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1 - A engenharia de segurança do trabalho no Brasil e seus aspectos normativos

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DESCRIÇÃO
Alterações e ajustes em normas regulamentadoras da engenharia de segurança do trabalho. Impactos no ambiente de trabalho. Propostas
de eliminação ou minimização dos riscos para os trabalhadores.
PROPÓSITO
Tendo em vista a dinâmica das legislações no Brasil, sejam as trabalhistas sejam as previdenciárias, é fundamental haver um amplo
entendimento da importância das normas regulamentadoras (NRs) como um elemento essencial no campo da prevenção de acidentes e de
doenças relacionadas ao trabalho.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar a leitura deste conteúdo, tenha em mãos papel ou caneta, ou use a calculadora de seu smartphone/computador para a
realização das tarefas em aula.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o processo histórico da engenharia de segurança do trabalho no Brasil e no mundo
MÓDULO 2
Reconhecer a importância das normas regulamentadoras na melhoria dos ambientes de trabalho
MÓDULO 3
Identificar os principais objetivos da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador
INTRODUÇÃO
A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL E
SEUS ASPECTOS NORMATIVOS
MÓDULO 1
 Identificar o processo histórico da engenharia de segurança do trabalho no Brasil e no mundo
LIGANDO OS PONTOS
Muitas empresas ainda não conhecem ou nunca ouviram falar das NRs ou de outras legislações trabalhistas que visam à proteção dos
trabalhadores. Com isso, frequentemente, verifica-se a ocorrência de acidentes de trabalho em função da ausência de medidas preventivas
que venham a garantir um ambiente seguro para os trabalhadores.
Observe o cenário histórico a seguir:
 
Foto: Shutterstock.com
O Brasil passou, especialmente a partir da década de 1930, por um significativo processo de industrialização: com a mudança considerável
de suas atividades econômicas, ele deixava de depender apenas das agropecuárias. Com esse novo cenário econômico, a força de
trabalho no país mudou completamente. O homem do campo, de um momento para o outro, passou a atuar nas indústrias nacionais sem
um processo de transição – e, especialmente, de ambientação.
Obviamente, muitos acidentes ocorreram, inclusive com óbitos, em função de atividades e operações com máquinas e equipamentos em
seus novos postos de trabalho. Um exemplo muito significativo no Brasil ocorreu na então Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em
Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, já que o número de acidentes ocorridos na época chamava a atenção de todo o mercado
internacional.
Em função desse triste cenário, a legislação brasileira incorporou à própria Constituição Federal alguns mecanismos de proteção para os
trabalhadores com o objetivo de reverter esse lamentável quadro acidentário.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. APÓS O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL, ESPECIALMENTE EM FINS DA DÉCADA DE
1920 E CONSOLIDADA NOS ANOS 1930, HOUVE A PUBLICAÇÃO DE UM IMPORTANTE DECRETO QUE
ALTEROU PROFUNDAMENTE OS DIREITOS DOS TRABALHADORES, TRAZENDO À SUA BASE AS
QUESTÕES DE PROTEÇÃO E INTEGRIDADE EM SEUS POSTOS DE TRABALHO. ISSO REPRESENTOU UM
VERDADEIRO “MARCO HISTÓRICO” PARA OS TRABALHADORES BRASILEIROS. TRATA-SE DE:
A) Decreto-Lei nº 5452, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
B) Lei nº 3.724, que trouxe avanços significativos para o setor ferroviário.
C) Portaria nº 409/1965, que estabeleceu parâmetros mínimos para trabalhos em ambientes insalubres.
D) Fundação da Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (ABPA) em 1934.
E) Portaria nº 39, criada em 1950.
2. ATUALMENTE, NO BRASIL, AS EMPRESAS SÃO OBRIGADAS A CUMPRIR A NORMAS DE SEGURANÇA,
HIGIENE E SAÚDE DOS TRABALHADORES. ISSO DIZ RESPEITO À QUAL LEGISLAÇÃO?
A) Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego.
B) Decreto-Lei nº 3.026, de 11 de agosto de 1962.
C) Portaria interministerial 2.067, de 9 de agosto de 1921.
D) Lei nº 11.426, do Ministério da Saúde.
E) Lei nº 8.437, de 12 de dezembro de 1934, do Ministério da Economia.
GABARITO
1. Após o processo de industrialização no Brasil, especialmente em fins da década de 1920 e consolidada nos anos 1930, houve a
publicação de um importante decreto que alterou profundamente os direitos dos trabalhadores, trazendo à sua base as questões
de proteção e integridade em seus postos de trabalho. Isso representou um verdadeiro “marco histórico” para os trabalhadores
brasileiros. Trata-se de:
A alternativa "A " está correta.
A CLT representa, na verdade, um grande avanço para os trabalhadores brasileiros em relação às medidas de proteção nos ambientes de
trabalho.
2. Atualmente, no Brasil, as empresas são obrigadas a cumprir a normas de segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Isso
diz respeito à qual legislação?
A alternativa "A " está correta.
A Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, obriga as empresas públicas e privadas que admitem trabalhadores regidos pela CLT a
implementar as NRs de segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
3. UMA EMPRESA FOI MULTADA PELA AUDITORIA FISCAL DO TRABALHO, A
QUAL, APÓS UMA INSPEÇÃO ALEATÓRIA, CONSTATOU QUE UM
TRABALHADOR NÃO UTILIZAVA OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL. AGIRAM CORRETAMENTE OS AUDITORES FISCAIS AO AUTUAR A
EMPRESA PELO NÃO CUMPRIMENTO DA PORTARIA Nº 3.214?
RESPOSTA
A legislação trabalhista é bem clara ao determinar que cabe ao empregador “cumprir e fazer cumprir as normas de proteção dos trabalhadores”;
logo, a empresa possui mecanismos legais para a garantia desse termo constitucional. Caso não o cumpra, ela tem de ser autuada, como no
caso em questão, com as ações corretas por parte da auditoria fiscal do trabalho.
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A SEGURANÇA DOS TRABALHADORES NO BRASIL
HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO
NO BRASIL
 
Foto: Shutterstock.com
A engenharia de segurança do trabalho no país vem passando, ao longo dos anos, por grandes alterações normativas, especialmente após
a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943, considerada um “marco histórico” no campo da prevenção.
 SAIBA MAIS
Tais alterações também estão muito relacionadas à forte presença de empresas multinacionais em território brasileiro, que vem se tornando
um canal indutor nesse processo por meio de uma cultura de segurança e de novas medidas preventivas que vêm sendo adotadas no
Brasil.
Os registros dos acidentes no Brasil vêm sendo decisivos tanto para as alterações das NRs quanto para a promulgação de outras leis e
decretos. Esse é o caso do fator acidentário de prevenção (FAP), que vem pontuando as empresas conforme a quantidade de acidentes e
de doenças ocupacionais com afastamentos previdenciários que se refletem na tributação das organizações com incidências no próprio
seguro de acidente de trabalho.
Quanto mais uma empresa cuidar de seus trabalhadores, portanto, mais segura e competitiva no mercado ela será, melhorando
sua imagem e os ambientes de trabalho, além de reduzir os impostos.
Mas ainda temos muito a evoluir, pois infelizmente “trabalho” e “previdência” ainda não caminham no mesmo sentido no Brasil. Podemos
exemplificar as questões de insalubridade (trabalho) com a aposentadoria especial (previdência), que requer abordagens distintas sobre o
mesmo ambiente do trabalho.
NO MUNDO
Ao abordarmos as questões relacionadas às doenças do trabalho, precisamos, antes de tudo, entender seu contexto a partir de dados e
registros históricos. Assim, neste tema, apontaremos as datas relevantes no mundo (e no Brasil, obviamente) até os dias de hoje para que
você possa compreender os avanços na área da medicina ocupacional e na prevenção das doenças relacionadas ao trabalho.
Regressaremos historicamente a períodos mais remotos:
Egito Antigo
 
Imagem: Shutterstock.com
Há vários registros de acidentes no Egito Antigo, milhares de anos antes de Cristo (a.C.), em papiros que descrevem as condições de
trabalho de pedreiros, especialmente em minas de cobre, apresentando diversos tipos de dermatites e acidentes de trabalho. Existemainda outros tantos textos judaicos estabelecendo as normas de trabalho e as avaliações de trabalho e doença, além de conceitos de
readaptação laboral.
Império Greco-Romano
 
