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1 JENNIFER DELGADO FONTES – CROBA 21.280. AMÁLGAMA DENTAL É o mais utilizado para restaurações diretas em dentes posteriores, devido: durabilidade, relação custo-benefício para o paciente, simplicidade da técnica e tempo necessário para confeccionar a restauração. Sua principal desvantagem é que sua estrutura metálica não combina com a estrutura dental. É formado quando o mercúrio é misturado a uma liga metálica, composta basicamente por prata, estanho e cobre, além de outros elementos, por exemplo, o zinco. A prata é o constituinte principal e se associa ao estanho na forma de um composto intermetálico comumente descrita como fase y . A prata contribui para o aumento da resistência da restauração, além de diminuir o escoamento do amálgama sob ação de cargas mecânicas. Esse metal tem a desvantagem de aumentar a expansão de presa. O estanho tem a finalidade de facilitar a amalgamação à temperatura ambiente, e auxiliar na redução da expansão da prata. O cobre substitui parcialmente a prata e contribui para o aumento da dureza e resistência mecânica do amálgama, diminuindo o escoamento e a corrosão. Ligas com percentual de cobre inferior a 6%- ligas com baixo teor de cobre, e ligas com percentual de cobre entre 13-30% são classificados como ligas com alto teor de cobre. O zinco é um auxiliar no processo de fabricação e serve como agente desoxidante durante a fusão da liga. Tem afinidade com oxigênio e impurezas, além de diminuir a possibilidade de formação de outros óxidos. As ligas com zinco possuem desempenho clínico superior, particularmente, menor incidência de fratura das margens. Nas ligas que contém zinco, a sua contaminação por agua ou saliva, por ocasião da inserção ou condensação do material, produz um fenômeno denominado expansão tardia. Amalgamação: reação de mistura, envolve a dissolução da camada superficial das partículas da liga pelo mercúrio, formando duas novas fases – sólidas à temperatura ambiente. A reação de amalgamação pode ser representada: Ag3Sn + Hg → Ag3Sn + Ag2Hg3 + Sn8Hg y mercúrio y y1 y2 Fase y (gama) – liga não reagida com o mercúrio; Fase y1 e y2 – matriz formada pela reação do mercúrio com a prata e o estanho, respectivamente. A presença da fase y ao fim da reação, significa que nem todas as partículas reagem ao mercúrio. Dentre as 3 fases, a y é a que apresenta maior resistência – 5 vezes mais resistente que a fase y1, e 8 vezes mais resistente que a fase y2. (essa fase é propensa a corrosão), por isso é natural que tentem eliminar ou reduzir a fase y2, para poder melhorar as propriedades do amálgama. → CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS PARA AMÁLGAMA: • MORFOLOGIA E TAMANHO DAS PARTÍCULAS: O tamanho e o formato das partículas têm influência sobre as características de manipulação do material, além de influenciar na composição final e nas propriedades mecânicas. O consenso é que as partículas de tamanho médio são preferíveis às muito finas ou muito grossas. As muito finas – escultura mais fácil, acabamento final excelente, porém, para isso, necessitam de mais mercúrio para reagir com a liga, consequentemente apresentam maior formação das fases y1 e y2, por isso, elas resultam em amalgamas com propriedades mecânicas inferiores. Nas ligas com partículas grossas – escultura mais difícil, pois as partículas são facilmente deslocadas da superfície durante a cristalização inicial do amálgama, resultando em superfícies mais porosas e difíceis de polir adequadamente. Quanto à forma das partículas: LIMALHA: As partículas de pó da liga na forma de limalha são produzidas pela moagem ou pelo corte do lingote fundido em torno mecânico. A limalha tem formato irregular, por isso exige mais mercúrio para a reação de amalgamação. As partículas produzidas passam por uma peneira refinada e depois são moídas para formar partículas com tamanhos diferentes. A média dos tamanhos das partículas existentes no pó de ligas modernas varia de 15 – 35 µm. A limalha é classificada, segundo o tamanho médio de suas partículas, em: ➢ Corte regular (média de 45µm) ➢ Corte fino (média de 35µm) ➢ Corte microfino (média de 26µm). As ligas com partículas em limalha necessitam de mais pressão durante a condensação, o que requer condensadores de diâmetro menor. Alem disso, mesmo quando a condensação e brunidura são conduzidas corretamente, o resultado é uma superfície relativamente granulosa no momento da escultura. PARTÍCULAS ESFÉRICAS: As