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3 Centro Universitário Cidade Verde DISCIPLINA: GENÉTICA Psicologia vanessa baddini tobias - 2º semestre ERROS INATOS DO METABOLISMO MARINGÁ 2022 vanessa baddini tobias - 2º semestre ERROS INATOS DO METABOLISMO Trabalho de Avaliação Bimestral apresentado ao curso de Psicologia, da disciplina de Genética, do Centro Universitário Cidade Verde, como requisito parcial para nota do bimestre. Prof.: Carlos Henrique Lopez MARINGÁ 2022 Sumário 1 Introdução 3 2 Desenvolvimento 4 Adrenoleucodistrofia 5 Doença de Gaucher 7 Homocistinúria 10 Glicogenoses 11 Síndrome de Leigh 14 3 Conclusão 17 Referências 18 1 Introdução Os erros inatos do metabolismo são doenças metabólicas hereditárias individualmente raras, mas que em seu conjunto apresentam uma incidência aproximada de pelo menos um caso para cada mil nascimentos. O presente trabalho teve por objetivos descrever alguns erros a fim de compreender a genética dentro do organismo humano. 2 Desenvolvimento "Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios hereditários transmitidos, na sua quase totalidade, de maneira autossômica recessiva." (“Investigação de erros inatos do metabolismo - UFRGS”) O termo passou a ser usado pelo médico inglês Archibald Garrod em 1909, onde ele revelou que os genes são responsáveis pela produção de enzimas. Em 1941 o biólogo estadunidense gerge bbeatle, juntamente com seus colegas, proporam a famosa hipótese "um gene, uma enzima" onde todos os processos bioquímicos do organismo se submetem ao controle gênico, portanto mutações genicas ocasionam rotas bioquímicas diferentes. Os EIM se dividem em 2 categorias que estão relacionadas com tipos de interferências no organismos. A categoria 1 caracteriza as alterações que vão afetar um único sistema, como o sistema imunológico ou apenas um órgão. A categoria 2, possui um grupo de doenças que o defeito completará uma rota bioquímica que será comum a diversas partes do corpo, como por exemplo a quebra de glicose que pode ser feita pela maioria das células do organismo. As vezes a categoria 2 vai apresentar uma enorme diversidade clínica e podem ter uma grande dificuldade diagnostica sendo bem diferentes de categoria, que possuem sintomas que pouco variam tendo um diagnóstico mais fácil, A categoria 2, ainda se divem de 3 grupos diferentes. Grupo I: caracterizam distúrbios da síntese ou quebra de moléculas entre elas a adrenoleucodistrofia, e doença de Gaucher onde o tipo 1 aparece em aproximadamente 95% dos casos (de acordo com dados da CONITEC, COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE), que apresentam sintomas permanentes e que tendem a acentuar com o passar do tempo. Grupo II: Erros inatos do metabolismo intermediário que culminam em intoxicação aguda ou crônica; onde uma via terá algum passo prejudicado por uma enzima defeituosa culminando em intoxicação aguda ou crônica, como a homocistinpuria que falaremos posteriormente. Grupo III: Deficiência na produção ou utilização de energia como doenças relacionadas a acúmulo de glicogenia e doenças mitocondriais, em sua maioria, são provenientes de distúrbios do fígado, miocárdio, músculo e cérebro, como as glicogenoses - Doença de Von Gierke e Síndrome de Leigh. Os erros inatos do metabolismo são doenças metabólicas hereditárias raras, com pelo menos um caso para cada mil nascimentos, na escola aprendemos com a genética sobre dominância e recessividade. Os EIM em sua quase totalidade provém de alelos recessivos, que são representados por aa, poucas dessas ordens são diagnosticadas em recém-nascidos, porém a partir de exames pré-natais, o médico deve estar atento a sintomas e sinais de que irá indicar a necessidade de uma investigação direcionada, levando a mostras de exames do bebê para análises laboratoriais incluindo testes bioquímicos e hematológicos. A partir dos anos 50, a criação e aprimoramento de novas técnicas da biologia molecular permitiram a detecção dos mecanismos inéditos relacionados ao EIM, além disso avanços com a tecnologia do DNA recominalte e o projeto genoma humano, permitiram a criação de tratamentos a nível molecular para diversos distúrbios genéticos como os que caracterizam os EIM. Um dos tratamentos mais conhecidos é chamado de terapia genica, que consciente em substituir o gene defeituoso por outro sadio que por sua vez codifica enzimas normais ou qualquer outro tipo