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SOLVENTES ORGÁNICOS: TOLUENO Também pode ser conhecido como: Toluol, fenilmetano, monometilbenzeno e Metacide. Características ● Incolor ou âmbar clara; ● Odor forte; ● Volátil; ● Lipossolubilidade significativa; ● Ponto de ebulição = 110,6 °C, também pode se inflamar em temperaturas bem baixas (ponto de inflamação igual a 4,4°C.); ● Altamente reativo com várias substâncias, principalmente com as que contém nitrogênio. Fontes de exposição ocupacional ao tolueno ● Petróleo, podendo ser liberado durante o processo de refino; ● Solvente para óleos; ● Borracha natural e sintética; ● resinas; ● Carvão; ● Piche; ● Betume ● Acetilcelulose. TOXICOCINÉTICA ● Absorção → Principal via de absorção é a pulmonar. → Rápida absorção durante os primeiros 10-15 minutos de exposição, essa absorção passa a ser mais lenta após atingir o equilíbrio 25 minutos depois da exposição. → Essa absorção corresponde a cerca de 40-60% da quantidade de solvente inalada e permanece constante ao longo da exposição. ● Distribuição → Distribuição bastante rápida. → Alguns estudos apontam a presença do solvente em diversos tecidos como medula óssea, tecido adiposo, fígado, rins, cérebro e sangue. Estudos apontam que o solvente pode se concentrar especialmente no cérebro após absorção pulmonar e no fígado após absorção oral. → O processo de saída do tolueno na corrente sanguínea, passa por três fases: fase 𝛂 ou inicial, fase 𝛃 ou rápida e fase lenta ou fase 𝛄. → Na fase inicial o solvente sai para os tecidos ricamente vascularizados, possui tempo de meia vida igual a 3 minutos. Já na fase rápida, o solvente irá passar para os tecidos moles e apresenta tempo de meia vida de 40 minutos. Na última fase, o solvente será distribuído para o tecido adiposo e a medula óssea com tempo de meia vida de 738 minutos. ● Metabolização → Cerca de 80% do solvente absorvido passará por biotransformação no nível de microssomas hepáticos. → A principal via da biotransformação é a oxidação do grupamento metila. Fonte: Heitor Borba Informativo. → A primeira etapa tem a formação do álcool benzílico que é mediado pelo Cit P-450. A oxidação continua com a ação da álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase, formando o ácido benzóico. Esse ácido se conjuga com a glicina formando o ácido hipúrico que será eliminado na urina. ● Excreção → É uma excreção rápida. → Cerca de 18-24 horas após o contato, todo o composto absorvido é praticamente eliminado do organismo. TOXICODINÂMICA → Agente neurotóxico e irritante de pele e mucosas. → Em caso de concentração muito elevada, pode apresentar ação nefrotóxica (rins) e hepatotóxica. → Mas sua principal ação tóxica é sobre o SNC. Essa ação pode surgir em duas fases. Numa concentração baixa, irá ocorrer estimulação do SNC causando euforia e excitação. Já em altas concentrações o efeito será contrário, estará deprimindo o SNC. SINTOMATOLOGIA E TRATAMENTO → Exposição aguda: euforia, dor de cabeça, pressão forte no peito, fraqueza, fadiga e náusea. → Exposição severa: distúrbio de visão, tremores, confusão mental, andar cambaleante, paralisias e convulsões. → Casos graves: arritmias cardíacas, depressão do SNC, asfixia, insuficiência renal e hepática. → Caso ocorra ingestão deve ser feita a lavagem gástrica sem indução ao vômito. Caso tenha contato com a pele, lavar o local com água em abundância sem utilizar sabão por no mínimo 15 minutos. MONITORIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ● Monitorização ambiental - concentrações permitidas → LT= 78 ppm, solvente classificado com o grau de insalubridade médio. ● Monitorização biológica → indicadores biológicos para avaliar a exposição ao tolueno como: determinação do tolueno no sangue, na urina, no ar expirado, orto-cresol urinário e ácido hipúrico urinário. → Atualmente existem estudos em desenvolvimento de novos marcadores, ainda mais específicos do que os já existentes. Validação dos metabólitos ácido S-benzilmercaptúrico e ácido S-p-toluilmercaptúrico em amostras de urinas, são exemplos desses marcadores.
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