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GÊNERO E INFORMALIDADE - UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DAS COSTUREIRAS DE CONFECÇÕES DE CARUARU - PE SAMANTHA ESTHEFANI SILVA VIANA

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GÊNERO E INFORMALIDADE:  UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DAS COSTUREIRAS DE CONFECÇÕES DE CARUARU - PE.
Samantha Esthefani Silva Viana[footnoteRef:1] [1: Graduanda em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco – CAA. E-mail: samantha.viana@ufpe.br ] 
Orientadora: Drª. Aline Fábia Guerra de Moraes[footnoteRef:2] [2: Doutora em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora Adjunta na Universidade Federal de Pernambuco – CAA. E-mail: aline.guerra@ufpe.br] 
Resumo
Esta pesquisa tem como teor enfatizar as relações e o conceito de gênero, e conhecer a profissão da costureira, qual foi imposto ao gênero feminino. Diante disso, o objeto de investigação desta pesquisa são as costureiras das confecções de Caruaru-PE e explorar as relações da informalidade com a profissão. O artigo tem como objetivo analisar o ser mulher e o ser costureiras sob a perspectiva do Gênero versus Informalidade nas confecções de Caruaru – PE.; Descrever os fatores históricos que precariza a atividade das costureiras como raiz da informalidade disfarçada de flexibilidade; Identificar os caminhos das costureiras diante da empregabilidade no setor de confecções em Caruaru-PE; e Relacionar o gênero das costureiras como predominante no setor de confecções de Caruaru-PE, como resultado informalidade e empregabilidade. Para a elaboração do presente artigo foram utilizadas pesquisas bibliográficas que é baseada em livros e artigos que abordam o tema discutido, entrevista e questionário. É notório que o gênero feminino e a profissão de costureira são relacionados socialmente, é válido ressaltar que é preciso se atentar a profissão de costureiras, como meio de empoderamento as mulheres. Conclui-se esta pesquisa, que o gênero é fator de informalidade, qual é promovida pela disparidade salarial e segregação ocupacional provocadas pela desigualdade de gênero.
Palavras-chaves: Gênero. Informalidade. Costureiras. Desigualdade. Caruaru.
1. Introdução
Gênero e Informalidade, palavras que marcam vidas, uma reflexão intimista à realidade da sociedade do: ser mulher, que é uma discussão além da biologia, de mesma forma que o ser costureira, vai além do oficio. Emergir a importância do estudo do gênero dentro de uma profissão escravista requer atenção, até os seus porquês são respondidos ao longo da história da sociedade brasileira. Ademais, o agreste Pernambucano é conhecido como o Polo de Confecções, onde o fervor da indústria têxtil se destaca nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. Portanto, o estudo busca enfatizar a profissão: costureira, destacando as suas atribuições de ser mulher, de ser uma profissional e as relações que suas características promovem em sua realidade. 
Nos últimos anos, o processo de globalização, as políticas de ideal neo-liberal e a (re)estruturação produtiva modificou não só a inserção dos trabalhadores no mundo do trabalho, mas também o aspecto e o jeito do trabalho (Neves, 2004). Por tanto, a informalidade é um dos fatores cruciais no século XIX, qual perpetuam o ideal de empreendedorismo, autonomia e flexibilidade, para mascarar à crise econômica difundida no país. Ou seja, o desemprego é um fator que promove a informalidade em nossa sociedade, visto que este é a consequência dos processos de remodelação produtiva, os novos procedimentos de gestão do trabalho emergem principalmente, do ideal flexibilização, qual não se diferente do Polo de Confecções de Caruaru-PE. Pois, supondo que as características histórico sociais da sociedade brasileira em suas mudanças demográficas, sociais, econômicas, políticas e culturais e as mudanças estruturais em prol ao capitalismo são os somatórios às questões da informalidade e desigualdade perpetuam de forma excêntrica do gênero feminino. 
O ser mulher, o ser costureira, é uma fator determinante na informalidade, pois a precarização da profissão da costureira é marcada na sociedade. Por tanto, esta pesquisa em si, busca retrata os ideais de gênero postulados pela sociedade, os processos históricos que configura a mulher como ser social e a sua atividade humana. Através da categorização de gênero, busca-se defini-lo e expor suas relações. No que concerne a profissão costureira, compreende-se que esta “não caiu do céu” nos braços das mulheres, pois costurar não é entendida como vocação natural e sim, imposição do sexo oposto, como fator de determinação socio-cultural.
Diante do exposto, a questão que orienta o estudo deste artigo é: o que explica o gênero e a informalidade ser predominantes na profissão das costureiras de confecções de Caruaru-PE?
Partido do pressuposto de que o ser mulher e a profissão costureira é carregada por estereótipos de caráter Patriarcal e Machista, pois é sabido que a profissão é vista como uma extensão das atividades domésticas. O gênero feminino é visto como fraco e incapaz, sendo resumido à fertilidade e a família, logo, este não sendo valorizado para a sociedade, ou seja, por ser mulher, a informalidade é um fator que predomina o desemprego, qual, as mulheres recorrem para o próprio sustento. 
Com o intuito de compreender e levantar informações à partir da problemática da pesquisa, buscou-se responde-la através dos seguintes objetivos:
Objetivos
Objetivo Geral: 
Analisar o ser mulher e o ser costureira sob a perspectiva do Gênero versus Informalidade nas confecções de Caruaru – PE.
Objetivos Específicos:
· Descrever os fatores históricos que precariza a atividade das costureiras como raiz da informalidade disfarçada de flexibilidade;
· Identificar os caminhos das costureiras diante da empregabilidade no setor de confecções em Caruaru-PE; e
· Relacionar o gênero das costureiras como predominante no setor de confecções de Caruaru-PE, como resultado da informalidade e empregabilidade.
2. Discussão Teórica
O presente artigo é divido em quatro partes: (1) Gênero, reflexões sobre suas relações e a desigualdade; na sequência, (2) Informalidade: uma consequência sócio-histórica; (3) Costureira: o ser mulher e o ser profissional; e por último, (4) Centro de Confecções do Agreste Pernambucano: caminhos percorridos em Caruaru.