de proteína normal. Adrenoleucodistrofia Essa doença é retratada no filme Óleo de Lourenzo, esse EIM possui incidência baixa, afetando cerca de uma pessoa a cada 20 mil nascidos vivos, o que, portanto, faz com que muitos médicos e profissionais da saúde desconheçam tal doença, dificultando seu diagnóstico e tratamento. De acordo com o site, da Universidade Federal de São Carlos, "Genética na Prática": A adrenoleucodistrofia (ADL) é uma doença genética, que apesar de rara, é uma doença metabólica hereditária de origem peroxissomal mais comum, sendo considerada, também, de caráter degenerativo e incurável. O nome "adrenoleucodistrofia" foi aplicado em referência às estruturas mais afetadas pela doença, sendo elas: “adreno”, referindo-se às glândulas adrenais/suprarrenais, as quais localizam-se acima dos rins e secretam alguns hormônios essenciais ao funcionamento do organismo, além da palavra “leuco”, que, do grego, significa "branco”, fazendo referência à substância branca localizada no interior do cérebro (medula cerebral). Por fim, a palavra “distrofia” é usada para expressar o não desenvolvimento dessas estruturas no corpo da pessoa afetada, ou seja, é empregada sempre que uma estrutura do nosso corpo não se desenvolve da maneira correta. A adrenoleucodistrofia é uma alteração genética, onde o corpo terá deficiência ou não irá produzir, a proteína chamada de ALDP (Adrenoleukodystrophy protein). Essa ausência, ou mal funcionamento, fazem que os ácidos graxos de cadeia muito longa (AGCML), uma espécie de gordura que é produzida pelo próprio corpo, não consigam entrar no interior de uma estrutura chamada de peroxissomo e fiquem armazenados dentro das células. (“Adrenoleucodistrofia - Genética na Prática”) A adrenoleucodistrofia é uma doença genética com padrão de herança recessivo ligado ao X, que consiste em um erro inato do metabolismo por mutações no gene que codifica o transportador peroxisomal ABCD1, localizado no braço longo do cromossomo X, Xq28. Por conta disso, a proteína conhecida como proteína da ALD, ou ALDP, deixa de ser produzida. Uma vez que essa proteína de membrana é responsável pelo transporte de ácidos graxos de cadeia muito longa em peroxissomos, a fim de promover sua degradação por oxidação, o distúrbio é caracterizado por acúmulo de ácidos graxos em tecidos e fluidos corporais. Consequentemente, leva à insuficiência adrenal e à desmielinização axonal. (“Adrenoleucodistrofia - Genética na Prática”) Essa patologia afeta 1:15.000 a 25.000 indivíduos em todo o mundo, sem predisposição por raça ou etnia. Nas doenças recessivas ligadas ao cromossomo X, as mulheres (XX) precisam de dois X com o gene mutados para manifestarem a doença, enquanto para os homens (XY) basta apenas um X com o alelo mutado para manifestar [8]. Sendo assim, essa herança é ligada ao sexo de caráter recessivo transmitida por mulheres portadoras, porém afetam principalmente homens. A mãe que é portadora da doença tem 50% de chance de ter um filho que desenvolva os sintomas. A adrenoleucodistrofia é uma doença que exige um tratamento multidisciplinar, ou seja, são necessárias diversas especialidades da saúde no acompanhamento do paciente – como enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e psicólogos como visto no filme Óleo de Lorenzo. Os objetivos terapêuticos são voltados em promover a independência funcional, melhorar o equilíbrio e a amplitude de movimento, treinar a marcha, prevenir e diminuir encurtamentos musculares, normalizar o tônus e estimular as atividades de vida diária. (“Adrenoleucodistrofia - Genética na Prática”)"A terapia curativa/preventiva é composta pela dietoterapia que compreende a restrição de alimentos que contenham AGCML, principalmente o C26:0, combinada a administração do óleo de Lorenzo e lovastatina." (“Adrenoleucodistrofia - Genética na Prática”) Ambos atuam diminuindo a concentração plasmática e em fibroblastos desses ácidos graxos nos indivíduos com X-ALD. A reposição de esteroides adrenais em pacientes com comprometimento da função adrenal e o transplante de células tronco hematopoiéticas em pacientes com acometimento inicial do cérebro, se apresentam como medidas terapêuticas na patologia em questão. Além disso, a terapia com drogas antioxidantes é utilizada para os casos em que ocorre neuro inflamação O transplante de medula óssea (TMO), especificamente de CTH, se apresenta como uma das formas