Imagem: Shutterstock.com
Na Grécia, no período do Império Greco-Romano, Hipócrates (460-370 a.C.) descreveu diversas doenças relacionadas às funções
desempenhadas por metalúrgicos, montadores a cavalo, mineiros e tintureiros, entre tantos outros trabalhadores. É bom ressaltar o
fundamental papel do pai da medicina nesse contexto doença versus trabalho, pois ele foi um dos primeiros prevencionistas de que
tivemos notícias.
Outras figuras fundamentais do Império Greco-romano trataram dessa questão. Na Grécia, Platão (427-347 a.C.) abordou as doenças dos
atletas profissionais, enquanto Aristóteles (384-322 a.C.) ampliou os registros das doenças dos mineiros e dos montadores a cavalo. Na
Roma Antiga, outros tantos pensadores deixaram importantes registros das doenças relacionadas ao trabalho.
Plínio (23-79 d.C.), com sua História naturalis sobre o saturnismo, em função das exposições ao mercúrio e às poeiras, trouxe informações
sobre o uso de máscaras, ou seja, ele realizou a primeira descrição de equipamentos de proteção individual (EPIs). Pela primeira vez,
houve o tratamento de temas referentes à segurança do trabalho.
Revolução Industrial
 
Foto: Shutterstock.com
A Revolução Industrial, a partir do século XVIII, trouxe importantes avanços no campo da segurança do trabalho e até nas observações das
doenças presentes nos ambientes laborais. No período, ainda foram identificadas diversas condições laborais precárias associadas às
reivindicações em função da perda da força de trabalho.
É muito importante entender algumas datas e alguns processos históricos da segurança do trabalho no mundo. Tal medida se faz
necessária a fim de apontar o quanto os países industrializados, considerados de Primeiro Mundo, já tratavam da segurança enquanto o
Brasil ainda se arrastava em um processo rudimentar e escravagista.
Tendo isso em vista, observaremos a seguir alguns dados interessantes de quatro países em um intervalo de 136 anos:
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Imagem: Shutterstock.com
1802 (INGLATERRA)
Lei de preservação da saúde e da moral de aprendizes e de outros empregados na indústria.
1844 (INGLATERRA)
Cláusulas adicionais estabelecem a obrigatoriedade de prover máquinas com proteção e de comunicar acidentes.
 
Imagem: Shutterstock.com
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Imagem: Shutterstock.com
1841 (FRANÇA)
Primeira lei industrial a tratar do trabalho infantil.
1867 (FRANÇA)
Surge a primeira associação para prevenção de acidentes (criada por Engels Dollfuss).
 
Imagem: Shutterstock.com
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Imagem: Shutterstock.com
1877 (EUA)
Lei em Massachussetts sobre a proteção de correias de transmissão giradas sobre eixos e de engrenagens, além da proibição de
maquinário em movimento.
1913 (EUA)
Fundação do National Safety Council na cidade de Chicago.
 
Imagem: Shutterstock.com
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Imagem: Shutterstock.com
1935 (CUBA)
Primeiro país a constituir uma associação: o Consejo Nacional para la Prevención de Accidentes.
1938 (EUA)
Criação em Nova York do Consejo Interamericano de Seguridad (CIAS).
 
Imagem: Shutterstock.com
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ASPECTOS HISTÓRICOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO
BRASIL
 
Foto: Shutterstock.com
Apontados acima, os registros históricos no mundo propiciam a seguinte reflexão: enquanto muitos países, especialmente no período pós-
Revolução Industrial, começaram a tratar do tema “segurança dos trabalhadores” com um bom nível de importância (o que é bem diferente
de “prioridade”), o Brasil, conforme frisamos, ainda estava com um regime de trabalho bem diferente do que se considera um emprego.
O trabalho escravo (ainda existente no Brasil) sempre foi – e será – degradante, condicionando o ser humano a um regime de deterioração
quanto à sua dignidade. Desse modo, o país ainda está em um processo de transição, mesmo que demorado, para um melhor patamar
prevencionista.
Elencadas por conta de sua importância, as datas históricas reunidas a seguir abrangem seis décadas:
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1919
Lei nº 3.724 (primeira lei contra acidentes, impondo ao setor ferroviário regulamentos prevencionistas).
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1934
Decreto-Lei nº 24.637 (lei trabalhista institui regulamento sobre a prevenção de acidentes).
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1941
Fundação da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA).
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1943
Decreto-Lei nº 5.452 (aprovação da CLT).
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1944
Decreto-Lei nº 7.036 (Lei de Acidentes do Trabalho).
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1950
Portaria nº 39 (normas de higiene e segurança do trabalho nas minas).
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1965
Portaria nº 491 (quadro de atividades e operações insalubres). 
Portaria nº 608 (normas de trabalho em condições de periculosidade e relação das atividades perigosas com inflamáveis).
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1977
Alteração do Capítulo V do Título II da CLT relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.
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
1978
Portaria nº 3.214 (Aprovação das NRs).
Como podemos observar, diversos decretos, leis e normas foram se modificando conforme as características dos postos de trabalho e as
mudanças das atividades econômicas no Brasil iam se alterando. Esse cenário está bem claro com a publicação do Decreto-Lei nº 5.452,
que trata da aprovação da CLT, muito em função do processo de industrialização brasileira. O homem do campo, afinal, se via diante de um
novo cenário de riscos, com máquinas e equipamentos para operar, sem um real processo de transição entre um modelo e outro.
A chegada das primeiras indústrias de grande porte ao país, especialmente a CSN, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, ou a Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), em Paulo Afonso, na Bahia, é bastante emblemática desse contexto de novos riscos e acidentes.
Essas duas indústrias, portanto, refletiram todo um processo histórico.
Na CSN, os trabalhadores recém-saídos de suas atividades do campo, no meio rural, sofriam com os acidentes, enquanto os demais
funcionários, de maneira voluntária, se reuniam para retratar os acidentes, descrevendo-os e reportando-os a seus superiores. Nem
sempre, contudo, tais informações eram bem recebidas; em outros casos, elas eram interpretadas sob um contexto político, o que gerou
perseguições e prisões para trabalhadores em Volta Redonda.
No entanto, um grande legado ficou dessa época: a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Voluntariamente criada por
esses trabalhadores e implementada em outras indústrias da época, a CIPA foi incluída na (então) recém-criada CLT, de 1943. Isso foi, sem
dúvida, um grande avanço no campo da prevenção no país.
Os afastamentos dos trabalhadores no Brasil por acidentes e doenças relacionadas ao trabalho ocorriam de forma crescente. A imagem do
país interna e externamente ficou, assim, marcada como a de uma nação “campeã” de acidentes de trabalho, trazendo preocupações a
todos, fossem eles trabalhadores, empresas e até mesmo o governo, na época.
 Gráfico: Nível de acidentalidade entre o período de 1970 a 2017. 
Extraído de: Anuário Brasileiro de Proteção, 2020, p. 105.
O gráfico apresentado pelo Anuário Estatístico da Previdência Social demonstra claramente a redução dos acidentes de trabalho no Brasil
após a promulgação das NRs e de outros programas ocupacionais estabelecidos por decretos e leis prevencionistas.
Com esse lamentável cenário acidentário – e com a péssima imagem no mercado internacional, o que de fato reduziu os investimentos das
empresas no Brasil –, o governo, após uma reunião tripartite em 1972, decidiu implementar medidas preventivas de forma experimental em
algumas indústrias voluntárias.
Finalmente, no dia 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho e Emprego, que compõe atualmente o Ministério da Economia como uma
secretaria especial, promulgou as chamadas normas regulamentadoras de segurança, higiene e saúde do trabalhador (as populares NRs)
com o seguinte texto normativo:
AS NORMAS REGULAMENTADORAS – NRS RELATIVAS À SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO SÃO DEOBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA PELAS
EMPRESAS PRIVADAS [...] QUE POSSUAM EMPREGADOS REGIDOS PELA
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT).
(NORMAS REGULAMENTADORAS - SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO, 2021)
Infelizmente, os trabalhadores estatutários, funcionários públicos não regidos pela CLT, foram excluídos dessa portaria, permanecendo de
tal forma até os dias de hoje.
 SAIBA MAIS
Consulte na internet a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V do Título II da CLT relativo à segurança e medicina
do trabalho, e a Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que aprova as normas regulamentadoras do Capítulo V do Título II da CLT,
relativas à segurança e à medicina do trabalho.
Assim como a publicação da CLT em 1943, as NRs representam atualmente uma mudança de paradigma para a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, pois sua missão é melhorar as condições dos ambientes de trabalho e livrar os trabalhadores das nocividades que
tanto os acompanham.
Outras portarias, leis e outros decretos surgiram após a publicação das chamadas NRs em 1978. Até hoje, esses documentos contribuem
significativamente para a percepção e a consequente redução dos riscos nos ambientes de trabalho.
 EXEMPLO
O FAP relaciona os encargos tributários de uma empresa a seus resultados de afastamentos dos trabalhadores em regime previdenciário,
ou seja, é uma forma de criar uma cultura de segurança nos ambientes de trabalho, em que, quanto maiores os investimentos por parte
das organizações, melhores são as condições seguras e salubres e menores os afastamentos dos trabalhadores. A empresa, além disso,
garante reduções do seguro de acidente de trabalho em sua folha de pagamento.
Por fim, podemos verificar que as leis atuais no Brasil representam avanços preventivos, mas ainda estamos longe da obtenção de
resultados para a redução das doenças dos trabalhadores que tanto os afastam de suas jornadas laborais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO BRASIL, OS AFASTAMENTOS DOS TRABALHADORES POR ACIDENTES DE TRABALHO, INCLUINDO
OS ÓBITOS DECORRENTES DELES, TIVERAM UMA CONSIDERÁVEL REDUÇÃO, PORÉM ELES AINDA
ESTÃO LONGE DE ATINGIR UM BOM PATAMAR NO CAMPO DA PREVENÇÃO. PODE-SE AFIRMAR QUE TAIS
REDUÇÕES ESTÃO ASSOCIADAS À PROMULGAÇÃO DA SEGUINTE LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E
SAÚDE DO TRABALHADOR:
A) Portaria nº 491/1965.
B) Lei nº 3.724/1919.
C) Decreto nº 24.637/1934.
D) Decreto nº 7.036/1944.
E) Portaria nº 3.214/1978.
2. COM O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL, ESPECIALMENTE NAS DÉCADAS DE 1930 E
1940, MUITOS ACIDENTES COM OS TRABALHADORES OCORRERAM EM FUNÇÃO DA FALTA DE
ORIENTAÇÕES E DE TREINAMENTOS PARA ELES. DIANTE DESSE CENÁRIO, PODE-SE DIZER QUE, EM
1943, O GOVERNO PROMULGOU UM IMPORTANTE DECRETO, INCLUINDO A PROTEÇÃO DOS
TRABALHADORES EM SEU CAPÍTULO RELACIONADO AO CONTEXTO SOCIAL, QUE TAMBÉM É
CONSIDERADO UM DOS “MARCOS” HISTÓRICOS NESSE CONTEXTO. ESTAMOS TRATANDO DE QUAL
DECRETO FEDERAL?
A) Das normas regulamentadoras.
B) Da Política Nacional de Segurança e Saúde dos Trabalhadores.
C) A importante lei geral de prevenção de acidentes ferroviários.
D) Do fator acidentário de prevenção.
E) Da Consolidação das Leis do Trabalho.
GABARITO
1. No Brasil, os afastamentos dos trabalhadores por acidentes de trabalho, incluindo os óbitos decorrentes deles, tiveram uma
considerável redução, porém eles ainda estão longe de atingir um bom patamar no campo da prevenção. Pode-se afirmar que tais
reduções estão associadas à promulgação da seguinte legislação de segurança e saúde do trabalhador:
A alternativa "E " está correta.
 