O estudo é fundamentado pelos autores e autoras: Bruschini (1998); Santos e Oliveira (2010); Mincato, Filho e Soares (2013); Monteleone (2019); Bresciani (2017); Perrot (2005) e Bezerra (2011).
2.1 Gênero, reflexões sobre suas relações e a desigualdade
	Conceituar Gênero através de estigmas é impor a construção social à desigualdade entre homens e mulheres. Ou seja, fere as interpretações sociais, em base das interpretações biológicas, que vincula a diferença do “sexo” aos níveis hierárquicos sociais, e distanciam homens de mulheres. A partir da dicotomia da natureza que em relação à cultura, como também, pode-se dizer: sexo em relação à gênero, destaca-se a definição de gênero de Bruschini (1998. p.89): 
Princípio que transforma as diferenças biológicas entre os sexos em desigualdades sociais, estruturando a sociedade sobre a assimetria das relações entre homens e mulheres. Usar “gênero” para todas as referências de ordem social ou cultural, e “sexo” para aquelas de ordem biológica.
A construção do sexo vai além da biologia, de mesma forma da sociedade. Assim, reformulando as palavras de Lévi-Strauss (1982, p.43) “O homem é um ser biológico ao mesmo tempo em que é um indivíduo social”, para: o ser humano é um ser biológico ao mesmo tempo em que é um indivíduo social. A igualdade nas diferenças, e é preciso enfatizar que ambos gêneros são iguais de direitos sociais, econômicos e políticos, mesmo que estes sejam distintos biologicamente. 
A diferença sexual não é uma questão teórica, mas sim uma questão da práxis. A diferença sexual só aparece na experiência do diálogo que confronta uma mulher e um homem, mulheres e homens, um sujeito-mulher (ou homem) e a sua condição de gênero, no espaço público, social ou privado. (COLLIN. 1992. p.136, tradução nossa)
 A visão de Collin compreende, em um diálogo coeso, a igualdade e as diferenças sem renuncia-las, numa incessantecompetição dialética em que a pluralidade e o diálogo são as bases primordiais. Como visto em Santos e Oliveira (2010, p. 12) o gênero é apresentado de forma complexa, além das características entre os sexos e suas relações, existem elementos que são significativos no que se refere a sociabilidade e cultura. É fato que as desigualdades entre os gêneros se perpetuam em se posicionar sobre as características femininas, sobre seu corpo e sexualidade numa relação de opressão e subordinação do ser mulher ser menos detentora de poder que o homem. 
A categoria gênero contribui para desnaturalizar e historizar as desigualdades entre homens e mulheres, sendo entendida de modo histórico e relacional e não como “oposições decorrentes de traços inerentes aos distintos seres” para que não se incorra no erro de deixar de identificar “os diferentes poderes detidos e sofridos por homens e mulheres” (SANTOS. OLIVEIRA, 2010. p. 12. Apud. SAFFIOTI, 1992, p. 193).
O termo “o segundo sexo” é visto na obra Gênero: A história de um conceito da Antropóloga Adriana Piscitelli, publicado em 2009. No qual retrata Piscitelli (2009, p.15) a subordinação feminina é pensada de forma universal, pois ocorre em todas as partes em todos os períodos de tempos. As relações de gênero são relações de poder, não há dúvidas, pois estas estão subjugadas à sustentação da sexualidade e gênese biológica (MITCHELL. 1973). Ou seja, é fato que o gênero “sexual” perpetuou e perpetua a natureza feminina como “frágil” diferentemente da natureza masculina “forte”, no qual o ditado patriarcal dia como “natural”, reflete: “o lugar da mulher é em casa, e o do homem é na rua!”. Ora, de acordo Santos (2007, p. 115) “Esta naturalização da condição humana nada mais é do que uma resposta para legitimação das desigualdades sociais.”. É fato que o papel da mulher esteve familiarizado aos cuidados com o lar, sendo ela responsável pela e pelos cuidados com os filhos, portanto em comparação ao homem, a mulher é fraca e incapaz. O ideal patriarcal é basilar da estrutura social, qual as mulheres ficaram limitadas às atividades domésticas e submissas aos seus esposos. (FÉRES-CARNEIRO, 2005). 
A predominância do sexo masculino é um tabu que toma não somente os níveis hierárquicos sociais, como também, as produções científicas, os textos acadêmicos, e até mesmo como referência generalizada para ambos os sexos. Vejamos, segundo Hegel, (2009, p. 155) “O homem tem sua vida real e substancial no Estado, na ciência ou em qualquer outra atividade do mesmo tipo.”. Diferentemente da mulher, qual esta pertencia ao interior das residências de seus maridos ou à servidão à igreja, ainda em Hegel (20019, p.155), as mulheres à frente do governo, o Estado estaria em perigo, pois estas agem de acordo com seus caprichos e não o bem-comum. Nascer mulher é ter o seu destino marcado pelas postulações masculinas, do ser e do não ser, uma desigualdade que reflete não no sentido biológico, mas no âmbito social e econômico. Assim, se firma que:
Ao mesmo tempo, ainda é preciso evitar que gênero, raça e classe figurem como marcadores identitários de diferença, e não de assimetrias de poder, o que pode minimizar a incidência do racismo, dissolvendo sua relevância em relação à classe social, à nacionalidade, à sexualidade e ao próprio gênero (SOUZA. 2021. p.4. apud. CARDOSO, 2019).
	Gênero não é sexo. Ou seja, não é uma determinação do sexo biológico, podemos conceituar o gênero a partir da construção sociocultural, qual corresponde aos processos individuais, sociais, institucionais, nunca finalizados, fixos e continuo, pelos quais os seres vão se instituindo como masculinos e/ou femininos, dentro da cultura e das relações de poder (MEYER, 2003). A definição de gênero como formação sociocultural está à frente de alcançar o gênero do sexo: amplia as características de feminilidade e masculinidade e, nesta perspectiva, desordena o gênero (como par binário e dicotômico). Assim, gênero reflete não um indivíduo e sim as relações, estas sociais, ou melhor dizendo: o ser humano através da classe. 
