste de madeira, pois estes materiais contêm substâncias que inibem a reação de PCR em tempo real. Veja o resumo no quadro na página seguinte. 32 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Swabs acondicionados em tubo seco Swabs acondicionados em tubo com menos de 3mL de soro fisiológico estéril Swabs contendo alginato Swabs com hastes de madeira Figura 25: Tipos de amostras inadequadas para investigação. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Figura 26: Embalagem tripla para transporte de substâncias infecciosas. Fonte: Brasil (2016), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). A embalagem e o transporte das amostras biológicas que possam conter o SARS-CoV-2 devem seguir as recomendações da legisla- ção vigente RDC Nº 20 de 10 de abril de 2014, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, disponível nesse link. Veja na figura a seguir as embalagens para transporte que são fornecidas pela Coordena- ção Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), que também é responsável por coordenar o transporte das amostras. Tampa impermeável Receptáculo primário (estanque a líquidos e sólidos) Material absorvente para embalagem Embalagem secundária (estanque a líquidos e sólidos) Etiquetas De/Para Grade ou similar (esponja ou isopor) Designação correta da remessa (PSN) Código numérico da ONU (UN Number) Embalagem externa rígida http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2867956/(1)RDC_20_2014_COMP.pdf/fda4b2b9-fd01-483d-b006-b7ffcaa258ba 33 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid- 19 Fechamento Diante da pandemia Covid-19, para uma maior eficácia e resulta- dos precisos e confiáveis é necessário que os procedimentos de coleta, conservação e transporte dos materiais biológicos, sejam realizados de acordo com as normas que visam garantir a qualida- de das amostras. Portanto, é fundamental seguir as recomenda- ções do Ministério da Saúde em consenso ao que diz a OMS. Testar precocemente os pacientes suspeitos de Covid-19 com o uso de PCR, tem sido uma medida importante adotada para in- dicar o isolamento social e monitorar os pacientes sintomáticos. Durante todo o processo, desde a coletade material biológico até a análise laboratorial, é imprescindível a adoção de medidas de biossegurança, visando diminuir os riscos envolvidos e impactos frente a assistência prestada. Para tirar dúvidas ou aprofundar o assunto, acesse o Guia da Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasil, descritos nas páginas 16 a 24, nesse link. Aprofunde http://bit.ly/laboratorioinfluenza 34 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 UNIDADE 1.4 – Diretrizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada das máscaras faciais/ respirador particulado N95 em ambientes de assistência hospitalar Nesta unidade você vai compreender quais as práticas recomen- dadas para uso prolongado e reutilização limitada das máscaras de proteção respiratória – respirador particulado, N95/PFF2 ou equivalente – certificadas pelo NIOSH (National Institute for Oc- cupational Safety and Health), além de conferir informações sobre seus componentes e mecanismo de filtragem. Introdução As recomendações aqui abordadas são dedicadas ao uso da másca- ra N95 por profissionais de saúde que têm como objetivo a proteção contra doenças respiratórias infecciosas, como é o caso da Covid-19. Devido à situação de pandemia, o abastecimento de máscaras N95 pode se esgotar rapidamente e, por esse motivo, abordaremos estratégias recomendadas pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention ou Centro de Prevenção e Controle de doenças, em português) para conservação dos suprimentos e proteção dos profissionais de saúde. Figura 27: Enfermeira. Fonte: Freepik (2020). No decorrer da unidade adotaremos a nomenclatura “máscara” ao invés de “respirador particulado”. 35 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Principais conceitos abordados na unidade A seguir, para maior detalhamento, serão apresentados os princi- pais conceitos utilizados nesta unidade, confira! Máscara ou respirador particulado N95 A máscara N95, também chamada de respirador particulado N95, é um purificador de ar certificado pelo Instituto Nacional de Se- gurança e Saúde Ocupacional (NIOSH), órgão vinculado ao CDC dos Estados Unidos (EUA). Esse produto, utilizado com bastante frequência, possui um filtro em seu interior capaz de filtrar pelo menos 95% das partículas transportadas pelo ar, porém não é re- sistente ao óleo. A N95 é capaz de filtrar poeira, fumaça, névoa e aerossóis, além de partículas biológicas como o pólen, esporos de fungos, bactérias, vírus, pelos de animais e alérgenos (Centers for Disease Control and Prevention, 2020). ALERTA DO PROFISSIONAL As máscaras cirúrgicas nunca devem ser utilizadas para pro- teção contra partículas aerossolizadas. ! Além da máscara ou respirador particulado apresentaremos ou- tros conceitos importantes, veja a seguir. Peça Facial Filtrante (PFF) As peças faciais filtrantes são protetores faciais que impedem contaminantes do ambiente de entrarem em contato com o siste- ma respiratório do usuário, sendo certificadas pelo NIOSH. As PFF protegem através de barreira física criada pelo próprio produto e sua eficiência se classifica da seguinte forma: • PFF1: 80% de proteção. • PFF2: 94% de proteção. • PFF3: 99% de proteção. 