No Brasil, as NRs consoantes à Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, são responsáveis pela
redução dos níveis de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, pois estabelecem procedimentos preventivos obrigatórios nos
ambientes de trabalho.
2. Com o processo de industrialização do Brasil, especialmente nas décadas de 1930 e 1940, muitos acidentes com os
trabalhadores ocorreram em função da falta de orientações e de treinamentos para eles. Diante desse cenário, pode-se dizer que,
em 1943, o governo promulgou um importante decreto, incluindo a proteção dos trabalhadores em seu capítulo relacionado ao
contexto social, que também é considerado um dos “marcos” históricos nesse contexto. Estamos tratando de qual decreto
federal?
A alternativa "E " está correta.
 
Promulgada em 1943, a CLT é considerada até hoje um marco histórico por incluir, no contexto dos avanços sociais, a obrigação dos
empregadores de proteger seus trabalhadores.
MÓDULO 2
 Reconhecer a importância das normas regulamentadoras na melhoria dos ambientes de trabalho
LIGANDO OS PONTOS
As NRs de segurança, higiene e saúde do trabalho devem ser implementadas em todas as empresas que admitam trabalhadores em
regime de CLT, inclusive nas organizações terceirizadas no Brasil. Tal caso, porém, ainda não constitui um cenário constatável do ponto de
vista histórico.
Analisaremos um case real a seguir:
A indústria da terceirização de mão de obra no segmento de petróleo e gás, que cresce e aparece com as bênçãos das empresas do setor,
especialmente das contratantes, tem deixado vítimas pelo caminho. Por falta de qualificação e devido a acidentes de trabalho, os próprios
trabalhadores são descartados pelo sistema – em muitos casos, sem a garantia de quaisquer direitos e a perspectiva de um novo emprego.
Em relatos reservados e denúncias enviadas ao Sindicato dos Petroleiros e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores
detalham como a maior estatal brasileira faz vista grossa para as condições de trabalho dos terceirizados, contrariando um acordo fechado
entre ela e o MPT.
 
Foto: Shutterstock.com
Pelo acordo, a empresa estatal, que é a principal contratante do seguimento, deve comunicar qualquer acidente em suas instalações. Se
ele ocorrer com um trabalhador terceirizado, o comunicado terá de ser feito ao Sindicato dos Petroleiros. Contudo, o que acontece no dia a
dia é a ocultação desses acidentes, descobertos muito tempo depois por meio de denúncia do próprio acidentado ao sindicato ou à Justiça.
Certa vez, um trabalhador terceirizado que estava na P-38, uma das plataformas da Bacia de Campos, escorregou, bateu com o joelho e
fraturou a rótula. Ele foi mantido embarcado por três dias e só depois levado a Macaé, no Rio de Janeiro, para atendimento. A permanência
na plataforma seria uma tentativa da empresa de não caracterizar a queda como acidente de trabalho segundo relato de outros
trabalhadores que desejaram não se identificar.
Um placar colocado nas plataformas para contabilizar o número de acidentes de trabalho, em vez de reforçar as boas práticas na
segurança do trabalho, acaba tendo um efeito inverso. As chefias fazem de tudo para não registrar os acidentes nem prejudicar o placar. A
contratante ainda nega a existência de um bônus vinculado aos acidentes de trabalho, mas as informações repassadas ao MPT indicam
que o número de acidentes interfere na avaliação das chefias.
Augusto, de 44 anos, é o retrato da discriminação sofrida por esses trabalhadores terceirizados que se acidentam nas dependências da
empresa. Em 2007, Augusto foi contratado por uma empresa terceirizada como soldador alpinista, que trabalha pendurado por cabos.
 
Foto: Shutterstock.com
Essa empresa presta serviços para outra contratada, havendo, no caso, uma quarteirização de serviços. Em novembro do mesmo ano,
Augusto, que trabalhava em um dos tanques de um navio na P-35, passou mal por conta da falta de ventilação no local, caiu e ficou
desacordado. Ainda assim, ele foi mantido por mais quatro dias embarcado.
“O gerente da plataforma informou ao médico da minha empresa em terra que eu estava bem para não comunicar o acidente”, informa
Augusto. A comunicação só foi feita mais tarde, quando o funcionário procurou o sindicato. Ele ficou com sequelas e dores fortes no braço
direito e perdeu movimento pleno de um dedo. Nessas condições,não quis mais embarcar.
Augusto foi ameaçado de demissão por justa causa e entrou na Justiça para reclamar seus direitos. Demitido, ele não conseguiu mais
trabalho em outras terceirizadas, a não ser por um período na empresa de um conhecido. Hoje, está desempregado e sem perspectivas.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. NA INCIDÊNCIA DE UM ACIDENTE DE TRABALHO COM UM TRABALHADOR DE DETERMINADA
EMPRESA TERCEIRIZADA EM UMA PLATAFORMA DE PETRÓLEO, CABE À CONTRATANTE:
A) Proceder com as medidas de atendimento imediato para o trabalhador acidentado, seguindo os mesmos protocolos voltados para os
próprios trabalhadores.
B) Não tomar medida alguma para não se comprometer e evitar um vínculo trabalhista com o colaborador acidentado.
C) Punir o trabalhador acidentado por ter comunicado o acidente.
D) Encerrar o contrato com a contratada pelo ocorrido com o trabalhador.
E) Oferecer um bônus financeiro ao trabalhador para não comunicar o acidente.
2. POR QUAL MOTIVO AS EMPRESAS CONTRATANTES NO SETOR DE ÓLEO E GÁS POSSUEM MENORES
INDICADORES ACIDENTÁRIOS QUE AS CONTRATADAS, AS TERCEIRIZADAS E ATÉ MESMO AS
QUARTEIRIZADAS?
A) Por considerar em seus registros apenas os acidentes com trabalhadores com vínculos diretos em seu CNPJ.
B) Pelos trabalhadores de empresas terceirizadas possuírem excelentes medidas de prevenção de acidentes.
C) Pelo fato de que esse seguimento econômico possui poucos acidentes em seu dia a dia.
D) Pelo rigor no cumprimento das normas regulamentadoras para as empresas quarteirizadas.
E) Pelos baixos indicadores acidentários por parte das contratantes, os quais, nesse caso, estão relacionados a um excelente programa de
bônus aos trabalhadores que não sofrem acidentes de trabalho.
GABARITO
1. Na incidência de um acidente de trabalho com um trabalhador de determinada empresa terceirizada em uma plataforma de
petróleo, cabe à contratante:
A alternativa "A " está correta.
Não importa o tipo de vínculo trabalhista; na verdade, contratantes e contratadas são responsáveis solidárias pela proteção dos
trabalhadores e pelas ações de atendimentos a eles na ocorrência de um acidente de trabalho.
2. Por qual motivo as empresas contratantes no setor de óleo e gás possuem menores indicadores acidentários que as
contratadas, as terceirizadas e até mesmo as quarteirizadas?
A alternativa "A " está correta.
Os baixos registros de acidentes nesse seguimento por parte das empresas contratantes estão relacionados ao fato de que elas
consideram apenas aqueles ocorridos com os próprios funcionários, e não com os demais terceirizados e quarteirizados.
3. QUANTO AO PROCEDIMENTO DO GERENTE DA PLATAFORMA EM INFORMAR
AO MÉDICO DA EMPRESA QUE O TRABALHADOR ACIDENTADO ESTAVA BEM E
QUE NÃO DEVERIA FORNECER AS INFORMAÇÕES CORRETAS, QUAL É SEU
ENTENDIMENTO? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA.
RESPOSTA
O gerente da plataforma decidiu por esse tipo de ação para que os indicadores acidentários não aumentassem e para que, de alguma forma, isso
dificultasse a relação do estado de saúde do trabalhador acidentado com o ambiente de trabalho dele, evitando-se, assim, o nexo causal em uma
possível reclamação trabalhista.
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A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS REGULAMENTADORAS
NORMAS REGULAMENTADO RAS
 