2.2 Informalidade: uma consequência sócio-histórica
Salientando a questão de informalidade como uma consequência sócio-histórica, no ofício da costureira, vejamos, a informalidade é latente a terceirização, qual amplia o ideal de flexibilidade e autonomia, e firma o trabalho a domicilio, como meio de superar o desemprego que é fator determinante na informalidade. Para Lima (1999, p. 09), o trabalho a domicílio no setor industrial do vestuário define-se pela precarização: "a utilização do espaço doméstico para a produção, a ausência de limites à jornada de trabalho e a utilização do grupo familiar, crianças, jovens velhos, no trabalho em casa.”. Ora, as confecções são constituídas de sua força de trabalho, membros de sua família, vizinhos que deflagram a questão do assalariamento. 
“A faccionalização da produção, em si, já se constitui uma forma de manutenção da precariedade, pois significa subcontratação e parcelização do trabalho. Da teoria marxista, temos que quanto mais se parceliza a produção da mercadoria, mais o trabalhador se vê alienado frente ao processo produtivo e ao fruto do seu trabalho. Entretanto, nas condições da produção subcontratada, de caráter informal e marcada por relações familiares, a relação capital-trabalho, relações de exploração do trabalho da maioria dos que atuam nas atividades do Pólo, não se mostram claramente. Se escondem por trás dos laços de parentesco e das relações de assalariamento disfarçado, o que dificulta a explicitação de conflitos de tipo trabalho versus capital.” (BEZERRA. 2011, p.109)
A informalidade de gênero é um fenômeno característico da disparidade salarial e segregação ocupacional, pertencente a um padrão histórico quanto à remuneração do trabalho das mulheres, não cabendo à economia, a educação, mas, quanto ao gênero feminino ser associado à não produtividade, como reflete Mincato, Filho e Soares (2013, p.1): 
Por disparidade salarial, compreende-se a diferença (em geral negativa) entre a remuneração do trabalho feminino e a remuneração do trabalho masculino. Por segregação ocupacional, entende-se a divisão do mundo do trabalho em ocupações “femininas”, de pouco prestígio e baixa remuneração, e ocupações “masculinas”, reconhecidas socialmente e com melhor remuneração.
As consequências perspicazes da informalidade que se disfarça em uma cultura de empreendedorismo, como Lima e Soares (2002), retrata “pode ser considerada sinônimo da flexibilidade dos novos tempos”, logo, é um fenômeno que emerge com cicatrizes da precarização das condições de trabalho. 
a ideologia do empreendedorismo ressignificou a informalidade na produção em trabalho flexível. O que era visto como arcaico e atrasado, tornou-se sinônimo de modernidade. Dada a dinâmica desenvolvida no Polo do Agreste Pernambucano, o trabalho assalariado, entendido como contrato regular, com direitos sociais acoplados, já há algum tempo tornou-se secundário na percepção dos trabalhadores-produtores. (LIMA. CORTELETTI. ARAÚJO. 2018, p. 12)
A informalidade é dita como modelo de empreendedorismo e terceirização que promove autonomia no processo produtivo, este que predomina como modelo no centro do agreste pernambucano, em Caruaru. Autonomia esta que prevê uma jornada de trabalho superior de 15 à 16h de trabalho por dia, quando à da jornada de trabalho formal, conforme o Segundo o inciso XIII do art. 7º da Constituição Federal a duração do trabalho normal para os trabalhadores urbanos e rurais não será superior a oito horas diárias nem 44 horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. É válido ressaltar que ter a carteira de trabalho assinada é considerado como uma diminuição do salário real, sem considerar seus direitos e garantias, por considerarem que ganharão mais em suas residências, como observasse:
Como grande parte da força de trabalho é constituída por mulheres, a carteira assinada é percebida como necessáriaa apenas um membro da família, o que reforça a constatação, presente nos estudos sobre informalidade, sobre a simultaneidade do trabalho formal e informal como estratégia do grupo familiar para garantir sua reprodução. (LIMA. SOARES. 2002, p.177)
Segundo Milanês (2015), os “acordos de trabalho” estabelecidos entre o/a responsável e costureiras são bem diversificados e são, na maioria das vezes, informais. Até mesmo, são costureiras que se reúnem em suas residências e produzem conforme as solicitações de empresas pequenas e de médio porte. Ou seja, o gênero feminino também é uma variável pertinente da informalidade das costureiras.
2.3 Costureira: o Ser Mulher e Profissional
Tendo como sujeito e objetivo desta pesquisa: a costureira, o foco será compreender o gênero feminino na profissão. E não apenas a profissão de costureira e os funcionários pertencentes à profissão. A mulher que teve que aprender a costurar para promover o seu sustento e de suas famílias, uma realidade sócio-histórica e presente na nossa sociedade até os dias atuais. 
A sociedade brasileira perpetua a escravidão até os dias atuais, seja ela de forma direta ou indireta, nas quais as vítimas da barbárie são mulheres. Segundo a Revista Marie Claire[footnoteRef:3] mulheres trabalhando de seis horas da manhã até as duas horas da madrugada para receber um prato de comida. Assim, se considera o trabalho escravo como: O trabalho forçado é a antítese do trabalho decente. Constitui uma grave violação dos Direitos Humanos e dos Direitos Fundamentais no Trabalho (VILLATORE. PERON. p.9. apud. ABRAMO, 2012). [3: Revista Maria Claire – Portal Globo.com – O trabalho escravo na moda. Publicado por: Maria Laura Neves em 24 out 2017. Disponível em: <https://revistamarieclaire.globo.com/Moda/noticia/2017/10/o-trabalho-escravo-na-moda.html#:~:text=O%20trabalho%20escravo%20na%20moda>. Acesso em 02 de dez. de 2021.] 