terapêuticas mais agressivas na X-ALD. Isso é indicado apenas para pacientes que se encontram em fase inicial e inflamatória da doença, sendo uma possível cura. "No entanto, como a maioria dos diagnósticos são tardios, os tratamentos tornam-se paliativos, ou seja, não possuem cura." (“Adrenoleucodistrofia - Genética na Prática”) Esses tratamentos ajudam a prolongar a vida do paciente e proporcionar uma melhor qualidade da mesma. Doença de Gaucher A doença de Gaucher (DG) é a mais comum das glicoesfingolipidoses e a primeira a ter tratamento específico com terapia de reposição enzimática (TRE). É uma doença autossômica recessiva, causada pela atividade deficiente da enzima beta-glicocerebrosidase, que compromete o metabolismo lipídico, resultando em acúmulo de glicocerebrosídio nos macrófago; a beta-glicocerebrosidase é codificada pelo gene GBA1, localizado no cromossomo 1p21. As principais manifestações clínicas da DG decorrem do acometimento hematológico (anemia, plaquetopenia), visceral (hepatomegalia, esplenomegalia) e esquelético (dor óssea, osteopenia), além do acometimento neurológico presente em algumas formas da doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, há 670 pacientes com DG em tratamento no Brasil, sendo que aproximadamente 96% fazem uso de TRE e 4% de inibição de síntese de substrato (ISS). A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Três formas clínicas da DG são reconhecidas: Tipo 1 (não neuronopática ou forma crônica não neuronopática do adulto) é a forma mais frequente da DG. "Os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar graus variados de hepatoesplenomegalia, manifestações hematológicas e acometimento ósseo." (“Hepatite B.docx - hpdg.org.br”) A sobrevida dos pacientes pode ser semelhante à da população normal. "Tipo 2 (neuronopática aguda ou forma infantil neuronopática) é associado com hepatoesplenomegalia, alterações neurológicas graves e morte, ocorrendo usualmente nos dois primeiros anos de vida." (“Ministério da Saúde - conitec.gov.br”) Não há evidência de eficácia do tratamento específico (TRE ou ISS) nesta forma da doença. Tipo 3 (neuronopática subaguda ou forma juvenil neuronopática) apresenta manifestações clínicas (hepatoesplenomegalia, anemia, trombocitopenia e acometimento ósseo), que se iniciam geralmente na infância e costumam ser mais graves do que as apresentadas pelos pacientes com o tipo 1, além de estarem associadas a disfunção neurológica lentamente progressiva. O óbito ocorre comumente entre a segunda e a quarta décadas de vida. (“Ministério da Saúde”) Uma correta aferição do tamanho do fígado e do baço é fundamental tanto para o diagnóstico quanto para a monitorização do tratamento dos pacientes com DG. Em relação ao tamanho hepático, o fato de o fígado ser palpável não implica, necessariamente, presença de hepatomegalia. (“Ministério da Saúde”) O diagnóstico de hepatomegalia pode ser feito por meio de exame físico (uso das técnicas de palpação e percussão associadas à fita métrica) ou de exame de imagem de abdômen (neste último caso, idealmente por meio da aferição do volume hepático por ressonância magnética de abdômen); não existe, contudo, consenso na literatura sobre o tamanho normal do fígado, o qual é dependente, entre outros, da idade do paciente e do eixo ou local do órgão utilizado para aferição. O diagnóstico precoce da DG depende de um alto grau de suspeição, por parte de médicos generalistas, diante de casos de atraso de crescimento e desenvolvimento e de hepatoesplenomegalia, por exemplo. As típicas células de Gaucher são encontradas na medula óssea, no tecido esplênico ou no tecido hepático. Entretanto, células similares têm sido descritas em muitas outras doenças. (“Medicina Atual: Doença de Gaucher - Blogger”) O padrão-ouro para o diagnóstico da DG é a medida da atividade da enzima beta-glicocerebrosidase, por ensaio fluorométrico, em leucócitos do sangue periférico. O tratamento da DG envolve medidas de suporte e a terapia específica. As medidas de suporte incluem: • realização de aconselhamento genético ao paciente e aos familiares; • acompanhamento médico e laboratorial periódicos a fim de serem identificadas e tratadas, de forma precoce, as complicações associadas; • tratamento sintomático (por exemplo, uso de analgésicos para controle da dor óssea); • uso de bifosfonatos para controle da osteoporose (conforme Protocolo específico