Foto: Shutterstock.com
APRESENTAÇÃO
É muito comum haver as seguintes indagações tanto por parte dos trabalhadores quanto (e especialmente) por parte dos empregadores:
 
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POR QUE AS NRS MUDAM FREQUENTEMENTE?
 
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É REALMENTE NECESSÁRIO IMPLANTAR AS NRS?
 
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AS NRS SÃO OBRIGATÓRIAS?
As respostas estão em nosso dia a dia. O ambiente de trabalho é muito dinâmico, requerendo, por isso, intervenções constantes. Sem
uma padronização dos processos e a obrigatoriedade de seu cumprimento, o número de acidentes no Brasil seria ainda mais elevado.
Os avanços tecnológicos denotam a necessidade de novas técnicas preventivas. Cada atividade econômica, incluindo aquelas que sempre
surgem, implicam novas e necessárias NRs.
Retornemos agora ao tempo da publicação, pelo então Ministério do Trabalho e Emprego, da Portaria nº 3.214 com as primeiras NRs.
Estamos falando do ano de 1978; portanto, depois de mais de quatro décadas, as relações de trabalho, os maquinários e os processos
operacionais mudaram bastante. Além disso, os riscos acentuaram-se.
Logicamente, as NRs tiveram de ser revistas e ampliadas. Vejamos, por exemplo, o seguimento da construção civil e o de produção de
petróleo e gás natural.
Ambos constituem dois seguimentos econômicos extremamente fundamentais para a economia nacional, apresentando ainda um número
considerável de acidentes de trabalho e de adoecimento dos trabalhadores. As NRs vêm sendo ajustadas periodicamente devido aos
avanços tecnológicos desses seguimentos, implementando procedimentos preventivos com bons resultados no meio ambiente do trabalho.
DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Apresentaremos agora as NRs brasileiras e suas características fundamentais para que possamos avaliar seus objetivos na prevenção de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Atualmente, existem 37 NRs, embora algumas delas já tenham sido revogadas. Veremos a
seguir mais informações sobre cada uma:
NR-1 – DISPOSIÇÕES GERAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS
(GRO)
A nova redação da NR-1 tornou-se a principal mudança no campo da prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais para os
profissionais de segurança do trabalho. Desse modo, esta NR toma uma grande dimensão de gestão ao tratar diretamente do ambiente do
trabalho por meio de um inventário dos dados tanto das medidas preventivas quanto de natureza médica.
Os programas de prevenção de riscos ambientais e de controle médico e saúde ocupacional, portanto, são inseridos em seu contexto. Isso
dá a garantia de que a aplicação de procedimentos de gerenciamento de riscos será priorizada antes da operação propriamente dita.
As análises preliminares de riscos (APR) precisam fazer parte das atividades laborais dos trabalhadores, além de todos os dados relativos
a treinamentos, afastamentos e demais informações.
O ambiente de trabalho precisa ser monitorado constantemente com as emissões de ordens de serviços (não apenas para atividades
especiais), enquanto os riscos devem apurados em sua origem. Com isso, obtém-se uma norma tanto de gestão quanto operacional.
 ATENÇÃO
De todas as alterações normativas, a NR-1, com certeza, é a mais consistente de todas, pois integra diversos programas em uma única
norma regulamentadora (NR).
NR-2 – INSPEÇÃO PRÉVIA
Esta NR estabelecia as situações em que as empresas deveriam solicitar ao Ministério do Trabalho a realização de uma inspeção prévia
em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. Ela, porém, foi revogada e não está mais em vigor; logo, as empresas
não necessitam mais solicitar o certificado de inspeção prévia à superintendência do trabalho de sua região para iniciar suas operações.
NR-3 - EMBARGO OU INTERDIÇÃO
Aborda a paralisação de serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização
trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à segurança e à medicina do trabalho.
 ATENÇÃO
A última alteração da NR-3 foi feita em 23 de setembro de 2019. Caso haja uma interdição ou um embargo em determinado setor, seus
empregados receberão os salários como se estivessem trabalhando.
NR-4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO
Esta importante NR estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas de possuir empregados regidos pela CLT. A
fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência da NR-4 é o artigo 162 da CLT.
A implantação dos serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho (SESMT) depende da gradação do risco
da atividade principal da empresa conformeos dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e do número total de
empregados do estabelecimento.
Dependendo dos elementos apontados, os SESMT terão de ser compostos por:
Engenheiro de segurança do trabalho.
Médico do trabalho.
Enfermeiro do trabalho.
Técnico de enfermagem do trabalho.
Técnico de segurança do trabalho.
 
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 ATENÇÃO
Todos devem ser empregados da empresa.
NR-5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)
Estabelece a obrigatoriedade das empresas de organizar e manter em funcionamento uma comissão constituída exclusivamente por
empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais. Os artigos 163 a 165 da CLT são a fundamentação legal da NR-5, dando-lhe embasamento jurídico.
Os trabalhos desenvolvidos pela CIPA são da maior importância para a segurança dos trabalhadores. O objetivo dela é a prevenção de
acidentes e de doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar permanentemente o trabalho compatível com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
A CIPA será composta de representantes do empregador (indicados) e dos empregados (eleitos). Titulares e suplementares, os membros
eleitos dessa comissão terão estabilidade empregatícia desde sua candidatura até um ano após o encerramento da gestão deles.
NR-6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Estabelece os modelos e tipos de EPIs para os trabalhadores conforme os respectivos riscos envolvidos nos ambientes de trabalho. Ocorre
que, ao contrário do que pode parecer, a implementação dos EPIs não pode ser o verdadeiro projeto preventivo. Na verdade, devem-se
priorizar sempre as medidas coletivas em primeiro plano.
 
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Por conta disso, as empresas serão obrigadas a fornecer gratuitamente a seus empregados EPIs adequados aos riscos e em perfeito
estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias:
Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho.
Enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas.
Para atender às situações de emergência.
NR-7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL
(PCMSO)
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e da implementação do PCMSO, por parte de todos os empregadores e das instituições que
admitem trabalhadores como empregados, com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto de seus funcionários.
O PCMSO trata dos seguintes exames médicos obrigatórios para as empresas:
 
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Exame admissional
 
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Exame periódico
 
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Exame de retorno ao trabalho
 