partículas esféricas são peneiradas para a obtenção de um tamanho específico. Partículas muito grandes ou muito pequenas são recicladas. Uma quantidade menor de mercúrio é necessária, uma vez que há uma melhor justaposição entre as partículas, com espaços menos para serem ocupados pelo mercúrio. As ligas esféricas, apresentam menos resistência à condensação, uma vez que as partículas “rolam” uma sobre as outras, frente à pressão de condensação. Para contornar esse problema, são necessários condensadores com diâmetro maior, que 2 JENNIFER DELGADO FONTES – CROBA 21.280. geram menos pressão sobre o material. Em virtude da forma das partículas, as ligas esféricas resultam em uma superfície lisa no momento da escultura. • TEOR DE COBRE: Baixo teor de cobre- ligas convencionais: Enquanto os cristais da fase y1 e y2 estão sendo formados, o amálgama é relativamente plástico e de fácil condensação e escultura. A medida que o tempo passa, os cristais das fases y1 e y2 se precipitam e o amálgama torna-se cada vez mais rígido, perdendo sua capacidade de deformação plástica, o que impede sua condensação, e dificulta a sua escultura.. As ligas com baixo teor de cobre são compostas por proporções variadas de prata (67-74%), estanho (25-28%), cobre (<6%) e zinco (<2%). Nessas ligas, a reação de amalgamação resulta na formação da indesejável fase y2, o que acarreta uma série de desvantagens ao material : aumento da suscetibilidade à corrosão, diminuição da resistência e aumento do “creep” ou escoamento (deformação sob pressão). Alto teor de cobre: Apresenta maior resistência à compressão e melhor desempenho clínico que as ligas com baixo teor de cobre. O amálgama obtido passou a ser denominado amálgama de fase dispersa por possuir um pó de liga com duas composições diferentes. Posteriormente, descobriu-se que o melhor comportamento dessa nova liga se devia à redução ou eliminação da fase y2 do amálgama cristalizado que, além de ser a fase menos resistente mecanicamente, é a que possui mais escoamento e suscetibilidade à corrosão. O mecanismo da reação entre o mercúrio e a liga de amálgama com alto teor de cobre é complexo. Nos casos de ligas de fase dispersa, hipotetiza-se que, o mercúrio ataca as partículas da limalha, bem como aquelas do eutético para formar a fase y1 . Resumindo: a liga eutética reage com a fase y2 e, como resultado, essa fase é substancialmente reduzida ou sua formação é prevenida. Ligas de composição única: O conteúdo de cobre varia de 13-30% em peso. Nessas ligas a prata, o cobre e o estanho encontram-se em diferentes posições na estrutura de cada partícula- a prata dica localizada na periferia, o estanho no centro e o cobre numa posição intermediária. O resultado natural dessa distribuição dos componentes é que o mercúrio reage preferencialmente com a prata, formando y1. Embora o cobre não tenha afinidade direta com o mercúrio, a partir do momento em que este ultimo reage ao estanho, a presença de cobre colabora para a redução\eliminação da fase y2. A redução ou eliminação da fase y2 resulta em um amálgama mais resistente a compressão, à corrosão e menos sujeito à deformação sob pressão- graças à redução do”creep”. Por todas essas razões, sempre que possível, recomenda-seutilizar ligas com alto teor de cobre. • PROPRIEDADES: → Alteração dimensional: Diversas variáveis de fabricação e manipulação podem afetar o grau de contração ou expansão do amálgama. Qualquer quantidade de difusão do mercúrio dentro das partículas da liga e reduza a produção das fases y1 e y2 pode levar a uma pequena expansão ou contração do amálgama. Por outro lado, qualquer manipulação que resulte na maior formação das fases y1 e y2 resulta em expansão. O aumento da pressão de condensação também reduz a quantidade de mercúrio dentro da massa, reduz a formação das fases y1 e y2 da matriz e aumenta a contração do material. Uma expansão muito superior do valor máximo permitido, pode resultar na contaminação do amálgama com zinco pela umidade durante a condensação. O zinco, presente na liga do amálgama, reage rápido com a água proveniente do contaminante e produz hidrogênio. A liberação de hidrogênio causa uma considerável expansão de presa tardia. Essa expansão se inicia 3-4 dias de reação de presa e pode continuar por meses, conduzindo a uma protrusão da restauração para fora da cavidade com riscos de fratura e sensibilidade pós-operatória. A expansão tardia não é tao relevante para ligas com alto teor de cobre. → Propriedades mecânicas: No momento em que uma restauração de amálgama é finalizada, o amálgama é relativamente fraco e instruções devem ser dadas ao paciente para evitar tensões excessivas nesse período inicial. A resistência inicial da liga de amálgama com baixo teor de cobre é inferior à das ligas com alto teor de cobre, pois as de alto teor de cobre se deve à redução ou eliminação da fase y2; porém essa diferença não é muito grande após 7 dias. O alto valor de resistência à compressão inicial deve ser considerado uma vantagem, pois reduzem a possibilidades de fratura pelas tensões desenvolvidas durante contatos oclusais, logo após a inserção do material na cavidade. As partículas esféricas tendem a apresentar mais resistência- pois ela necessita de um teor de mercúrio menor. O amálgama é um material muito mais frágil sobre tração e flexão do que sob compressão. Os baixos valores de resistência à tração associada a valores de compressão maiores caracterizam o material como de natureza frágil. Assim, em espessuras finas (menores que 2mm), o amálgama é bastante susceptível à fratura. → Propriedades mecânicas ( Creep): O creep é uma propriedade viscoelástica de materiais que sofrem deformação plástica sob a aplicação de forças estáticas ou dinâmicas. Sob aplicação de tensões mastigatórias, o amálgama sofre deformação plástica e se protrui além das margens cavitárias. Esse amálgama, não suportado por estrutura dentária, pode se fraturar e levar à formação de uma fenda marginal. A fase y2 tem um papel fundamental no creep do amálgama em função da sua maior plasticidade e propriedades mecânicas reduzidas comparativamente às outras fases. Por isso os amálgamas com baixo teor de cobre exibem um creep maior. Já tanto as ligas com alto teor e 3 JENNIFER DELGADO FONTES – CROBA 21.280. baixo teor de cobre apresentam maior creep na ausência de zinco. Ou seja, a presença de zinco aumenta as propriedades mecânicas do amálgama. • FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DO AMÁLGAMA: ➢ Formato e tamanho das partículas: Quanto menor o conteúdo e mercúrio na massa final, MAIOR a resistência do amálgama. Com isso, partículas esféricas tendem a produzir amálgamas mais resistentes. Em relação ao tamanho, o ideal é que haja excelente compactação de partículas que pode ser atingida mesclando-as com diferentes tamanhos. ➢ Microestrutura do amálgama: Quanto maior a proporção das fases y e y1, maior a resistência do amálgama. Quanto maior a quantidade de fase y2, menores as propriedades mecânicas do amálgama. ➢ Porosidades no amálgama: A presença de porosidade reduz a resistência do amálgama. Pode ser evitado com a trituração adequada e pressão de condensação, principalmente para partículas de limalha. ➢ Proporção mercúrio\liga: Quanto menor a proporção mercúrio\liga, maior a resistência. ➢ Tempo de trituração: Caso o amálgama seja subtriturado, haverá partículas não “molhadas” pelo mercúrio, afetando a coesão inerna da massa e também diminuindo a resistência do material. • CORROSÃO: Degradação progressiva de um metal por reação química ou eletroquímica com o meio no qual se encontra. A corrosão pode levar a aumento da porosidade , redução das propriedades mecânicas e liberação de produtos metálicos dentro do ambiente bucal. O mecanismo proposto de liberação de mercúrio durante a corrosão sugere que esse problema é menos agudo para amálgamas com alto teor de cobre, sem fase y2.. O polimento das superfícies do amálgama reduz significativamente a corrosão desse material no ambiente bucal, pois ao deixar a superfície mais lisa, há redução do acúmulo de restos alimentares e bacterianos no fundo de uma fissura, que por sua vez geraria diferença na concentração de eletrólitos (o que faz com que tenha corrosão). A corrosão do amálgama pode provocar alterações estéticas nos dentes (não são revertidas por clareamento). Isso se deve à penetração da prata nos túbulos dentinários. Essa descoloração indesejada pode ser prevenida pelo uso de um agente de selamento entre os substratos dentários e o amálgama. Um amálgama com baixa resistência à corrosão também possui pior desempenho clínico, pois essa propriedade está diretamente relacionada à fratura marginal. Porém, sobre outro enfoque químico, a corrosão pode ser benéfica porque provoca o auto-selamento. PROPRIEDADES TÉRMICAS: O amálgama possui alto valor de condutividade e difusividade térmica em comparação com as estruturas dentárias e, portanto, transmite de forma rápida e eficaz o calor dos alimentos