O vestuário da moda é pertencente à sociedade desde a Idade Média, de acordo com Bigio, no Portal do Jornal de Maturidades PUC[footnoteRef:4] (2016) em 1755 que se iniciou a costura mecânica, cuja patente foi realizada por Charles Wiesenthal. No Brasil, os alfaiates predominavam a profissão, ou seja, costurava para ambos os gêneros feminino e masculino, de mesma forma que a profissão dominou a Europa e aos outros países por séculos, não havia a concorrência feminina. No entanto, a alta demanda de vestuário mudou a estratégia do período, assim, entraram as costureiras no ramo de vestuário, visto que cabiam apenas aos alfaiates à profissão. Assim, as costureiras eram responsáveis pela preparação de rouparia pessoal e do uso das casas, geralmente o vestuário feminino, e os alfaiates do masculino. (MALERONKA, 2007). Logo, a profissão de costureira, se deu por uma apropriação doméstica, vejamos o que trás Mincato, Filho e Soares (2013, p. 11): [4: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Jornal de Maturidades. Disponível em: < https://www5.pucsp.br/maturidades/curiosidades/curiosidades_ed63.html> Acesso em: 30 de nov. de 2021.
] 
A construção histórica da identidade feminina, vinculada as atividades domésticas, educacionais e assistenciais no seio da família, todas sem remuneração, permaneceu praticamente intacta e condizente com as chamadas “ocupações femininas” no mercado de trabalho, aquelas que, além de serem mal remuneradas, exigem maior envolvimento emocional e cuidado social, como o magistério, a enfermagem, a assistência social, o trabalho doméstico, profissões predominantemente classificadas pelo senso comum e acadêmico como “femininas”. 
De acordo com Monteleone, (2019. p 6) por volta do século XIX, a popularização das máquinas de costura emergiu o desenvolvimento e a transformação da profissão: costureira. Assim, questiona-se: a máquina de costura marcou a união das mulheres com as máquinas? É fatídico que esta união marca o sexo feminino. Pois, costurar em casa tornou-se muito comum, até no nosso cotidiano atual. No sentido das palavras da historiadora francesa Michelet Perrot em de um delegado operário na Exposição Mundial de 1867: “A mulher, a família e os tecidos” (PERROT, 2010, p. 178). Ora, o ser mulher, trás sentido de ser mulher na sociedade brasileira sempre deteve o ideal que o ser feminino e sua natureza existe em razão da família, o cuidado com as crianças “como vocação natural” de mesma forma a mulher tem vocação do trabalho voltado para os tecidos. Ou seja, ser mulher tornou-se característica de contratação de confecções pela “vocação natural ao trabalho de costureira” pertencente à mulher. O questionamento na obra Os Excluídos da História – operários, mulheres e prisioneiros por Maria Stella Bresciani, (2017, p.28) traz a reflexão: “a máquina não tenha liberado as mulheres. Algum dia ela liberou alguém?” 
Mas as máquinas de costura, assim como todo problema do trabalho feminino, causaram inúmeras controvérsias. Alguns médicos passaram a condenar o uso do aparelho, apresentando relatórios de que o movimento das pernas e pés para movimentar as máquinas causariam excitação sexual nas mulheres. A eles se uniriam alguns socialistas, preocupados em regulamentar o trabalho feminino e definir os salários masculinos. Assim, no Congresso Operário de Marselha, em 1879, em que se discutiam os rumos do movimento operário, também se levantou o problema das máquinas de costura que excitavam as mulheres: “Tal instrumento, com um movimento contínuo, excita o delírio histérico”, diziam os delegados presentes. (PERROT, 2005, p. 237).
	Ser mulher, ser profissional, ser costureira é viver em uma sociedade predominantemente machista, onde o querer ser é voltado as escolhas e ideais do gênero oposto. Não é novidade, que a mulher deve se sucumbir ao homem, perante ao patriarcado e ao machismo predominante, até mesmo a misoginia, onde à mulher é impugnada à direitos por ideais arcaicos e excludentes. Segundo Perrot (2005, p. 237-238) “Histérica, erótica, a máquina toca a mulher até sua intimidade mais secreta. (...) Aquelas pernas em perpétuo movimento não produziriam o gozo do orgasmo?”. É válido ressaltar as prisões de condenações à mulher, quanto ao seu ser pessoal, quanto ao ser profissional, pois, o ser mulher, o ser costureir(a), se configurou em uma relação de mulher e maquina, qual sexualiza a máquina e mecaniza a mulher, ou seja, a mulher torna-se máquina. 
““As mulheres que força!” exclama Michelet, traduzindo uma representação comumente compartilhada segundo qual se as mulheres não tem o poder no sentido restrito do termo, elas têm a influência muito mais difusa e eficaz dos costumes. Em todos os tempos, os homens tiveram medo das mulheres. A mulher é Outra, a estrangeira, a sombra, a noite, a armadilha, a inimiga. A mulher é Judite ou Dalila, que se aproveita do sono do homem para contar-lhes os cabelos: a sua força. Este medo ancestral, primitivo, ligado talvez à sexualidade (e que a psicanálise tanto expressa quanto tenta elucidar), encontra, em cada época, sua expressão própria.” (PERROT, 2005. p.265)
Em uma sociedade que universalmente é dominada pelo poder do gênero masculino, as mulheres exerceram, todo o poder possível. Segundo Bezerra (2011, p.27) a industrialização aproveitou as habilidades adquiridas pelas mulheres no espaço de socialização do lar (bordar, costurar, lavar, passar), as incorporando e marginalizando. Ora, o cotidiano e a sua organização são o grande teatro da vida das mulheres e o seu poder, de seu local de trabalho, de seus prazeres e dores. De acordo com Perrot (2005, p. 274) o poder doméstico é de posse das mulheres, do seu espaço da casa, de sua rua e vizinhança, quanto a gestão econômica do lar “a contabilidade” é responsabilidade de seus maridos. Assim, destaca-se o poder feminino, o poder da mulher, o poder da costureira, como um contrapoder e como poder modelo a ser seguido. Ainda em Perrot (2005, p. 276) “As mulheres como fermento de regeneração da humanidade.”. Nesta perspectiva, é válido ressaltar que a profissão de costureira se dá pela a abertura da profissão em suasresidências, ou seja, o poder doméstico é o primeiro passo das mulheres, conquistarem o seu poder profissional e emergir para outros caminhos. 