do Ministério da Saúde); • colocação de próteses ósseas em pacientes com osteonecrose; • se necessário, uso de anticonvulsivantes para pacientes com DG tipo 3; • terapia de reabilitação para pacientes com DG tipo 3; • acompanhamento nutricional e estímulo à realização de atividade física, esta última de acordo com as condições de saúde de cada paciente, para prevenção da osteoporose, do aumento de peso e da síndrome metabólica associados à TRE - TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA; • vacinação em pacientes esplenectomizados de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde nesta situação, assim como os pacientes com doença pulmonar e hepática. Os demais pacientes devem seguir o calendário vacinal recomendado para indivíduos sem DG; e • todos os cuidados básicos de saúde, inclusive para prevenção de neoplasias (evitar tabagismo, realizar mamografia etc.) aplicam-se aos pacientes com DG. Frisa-se a importância dos cuidados paliativos aos pacientes com DG tipos 2 e 3 e aos que não tiveram acesso em tempo apropriado ao tratamento específico. São dois os tratamentos atualmente utilizados para a terapia específica da DG: a TRE e a ISS - INIBIÇÃO DE SÍNTESE DE SUBSTRATO. A TRE é mais antiga e específica, consistindo na administração endovenosa (quinzenal, duas vezes/mês) de formas artificiais (recombinantes) da enzima (beta-glicocerebrosidase) que o paciente não produz em quantidade suficiente. A reposição da enzima possibilita a conversão do substrato da mesma (glicocerebrosídio) em seu produto (lactosilceramida), diminuindo o acúmulo do glicocerebrosídio e, consequentemente, o desenvolvimento de toda a cascata de eventos bioquímicos que acabam por ocasionar as manifestações clínicas apresentadas pelos pacientes. Homocistinúria "A homocistinúria clássica é uma doença rara na qual os pacientes possuem deficiência na produção de uma enzima chamada cistationina beta-sintase (CBS)." (“Tratamento específico para homocistinúria clássica”) Esta enzima é fundamental para evitar o acúmulo da homocisteína, um aminoácido que, se não for eliminado do organismo, chega a níveis tóxicos e causa riscos à saúde. Ele é produzido a partir de outro, chamado metionina, obtido por meio da ingestão de alimentos ricos em proteína, como nozes, carnes, produtos lácteos, leguminosas, entre outros. Parte da metionina é reutilizada pelo organismo para fazer novas proteínas, mas outra parte é degradada para formar a homocisteína. O acúmulo da homocisteína pode causar problemas cardiovasculares, possibilitar a formação de coágulos nos vasos sanguíneos (trombos) e provocar lesões nas artérias. A doença é hereditária e afeta todos os sistemas do corpo. Osprimeiros sintomas costumam aparecer ainda na infância. (“Ministério da Saúde incorpora fórmula para tratamento de ...”) A causa mais comum de homocistinúria é uma deficiência da enzima cistationina sintetase. A incidência é de 1em 200.000 nascidos vivos. Entre os sintomas se encontram tromboembolismo, deslocamento do cristalino (que pode ocorrer mesmo com tratamento regular), escoliose, osteoporose, retardo mental, convulsões e distúrbios psiquiátricos. Aproximadamente 50 por cento dos indivíduos não tratados morrem antes de 25 anos de idade. (“Aminoacidopatias e Distúrbios do Ciclo da Ureia - DLE”) O tratamento pode incluir uma dieta restrita de metionina, suplementada de cistina, assim como altas doses de Vitamina B6. O tratamento consiste em uma dieta restrita em alimentos precursores de metionina é a terapia padrão para a doença. "Ela pode ser usada como único tratamento ou como terapia auxiliar, juntamente com a piridoxina e/ou betaína – medicamentos utilizados para diminuir o acúmulo de homocisteína." (“Tratamento específico para homocistinúria clássica”) Como alimentos fontes de proteína são reduzidos da dieta, é necessária reposição dos aminoácidos essenciais (exceto metionina). Normalmente, esses são obtidos por meio da ingestão de alimentos ricos em proteína e, em pessoas com a doença, podem ser ingeridos por meio da fórmula metabólica isenta de metionina. A reposição permite que o paciente mantenha funções e desenvolvimento adequados apesar da importante restrição alimentar. Pacientes com homocistinúria clássica podem ter deficiência de ácido fólico e vitamina B12 - isso pode ocorrer devido à própria doença ou por causa da dieta. Essas duas substâncias desempenham papéis