e líquidos ingeridos na boca para a polpa. Além disso ele possui um coeficiente de expansão térmico linear bem maior que o das estruturas dentárias. Isso pode causar uma fenda ao redor das restaurações, uma vez que não há nenhuma adesão entre o amálgama e as estruturas dentárias, propiciando a ocorrência de defeitos nas margens da restauração. PROPRIEDADES BIOLÓGICAS: A forma mais significante de absorção de mercúrio é através dos vapores de mercúrio que entram facilmente na corrente sanguínea através dos pulmões e se depositam preferencialmente nos rins, cérebro. O vapor do mercúrio pode ser liberado das restaurações de amálgama devido a mastigação, bolo alimentar e devido ao efeito abrasivo da escova dental. A dose de mercúrio liberada na saliva por pacientes com restaurações, é de aprox.13,5 µg de Hg por dia, é relativamente maior que aquela de pacientes sem restaurações de amálgama. Porém, apenas 10% é absorvida pelo trato gastrointestinal na forma de ions de mercúrio. Preocupações sobre os possíveis efeitos da exposição prolongada de dentistas e assistentes ao vapor do mercúrio persistem. Outras possíveis causa de contaminação podem ser advindas do armazenamento incorreto do mercúrio ou restos de amálgama e do proporcionamento do mercúrio antes da trituração. Problemas sérios podem ser evitados desde que seja garantida boa ventilação do ambiente de trabalho e utilizado um tipo de piso adequado que permita o rápido manejamento, caso haja vazamento de mercúrio acidental. A esterilização de instrumentos contaminados com amálgama pode aumentar significantemente os níveis de vapores de mercúrio no ambiente. Sua manipulação deve ser realizada com luvas. O uso de sugadores de alta potencia durante a remoção de restaurações e de brocas novas e água gelada para esse procedimento reduzem a liberação de vapores de mercúrio. O excesso e restos de amálgama devem ser armazenados em água ou solução química para a fixação de radiografias, em um recipiente fechado a fim de prevenir outra fonte de contaminação. Esse recipiente deve ser hermeticamente fechado e temporariamente armazenado em local a baixa temperaturae sem luz solar direta. A seguir, os resíduos devem ser encaminhados para laboratórios especializados no gerenciamento de resíduos odontológicos que tem como objetivo a recuperação do mercúrio contido nos resíduos de amálgama dentário. MANIPULAÇÃO CLÍNICA DO AMÁLGAMA: Seleção da liga e proporcionamento: Teor de cobre, presença de zinco, formato e tamanho das partículas. Outros fatores que ainda não foram discutidos durante a seleção da liga são: - forma ou apresentação do material: granel ou em capsulas; tempo de cristalização : rápido, regular ou lento. 4 JENNIFER DELGADO FONTES – CROBA 21.280. Trituração: É responsável pela mistura do pó ao líquido, resultando na massa plástica que será utilizada para a restauração. São dois tipos: manual e mecânica. Atualmente, só utilizamos o mecânico – é mais pratico, mais rápido, resultados mais uniformes, diminui a contaminação do operador pelo contato com o mercúrio. O tempo de amalgamação depende da liga utilizada e da velocidade do amalgamador (muda para diferentes marcas). A liga que foi triturada adequadamente é uma massa coesa com uma temperatura média e possui um brilho superficial acetinado. Condensação: Após a inserção do amálgama na cavidade, realiza-se a condensação, que tem como objetivos: compactar e adaptar o material às paredes da cavidade, minimizar as porosidades internas e reduzir o conteúdo de mercúrio, à medida que o amálgama é condensado, ocasiona o afloramento de mercúrio à superfície e é removido, de forma a alcançar uma massa com a maior densidade possível. Deve também otimizar a adaptação do amálgama nas paredes cavitárias. A pressão recomendada para a condensação varia de acordo com o formato das partículas – ligas em forma de limalha ou com fase dispersa requerem maior pressão de condensação, possibilitada por condensadores com ponta ativa de diâmetro pequeno; ligas esféricas, ou esferoidais devem receber menor pressão durante a condensação, o que exige o uso de condensadores maiores. Independentemente do tipo de liga, o processo de condensação deve ser iniciado pelas regiões com acesso mais restrito, e a massa deve ser pressionada inicialmente contra os ângulos diedros e triedros da cavidade. Pode-se dizer que a cavidade deve ser preenchida até a altura das cúspides. Brunimento pré-escultura: Esfregar a massa de amálgama, em estado ainda