“A feminização do trabalho a domicílio se deu conforme esta ocupação foi ficando marginalizada no desenvolvimento do capitalismo. A entrada das mulheres no mundo do trabalho remunerado não ocorreu de modo igual ao dos homens, pois estes tinham vivenciado, no período pré-capitalista, um processo de qualificação em diversos ofícios, através da sua participação nas Corporações do Ofício. Ou seja, os homens, nas referidas Corporações, começavam a trabalhar como aprendizes e, conforme adquiriam habilidades, passavam por "promoções" até conseguirem ser mestre-artesão e poder montar e gerir sua própria oficina. As mulheres não eram permitidas a percorrer este mesmo caminho, pois elas não podiam participar das Corporações, muito menos ser uma mestra-artesã. Por isso, a mudança do trabalho artesanal em manufatura fez com que a mulher perdesse a oportunidade de especialização em alguns ofícios e fosse convertida em força de trabalho desqualificada e com remuneração inferior.” (BEZERRA, 2005. p. 23)
O Domicilio tornou-se local de trabalho das mulheres, de donas de casa quais tornaram-se costureiras, qual o trabalho profissional participa dos afazeres domésticos, qual ganhou força na década de 1990, segundo Bezerra (2011, p. 40) a principal estratégia para redução de custos nas empresas foi a subcontratação do trabalho à domicilio: as confecções. Destaca-se o caráter familiar do trabalho da costureira, qual perpassa a função para suas filhas e filhos, predominantemente para as filhas mulheres. Qual perpetua que o trabalho das costureiras seja uma vocação “natural” feminina, ou seja não é considerado pela sociedade como trabalho, pois, este trabalhado é relacionado como extensão do trabalho doméstico, evidentemente, a firmação da desvalorização econômica (ABRAMO, 2007; KERGOAT, 2009; TEIXEIRA, 2015).
2.4 Centro Econômico do Agreste Pernambucano: caminhos percorridos em Caruaru.
De fazenda à cidade, cresceu em torno de uma feira por volta de 1940/1950, conhecida como a “Feira da Sulanca”, assim se deu a origem da cidade de Caruaru, Pernambuco, zona do agreste. O Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco é conhecido como um dos mais importantes polos produtivos para economia do estado de Pernambuco e da Região Nordeste. O Polo é formado por cerca de 40 municípios localizado na mesorregião do Agreste Pernambucano (SEBRAE, 2013), dentre eles, os mais importantes são: Caruaru (Conforme o estudo, o foco é delimitado nesta região), Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. 
De acordo com o Sebrae (2003, p. 20) o setor de confecção, dentre as atividades de caráter industrial, é o mais difundido e, possivelmente, o mais heterogêneo. Visto que as confecções são organizadas pelo o tipo de tecido que ali trabalham.
Suas principais fontes de renda, além do comércio, são a indústria (com destaque para as confecções) e o turismo. Este se beneficia da tradição de ser Caruaru um grande núcleo de produção artesanal do Estado, destacando-se, nesse sentido, o Alto do Moura, considerado pela UNESCO como o maior centro de artes figurativas das Américas, e a feira popular, a maior do Brasil, com ampla oferta de trabalhos em cerâmica, madeira, tapeçaria, granito, corda, cana brava, palha de catolé, rendas e bordados. (SEBRAE, 2003.p. 10)
De acordo com Nascimento e Souza (2020, p.2) As mulheres tiveram um papel fundamental na criação da Feira da Sulanca, visto que seu início está intimamente atrelado à confecção informal desenvolvida na região. Com o aumento da produtividade no comércio da região, se deu o aumento das confecções, fabricos, fábricas, da indústria têxtil no geral.
Do que pudemos observar e captar dos estudos já realizados sobre o Pólo de Confecções do Agreste, fica evidente a importância da operação de faccionamento da produção e do trabalho a domicílio e familiar. Considerando que não só as facções mas, também, os fabricos em geral, são estabelecimentos instalados em anexos ou mesmo no interior das residências dos seus donos, é possível dizer (afirmar) que a grande maioria dos que trabalham nas atividades do Pólo o fazem em suas próprias residências ou nas residências de outros, em geral de familiares que os empregam. (BEZERRA, 2011. p.109)
Uma das três principais cidades do Agreste pernambucano, Caruaru possui a maior porcentagem de mulheres trabalhando nesse setor, chegando a 60,2%. (Nascimento e Souza, 2020, p. 4. Apud. Dieese, 2010.) Ou seja, o poder e o papel da mulher costureira em Caruaru em domicílios refletem à questão de ela ser pertencente ao “lar”, contudo à Economia reflete os resultados do oficio das costureiras. Segundo o Portal[footnoteRef:5] da Prefeitura de Caruaru (2021), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o centro Econômico do Agreste Pernambucano, Caruaru, que ficou em 3º Lugar no PIB do Nordeste, qual resultou R$ 7,14 bilhões, em sua produção, alcançando a marca de 109%, de crescimento. Portanto, deve-se destacar que as costureiras se apresentam como a força produtiva., pois buscam aumentar sua produtividade, como destaca Campello (1983, p.112) quando as costureiras “ingressaram na economia urbana propriamente dita, passaram a adquirir outros tipos de máquinas e a ampliar a sua clientela de forma mais significativa”. [5: Portal da Prefeitura de Caruaru: Caruaru possui 3º maior PIB do Interior do Nordeste. Publicado em:08/06/2021. Disponível em: https://caruaru.pe.gov.br/caruaru-possui-3o-maior-pib-do-interior-do-nordeste/ Acesso em: 02 de dez. de 2021.] 
