Fichamento - CHESNEAUX

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CHESNEAUX, J. As armadilhas do quadripartismo histórico. In: Devemos fazer
tabula-rasa do passado? Sobre História e historiadores. São Paulo: Ática, 1995, p. 92-99.
Jéssica Quinteiro Rodrigues - História/UNIFESP
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8 - As armadilhas do quadripartismo histórico
[p.92-93]
- “Na França, o estudo e o ensino da história como disciplina integrada à máquina
universitária estão organizados em quatro grandes conjuntos, entre os quais supõe-se
repartido o tempo histórico:” História Antiga, História da Idade Média, História
moderna e História contemporânea.
[p.93]
- “É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite de organização da história
universal é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado de modo
diferente, em função de pontos de referência diferentes [...].”
- “Desempenha o papel de um verdadeiro aparelho ideológico de Estado.”
Função pedagógica - programas de ensino
[p.94]
Função institucional - denominação das cátedras
Função intelectual - divisão do trabalho/área dos historiadores (o autor pontua que existem
outras chaves que poderiam servir de divisão)
Função ideológica e política
[p.95]
- “O quadripartismo tem como resultado privilegiar o papel do Ocidente na história do
mundo e reduzir quantitativa e qualitativamente o lugar dos povos não-europeus na
evolução universal. Por essa razão, faz parte do aparelho intelectual do imperialismo.”
[p.95-96]
- “Fazer da Idade Média uma das categorias básicas da história universal é perpetuar o
prestígio e a ascendência dos meios do catolicismo conservador e da Igreja: a
civilização cristã, de que se pretendem herdeiros, é erigida como um dos pilares do
próprio Tempo.”
[p.96]
- “O termo ‘Tempos Modernos’, ao menos desde Voltaire, consagrou a pretensão da
burguesia ascendente de completar a história, de controlar para sempre, em nome de
sua ‘modernidade’ o futuro da humanidade inteira.”
[p.97]
- “Um historiador acaba por se convencer de que só é competente nas sacrossantas
categorias de base: será proibida toda reflexão geral e comparada.”
- “Mas o quadripartismo fracassa sobretudo pelo próprio movimento da história. Ele se
configura incompatível com a evolução do mundo e de nosso tempo, com as
exigências do presente.”
[p.97-98]
- “O quadripartismo nada mais é que uma das versões, e não a melhor, do velho sonho
de um ‘discurso sobre a história universal’ (capítulo 9); encontra-se tão deteriorado
quanto esse próprio sonho.”