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Exame de mudança de função
 
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Exame demissional
A depender do grau de risco da empresa ou das empresas que trabalham com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes e benzeno,
além de outros compostos, haverá, a critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR-7, bem como na NR-15,
exames específicos para cada risco que o trabalho puder gerar.
 SAIBA MAIS
Após ter passado por uma profunda revisão normativa em 9 de março de 2020, o PCMSO se tornará um programa fundamental para
integrar a NR-1; logo, todas as ações de segurança e as ocupacionais serão inseridas em um único programa.
NR-8 – EDIFICAÇÕES
Estabelece os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir a segurança e o conforto aos que
nelas trabalham. Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, a insolação excessiva ou
a falta de insolação. Devem-se observar também as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.
 ATENÇÃO
A NR-8 não pode ser confundida com a NR-18, que trata da construção civil, pois ambas possuem alguns requisitos semelhantes.
NR-9 – AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS AOS
AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Nesta importante norma, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) recebeu uma revisão normativa em 10 de março de
2020, ampliando suas abordagens de duas formas:
QUANTO A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Segue critérios técnicos para as avaliações quantitativas conforme os limites de tolerância.
QUANTO A AVALIAÇÕES QUALITATIVAS SEGUNDO A CARACTERIZAÇÃO DOS
RISCOS
Segue os parâmetros da relação entre efeito e frequência.
Com a alteração da NR-1, o PPRA passa a ser um dos programas que vão compor NR-9 por meio de um inventário bem amplo dos riscos
ocupacionais. Desse modo, essa norma é de fundamental importância para o programa de gerenciamento de riscos (PGR) em âmbito
geral.
NR-10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Esta NR trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles, incluindo terceiros e usuários, que trabalham nas instalações
elétricas em suas diversas etapas.
Entre tais etapas, incluem-se as seguintes:
Projeto
Execução
Operação
Manutenção
Reforma
Ampliação
 ATENÇÃO
É importante considerar os riscos acentuados a sistemas elétricos para garantir a efetiva proteção dos trabalhadores que atuam com esse
tipo de operação.
NR-11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
MATERIAIS
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho no que se refere ao transporte, à movimentação, à
armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais.
A NR-11 destina-se à operação de:
Elevadores.
Guindastes.
Transportadores industriais.
Máquinas transportadoras.
NR-12 – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, à
operação e à manutenção de máquinas e equipamentos visando à prevenção de acidentes do trabalho.
A NR-12 ainda determina:
Instalações e áreas de trabalho.
Distâncias mínimas entre máquinas e equipamentos.
Dispositivos de acionamento, partida e parada de máquinas e equipamentos.
NR-13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, à operação e à manutenção de caldeiras e vasos de pressão para se
prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. Tanto o acompanhamento de operação e manutenção quanto a inspeção e a supervisão de
inspeção periódica das caldeiras e dos vasos de pressão são de competência do engenheiro especializado nas atividades referentes ao
projeto de construção.
 ATENÇÃO
A NR-13 exige um treinamento específico para seus operadores, contendo várias classificações e categorias nas especialidades devido
principalmente a seu elevado grau de risco.
NR-14 – FORNOS
Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, à operação e à manutenção de fornos industriais nos ambientes de
trabalho, além de definir os parâmetros para a instalação de fornos.
 ATENÇÃO
É importante observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal. Além disso, é preciso considerar que as fontes de
aquecimento dos fornos podem ser obtidas pela queima de combustíveis, pela eletricidade ou pela recuperação de gases quentes,
devendo, portanto, haver todos os cuidados e ser seguidas as recomendações a respeito.
NR-15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Trata de atividades, operações e agentes insalubres, assim como das situações que, quando são vivenciadas nos ambientes de trabalho
pelos colaboradores, ensejam a caracterização do exercício insalubre e dos meios de protegê-los de tais exposições nocivas à sua saúde.
Uma atividade é considerada insalubre quando se dá além dos limites de tolerância, isto é, da intensidade, da natureza e do tempo de
exposição ao agente, não causando danos à saúdedo trabalhador durante sua vida laboral.
Contidas nos anexos da norma, as atividades insalubres levam em consideração os seguintes agentes:
Ruído contínuo ou permanente.
Ruído de impacto.
Tolerância para exposição ao calor.
Radiações ionizantes.
Agentes químicos e poeiras minerais.
Incidentes sobre o salário-mínimo nacional, os adicionais de insalubridade estão na ordem de 10%, 20% ou 40%. Os artigos 189 e 192 da
CLT constituem a fundamentação legal, ordinária e específica a conferir um embasamento jurídico à sua existência.
NR-16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas. A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à
caracterização da energia elétrica como o 3° agente periculoso é a Lei n° 7.369, de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de
periculosidade para os profissionais da área de eletricidade.
Por decreto, duas categorias profissionais possuem direito a esse adicional: os vigilantes armados e os motoboys. São consideradas
atividades perigosas aquelas ligadas a explosivos, inflamáveis e à energia elétrica.
 
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A incidência do adicional de periculosidade se dá em percentual único de 30% incidentes sobre o salário-base do trabalhador. Devem ser
desconsiderados desse cálculo os adicionais noturnos, as horas extras e os demais valores agregados nas respectivas remunerações.
 SAIBA MAIS
Se estiver exposto aos adicionais de insalubridade e periculosidade ao mesmo tempo, um trabalhador terá direito a receber o maior valor
remuneratório que lhe for devido, ou seja, na incidência de dois valores, ele receberá apenas um, sem nenhum prejuízo.
NR-17 – ERGONOMIA
Visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às psicofisiológicas dos trabalhadores para lhes
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal que lhe dá embasamento jurídico são os
artigos 198 e 199 da CLT.
A NR-17 estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho a (à):
Características psicofisiológicas.
Máquinas.
Ambiente.
Comunicações dos elementos do sistema.
Informações.
Processamento.
Tomada de decisões.
Organização.
Consequências do trabalho.
 SAIBA MAIS
Observe que as lesões por esforços repetitivos (LER), hoje denominadas doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT),
constituem o principal grupo de problemas à saúde reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o
LER, constante hoje nas relações de doenças profissionais da Previdência.
Esta NR também fará parte da GRO com as caracterizações das atividades com agentes ergonômicos.
NR-18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
Estabelece diretrizes de ordem administrativa e de planejamento de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil.
A NR-18 também passou por diversas alterações – entre elas, a obrigação do desenvolvimento das estratégias de segurança, que passa a
ser exclusivamente das construtoras, e não mais de fornecedores. Seu texto ainda modernizou o conceito das plataformas de trabalho em
altura (PTA), tornando-o mais abrangente; com isso, elas passaram a ser denominadas plataformas elevatórias móveis de trabalho
(PEMTs).
 ATENÇÃO
Outras NRs foram retiradas do texto da NR-18 para evitar duplicidade. O trecho sobre as áreas de vivência, por exemplo, foi transferido
para a NR-24 (condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho).
As questões relacionadas ao trabalho em espaços confinados ficaram restritas à NR-33 (segurança e saúde nos trabalhos em espaços
confinados); todavia, como previsto pela NR-1, será necessário haver a elaboração de um PGR próprio em obras se a edificação tiver mais
de sete metros de altura e/ou dez trabalhadores envolvidos em determinado ambiente laboral. Em projetos menores, cujas edificações
possuem altura inferior a sete metros de altura, ou existem menos de dez trabalhadores em um mesmo ambiente laboral, o
desenvolvimento do programa pode ficar a cargo do técnico de segurança do trabalho.
 ATENÇÃO
Agora é obrigatória a climatização em máquinas que possuem movimento próprio (autopropelidas) ou com mais de 4,5 mil quilos.
NR-19 – EXPLOSIVOS
Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, do manuseio e do transporte de explosivos para a proteção da saúde
e da integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.
A NR-19 determina parâmetros para o depósito, o manuseio e a armazenagem de explosivos. A fundamentação legal, ordinária e
específica a dar embasamento jurídico à existência de tal NR é o artigo 200, inciso II, da CLT.
NR-20 - LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS
 
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Estabelece as disposições regulamentares sobre o armazenamento, o manuseio e o transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis para
promover a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho.
A NR-20 define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis. Sua fundamentação legal, dando-lhe embasamento
jurídico, é o artigo 200, inciso II, da CLT.
NR-21 - TRABALHO A CÉU ABERTO
Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas à prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como, por exemplo,
em minas ao ar livre e pedreiras. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR é o
artigo 200, inciso IV, da CLT.
NR-22 - SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
 