3. Metodologia.
O presente trabalho possui a natureza de sua pesquisa como qualitativa, pois compreende a partir de André “(...) o estudo do fenômeno em seu acontecer natural.” (2005, p.17). Assim, a pesquisa detém do caráter descritivo-exploratório, pois os dados são levantados a partir do estudo de casos múltiplos, no campo de pesquisa em confecções distintas buscando compreender as relações de gênero e informalidade sob a perspectiva das mulheres costureiras, e do estudo bibliográfico a fim de demarcar os pontos históricos e factuais. Segundo Marconi e Lakatos (1996) este tipo de pesquisa é abrangente e põe o pesquisador em contato direto com toda a bibliografia já escrita sendo ela publicações, livros, pesquisas entre outros meios de obtenção de informações.
O presente estudo tem como instrumentos de coleta de dados: Entrevista, Questionário e a pesquisa bibliográfica. Para tanto, foi considerado as seguintes temáticas para a construção desta pesquisa: 1) gênero, desigualdade e precarização nas confecções do nordeste; e 2) a informalidade como disfarce da flexibilidade.
As sujeitas da pesquisa são 6 mulheres de 4 confecções distintas, na Rua Severino César de Albuquerque, no Bairro das Rendeiras de Caruaru, PE – CEP: 55022-320. Estas mulheres, trabalham em confecções próximas a suas residências e algumas em suas próprias residências. 
Quanto à técnica da análise de dados, será realizado o método de análise de conteúdo, pois esta permite ampliar a diversidade dos materiais estudados, junto ao objeto de investigação. Segundo Laville&Dione (1999, p.214-215) A análise de conteúdo se aplica a uma grande diversidade de materiais, como permite abordar uma grande diversidade de objetos de investigação. Assim, pode esclarecer os fenômenos sociais e examinar os estereótipos persistentes na sociedade.
4. Análise dos dados
Em suma, após a coleta de dados a fim de compreender à problemática, a análise de conteúdo tem o teor de relacionar aos objetivos dispostos e relaciona-los às sujeitas desta pesquisa, através das respostas obtidas no questionário de Entrevista (ver anexo I).
Considerando os objetivos a partir do objetivo geral, que se buscou: analisar o ser mulher e o ser costureiras sob a perspectiva do Gênero versus Informalidade nas confecções de Caruaru – PE. O aprofundamento da pesquisa diante dos objetivos específicos quais são: Descrever os fatores históricosque precariza a atividade das costureiras como raiz da informalidade disfarçada de flexibilidade; identificar os caminhos das costureiras diante da empregabilidade no setor de confecções em Caruaru-PE; e relacionar o gênero das costureiras como predominante no setor de confecções de Caruaru-PE, como resultado da informalidade e empregabilidade.
A pesquisa é constituída por quatro confecções situadas nos domicílios das costureiras, quanto às entrevistadas, foram seis mulheres, entre a idade de 43 – 60 anos, que atuam na profissão em um período entre 20 e 36 anos, estas serão identificadas pelas iniciais de seus nomes, conforme a autorização destas.
Os fatores históricos de precarização das atividades das costureiras refletem que é inegável que a profissão é passada de mãe para filha, na sociedade brasileira, como extensão das atividades doméstica, ou seja, se perpetua um ideal de gênero para a profissão de costureiras. Percebe-se nas respostas das mulheres entrevistadas, que quatro das seis mulheres entrevistadas, respondem à pergunta: Com quem você aprendeu a costurar? E estas afirmam que o ofício da costura foi no sei familiar, através da mãe. 
(P) Sozinha com o auxílio de Minha Mãe. (E) Com minha mãe. (J) Com minha mãe. (D) Com a minha mãe. (Respostas das entrevistadas, questão 5.)
Na construção social do ser costureira é uma ocupação feminina, que são Segundo Bezerra (2011, p.27) as habilidades adquiridas pelas mulheres no espaço de socialização do lar (bordar, costurar, lavar, passar), refletem subordinação que a profissão enfrenta, diante de serem de acordo com Mincato, Filho e Soares (2013, p. 11): são mal remuneradas, pois o trabalho doméstico exige maior envolvimento emocional e cuidado social. Assim, se identifica os caminhos das costureiras diante da empregabilidade no setor de confecções em Caruaru-PE, a partir do fator de remuneração que é uma determinante para a precarização da profissão das costureiras. Diante dos resultados, imposto pela seguinte pergunta: Quais são as maiores dificuldades enfrentadas na sua profissão?
(M) As técnicas para montar as mercadorias, salário que não é fixo, não tenho o meu INSS. (P) A cobrança dos “donos das mercadorias” e o preço muito baixo. (E) Não vejo dificuldades, fora o dinheiro, o pagamento é muito pouco. (D) Tantas, primeiro é o pagamento que é uma micharia, depois a pressão que a gente leva dos donos das mercadorias, quero trabalhar no meu tempo. (Respostas das entrevistadas, questão 6)
	Além de salário, compreende-se que o fator de informalidade prevalece entre as costureiras, pois a disparidade salarial e a segregação ocupacional se revelam, diante das mulheres não serem “aceitas no mercado de trabalho” e recorrem à informalidade, como medida de sustento. Como apresentam Mincato, Filho e Soares (2013, p.1) a disparidade salarial, é a diferença (em geral negativa) entre a remuneração do trabalho ente os gêneros, e a segregação ocupacional, a divisão do trabalho em cargos de menos prestígio para o gênero feminino, quanto ao gênero masculino com maior reconhecimento e remuneração. Afirmamos com os seguintes resultados através das perguntas: 
3) Por que você aprendeu a costurar? 
(M) Curiosidade. (P) Necessidade. (E) Necessidade. (J) Necessidade. (F) Necessidade. (D) Queria casar e morar sem meus pais, uma necessidade.
Ainda no formulário:
8) Você já teve carteira de trabalho assinada? 
(M) Não, e nem quero. (P) Não, Nunca. (E) Não, nunca. (J) Sim, por 8 anos. (F) Sim, por 20 anos. (D) Não, nunca. 
Continuando: 
10) Quanto à sua renda mensal. Você considera que o seu trabalho é valorizado financeiramente?