importantes no metabolismo da homocisteína e da metionina. Por isso, o tratamento pode envolver o consumo de alimentos ricos em ácido fólico e vitamina B12 e, em alguns casos, se orienta a suplementação destes. (“Tratamento específico para homocistinúria clássica”) Glicogenoses "As glicogenoses, também chamadas dextroses ou doenças do armazenamento de glicogênio, são enfermidades secundárias a um erro no metabolismo, o qual resulta em concentrações alteradas de glicogênio no organismo, principalmente no fígado e nos músculos." (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) Existem mais de 10 diferentes tipos, dependendo do defeito enzimático encontrado. "A condição foi primeiramente constatada por Von Gierke em 1929 e, por isso, uma das formas dessa deficiência foi denominada de Doença de Von Gierke." (“Cuidados de enfermagem na PAM - Anatomia Humana I - 3”) "As glicogenoses podem ser genéticas (herança autossômica recessiva) ou adquiridas." (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) As de causas genéticas devem-se a um erro congênito do metabolismo em virtude da ausência ou deficiência enzimática envolvida na síntese ou degradação do glicogênio. "As adquiridas são causadas por intoxicação com o alcaloide castanospermina." (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) O glicogênio é a forma através da qual o organismo armazena a glicose. Ele está presente em todas as células animais, sendo mais abundante no fígado e nos músculos. A glicose ingerida chega ao fígado pela veia porta. (“Enfermagem a arte de cuidar: GLICOGENOSES - Blogger”) Quando há necessidade de uso da glicose, ocorre uma “quebra” do glicogênio por meio de processo enzimático ocorrendo então liberação dela para a circulação sanguínea. "Dessa forma, o fígado proporciona a liberação de glicose para vários órgãos, incluindo o cérebro." (“Glicogenoses - Hepcentro”) Quando o glicogênio não consegue ser “quebrado” devido à deficiência de algumas das enzimas envolvidas, este se acumula no órgão e o organismo sofre as consequências desse excesso e da falta de glicose. Existem onze doenças distintas de armazenamento de glicogênio. A deficiência da síntese de glicogênio, embora não resulte no armazenamento de glicogênio, é frequentemente classificada como glicogenose tipo 0, porque pode causar problemas semelhantes. As deficiências enzimáticas resultam em maior concentração do glicogênio em diversos tecidos do organismo. As glicogenoses são classificadas em doze tipos diferentes, nomeadas de acordo com o defeito enzimático específico de cada uma e os órgãos afetados. (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) A glicogenose tipo I representa cerca de 25% do total das glicogenoses e é caracterizada pela deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, responsável pela reação final do processo de glicogenólise e gliconeogênese. Portanto, os indivíduos com esta doença são incapazes de converter a glicose-6-fosfato em glicose livre para a circulação sanguínea, resultando no acúmulo excessivo de glicogênio no fígado, rins e mucosa intestinal. A diferenciação clínica entre as glicogenoses às vezes é difícil, mas o tipo I é tomado aqui como exemplo por ser o mais grave e o de início mais precoce. A hipoglicemia, convulsão, hepatomegalia, cetose e acidemia láctica já podem estar presentes desde o período neonatal ou aparecerem após alguns meses de vida. O fígado tem consistência habitual, superfície lisa, mas pode atingir a fossa ilíaca direita e esquerda. (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) "Alguns sintomas, são: fácies de boneca, sangramentos nasais frequentes, diarreia intermitente, retardo de crescimento, adiposidade exagerada e musculatura diminuída." (“Cuidados de enfermagem na PAM - Anatomia Humana I - 3”) Com algum tempo de evolução da doença, pode-se encontrar: xantomas, alteração da retina, pancreatite, cálculo na vesícula biliar, hipertensão pulmonar devido à produção anômala de aminas vasoativas como serotonina e doença renal crônica com nefromegalia e hipercalciúria. "O adenoma hepático geralmente ocorre durante ou após a puberdade, mas pode se desenvolver em qualquer idade e se transformar em hepatocarcinoma após muitos anos." (“Revista de Pediatria SOPERJ”) "O diagnóstico deve partir dos sintomas, mas como a glicogenose pode simular um quadro respiratório, a gasometria arterial ou venosa e a