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PEDRO SANTI XXXVI Tutoria 01 Objetivos: Entender a Neraulgia do trigêmeo, sua fisiopatologia, quadro clínico e exame físico. Elucidar o diagnóstico da Neraulgia do trigêmeo Estudar a classificação da dor e nome (Foco em Neuropática, Nociceptiva, Psicogênica e Mista) Citar as possibilidades terapêuticas Identificar Diagnósticos diferenciais Componentes da dor: Ajudam a conceber modelos úteis compatíveis com imagens encefálicas e com estudos psicológicos. Nocicepção: É a detecção de lesão tissular, os transdutores periféricos podem ser influenciados pela presença, em sua vizinhança imediata de alterações inflamatórias e neurais, e com isso alterar a característica de resposta. Em seu estado basal eles são ativados por níveis de energia mecânica, térmica ou química suficiente que causam lesão celular Dor: A resposta a nocicepção é o que se denomina dor, é gerada na medula espinhal e no encéfalo, a partir das aferências nociceptivas, lesões no SNP, na medula espinhal ou encéfalo podem dar origem a um relato de dor mesmo na ausência de um estímulo nocivo, exemplos clínicos de dor na ausência de nocicepção incluem: Neraulgia do trigêmeo e dor no membro fantasma Sofrimento: é uma resposta afetiva negativa no encéfalo por dor, medo, ansiedade, estresse entre outros, ou seja, será o sofrimento acrescentado á dor no encéfalo, existem poucas pesquisas sobre o sofrimento Comportamentos dolorosos: O sofrimento geralmente leva a comportamentos dolorosos, como caretas, ficar deitado, sentir incapaz de trabalhar são comportamentos dolorosos comuns que aparecem quando a pessoa sofre, são sempre influenciados por antecedentes e consequências ambientais, sejam reais ou previstos. Classificação da dor PEDRO SANTI XXXVI A dor é tipicamente classificada em termos de fisiopatologia e é descrita como nociceptivas, inflamatórias ou neuropáticas, as outras síndromes dolorosas geralmente envolvem uma combinação dessas três classificações ou são descritas em termos de dor devida a um diagnóstico abrangente. Nociceptiva: Esse tipo de dor envolve estímulos ascendentes transmitidos através dos nervos normais ao longo dos neurônios sensoriais, e que sobem pelas vias espinotalâmicas da medula espinhal. Corresponde as dores somáticas e viscerais. A dor somática é tipicamente bem localizada sobre a superfície cutânea ou nas estruturas musculoesqueléticas profundas. A dor visceral costuma ser mal localizada e frequentemente é atribuída a estruturas profundas. Inflamatória: É transmitida através de vias e nervos normais, como a nociceptiva, porém o grau de lesão leva a ativação de mediadores inflamatórios agudos e crônicos que potencializam a dor, diminuem os limiares de condução e sensibilizam o SNC para o estímulo que chega, como exemplo existem as condições inflamatórias crônicas. Neuropática: Surge em uma área anormal do ponto de vista neurológico, sedo causado por uma lesão do SNC ou SNP, os mecanismos de lesão são em sua maior parte mal compreendidos, mas podem incluir lesão incisional ou por esmagamento do tecido nervoso. A dor geralmente é percebida ou descrita como tendo uma qualidade elétrica (queimação, lancinante, em punhalada, vibrante ou formigamento) ou associada a parestesia ou alteração da temperatura. A sensibilidade na área afetada e envolvida pela dor é habitualmente anormal. Estímulos não nocivos como toque, pressão leve ou temperatura são geralmente amplificados de modo a se tornarem hiperalgésicos ou produzirem dormência, e a sensação causada pelo estímulo pode estar dissociada do estímulo em sí, como um leve toque causar dor, frio sentido como calor, estímulos pontiagudos serem perceptíveis como uma dormência. Um exemplo desse tipo de dor é a neuralgia do trigêmeo Psicogênica: De acordo com a teoria psicogênica, a avaliação dos pacientes com dor crônica tem como propósito identificas as tendências psicopatológicas que desencadeiam e mantêm a dor. O diagnóstico de um distúrbio doloroso psicogênico requer dois requisitos: A queixa de dor do paciente deve ser incompatível com a distribuição anatômica do SN. Se a dor simular alguma doença conhecida, a doença orgânica não substancia esse