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ESTRONGILOIDÍASE

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ESTRONGILOIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
ESTRONGILOIDÍASE
Filo: Nematodeos
Classe: Crhomadorea
Afecção intestinal causada pelo parasita nematódeo Strongyloides stercoralis.
● MENOR HELMINTO QUE PARASITA O INTESTINO HUMANO
● Geohelmintos
● Estes nemátodes podem viver indefinidamente no solo como formas livres.
● Espécies consideradas infectantes para os humanos: S. stercoralis e S. fuelleborni.
- S. stercoralis apresenta distribuição mundial, a maioria infectando mamíferos, entre eles
cães, gatos e macacos. O parasito do cão é morfobiologicamente indistinguível do
humano.
- S. fuelleborni parasita macacos e quase todos os casos de infecção em humanos foram
registrados na África e na Ásia.
Estrongiloidíase é um importante problema médico e social:
● Prevalência em regiões tropicais e subtropicais
- Facilidade de transmissão
- Caráter de cronicidade e autoinfecção
- Origina formas graves de hiperinfecção e disseminação
- Possibilidade da reagudização em indivíduos imunodeprimidos
- Pode evoluir para óbito
6 FASES EVOLUTIVAS
● Fêmea partenogenética
● Larva rabditóide
● Fêmea de vida livre
● Macho de vida livre
● Larva filarióide
● Ovo
FÊMEA
PARTENOGENÉTICA PARASITA:
● Apenas ela parasita o intestino humano;
● 1,7 a 2,5mm de comprimento por 0,03 a 0,04mm de largura;
● Corpo cilíndrico filiforme longo;
● Extremidade anterior arredondada e posterior afilada;
ESTRONGILOIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
● Cutícula fina e transparente, levemente estriada no sentido transversal em todo o corpo;
● Aparelho digestivo simples com boca contendo três lábios;
● Esôfago longo filarióide (25% do comprimento do parasito), cilíndrico, à altura do quinto
anterior é circundado por um anel nervoso (colar esofagiano); seguido pelo intestino simples,
terminando em ânus, próximo da extremidade posterior.
● Aparelho genital, com útero em disposição anfidelfa ou divergente, com ovários, ovidutos e a
vulva (terço posterior do corpo).
● Não há receptáculo seminal.
● A fêmea ovivípara coloca 30-40 ovos por dia
● Ovos larvados alinhados em diferentes estágios de desenvolvimento embrionário;
● Elimina na mucosa intestinal o ovo já larvado (larva rabditóide frequentemente libertada
ainda no interior do hospedeiro), forma evolutiva encontrada nas fezes e utilizada no
diagnóstico.
FÊMEA DE VIDA LIVRE (2n):
● 0,8 a 1,2mm de comprimento por 0,05 a 0,07 mm de largura.
● Fusiforme
● Extremidade anterior arredondada e posterior afilada.
● Cutícula fina e transparente, com finas estriações.
● Aparelho genital com útero anfidelfo, com até 28 ovos, ovários, ovidutos e a vulva próxima ao
meio do corpo.
● Apresenta receptáculo seminal.
MACHO DE VIDA LIVRE (n):
● 0,7mm de comprimento por 0,04 mm de largura.
● Fusiforme
● Extremidade anterior arredondada e posterior recurvada ventralmente.
● Boca com três lábios, esôfago tipo rabditóide, seguido de intestino terminando em cloaca.
● Aparelho genital contendo testículos, vesícula seminal, canal deferente e canal ejaculador, que
se abre na cloaca.
● Apresenta 2 pequenos espículos, auxiliares na cópula, que se deslocam sustentados pelo
gubernáculo (estrutura quitinizada).
OVOS (3n):
Elípticos, parede fina e transparente, praticamente idênticos aos dos ancilostomídeos.
Excepcionalmente, podem ser observados nas fezes de indivíduos com diarreia grave ou após utilização de
laxantes.
● Ovos da fêmea parasita (3n, 2n ou n): 0,05mm de comprimento por 0,03mm de largura
➔ 3n - larva filarióide
➔ 2n - fêmea de vida livre
➔ n - Macho de vida livre
● Ovos da fêmea de vida livre (3n): Maiores, 0,07mm de comprimento por 0,04rnrn de largura.
➔ 3n - larva filarióide
LARVA RABDITÓIDE (3n, 2n ou n):
ESTRONGILOIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Esôfago rabditóide dá origem ao nome das larvas.
● Larvas muito ágeis com movimentos ondulatórios.
● Larvas das fêmeas parasitas são indistinguíveis das originadas das fêmeas de vida livre.
● Cutícula fina e hialina. 0,2 a 0,03mm de comprimento por 0,015 mm de largura.