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Estabelece os métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvem trabalhos subterrâneos, de modo a
proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de segurança e medicina do trabalho.
A NR-22 destina-se aos trabalhos em:
Minerações subterrâneas ou a céu aberto.
Garimpos.
Beneficiamento de minerais.
Pesquisa mineral.
Nesses trabalhos, é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas. Essa atividade possui várias outras legislações
complementares.
NR-23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Estabelece as medidas de proteção contra incêndios nos locais de trabalho para a prevenção da saúde e da integridade física dos
trabalhadores.
Todas as empresas, assim, devem possuir:
Proteção contra incêndio.
Saídas para retirada de pessoal em serviço e/ou público.
Pessoal treinado e equipamentos. As normas do corpo de bombeiros sobre o assunto devem ser observadas.
NR-24 - CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO
Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos ambientes de trabalho visando à higiene desses locais e à
proteção à saúde dos trabalhadores, especialmente no que se refere a (à):
Banheiros.
Vestiários.
Refeitórios.
Cozinhas.
Alojamentos.
Água potável.
 ATENÇÃO
Todo estabelecimento tem de atender às denominações contempladas pelo próprio nome da NR-24. Cabe à CIPA e/ou aos SESMT, se
houver, a observância dessa norma. Deve-se observar também, nas convenções coletivas de trabalho de sua categoria, se existe algum
item sobre o assunto.
NR-25 - RESÍDUOS INDUSTRIAIS
Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes
dos ambientes de trabalho a fim de proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
A NR-25 remete às disposições contidas na NR-15 e em legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal. Ela ainda trata da
eliminação de:
Resíduos gasosos.
Resíduos sólidos.
Líquidos de alta toxidade.
Periculosidade.
Risco biológico.
Risco radioativo.
NR-26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes detrabalho, de modo a proteger a
saúde e a integridade física dos trabalhadores. A NR-26 ainda determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção,
evitando a distração, a confusão e a fadiga do trabalhador, além de oferecer cuidados especiais quanto a produtos e locais perigosos.
NR-27 - REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO
Estabelece os requisitos a serem satisfeitos no Ministério do Trabalho pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de
segurança do trabalho, em especial no que diz respeito a seu registro profissional como tal.
 ATENÇÃO
Esta norma se encontra revogada.
NR-28 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de segurança e medicina do trabalho. A fundamentação legal,
ordinária e específica tem sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, por meio do artigo 201 da CLT.
Toda NR possui uma gradação de multas para cada item das normas. Essas gradações são divididas por:
Número de empregados.
Risco na segurança.
Risco em medicina do trabalho.
Baseado em critérios técnicos, o agente da fiscalização autua o estabelecimento, faz a notificação e concede prazo para a regularização
e/ou a defesa. Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade física do trabalhador, ele vai propor à
autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento.
NR-29 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO
 
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Seu objetivo é regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e
alcançar as melhores condições possíveis de segurança e de saúde aos trabalhadores portuários.
Quanto à legislação ordinária, a existência jurídica desta NR está assegurada por:
Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/1997.

Artigo 200 da CLT.

Decreto n° 99.534/1990, que promulga a Convenção n° 152, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
NR-30 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO
Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada em:
Transporte de mercadorias ou de passageiros.
Navegação marítima de longo curso.
Cabotagem.
Navegação interior.
Serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento.
Embarcações de apoio marítimo e portuário.
 ATENÇÃO
A observância da NR-30 não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais em relação à matéria em questão e a
outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.
NR-31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA
SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de modo a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança, a saúde e o
ambiente do trabalho.
A NR-31 aplica-se a quaisquer atividades de agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de
relações de trabalho e emprego e o local das atividades, bem como àquelas de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos
agrários.
SILVICULTURA
Ciência dedicada ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais a fim de satisfazer
as necessidades do mercado e, ao mesmo tempo, a aplicação desse estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional
das florestas.
AQUICULTURA
Ciência que estuda e aplica os meios de promover o povoamento dos animais aquáticos; criação de animais aquícolas orientada
por meios científicos.
NR-32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE
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Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
SERVIÇOS DE SAÚDE
Entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, assim como
todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
NR-33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS
Estabelece os requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados, assim como o reconhecimento, a avaliação, o
monitoramento e o controle dos riscos existentes, de modo a garantir permanentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores que
interagem direta ou indiretamente nesses espaços.
ESPAÇOS CONFINADOS
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua que possua meios limitados de
entrada e saída e cuja ventilação existente seja insuficiente para remover contaminantes, ou onde possa existir a deficiência ou o
enriquecimento de oxigênio.
NR-34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL
Esta NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades
da indústria de construção e reparação naval.
ATIVIDADES DA INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO
NAVAL
Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações
empregadas para tal fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas e plataformas fixas ou
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flutuantes, entre outras.
NR-35 – TRABALHO EM ALTURA
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a
execução para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com tal atividade.
TRABALHO EM ALTURA
Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior em que haja risco de queda.
 SAIBA MAIS
A NR-35 complementa as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou na omissão delas, as
normas internacionais aplicáveis.
NR-36 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E
PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS
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Relativamente nova, esta NR foi fundamental para estabelecer os critérios de trabalho padronizados para tal seguimento econômico
brasileiro, garantindo os processos de qualidade para a avaliação, o controle e o monitoramento dos riscos existentes nas atividades de
abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano.
Os riscos, como, por exemplo, de baixas temperaturas nos frigoríficos, além de posturas rígidas e movimentos repetitivos, mereceram uma
especial atenção da NR-36. Com o objetivo de garantir mais segurança, saúde e qualidade de vida para os colaboradores desse setor,
foram estabelecidos requisitos mínimos para a realização de suas atividades, priorizando a proteção dos trabalhadores.
NR-37 – SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
Mais recente de todas as normas, a NR-37 foi estabelecida em função dos riscos acentuados para os trabalhadores que operam em
plataformas de petróleo e gás natural. Com isso, tal NR define os parâmetros mais importantes para garantir as operações seguras nesse
ambiente de trabalho.
Além disso, a NR-37 estabelece que os trabalhadores façam rodízios, passando 15 dias ou mais a bordo da plataforma, o que poderá
ocasionar riscos à saúde dos trabalhadores caso as condições do local não sejam adequadas. Por se tratar de uma atividade realizada em
alto-mar, qualquer acidente pode trazer danos graves aos trabalhadores e ao meio ambiente.
PALAVRAS FINAIS
Como apontamos, existem atualmente 37 normas publicadas no Brasil, mas duas delas já foram revogadas: a de nº 2 e a nº 27.
Ao verificar cadauma das normas apresentadas acima, o importante é entender que, no campo da prevenção de acidentes e de doenças
ocupacionais, a implementação delas não significa a existência de um ambiente isento de riscos.
Tais normas configuram, na verdade, requisitos mínimos a serem implementados pela empresa para garantir um ambiente seguro. No
entanto, é fundamental registrar que os trabalhadores também são responsáveis pela própria segurança, devendo cumprir tais normas e
procedimentos de segurança.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
(SESMT) ESTÃO, SEGUNDO A PORTARIA Nº 3.214, DO MINISTÉRIO DO TRABALHO, ESTABELECIDOS PELA
NR-4. MARQUE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM APENAS OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO ESTABELECIDOS POR ESSA NR.
A) Engenheiro de segurança, médico do trabalho e psicólogo do trabalho.
B) Técnico em segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e fisioterapeuta ocupacional.
C) Engenheiro de segurança do trabalho, engenheiro civil e advogado trabalhista.
D) Psicólogo do trabalho, educador físico e médico do trabalho.
E) Engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho.
2. FREQUENTEMENTE, AS NORMAS REGULAMENTADORAS (NRS) SÃO ALTERADAS EM FUNÇÃO DAS
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA PRODUTIVO NO BRASIL E DOS NOVOS RISCOS PRESENTES NOS
AMBIENTES DE TRABALHO. MARQUE A NR QUE ESTABELECE UM INVENTÁRIO DE SEGURANÇA E
SAÚDE OCUPACIONAL PARA TODAS AS EMPRESAS DO PAÍS POR INTERMÉDIO DO GERENCIAMENTO
DOS RISCOS OCUPACIONAIS.
A) NR-7, com o Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional.
B) NR-6, com os equipamentos de proteção individual como a principal metodologia de prevenção.
C) NR-9, com a emissão do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais.
D) NR-2, com a emissão do certificado de aprovação de instalações.
E) NR-1, com o inventário dos diversos riscos ocupacionais presentes nos ambientes de trabalho.
GABARITO
1. Os serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho (SESMT) estão, segundo a Portaria nº 3.214, do
Ministério do Trabalho, estabelecidos pela NR-4. Marque a alternativa que contém apenas os profissionais especializados em
segurança e medicina do trabalho estabelecidos por essa NR.
A alternativa "E " está correta.
 
De acordo com a NR-4, os únicos profissionais que se pode considerar como especializados são os seguintes: engenheiro de segurança
do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico em enfermagem do trabalho e técnico em segurança do trabalho. Outras
importantes profissões, como psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos, por exemplo, podem e devem agregar valor aos SESMT,
porém sua contratação, segundo o Quadro II da NR-4, não é obrigatória.
2. Frequentemente, as normas regulamentadoras (NRs) são alteradas em função das características do sistema produtivo no
Brasil e dos novos riscos presentes nos ambientes de trabalho. Marque a NR que estabelece um inventário de segurança e saúde
ocupacional para todas as empresas do país por intermédio do gerenciamento dos riscos ocupacionais.
A alternativa "E " está correta.
 