sintoma. Mesmo em presença de um distúrbio clínico que pode causar dor, os fatores psicológicos podem estar implicados, e por causa disso, o paciente pode receber um diagnóstico PEDRO SANTI XXXVI psiquiátrico de distúrbio doloroso associado tanto aos fatores psicológicos quanto a um distúrbio clínico comum. Mista: Entre todas, é o tipo de dor mais comum. É ocasionada por componentes nociceptivos e neuropáticos. Ocorre, por exemplo, em certos casos de dor por neoplasia maligna, quando ela se deve tanto ao excessivo estímulo dos nociceptores quanto à destruição das fibras nociceptivas. Etiologia da neuralgia trigeminal Geralmente causada por: Compressão do nervo trigêmeo em sua raiz por uma alça aberrante de uma artéria Menos frequentemente pode acontecer por compressão da raiz do 5to par craniano, no local que ele adentra o tronco encefálico. Existem outras causas como como compressão por tumor, má-formação arteriovenosa, aneurisma ou até mesmo uma placa de esclerose múltipla na zona de entrada da raiz, que acontecem em geral em paciente mais novos, porém essas causas costumam ser diferencias pela perda sensorial ou outros déficits associados. O mecanismo não é claro, uma teoria sugere que a compressão do nervo causa desmielinização local, que pode resultar em geração de impulsos ectópico ou desinibição das vias centrais da dor envolvendo o núcleo espinal do trigêmeo. Fisiopatologia da neuralgia trigeminal Em sua origem no tronco cerebral, o nervo trigêmeo perde sua bainha de mielina, que é substituída pela mielina central, essa zona de transição é vulnerável a danos e principalmente á desmielinização, criando uma zona de instabilidade do nervo; A compressão vascular é a causa comum da desmielinização no local imediatamente antes do nervo entrar na ponte. Quando a bainha de mielina se torna fina ou descontínua o suficiente para permitir a passagem transmembrana de íons no axônio subjacente, o axônio não está equipado para bombear imediatamente o sódio, a despolarização resultando torna o axônio hiperexcitável, causando geração ectópica de impulsos com pós descargas de alta frequência e interferências entre as fibras PEDRO SANTI XXXVI Existem evidências histológicas que indicam que as fibras nervosas mais envolvidas na desmielinização são as fibras A-β (Fibras muito mielinizadas e de grosso calibre que veicula o trato), que são as mais suscetíveis á desmielinização por dano mecânico ou esclerose múltipla; É proposto que as descargas de alta frequência originadas no local de desmielinização são redirecionadas pelos neurônios para serem percebidas como dor paroxística Foi observado também, a excitabilidade excessiva ou as alterações neuroplásticas em várias áreas cerebrais corticais e subcorticais e admite-se que tais alterações são provavelmente consequências da adaptação á estimulação crônica dessas regiões Sinais e sintomas da neuralgia trigeminal A dor recorrente da neuralgia do trigêmeo ocorre ao longo da distribuição de uma ou mais divisões sensitivas do nervo, sendo mais frequente a divisão maxilar, a dor é paroxística podendo durar até 2 minutos, sendo que as crises podem recorrer rapidamente, com uma frequência de até 100 vezes por dia, essa dor é lancinante, excruciante podendo evoluir até a um caráter incapacitante. A dor vai acontecer por um contato com um ponto-gatilho na face ou por algum movimento como a mastigação, ações diárias como escovar os dentes ou até mesmo sorrir, em geral o paciente não tolera dormir com apoio nesse lado da face. Em geral, apenas um lado da face é afetado. Diagnóstico de Neuralgia Trigeminal Ocorre uma avaliação clínica, alguns sintomas da neuralgia do trigêmeo costumam ser patognomônicos, assim, algumas outras doençasque causam dor facial podem ser diferencias clinicamente. O exame neurológico é normal na neuralgia do trigêmeo, portanto os déficits neurológicos sugerem que a dor que se parece com neuralgia trigeminal seja causado por outro distúrbio. Exame físico O exame inclui a observação da face enquanto o paciente está sentado e completamente imóvel. Com um paroxismo espontâneo de neuralgia do trigêmeo, o médico pode notar um PEDRO SANTI XXXVI piscamento ou um pequeno movimento da boca que o