ausculta pulmonar são indispensáveis." (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) A medida da glicemia e a constatação de hepatomegalia auxiliam no diagnóstico. Para complementar o diagnóstico, associa-se o quadro clínico a testes de tolerância oral à glicose e lactato, em jejum e após dieta rica em carboidrato. O lactato é muito alto em jejum e diminui após a administração de glicose na dieta. Esses pacientes também apresentam triglicérides, colesterol, ureia e transaminases discretamente elevadas no sangue. (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) A biópsia hepática com dosagem da atividade enzimática e a análise molecular tornam o diagnóstico definitivo. Para se manterem equilibradas, as crianças com glicogenose dependem de fonte exógena de glicose. Por isso, quando submetidos a um jejum prolongado, como no caso de procedimentos cirúrgicos, por exemplo, devem receber infusão endovenosa de glicose. A terapia nutricional deve ser constituída por alimentação sem açúcares de rápida absorção e com produtos ricos em amido. A utilização de infusão intragástrica contínua durante a noite geralmente é necessária na fase inicial até a adaptação à dieta. (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) A ingestão de alimentos deve ser fracionada em 5 a 6 refeições durante o dia. Alguns autores aconselham que o aleitamento materno seja feito a cada 3 horas, junto com a suplementação de glicose diluída em água. A introdução de outros alimentos pode ter início entre 4 e 6 meses de idade, devendo ser dada prioridade aos alimentos ricos em amido. "A dieta com alto teor de proteína não é aconselhada." (“Enfermagem a arte de cuidar: 2017 - Blogger”) Alimentos e medicações com galactose e frutose devem ser evitados e utilizadas fórmulas alimentares infantis sem lactose. A suplementação de vitaminas e sais minerais, principalmente de cálcio, pode ser necessária devido à limitada ingestão de leite e frutas. A hiperuricemia necessita de medicaçõesespecíficas. (“Enfermagem a arte de cuidar: 2017 - Blogger”) "Um transplante renal pode ser necessário, no caso de evolução para a insuficiência renal crônica." (“Blog Dr. Carlos: Janeiro 2017”) O transplante hepático é recomendado para crianças com importante déficit de estatura, as que não responderam ao tratamento dietético ou quando existe adenoma hepático, devido à possibilidade da transformação maligna. "Os pacientes com glicogenoses têm um risco aumentado de osteoporose." (“Blog Dr. Carlos: Glicogenose: sabe o que é?”) Síndrome de Leigh Síndrome de Leigh ou Doença de Leigh é uma doença neurodegenerativa hereditária rara que afeta o sistema nervoso central. É caracterizada por atraso e perda progressiva das capacidades mentais e motoras, podendo levar à morte nos primeiros três anos de vida. A doença de Leigh afeta crianças e, em casos raros, pode afetar adolescentes e adultos. (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) A Síndrome de Leigh é causada por uma alteração genética que pode ser herdada do pai e da mãe (mesmo que os pais não tenham a doença, mas existam casos na família). Por isso, é recomendado que pessoas com casos da doença na família façam aconselhamento genético para saber qual as chances de ter um filho com este problema. "A Síndrome de Leigh afeta 1 em cada 40 000 nascidos vivos." (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) "Também chamada de encefalomiopatia mitocondrial, a Síndrome de Leigh é uma forma de distúrbio neuro-metabólico hereditário que afeta tanto os músculos quanto o cérebro." (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) Ainda não há cura para a doença. A Síndrome de Leigh foi descoberta na década de 1950 pelo Dr. Denis Leigh. Na época, a síndrome era intitulada como doença “mortal”, devido à sua prevalência de fatalidades entre os jovens. (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) A Síndrome de Leigh pode ser causada por mutações no DNA nuclear ou no DNA mitocondrial. No entanto, a maioria dos genes associados à síndrome está envolvida no processo de produção de energia nas mitocôndrias, conduzindo à perda de fosforilação oxidativo - o principal responsável do processo para a produção de ATP (adenosina trifosfato) no corpo. Essa molécula é encontrada em todos os seres vivos e constitui a principal forma de energia química, uma vez que sua hidrólise é altamente exergônica (libera energia