● Vestíbulo bucal curto com profundidade sempre inferior ao diâmetro da larva, característica
que a diferencia das larvas rabditóides de ancilostomídeos cujo vestíbulo bucal é alongado e sua
profundidade é igual ao diâmetro do corpo (10μm).
● O intestino termina em ânus afastado da extremidade posterior.
● Primórdio genital nítido formado por um conjunto de células localizadas um pouco abaixo do
meio do corpo. Também auxilia na diferenciação das larvas de ancilostomídeos (apresentam
somente vestígio de primórdio genital).
● Terminam em cauda pontiaguda.
LARVAS FILARIÓIDES (3n):
Forma infectante do parasito (L3) presente no solo, capaz de penetrar pela pele ou pelas mucosas.
Também chamada de larva migrans
● Infecção ativa
Esôfago filarióide dá origem ao nome das larvas; é longo (metade do comprimento da larva).
● Cutícula fina e hialina. 0,35 a 0,50mm de comprimento por 0,01 a 0,031nm de largura.
● Vestíbulo bucal curto e intestino terminando em ânus, um pouco distante da extremidade
posterior.
● Porção anterior ligeiramente afilada
● Porção posterior afina-se gradualmente terminando em duas pontas (cauda entalhada),
que a diferencia das larvas filarioides de ancilostomídeos, que é pontiaguda.
● São vistas no meio ambiente e também podem evoluir no interior do hospedeiro (autoinfecção
interna).
CICLO BIOLÓGICO: 6 fases evolutivas
Larvas rabditóides eliminadas nas fezes do
indivíduo parasitado podem seguir dois ciclos:
1. Ciclo direto / partenogenético:
Larvas rabditóides no solo ou sobre a pele da
região perineal, após 24 a 72 horas, se
transformam em larvas filarióides infectantes.
2. Ciclo indireto / sexuado / vida livre:
Larvas rabditóides sofrem 4 transformações no
solo e após 18 a 24 horas, produzem fêmeas
(2n) e machos (n) de vida livre. Estes copulam,
produzem ovos com larvas rabditóides, que
eclodem e depois se transformam em larvas
L3 filarióides infectantes. A fase que se passa
no solo exige condições de solo arenoso,
umidade alta, temperatura entre 25 e 30°C e
ausência de luz solar direta.
ESTRONGILOIDÍASE - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas L3 filarióide na pele ou mucosa oral,
esofágica ou gástrica do hospedeiro. Estas larvas secretam melanoproteases, que as auxiliam na penetração e na
migração através dos tecidos, que ocorre numa velocidade de 10 cm / h. Algumas morrem no local.
CICLO DE LOSS: O ciclo continua pelas larvas que atingem a circulação venosa e linfática e seguem para o
coração e pulmões. Chegam aos capilares pulmonares, se transformam em L4, atravessam a membrana alveolar,
migram pela árvore brônquica e chegam à faringe.
● Podem ser expelidas pela expectoração ou serem deglutidas, atingindo o intestino delgado,
onde se transformam em fêmeas partenogenéticas.
● Ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal.
● O período pré-patente é de aproximadamente 15-25 dias, tempo decorrido desde a
penetração da larva filarióide na pele até que ela se torne adulta e comece a eliminar ovos
larvados, e eclosão das larvas no intestino.
● Fêmeas adultas são capazes de se multiplicarem com posturas de 40 ovos por dia, que se
transformam em larvas. Podem ser eliminadas pelas fezes.
● Algumas larvas não infectantes podem sofrer mutações em infectantes, invadem a parede
gastrointestinal e estabelecem autoinfecção endógena ou hiperinfecção. Esse ciclo é
único do S. stercoralis e explica a importância dessa verminose.
● Autoinfecção por S. stercoralis aumenta devido ao grande número de larvas filariformes que
penetram na mucosa dos intestinos delgado e grosso e se alojam posteriormente nos capilares
pulmonares, onde sintomas respiratórios similares a pneumonia e asma podem ser observados.
TRANSMISSÃO HETERO OU PRIMOINFECÇÃO:
● Larvas filarióides infectantes (L3) penetram usualmente através da pele, ou, ocasionalmente,
através das mucosas, principalmenteda boca e do esôfago.
● Infecção percutânea nas pessoas que não usam calçados; a penetração ocorre através da pele
dos pés, particularmente nos espaços interdigitais, e lateralmente, já que a superfície plantar
muito espessa pode constituir uma barreira.
AUTOINFECÇÃO EXTERNA OU EXÓGENA:
● Larvas rabditóides na região perianal de indivíduos infectados transformam-se em larvas
filarióides infectantes e aí penetram completando o ciclo direto.
● Pode ocorrer em crianças, idosos ou pacientes internados que defecam na fralda, roupa ou
ainda em indivíduos, que, por deficiência de higiene, deixam permanecer restos de fezes em
pêlos perianais.