(M) Não. (P) Não. (E) Não. (J) Não. (F) Não. (D) Não.
Assim, pode-se afirmar que a informalidade é uma determinação para o fator do gênero feminino, que atua na profissão de costureira como uma extensão das atividades domiciliares. Portanto, é possível relacionar o gênero das costureiras como predominante no setor de confecções de Caruaru-PE, como resultado informalidade e empregabilidade. Pois, observa-se, esta percepção das costureiras, quando cinco das seis entrevistas, confirmam que o fator de gênero, influenciou na escolha da profissão, a partir da seguinte questão: Você acha que o seu sexo, influenciou na escolha, se sim, porquê?
(M) Sim, pois é uma profissão para mulheres.
(P) Claro, costura é pra mulher, é um trabalho que toda mulher que tem uma máquina em casa pode trabalhar, sempre vai aparecer algo. 
(E) Sim, influenciou todas minhas irmãs eram costureiras, eu busquei a profissão por elas. 
(J) Não, porque tem muitos costureiros profissionais homens.
(F) Sim, existe mais mulheres na profissão de costureira, é muito difícil ter homem que leve jeito pra isso. 
(D) Sim, apesar que trabalham mais homens comigo aqui, eu acredito, que é uma profissão que só é pra as mulheres, que elas que ficam em casa e o homem na rua. (Respostas das entrevistas, questão 10).
	O estudo desta pesquisa analisa que o ser mulher e o ser costureiras sob a perspectiva do Gênero versus Informalidade nas confecções de Caruaru – PE, alcança maior percentagem na cidade de Caruaru, de acordo com (Nascimento e Souza, 2020, p. 4. Apud. Dieese, 2010.) resultando a 60,2% de dominância das mulheres nas confecções de Caruaru. Qual não se difere desta pesquisa, pois todas as entrevistadas são mulheres, que fizeram de seu domicilio, confecção, como caminho para a sobrevivência, estes caminhos com as mudanças e sonhos almejadas, vejamos as respostas das entrevistadas: 
7) O que você mudaria na sua profissão?
(M) O jeito de trabalhar, gostaria que fosse “fixo” e não por produtividade.
(P) A valorização da profissão, pois sinto que não tenho valor, sabe?
(E) Eu mudaria a forma de trabalhar, acredito que trabalhamos muito pra pouco reconhecimento sabe? Se torna, estressante e depressivo.
(J) Mudaria como os pagamentos são feitos, acho que tem vezes que não é o suficiente para o custo dos gastos.
(F) Não mudaria nada.
(D) O tempo que é muito pouco pra entregar as mercadorias, em uma semana as coisas, o valor das peças é muito pouco pra sustentar a casa.
Ainda na entrevista:
9) Você possui um sonho? Qual é este seu sonho?
(M) Não.
(P) Sim, eu gostaria muito de me formar, ser enfermeira, mas fui obrigada a deixar a escola pra cuidar dos meus irmãos. Gostaria muito de viajar, sair dessa vida de costureira, conhecer outros lugares e pessoas, uma nova vida e trabalho.
(E) Sim, tenho sonhos, uma casa grande e um local espaçoso pra trabalhar.
(J) Sim, acho que o sentido da vida é ter sonhos né, pra viver o amanhã, criar expectativas, ter perspectiva de futuro. Um sonho é morar em Santa Catarina.
(F) Não tenho sonhos, construí tudo o que eu queria, comprei minhas máquinas e não alugo mais, agora tenho tudo o que eu quero.
(D) Tenho de ajeitar minha casa, principalmente a minha cozinha, de ter tempo pra mim.
A partir da reflexão de, Maria Stella Bresciani, (2017, p.28) se fecha a análise de dados desta pesquisa: “a máquina não tenha liberado as mulheres. Algum dia ela liberou alguém?”. A liberdade das mulheres vai além de sua profissão, é preciso que a sociedade se atente aos valores destas, possibilitando suas realizações de sonhos a partir desta, como cita o Pedagogo renomeado Paulo Freire, (1994, p.84) “a educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”. Não apenas cabe ao Estado prover programas sociais e educacionais, a mudança deve ser interna, de pessoa em pessoa.
	
5. Considerações Finais
Se considera o Ser Costureira, Ser Mulher, Ser Profissional, é mais do que uma extensão as atividades domésticas, é ganhar espaço na sociedade através de um trabalho que tem seus processos, dificuldades e superações, é não ser maquina, é ser pessoa, com sonhos e muito além das imposições sobrepostas pela a sociedade. 
Ao longo dessa pesquisa buscou-se colocar em diálogo e questionamentos as perspectivas do Gênero Feminino, das Costureiras da Informalidade que validou o pressuposto de que o ser mulher e a profissão costureira é carregada por estereótiposde caráter Patriarcal e Machista. Pois, é sabido que a profissão é vista como uma extensão das atividades domésticas. O gênero feminino é visto como fraco e incapaz, sendo resumido à fertilidade e a família, logo, este não sendo valorizado para a sociedade, ou seja, por ser mulher, a informalidade é um fator que predomina o desemprego, qual, as mulheres recorrem para o próprio sustento. 
A profissão das costureiras das confecções de Caruaru-PE se apresenta com o estigma social imposto não somente pelos fatores históricos de modelo de gestão patriarcal, como também, fator socioeconômico da informalidade que reafirma a disparidade salarial e a segregação ocupacional no Mercado de Trabalho. É fatídico que o gênero feminino caminha ao lado da informalidade, por isso deve-se impor o embate de Gênero versus Informalidade nas confecções, como meio de reflexão sobre as relações de gênero e a empregabilidade, sob a perspectiva das costureiras de Caruaru-PE.