livre). (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) "É graças a ela que diversos processos celulares ocorrem e a homeostase celular é mantida." (“ATP - Mundo Educação”) "Ou seja, desde que o ATP é a fonte de energia principal do organismo, o descontrole de seu processo é uma ameaça ao pleno funcionamento do corpo." (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) Os primeiros sintomas da Síndrome de Leigh surgem antes dos 2 anos idade e incluem: perda de capacidades motoras, vômitos, diarreias, atividade convulsiva, choro contínuo e perda de apetite/ dificuldade em engolir. Outros sintomas da doença: irritabilidade excessiva; atraso no desenvolvimento; dificuldade para aumentar de peso; diminuição da força nos braços ou pernas; tremores e espasmos musculares. Conforme a doença progride, os sintomas podem incluir falta de tônus muscular, fraqueza generalizada, bem como episódios de acidose láctica – que pode levar a um comprometimento do funcionamento renal e respiratório da pessoa. Nos casos de incidência da Síndrome de Leigh na idade adulta, por volta dos 30 anos, os primeiros sintomas ocorrem geralmente na visão (aparecimento de uma camada esbranquiçada que embaça a visão, perda progressiva da visão ou daltonismo, que é a perda da capacidade em distinguir as cores). Nos adultos, a doença evolui lentamente. Doença neurometabólica rara, a Síndrome de Leigh é uma doença genética rara que provoca a destruição progressiva do sistema nervoso central, afetando, o cérebro, a medula ou o nervo ótico. É um distúrbio que impede que as células do sistema nervoso central produzam energia. (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) Isto é, as células são incapazes de produzir energia para seu devido desenvolvimento, porque são incapazes de converter nutrientes da corrente sanguínea em uma forma de energia que pode ser usada pela célula como combustível. "Como as células são incapazes de produzir energia para seu crescimento, o esgotamento de energia se acumula e as células sofrem deterioramento, e consequentemente morrem." (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) "Como a doença de Leigh ataca principalmente na fase de crescimento na primeira infância – afetando o cérebro num período vital de desenvolvimento, a doença é inalteravelmente fatal." (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) É possível diagnosticar a Síndrome de Leigh ainda no pré-natal, caso a mutação se encontre no DNA nuclear. Nos casos em que o gene afetado se encontra no DNA mitocondrial, não é possível obter o diagnóstico em razão do fenômeno chamado heteroplasmia (existência quer de mitocôndrias normais, quer de mitocôndrias com genoma alterado). (“Síndrome de Leigh - Casa Hunter”) 3 Conclusão Considerando a vasta quantidade de informações das Doenças acerca do EIM, este trabalho apenas introduz o tema sobre este grupo de doenças, oriundos dos Erros Inatos do Metabolismo. Essas informações introdutórias se fazem necessárias aos estudantes da Psicologia pois são clássicos distúrbios genéticos, sendo indispensável conhecê-los para o aconselhamento familiar diante do prognóstico do paciente e o risco de recorrência dessas doenças. Referências AMINOACIDOPATIAS E DISTÚRBIOS DO CICLO DA UREIA. DLE - Genética Humana e Doenças Raras. Disponível em: https://www.dle.com.br/areas-de-atuacao/erros-inatos-do-metabolismo/aminoacidopatias-e-disturbios-do-ciclo-da-ureia/. Acesso em: 24 mar. 2022. Arana Camis, André et al. Adrenoleucodistrofia : Descrição da Patologia. Disponível em: https://www.geneticanapratica.ufscar.br/temas/adrenoleucodistrofia. Acesso em: 23 mar. 2022. Archibald Garrod: Breve Biografia. Wikipédia, a enciclopédia livre.. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Archibald_Garrod. Acesso em: 5 mar. 2022. COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Doença De Gaucher. CONITEC. Disponível em: http://conitec.gov.br/. Acesso em: 24 mar. 2022. COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Tratamento específico para homocistinúria clássica. CONITEC. Disponível em: http://conitec.gov.br/. Acesso em: 24 mar. 2022. Ell Husny, Antonette Souto ; Fernandas CAldato, Milena Coelho. Erros inatos do metabolismo: revisão de literatura. Revista Paraense de Medicina, Belém, jun 2006. Informações Gerais da Doença. SÍNDROME DE LEIGH. Casa Hunter. 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