paciente não percebe, durante um ataque de dor pode ocorrer uma contração forte dos músculos faciais. O exame sensorial da face geralmente não é revelador, no caso não se percebe facilmente alterações sensitivas na face que apresenta neuralgia, mas podem existir aréas de discreta redução de sensibilidade Diagnóstico Diferencial Neuralgia pós-herpética do nervo trigêmeo: Diferencia-se pela sua duração constante (sem paroxismos), tipicamente exantemas precedentes, cicatrizações e predileção pela divisão oftálmica. Hemicrania paroxística: Ocorre de forma episódica e crônica, evidenciadas por cefaléias de curta duração, crises muito frequentes e sinais ou sintomas autonômicos associados, é mais comum em mulheres. Além disso, a neuralgia do trigêmeo pode imitar a dor de origem odontogênica (odontalgias), o que leva muitos pacientes a realizarem tratamentos endodônticos desnecessários. SUNA & SUNCT: A. Pelo menos 20 crises que cumpram os critérios B-D. B. Cefaleia moderada a grave, unilateral, com distribuição orbitária, supraorbitária, temporal e/ou outra trigeminal, durando 1-600 segundos, ocorrendo como “pontada” única, séries de “pontadas” ou padrão de “dente de serra”. C. Pelo menos um dos seguintes sintomas ou sinais autonômicos cranianos, ipsilaterais à dor: 1. hiperemia conjuntival e/ou lacrimejo 2. congestão nasal e/ou rinorreia 3. edema da pálpebra 4. sudorese facial e da região frontal 5. miose e/ou ptose D. As crises têm uma frequência de, pelo menos, uma por dia. E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3 beta.... PEDRO SANTI XXXVI SUNCT: Short-lasting unilateral neuralgiform headache attacks with conjunctival injection and tearing, Precisa além dos critérios citados a presença de hiperemia conjuntival e lacrimejamento SUNA: Short-lasting unilateral neuralgiform headache attacks with cranial autonomic symptoms, Além dos critérios citados não precisa de mais de um dos seguintes: hiperemia conjuntival e lacrimejamento Pulpite: Dor no dente, pode ser pedidos exames da polpa ou radiografias, que evidencie um dente ou estrutura periodontal inflamado. Desordem da ATM: Os distúrbios da dor na musculatura ATM se caracterizam por uma dor com origem nos músculos mastigatórios, a dor pode ser referida sobre o músculo acometido, porém pode também ser referida para estruturas distantes Neuropatia trigeminal pós-traumática: A neuropatia pós-traumática ocorre após lesão ou procedimentos médicos, como cirurgia ou injeção. Os sintomas de dor nos nervos podem surgir no local da lesão e no trajeto do nervo. Tratamento Geralmente por anticonvulsionantes, em especial a Carbamazepina, em um esquema de 200mg VO 3 ou 4 vezes ao dia que costuma ser eficaz por longos períodos, caso Carbamazepina for ineficaz ou tem efeitos diversos no paciente pode tentar a utilização de outros fármacos como: Oxcarbazepina, Baclofeno etc... O bloqueio do nervo periférico proporciona alívio temporário Se apesar dessas medidas, a dor continuar intensa, são considerados tratamentos neuro ablativos, no entanto, a eficácia pode ser temporária e a melhora pode ser seguida por dor recorrente que é até mais intensa que nos episódios anteriores, o processo cirúrgico que alivia a dor pode resultar em uma dormência da face. Também existe a possibilidade de uma descompressão microvascular, que pode aliviar a dor devido a compressão vascular do par craniano afetado na neuralgia trigeminal, a pressão é aliviada colocando uma esponja entre o 5 par craniano e a artéria de compressão. Normalmente esse, procedimento alivia a dor, mas em cerca de 15% dos pacientes a dor reaparece. PEDRO SANTI XXXVI Resumo É uma dor que que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo. São quadros clínicos que causam grande sofrimento ao paciente e cujo tratamento é frequentemente cirúrgico. Faz-se, então, a tennocoagulação controlada do ramo do trigêmeo afetado, de modo a destruir as fibras sensitivas. Bibliografia https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-neurológicos/doenças- neuroftalmológicas-e-de-pares-cranianos/neuralgia-do-trigêmeo https://www.erichfonoff.com.br/neuralgia-do-trigemeo/ Current Dor (Livro)
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