De certo, a informalidade, o gênero, a sociedade, os estigmas, as desigualdades e os diversos fatores postulam o caminho das mulheres, mulheres que são mantidas em uma boçalidade por uma sociedade de natureza Patriarcal, qual o poder paternal faz jus, a historicidade da profissão costureira, que passa de mãe para filha, que perpetua a ofuscação do gênero feminino na sociedade. Certamente, é preciso dar voz às mulheres costureiras das confecções de Caruaru-PE, de mesma forma dar voz à todas as mulheres em suas profissões são mantidas como submissas, frágeis e incapazes de crescer no mercado de trabalho. Assim, este artigo, deixa como sugestão: o aprofundamento desta pesquisa, e a exploração do estudo sobre as relações de gênero e informalidade na dimensão das profissões menosprezadas pela a sociedade. 
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SEBRAE. Estudo Econômico do Arranjo Produtivo Local do Agreste de Pernambuco,
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SEBRAE. Estudo De Caracterização Econômica Do Pólo De Confecções Do Agreste Pernambucano, 2003. Relatório Final, Recife, maio de 2003.
VILLATORE, Marco Antônio César. PERON, Rita de Cássia A.B. O Trabalho Doméstico Análogo A Condição De Escravo Como Exemplo De Trabalho Forçado Ainda Existente No Brasil. Disponível em: < https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2017/10/10082910/O-Trabalho-Dom%C3%A9stico-An%C3%A1lise-a-Condi%C3%A7%C3%A3o-de-Escravo....pdf> Acesso: 02 de dez. de 2021.
ANEXOSI – DADOS DO QUESTIONÁRIO
1) Qual seu nome e sua idade?
(M) Maria Eliana Silva, 49 anos.
(P) Patricia Maria da Silva, 45 anos.
(E) Elane Cristina Silva, 43 anos.
(J) Josefa Alves de Oliveira Sousa, 53 anos.
(F) Franscisca Maria dos Santos, 60 anos.
(D) Deise Patricia de Oliveira Silva, 46 anos.
2) Há quanto tempo você costura?
(M) 30 anos
(P) 33 anos.
(E) 25 anos.
(J) 36 anos.
(F) 35 anos.
(D) 20 anos.
3) Por que você aprendeu a costurar?
(M) Curiosidade.
(P) Necessidade.
(E) Necessidade.
(J) Necessidade.
(F) Necessidade.
(D) Queria casar e morar sem meus pais.
4) Com quem você aprendeu a costurar?
(M) Vizinha.
(P) Sozinha com o auxílio de Minha Mãe.
(E) Com minha mãe.
(J) Com minha mãe.
(F) Na fábrica onde comecei a costurar.
(D) Nas confecções do bairro onde eu morava.
5) Quais são as maiores dificuldades enfrentadas na sua profissão?
(M) As técnicas para montar as mercadorias, salário que não é fixo, não tenho o meu INSS.
(P) A cobrança dos “donos das mercadorias” e o preço muito baixo.
(E) Não vejo dificuldades, fora o dinheiro, o pagamento é muito pouco.
(J) As dificuldades que eu vejo são ligadas à saúde, muitas pessoas adquirem problemas na coluna, ansiedade, depressão alta, diabetes e trombose. Não é o meu caso, mas conheço muitas pessoas assim.
(F) Não tem dificuldades na profissão, eu trabalho em casa como queria e faço o meu tempo.
(D) Tantas, primeiro é o pagamento que é uma micharia, depois a pressão que a gente leva dos donos das mercadorias, quero trabalhar no meu tempo.
6) Você já teve carteira de trabalho assinada?
(M) Não, e nem quero. 
(P) Não, Nunca.
(E) Não, nunca.
(J) Sim, por 8 anos.
(F) Sim, por 20 anos.
(D) Não, nunca.
7) O que você mudaria na sua profissão?
(M) O jeito de trabalhar, gostaria que fosse “fixo” e não por produtividade.
(P) A valorização da profissão, pois sinto que não tenho valor, sabe?
(E) Eu mudaria a forma de trabalhar, acredito que trabalhamos muito pra pouco reconhecimento sabe? Se torna, estressante e depressivo.
(J) Mudaria como os pagamentos são feitos, acho que tem vezes que não é o suficiente para o custo dos gastos.
(F) Não mudaria nada.
(D) O tempo que é muito pouco pra entregar as mercadorias, em uma semana as coisas, o valor das peças é muito pouco pra sustentar a casa.
8) Quanto à sua renda mensal. Você considera que o seu trabalho é valorizado financeiramente?
(M) Não.
(P) Não.
(E) Não.
(J) Não.
(F) Não.
(D) Não.
9) Você possui um sonho? Qual é este seu sonho?
(M) Não.
(P) Sim, eu gostaria muito de me formar, ser enfermeira, mas fui obrigada a deixar a escola pra cuidar dos meus irmãos. Gostaria muito de viajar, sair dessa vida de costureira, conhecer outros lugares e pessoas, uma nova vida e trabalho.
(E) Sim, tenho sonhos, uma casa grande e um local espaçoso pra trabalhar.
(J) Sim, acho que o sentido da vida é ter sonhos né, pra viver o amanhã, criar expectativas, ter perspectiva de futuro. Um sonho é morar em Santa Catarina.
(F) Não tenho sonhos, construí tudo o que eu queria, comprei minhas máquinas e não alugo mais, agora tenho tudo o que eu quero.
(D) Tenho de ajeitar minha casa, principalmente a minha cozinha, de ter tempo pra mim.
10) Você acha que o seu sexo, influenciou na escolha, se sim, porquê?
(M) Sim, pois é uma profissão para mulheres.
(P) Claro, costura é pra mulher, é um trabalho que toda mulher que tem uma máquina em casa pode trabalhar, sempre vai aparecer algo.
(E) Sim, influenciou todas minhas irmãs eram costureiras, eu busquei a profissão por elas. (J) Não, porque tem muitos costureiros profissionais homens.
(F) Sim, existe mais mulheres na profissão de costureira, é muito difícil ter homem que leve jeito pra isso.
(D) Sim, apesar que trabalham mais homens comigo aqui, eu acredito, que é uma profissão que só é pra as mulheres, que elas que ficam em casa e o homem na rua. 
ANETO II – IMAGENS DO CONTEXTO DA PESQUISA
 	 
 
Fonte: Acervo fotográfico próprio da pesquisa.

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