36 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Portanto, na proteção contra aerossóis a opção mais recomenda é a PFF2 ou PFF3 (Centers for Disease Control and Prevention, 2020). Confira na figura a seguir a explicação sobre as informações de uma máscara N95. Mode l # xxx Lote # xxx JJJEEMM PP 1000 NNNN995555 TCC ##xxxxx- xxxxxxxxxx Nº do modelo Nº de aprovação Fabricante Certificado NIOSH Designação do filtro Nível de eficiência (P100, N95) Nº do lote Figura 28: Visão externa das máscaras N95. Fonte: Shopify (2020) adaptado por labSEAD-UFSC(2020). Agora que observamos os informes no exterior das máscaras N95, leia sobre o seu uso prolongado no próximo tópico. Uso prolongado Reutilização O termo “uso prolongado” significa a prática de utilizar o mesmo respirador N95 para o atendimento de vários pacientes sem re- movê-lo. Um exemplo desse uso ocorre em unidades para atendi- mentos exclusivos a pacientes com Covid-19, quando os profissio- nais apenas retiram as máscaras no fim de seus turnos (Centers for Disease Control and Prevention, 2020). A reutilização é a prática de usar a mesma máscara para vários cuidados com pacientes, mas retirando-a após cada vez. O respi- rador N95 é guardado nesse intervalo de tempo para ser utilizado no próximo encontro. Essa prática tem sido utilizada há décadas, quando os patógenos não são transmitidos também por contato (Centers for Disease Control and Prevention, 2020). 37 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Reutilização limitada Essa é a prática mais comum da reutilização da máscara N95, porém com restrições que limitam o número de usos. Segundo o CDC (2020), a reutilização limitada já foi recomendada e amplamente utilizada durante surtos e pandemias com o objetivo de conservar equipamentos. Veja a seguir as informações da Anvisa sobre o uso de máscaras N95. ALERTA DO PROFISSIONAL Mas vejam bem, conforme destaca a nota técnica da Anvisa Nº 04/2020, atualizada em 31 de março de 2020, as máscaras de proteção respiratória N95/PFF2 (chamada de Peça Facial Fil- trante ou equivalente) poderão, excepcionalmente, ser usadas por período maior e/ou por um número de vezes maior que o previsto pelo fabricante, desde que pelo mesmo profissional e cumpridos todos os cuidados necessários, como, por exemplo: 1. Os serviços de saúde devem definir um protocolo para orientar os profissionais de saúde sobre o uso, retirada, acondicionamento, avaliação da integridade, tempo de uso e critérios para descarte das máscaras; 2. Os trabalhadores devem sempre inspecionar visualmente a máscara antes de cada uso, para avaliar sua integrida- de. Máscaras úmidas, sujas, rasgadas, amassadas ou com vincos devem ser imediatamente descartadas; 3. Caso não seja possível realizar uma verificação bem-su- cedida da vedação da máscara na face do trabalhador, ela deverá ser descartada imediatamente. O número de reuti- lizações da máscara, pelo mesmo profissional, deve con- siderar as rotinas orientadas pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição do serviço de saúde e constar no protocolo de reutilização. . ! Continue aprofundando seus conhecimentos com a leitura sobre as indicações do CDC para as instituições de saúde. 38 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança no cuidado do paciente com a Covid-19 Recomendações para as instituições de saúde Algumas recomendações são propostas pelo Centers for Disease Control and Prevention para que as instituições de saúde otimi- zem seus recursos. Confira a seguir as principais delas: Minimizar o número de pessoas que precisam utilizar proteção respiratória através de controle administrativo ou estrutural na instituição. Panorama Mundial e no Brasil, Bases de Biossegurança no cuidado do paciente 1 2 3 Priorizar o uso das máscaras N95 para os profissionais que prestam assistência direta ao paciente. Implementar práticas que permitam o uso prolongado e/ou reutilização limitada das máscaras N95. 4 Utilizar outros protetores respiratórios, como máscaras de filtragem, meia-máscaras e purificadores de ar com máscara completa em profissionais sem contato direto com aerossóis, pois podem ser desinfetados, limpos e reutilizados. Figura 29: Recomendações para instituições de saúde. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 30: Respirador meia peça facial. Fonte: Freepik (2020). A próxima figura traz um outro exemplo de protetor respiratório adequado, observe! 39 Panorama mundial e no Brasil, bases de biossegurança