AUTOINFECÇÃO INTERNA OU ENDÓGENA:
● Larvas rabditóides na luz intestinal de indivíduos infectados, transformam-se em larvas
filarióides infectantes, que penetram na mucosa intestinal (íleo ou cólon).
● Esse mecanismo pode cronificar a doença por vários meses ou anos.
● Em casos raros, nesse tipo de autoinfecção, podem ser encontradas fêmeas partenogenéticas
nos pulmões.
● Pode ocorrer em indivíduos com estrongiloidíase e constipação intestinal devido ao
retardamento da eliminação do material fecal.
● Em pacientes com ou sem retardo de eliminação de fezes mas com baixa de imunidade pode
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ocorrer autoinfecção interna com presença de L1, L2, e L3, em diferentes órgãos.
● A autoinfecção interna pode acelerar-se, provocando a elevação do número de parasitos no
intestino e nos pulmões (hiperinfecção); ou disseminar por vários órgãos do paciente
(forma disseminada).
- Ambas são formas graves, potencialmente fatais, em indivíduos imunodeprimidos.
PATOGENIA, PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA:
➔ Indivíduos portadores de pequeno número de parasitos no intestino geralmente são
assintomáticos ou oligossintomáticos, mas isso não significa ausência de ação patogênica e
de lesões.
➔ Casos graves:
- Hiperinfecção
- Uso crônico de corticoides
- Coinfecção viral
Formas graves, às vezes fatais, relacionam-se com fatores extrínsecos, principalmente pela carga parasitária
adquirida e com fatores intrínsecos (subalimentação com carência de proteínas provocando enterite; ocorrência
de diarreia e vômitos facilitando os mecanismos de autoinfecção; alcoolismo crônico, infecções parasitárias e
bacterianas associadas; comprometimento da resposta imunitária natural ou adquirida, intervenções cirúrgicas
gastroduodenais e outras cirurgias que utilizam anestesia geral, pois facilitam a estase broncopulmonar).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
➔ Pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda
➔ Tosse com ou sem expectoração
➔ Febre
➔ Dispneia
➔ Crises asmatiformes decorrentes das larvas filarióides e, ocasionalmente, de fêmeas que aí
podem atingir a maturidade, produzindo ovos e larvas rabditóides
➔ Instabilidade hemodinâmica
➔ Distensão abdominal.
CICLO DE LOSS - SÍNDROME DE LOEFFLER:
● Edema pulmonar
● Manifestações alérgicas
● Insuficiência respiratória
● Broncopneumonia
COMPLICAÇÕES: Meningite por Gram negativos e septicemia pela à entrada de microrganismos intestinais na
corrente sanguínea, acompanhando a penetração das larvas e alojando-se no sistema nervoso central. A invasão
dos tecidos não ocorre em pacientes imunocompetentes devido à imunidade celular eficaz. Estrongiloidíase
sistêmica ocorre quando barreiras de defesa encontram-se comprometidas.
ESTRONGILOIDÍASE INTESTINAL
Enterite catarral - reversível
- Reação inflamatória leve
- Acúmulo de células caliciformes que secretam mucina
- Aumento do peristaltismo (IgE e IgG)
- Diarréia
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Enterite edematosa - reversível
- Parasitas em todas as túnicas da parede intestinal
- Reação inflamatória com edema da submucosa
- Desaparecimento do relevo mucosa
- Síndrome de má absorção
Enterite ulcerativa
- Parasitas em grande quantidade
- Reação inflamatória eosinofílica intensa
- Ulcerações com invasão bacteriana
- Cicatrização fibrótica - Tecido fibroso - acúmulo de colágeno
- A área de cicatrização sem retorno ao relevo de microvilosidades - redução do peristaltismo
DIAGNÓSTICO: Pode ser feito através da pesquisa do Strongyloides stercoralis nas fezes (larva rabditóide),
líquido duodenal, líquido pleural, líquido cefalorraquidiano e exsudato pulmonar.
● Métodos parasitológicos (diretos)
➔ Parasitológico de fezes:
- Pesquisa de larvas através do hidro e do termotropismo.
- Alta especificidade
- Realizado em fezes frescas
-Métodos indiretos: Hemograma, diagnósticos por imagem, métodos imunológicos, etc.
TRATAMENTO: Das infecções causadas por nematódeos, a estrongiloidíase é a mais difícil de ser tratada.
Mebendazol - NÃO ATUA SOBRE O S. STERCORALIS
● Albendazol - Atua sobre larvas e fêmeas partenogenéticas
● Tiabendazol - Inibe vias metabólicas das fêmeas partenogenéticas
● Cambendazol - Atua sobre larvas e fêmeas partenogenéticas
● Ivermectina - Uso veterinário

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