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Penal revogação da prisão preventiva 3

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DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO / SP
PROCESSO Nº: (XXXXXXXXXX)
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador, requerer:
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA,
Com fulcro no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal e nos artigos 312 e 316 do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
I – DOS FATOS
O Requerente foi preso em flagrante por dirigir embriagado, ocasionando a morte de duas pessoas que estavam indo trabalhar.
Após ser realizada Audiência de Custódia, no prazo de duas semanas após a sua prisão em flagrante, sendo que nessa assentada o Membro do Ministério Público requereu a conversão de prisão em flagrante em prisão preventiva. Ainda que contestada por ilegalidade pelo fator prazo, uma vez que descumpriu o art. 310 do CPP, bem como os pressupostos e requisitos no art. 312 do CPP que também não foram preenchidos. Todavia, o magistrado entendeu por bem decretar a prisão preventiva, entendendo que o prazo de 24 horas é considerado impróprio e não merece ser seguido à risca, além disso corroborou as alegações do Ministério Público de que o acusado é rico e isso pode ensejar a prisão com base na garantia de ordem pública, bem como ele poderia fugir do país e ameaçar testemunhas, em razão da sua excelente condição financeira.
Todavia, no presente momento processual não é mais cabida a manutenção da prisão cautelar contra o Requerente, em razão que se passa a expor:
II – DO DIREITO
De acordo com o estabelecido na Constituição Federal em seu artigo 5°, LVII, todos são considerados inocentes até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Trata-se do princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade. Nesses termos: 
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, qualquer medida restritiva de direito, notadamente uma prisão preventiva, somente pode ser decretada quando preencher todos os requisitos legais, uma vez que a liberdade é a regra.” 
Trata-se do princípio da inocência ou culpabilidade. Logo, qualquer medida restritiva de direitos, notadamente uma prisão preventiva, somente pode ser decretada quando preencher todos os requisitos legais, tendo em vista que a liberdade é a regra. 
Tendo em vista que p juiz alega sem fundamentação que a prisão do requerente é necessária para garantir a ordem pública, porém o artigo 312 do CPP demonstra os requisitos necessários para a realização da prisão preventiva, nesses termos: 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado
Logo, não foram apresentados tais requisitos que sustentassem tal decisão. Os tribunais superiores entendem que a prisão preventiva decretada para garantir a ordem pública não podem se basear em dados abstratos.
O juiz ainda se valeu sobre as condições econômicas do requerente, alegando o fato dele fugir. Mais uma vez, uma situação abstrata, não foram apontados os riscos de fuga, ele ter uma boa condição econômica não sustenta tal alegação, sendo mais uma vez um dado abstrato.
Dessa forma, não se aceita a decretação da prisão preventiva com base em meras conjecturas de que o acusado rico irá fugir ou enquadrar-se em um dos requisitos do artigo 312, CPP.
Ressalta-se ainda que antes de decretar a prisão preventiva, caberia ao juiz analisar possíveis medidas cautelares diversas da prisão, sabendo-se que a prisão cautelar é a ultima ratio, tendo como base o artigo 319, CPP, nesses termos: 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável e houver risco de reiteração; VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; IX - monitoração eletrônica.
Não havendo motivos para manter a prisão preventiva, pode o juiz de ofício a pedido das partes, revogar a mesma, nesses termos:
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a revogação da prisão preventiva ou a sua substituição por cautelar diversa da prisão com imediata expedição do alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(Local), (data).
(Advogado)
(OAB - assinatura)

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