A NR-1 toma uma grande dimensão de gestão ao tratar diretamente do ambiente do trabalho por meio de um inventário dos dados tanto
das medidas preventivas quanto de natureza médica, ou seja, os programas de prevenção de riscos ambientais e de controle médico e
saúde ocupacional serão inseridos no contexto deles.
MÓDULO 3
 Identificar os principais objetivos da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador
LIGANDO OS PONTOS
Sua empresa já implementou a PNSST? Afinal, que sigla é essa?
Criada em 7 de novembro de 2011 pelo Decreto nº 7.062, a PNSST tem o objetivo de garantir as melhorias no meio ambiente de trabalho
tanto com as avaliações e a identificação dos riscos presentes quanto com as medidas preventivas e corretivas para que acidentes e o
adoecimento dos trabalhadores sejam evitados.
Observe o caso a seguir:
Luis Cláudio Pereira sofreu perda parcial de quatro dedos da mão e, pouco mais de um ano após o acidente, retornou ao trabalho. No
ambiente laboral, os trabalhadores devem estar protegidos contra possíveis acidentes e riscos à sua saúde. Essa é a premissa da
segurança do trabalho, que prevê um conjunto de tecnologias e ciências no sentido de garantir tal proteção aos colaboradores de qualquer
empresa.
Entre 2012 e 2018, dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho apontam que, no Brasil, foram registradas 16.455
mortes e 4,5 milhões de acidentes de trabalho. A maioria das empresas, entretanto, considera que, ao implementar “algumas” NRs, não é
necessário implementar a PNSST.
As NRs não são divergentes da PNSST – ao contrário, ambas são complementares.
Líder de produção, Luis Cláudio, de 43 anos, entrou para essa estatística em fevereiro de 2018. Como coordenador das atividades de uma
empresa de beneficiamento de carne, ele sofreu um grave acidente de trabalho que o levou à perda parcial de quatro dedos da mão direita.
“Eu estava na fábrica. Houve um problema na máquina, o operador me procurou e eu entrei em contato com o pessoal da manutenção. A
máquina tem um botão de acionamento para desligar e não se corre o risco de funcionar a máquina”, explica o coordenador.
Porém, segundo ele, enquanto acompanhava o trabalho de manutenção do equipamento, o botão foi acionado acidentalmente, puxando
sua mão. “Não deu tempo. Fui para o lado de fora da empresa, onde estava o responsável pela manutenção, e pedi socorro. Ele me levou
até o hospital, onde foram feitos os primeiros procedimentos”, relembra.
 
Foto: Shutterstock.com
Após a avaliação de especialistas, foi constatado que não haveria como fazer a reconstituição dos quatro dedos comprometidos no
acidente. Com isso, foi confirmada a perda parcial: Luis Cláudio precisou passar por uma recuperação difícil e uma completa mudança em
sua rotina.
“Depois da cirurgia, eu tinha muita sensibilidade na mão. Não conseguia pegar um copo d’água, a chave do carro, não conseguia fazer
nada. Tudo que eu pegava parecia que dava um choque, porque a sensibilidade era muito grande”, conta.
As atividades do dia a dia se tornaram muito mais difíceis de serem realizadas; além disso, ele ainda precisou lidar com o estranhamento
das pessoas devido à aparência da mão. “Logo que eu tirei a faixa da mão, as pessoas ficavam olhando muito e eu me sentia incomodado.
Foi complicado esse período”, completa. Quatro meses depois do acidente de trabalho, ele deu início ao tratamento em um hospital de sua
cidade, o que ele considera ter sido um passo de extrema importância para o início de sua recuperação.
“A partir do momento em que eu iniciei a fisioterapia ocupacional, comecei a realizar as atividades normalmente. Conseguia pegar um copo
e ligar o carro. Foi melhorando, comecei a digitar e hoje está quase normal. Algumas coisas ainda não consigo, porque é uma mudança
grande”, justifica o trabalhador, que quinzenalmente retorna ao hospital para dar continuidade ao tratamento.
Ele conta que, logo após a cirurgia, foi muito difícil lidar com a situação. “A retirada da primeira faixa, duas semanas após a cirurgia, foi
muito dolorosa para mim. Foi assim [por] praticamente dois meses: todo dia indo ao hospital e tomando medicação na veia para fazer o
curativo. Doía muito só de tirar a faixa, era terrível”, desabafa.
No processo de recuperação, Luis Cláudio faz questão de destacar o atendimento recebido. “Tive uma equipe muito boa no hospital que
me ajudou naquele momento de dor. A minha família também me deu suporte para que eu conseguisse superar – e, graças a Deus, estou
bem hoje”, afirma.
O líder de produção alerta as empresas e os trabalhadores para que estejam atentos às normas de segurança do trabalho. “No meu caso,
acho que foi inexperiência na parte da manutenção. Se a máquina tivesse sido desativada corretamente e o problema tivesse sido
resolvido, sem precisarme chamar de volta para acompanhar, não teria acontecido”, lamenta.
O trabalhador ficou afastado de suas funções pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), direito concedido pelo órgão às vítimas de
acidente ocorrido pelo exercício do trabalho. Entre outras garantias, o acidentado dispõe de estabilidade no emprego após esse tipo de
incidente. Assim, pouco mais de um ano depois do episódio, o líder de produção voltou ao trabalho.
“Em fevereiro, pedi liberação do INSS e já voltei às atividades normais. Desde então estou de novo à frente da indústria na mesma função”,
relata, empolgado. Segundo ele, seu retorno tem sido muito satisfatório tanto para ele como para a empresa.
“Eu voltei com um pouco de receio por conta do acidente, mas voltei com tudo. Na primeira semana, colocamos em dia as entregas,
organizamos a equipe e demos o suporte [de] que estava precisando”, relata. A história desse trabalhador mostra que é possível superar
situações extremamente delicadas.
Entretanto, é essencial ressaltar que a prevenção e a conscientização de empregadores e empregados são a principal forma de se evitar
que acidentes de trabalho aconteçam. O importante, nesse contexto, é divulgar os diversos itens estabelecidos pela PNSST por meio de
programas de cultura de segurança, da conscientização de todos os envolvidos e da efetiva participação da empresa e dos empregados.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1. NO CASO ACIMA, NO QUAL O TRABALHADOR SOFREU UM GRAVE ACIDENTE DE TRABALHO, PODE-SE
AFIRMAR QUE, SE A POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (PNSST) TIVESSE
SIDO IMPLANTADA PELA EMPRESA DE FORMA CORRETA, ELE NÃO TERIA OCORRIDO?
A) Se for bem implementada e divulgada, a PNSST certamente poderá reduzir ou mesmo eliminar os acidentes.
B) Os acidentes de trabalho sempre ocorrerão com ou sem a implementação da PNSST.
C) Somente a correta implementação das normas regulamentadoras pode evitar acidentes de trabalho.
D) Sempre que ocorrer um acidente de trabalho, deve-se investigar a negligência do trabalhador acidentado.
E) A PNSST é um documento administrativo e em nada contribui na redução dos acidentes.
2. A POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (PNSST) FOI FUNDAMENTAL PARA
QUE LUIS CLÁUDIO, O TRABALHADOR ACIDENTADO, PUDESSE FICAR AFASTADO EM REGIME
PREVIDENCIÁRIO?
A) Não existe nenhuma relação entre as diretrizes da PNSST e os afastamentos previdenciários.
B) A PNSST é fundamental para a garantia desse afastamento previdenciário.
C) A PNSST, além de garantir os afastamentos previdenciários, exime a empresa de suas responsabilizações.
D) Após o retorno ao trabalho, a PNSST garante à empresa a demissão desse trabalhador por justa causa.
E) A PNSST garante à empresa a redução das alíquotas previdenciárias.
GABARITO
1. No caso acima, no qual o trabalhador sofreu um grave acidente de trabalho, pode-se afirmar que, se a Política Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) tivesse sido implantada pela empresa de forma correta, ele não teria ocorrido?
A alternativa "A " está correta.
Quando corretamente implementada e divulgada, tendo a efetiva participação da alta administração e dos trabalhadores, a PNSST (com as
NRs) poderá, com certeza, minimizar ou até mesmo eliminar a ocorrência de acidentes de trabalho, especialmente os de natureza grave,
como no caso relatado neste case.
2. A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) foi fundamental para que Luis Cláudio, o trabalhador
acidentado, pudesse ficar afastado em regime previdenciário?
A alternativa "A " está correta.
A PNSST tem como objetivo principal a garantia do trabalho seguro para que os trabalhadores tenham a melhoria nos seus respectivos
ambientes laborais; logo, não existe, nesse sentido, nenhuma relação entre ela e os afastamentos previdenciários.
3. NO CASO DO LAMENTÁVEL ACIDENTE COM O TRABALHADOR LUIS
CLÁUDIO, COMO A PNSST, SE FOSSE CORRETAMENTE IMPLEMENTADA PELA
EMPRESA, PODERIA TER CONTRIBUÍDO POSITIVAMENTE PARA QUE ISSO
FOSSE EVITADO?
RESPOSTA
A PNSST deve ser implementada a partir da articulação entre a empresa e os empregados, em um consistente programa de divulgação e de
conscientização de todos os envolvidos. Ela ainda precisa estar articulada com as próprias NRs de segurança, higiene e saúde do trabalhador.
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE E SEGURANÇA DO
TRABALHADOR
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POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHADOR
PRINCIPAIS OBJETIVOS
Criada em 7 de novembro de 2011 pelo Decreto nº 7.062, a PNSST amplia as ações e medidas preventivas por parte dos empregadores,
dos trabalhadores e do próprio governo a fim de:
Garantir um trabalho seguro.
Reduzir cada vez mais os níveis de acidentes e adoecimentos no trabalho que afastam significativamente os trabalhadores
brasileiros de suas atividades laborais.
 