plástico, com o auxílio de instrumentos metálicos que apresentam ampla superfície de contato. A brunidura: aumenta a densidade de núcleos de partículas, removendo o excesso de mercúrio; reduz a porosidade superficial; melhora a adaptação do amálgama nas margens cavitárias, reduzindo a microinfiltração; e diminui a rugosidade superficial. Isso facilita o acabamento e polimento. São movimentos que partem do centro da restauração para as margens cavitárias.Esse procedimento provoca o afloramento de mercúrio residual para a superfície da restauração, o qual será removido durante a escultura. Escultura: Significa devolver ao dente o seu formato original. Devido à pouca capacidade do amálgama resistir a cargas intensas, é interessante esculpir o amálgama da forma mais simples e rápida possível. A simplicidade se refere a sulcos poucos profundos e inclinações pouco pronunciadas das vertentes das cúspides. A rapidez está relacionada ao pouco tempo que o profissional dispõe para realizar esse passo clinico. Enquanto o amálgama não atingira consistência ideal para esse fim- e isso é indicado pelo ruído que faz ao ser atritado com o instrumento. A resposta do amálgama à escultura depende das características da liga empregada- ligas com partículas finas e\ou esféricas resultam em superfícies lisas e ligas com partículas maiores e\ou do tipo limalha dão origem à superfícies mais granulosas. Uma vez que os esculpidores atuam por ação de corte, é necessário que o material apresente alguma resistência, para que se alcancem bons resultados. A escultura deve respeitar a oclusão e as individualidades anatômicas dos dentes, porém, deve ser a mais rasa possível na região de sulcos, pois : o amálgama permanecerá mais espesso e uniforme com espessura superior a 2mm, diminuindo o risco de fraturas,; as margens serão mais espessas, com ângulos mais próximos de 90 graus e, portanto, menos sujeitas a degradação marginal. Além disso, sulcos profundos dificultam o polimento, e facilitam o acúmulo de bactérias, podendo acelerar a degradação superficial do amálgama. Outro aspecto importante é a reprodução das cristas marginais. Elas devem ter a mesma altura do dente vizinho, e suas vertentes devem ser reproduzidas para que não haja impactação alimentar no ponto de contado e consequentemente agressão ao periodonto. O contorno e o formato das faces proximais não são obtidos através de escultura, por isso, o uso de matrizes e cunhas bem adaptadas é imprescindível para conformar essa face. BRUNIMENTO PÓS-ESCULTURA: Para obter uma superfície mais lisa, facilidade de polimento, redução de porosidades das margens e, portanto, da infiltração marginal, redução da emissão de mercúrio residual, além do aumento da dureza das margens. Em movimentos que se direcionem do centro para as margens das restaurações. ACABAMENTO E POLIMENTO: Para que uma restauração de amálgama possa ser polida adequadamente, é necessário que a reação de cristalização tenha alcançado o seu grau elevado. Por isso so devem ser realizados em uma sessão posterior à sessão na qual a restauração foi confeccionada. Todas as alternativas para polimento devem reduzir a geração de calor, as técnicas para isso são: ➢ Os instrumentos epós abrasivos devem ser utilizados na ordem decrescente de abrasividade; ➢ É contra-indicado o uso de turbinas de alta rotação; ➢ A carga de aplicação deve ser baixa, a fim de evitar o aquecimento e afloramento de mercúrio; ➢ A pressão deve ser intermitente, pois permite um esfriamento mais eficaz; ➢ Deve-se utilizar um lubrificante(água, vaselina, álcool) durante esse procedimento, pois ajudará na dissipação do calor. Em geral, o uso associado de pastas para polimento já colabora nessa dissipação. Resumidamente, o acabamento e polimento visam: 1. Corrigir a oclusão, quando necessário, eliminando quaisquer interferências que tenham permanecido; 2. Refinar a escultura, uma vez que pode não ter se conseguido esculpir a morfologia planejada originalmente; 3. Reduzir a aspereza das restaurações, de modo a tornar as superfícies mais lisas e menos propensas à retenção de placa; 5 JENNIFER DELGADO FONTES – CROBA 21.280. 4. Regularizar os bordos da restauração, eliminando irregularidades que dificultariam a higienização e favoreceriam o acúmulo de placa; 5. Aumentar a resistência do amálgama à corrosão, graças a remoção da camada superficial, que contém muito mercúrio residual, além de maior percentual de y1 e y2.
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