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Ascaridíase: Parasitose causada por Ascaris lumbricoides

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ASCARIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
ASCARIDÍASE
Filo: Nematodeos
Classe: Crhomadorea
Família: Ascaridae
Subfamília: Ascaridinae
Gênero: Ascaris
Espécie:
- Ascaris lumbricoides (parasita o intestino delgado de humanos)
- Ascaris suum (parasita o intestino delgado de suínos)
Parasitose causada pelo verme Ascaris lumbricoides (“lombriga”). Nematelmintos, fusiformes, sem
segmentação, e com tubo digestivo completo. Reprodução sexuada, sendo a fêmea (até 40cm de comprimento)
maior que o macho, e com o diâmetro de um lápis. O desenvolvimento e a sobrevivência do A. lumbricoides é
variada em virtude das condições geoclimáticas, ambientais e, principalmente, do grau de desenvolvimento
socioeconômico da população.
MORFOLOGIA DOS OVOS:
Originalmente são brancos e adquirem cor castanha devido ao contato com as fezes, com cerca de 50 µm de
diâmetro. Uma fêmea de Ascaris põe até 200 mil ovos por dia.
● Ovais, alongados e com cápsula espessa
- Membrana externa mamilonada,
secretada pela parede uterina é formada
por mucopolissacarídeos.
- Membrana intermediária constituída de
quitina e proteína
- Membrana mais interna, delgada e impermeável à água constituída de 25% de
proteínas e 75% de lipídios que confere ao ovo grande resistência às condições adversas
do ambiente.
Ovo fértil(A e B): 3 membranas:
- Membrana externa mamilonada (constituída por mucopolissacarídeos)
- Membrana intermediária (formada por quitina)
- Membrana mais interna (de constituição proteica e lipídica).
- Ovos de ascaris apresentam internamente uma massa de células germinativas ou larva.
Ovo infértil (C): Mais alongado, com membrana mamilonada mais delgada, citoplasma granuloso e
sem larva (não foi fertilizado).
- Frequentemente podemos encontrar nas fezes ovos inférteis.
MORFOLOGIA DOS MACHOS:
- Quando adultos, medem cerca de 20 a 30cm de comprimento e apresentam cor leitosa.
- A boca / vestíbulo bucal está localizado na extremidade anterior, com 3 fortes lábios com
serrilha de dentículos e sem interlábios.
- Da boca, segue-se o esôfago musculoso e o intestino retilíneo.
ASCARIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- O reto é próximo à extremidade posterior.
- Apresenta sistema reprodutor completo, testículo filiforme e enovelado, que se diferencia em canal deferente,
continua pelo canal ejaculador, abrindo-se na cloaca, localizada próximo a extremidade posterior.
- 2 espículos na região posterior que funcionam como órgãos acessórios da cópula.
- A extremidade posterior encurvada ventralmente é o caráter sexual externo que o diferencia facilmente da
fêmea.
- Notam-se ainda na cauda papilas pré e cloacais.
MORFOLOGIA DAS FÊMEAS:
- Quando adultas, medem cerca de 30 a 40cm, sendo maiores, mais robustas e longilíneas
que os machos.
- A cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos do macho.
- Apresentam dois ovários filiformes e enovelados que continuam como ovidutos, diferenciando
em úteros que vão se unir em uma única vagina, que se exterioriza pela vulva, localizada no
terço anterior do parasito.
- A extremidade posterior da fêmea é retilínea.
HABITAT:
● Infecções moderadas:
- Os vermes adultos são encontrados no intestino delgado, principalmente no jejuno e
íleo.
● Infecções intensas:
- Podem ocupar toda a extensão do intestino delgado.
- Podem ficar presos à mucosa, com auxílio dos lábios ou migrarem pela luz intestinal.
- Apresenta ainda um CICLO PULMONAR (CICLO DE LOSS), assim como os demais
nematelmintos estrongiloide e ancilostomídeo. Das três parasitoses com ciclo pulmonar,
a ascaridíase é a responsável por uma maior expressão das manifestações no aparelho
respiratório.
CICLO BIOLÓGICO:
A larva L1, formada dentro do ovo, é rabditóide, possui o esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade
e uma constrição no meio. Após uma semana, ainda dentro do ovo, sofre muda, transformando-se em L2.
● Muda e transforma-se em L3 infectante com esôfago filarióide retilíneo. Permanecendo
infectantes no solo por vários meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro.
● Após a ingestão, os ovos contendo a L3 atravessam todo o trato digestivo e as larvas
eclodem no intestino delgado.
● A eclosão ocorre graças a estímulos como a presença de agentes redutores, o pH, a
temperatura, os sais e, o mais importante, a concentração CO2 cuja ausência inviabiliza a
eclosão.
● Larvas liberadas atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos
e nas veias mesentéricas e pela circulação porta-hepática invadem o fígado entre 18 e 24
horas após a infecção.
● Em dois a 3 dias chegam ao coração direito, através da veia cava inferior ou superior e após
isso são encontradas nos PULMÕES (CICLO DE LOSS).
ASCARIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- A SÍNDROME DE LÖEFFLER é uma associação das manifestações pulmonares com
o aumento da eosinofilia (febre baixa, dispnéia, tosse, bruxismo).
● Cerca de 8 dias da infecção, as larvas sofrem muda para L4, rompem os capilares e caem nos
alvéolos, onde mudam para L5.
● Sobem pela árvore brônquica e traquéia, chegando até a faringe.
- Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem deglutidas, atravessando
incólumes o estômago e fixando-se no intestino delgado.
● Transformam-se em adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção.
● Em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazem cópula, ovipostura e já são encontrados
ovos nas fezes do hospedeiro. Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos.
- Não há mecanismos de autoinfecção na ascaridíase.
- O número de ovos ingeridos determina o número de vermes parasitando o
indivíduo.
TRANSMISSÃO:
● Através da ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo a larva L3
filarióide.
● Ovos de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de aderência a superfícies. Uma vez
presente no ambiente ou em alimentos, estes ovos não são removidos com facilidade por
lavagens.
● Tiabendazol é um medicamento eficaz na inibição completa do embrionamento dos ovos 48
horas após o tratamento.
PATOGENIA:
LARVA: Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração. Em infecções
maciças há lesões hepáticas e pulmonares.
- No fígado, quando são encontradas numerosas formas larvares migrando pelo parênquima,
podem ser vistos pequenos focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tornam-se
fibrosados.
- Nos pulmões ocorrem pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os alvéolos. A
migração das larvas pelos alvéolos pulmonares, dependendo do número de formas presentes,
pode determinar um quadro pneumônico com edemaciação dos alvéolos, febre, tosse,
bronquite, dispneia e eosinofilia (SÍNDROME DE LÖEFFLER). Na tosse produtiva (com
muco) o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto.
VERMES ADULTOS: Em infecções de baixa intensidade, 3-4 vermes, o hospedeiro não apresenta manifestação
clínica. Em infecções médias, 30-40 vermes, ou maciças, 100 ou + vermes, há:
- Ação espoliadora: Os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios
e vitaminas A e C, levando o paciente, principalmente crianças, a subnutrição e depauperamento
físico e mental;
- Ação tóxica: Reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro,
causando edema, urticária, convulsões epileptiformes etc.;
- Ação mecânica: Causam irritação na parede e podem enovelar-se na luz intestinal, levando à
sua obstrução. Crianças são mais propensas a essa complicação, causada principalmente pelo
menor tamanho do intestino delgado e pela intensa carga parasitária;
ASCARIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Localização ectópica: Pacientes com altas cargas parasitárias ou ainda em que o verme sofra
alguma ação irritativa, a exemplo de febre, uso impróprio de medicamento e ingestão de
alimentos muito condimentados o helminto desloca-se de seu hábitat normal atingindo locais
não-habituais ("áscaris errático"), como no apêndice cecal (apendicite aguda), canal colédoco
(obstrução), canalde Wirsung (pancreatite aguda), eliminação do verme pela boca e narinas.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
● Usualmente é pouco sintomática, por isto mesmo difícil de ser diagnosticada em exame clínico,
sendo a gravidade da doença determinada pelo número de vermes que infectam cada pessoa.
● A exposição contínua a ovos infectados é a única fonte responsável pelo acúmulo de vermes
adultos no intestino do hospedeiro.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
● Parasitológico:
- Pesquisa de ovos nas fezes por sedimentação espontânea.
- Método de Kato-Katz: Permite a quantificação dos ovos e estima o grau de
parasitismo dos portadores.
TRATAMENTO: Essas drogas não agem sobre larvas ou adultos fora dos intestinos.
- Albendazol
- Mebendazol
- Levamisol
- Pamoato de pirantel
- Tiabendazol
- Ivermectina
EPIDEMIOLOGIA:
● Helminto mais frequente nos países pobres.
● Distribuído por +150 países e territórios, atinge cerca de 70% a 90% das crianças na faixa etária
de 1 a 10 anos.
- Grande quantidade de ovos produzidos e eliminados pela fêmea;
- Viabilidade do ovo infectante por até um ano, principalmente no peridomicílio;
- Concentração de indivíduos vivendo em condições precárias de saneamento básico;
- Temperatura e umidade com médias anuais elevadas;

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