Foto: Shutterstock.com
Esse afastamento causa a tais trabalhadores extremos prejuízos, bem como para a sociedade e o governo, de modo geral. Os custos dos
afastamentos previdenciários, afinal, são relevantes e ainda retratam uma total falta de cultura de segurança por parte da maioria dos
empresários brasileiros, seja por falta de conhecimento seja pela ausência de uma estrutura fiscalizatória permanente e objetiva por parte
do governo.
Estamos diante de um cenário muito desconfortável, no qual os acidentes de trabalho são responsáveis por mais mortes que a
maior parte das guerras pelo mundo.
Um trabalho seguro vai muito além do cumprimento de normas e regras de segurança. Trata-se, na verdade, de uma cultura de segurança
total que deve ser implementada em toda a empresa com o pleno envolvimento de todos.
 SAIBA MAIS
A própria Convenção 155, da OIT, sempre orientou aos governos que fizessem a plena divulgação em seus respectivos países da adoção
de medidas preventivas para se evitar o adoecimento no trabalho ou os acidentes, que são os causadores de afastamentos e mortes dos
trabalhadores.
Esse alinhamento sempre está relacionado à adoção de medidas coletivas, administrativas ou individuais, sendo seguido criteriosamente
cada tipo de exposição e de risco nos ambientes do trabalho.
Vejamos o texto do referido decreto de criação da PNSST:
DECRETO DE CRIAÇÃO DA PNSST
A presidenta da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o
disposto no artigo 4 da Convenção nº 155, da Organização Internacional do Trabalho, promulgada pelo Decreto nº 1.254, de 29 de
setembro de 1994, decreta:
Art. 1º - Este Decreto dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.
Art. 2º - Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.
I - A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST tem por objetivos a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de
vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por
meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho;
II - A PNSST tem por princípios:
a) universalidade;
b) prevenção;
c) precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de assistência, reabilitação e reparação;
d) diálogo social; e
e) integralidade.
III - Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser implementada por meio da articulação continuada das ações de governo no campo
das relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde, com a participação voluntária
IV - As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de acordo com
as seguintes diretrizes:
a) inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no Sistema Nacional de Promoção e Proteção da Saúde;
b) harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da
saúde do trabalhador;
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c) adoção de medidas especiais para atividadeslaborais de alto risco;
d) estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador;
e) promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho;
f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada
de trabalhadores;
g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho.
(DECRETO Nº 7.602, 2011, grifos nossos)
Observe que os principais aspectos e diretrizes estabelecidos pela PNSST estão bem claros neste quesito: tal tema precisa ser tratado
de maneira ampla, e não limitada às “fronteiras” da própria organização. Ele, portanto, deve ser universal sob todos os pontos de
vistas, havendo o envolvimento claro da sociedade, em relação à qualidade de vida no trabalho, sempre com o objetivo de orientar e
abordar esse tópico com a abrangência que ele impõe.
A adoção de medidas preventivas requer, antes de tudo, a conscientização de empregadores e trabalhadores em relação a seus
respectivos compromissos no trabalho seguro. Isso é, na verdade, “um degrau” anterior à própria adoção dos equipamentos coletivos ou
individuais.
A ideia central da PNSST é a garantia da segurança por:
Conscientização
Treinamentos
Divulgação de programas e indicadores
Adoção das tradicionais medidas preventivas
INCORPORAÇÃO ÀS AÇÕES COTIDIANAS NOS LOCAIS DE TRABALHO
Como vimos no item anterior, a implantação da PNSST constitui um grande desafio para as empresas, exatamente pela ausência, na
maioria dos casos, de uma efetiva cultura de segurança – ainda mais uma baseada em comportamento e condições seguras.
Por isso, é importante deixar bem claro que a PNSST não pretende eliminar ou substituir as NRs constantes na Portaria nº 3.214, de 8
de junho de 1978; ao contrário, ela busca garantir a sua eficácia quando traz um conceito de conscientização plana para os envolvidos.
Com isso, a simples implementação de uma NR não será mais suficiente para a garantia de um ambiente seguro.
Veja que muitos supervisores ou coordenadores de área – em alguns casos, até mesmos gestores de segurança do trabalho – atuam até
hoje em um modelo “reativo”, ou seja, com ações punitivas ou baseadas em medidas individuais. Várias são as situações em que a falta do
uso de um EPI por parte do empregado (ou mesmo seu uso incorreto) faz com que seus gestores apliquem, de modo recorrente, punições,
advertências ou até demissões por justa causa.
A mensagem central da PNSST é estabelecer um diálogo com os trabalhadores para que eles possam se expressar e informar se um EPI
está lhe atendendo ou não – ou se seu uso está o incomodando ou lhe causando agravos em suas lesões.
 
Imagem: Shutterstock.com
É correto punir um trabalhador que não utiliza seu protetor auricular, o plug de inserção, sem escutá-lo? Quando ele informa ao
médico do trabalho da empresa que é portador de otite crônica, nenhuma medida é tomada?
Existe, nesse exemplo, um claro processo de agravo da doença do trabalhador. O “sistema” como um todo não lhe garante uma voz ativa
em suas necessidades; ao contrário, o empregado recebe punições sem que sejam realizadas as corretas avaliações dos riscos e os
respectivos agravos.
Nos exemplos apresentados, as seguintes situações estão evidenciadas:
A NR-6, que trata dos EPIs, garante efetivamente a proteção dos trabalhadores?
O PPRA avalia os ambientes de trabalho a partir das informações dos trabalhadores e posteriormente (ou até mesmo em conjunto) à sua
elaboração?
Os mapas de riscos ambientais, que deveriam ser elaborados pelos trabalhadores (e na realidade não são), representam a “incomodidade”
nos ambientes que causam os agravos à saúde dos mesmos?
Obviamente, as respostas para esses e tantos outros questionamentos são o clássico “não” – ou seja, apesar de NRs extremamente
avançadas e de reconhecimento mundial, sua simples implantação não é a garantia de um trabalho seguro.
A PNSST, portanto, tem a “missão” de mudar o conceito no campo da prevenção dos acidentes e das doenças ocupacionais com a plena
incorporação de programas de conscientização e a divulgação dos indicadores ocupacionais para um amplo debate nas organizações –
especialmente entre empregadores e empregados. Com certeza, isso é a primeira e grande medida preventiva no ambiente do trabalho.
AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE SUA EFICÁCIA NAS ORGANIZAÇÕES
 
Foto: Shutterstock.com
As questões de proteção dos trabalhadores, especialmente para evitar agravos à saúde, vão muito além das medidas tradicionais
implementadas nos ambientes de trabalho. Como temos retratado neste conteúdo, uma “política” de segurança passa por diversas ações
muito mais amplas que simples medidas coletivas ou individuais.
Avaliações periódicas, porém, são fundamentais para a eficácia da PNSST. Desse modo, é preciso estabelecer, nesse momento, alguns
itens que vão contribuir em tais avaliações, servindo como um verdadeiro modelo de gestão integrada e incorporada à organização,
obviamente com a participação (declarada) da alta administração.
Observe o checklist a seguir para a eficácia da PNSST:
1.
A alta administração apresentou de maneira clara e objetiva seu compromisso com as questões de saúde dos
trabalhadores?
2.
Os trabalhadores estão comprometidos e cientes de suas ações e de suas obrigações em relação à sua segurança e à
dos demais colegas de trabalho?
3.
A alta administração apresentou de maneira clara e objetiva seu compromisso com as questões de saúde dos
trabalhadores?
4.
Existem, expressamente identificados na política da empresa, seus responsáveis diretos, inclusive no caso de uma
ausência permanente ou temporária deles?
5. Todas as normas e todos os procedimentos são publicados e amplamente divulgados internamente?
6. A CIPA foi consultada sobre a política? Ela pode contribuir de maneira ampla em sua elaboração?
7.
Todos os colaboradores estão efetivamente conscientes (incluindo terceiros) quanto às suas responsabilidades na
PNSST para garantir um trabalho seguro e saudável?
8.
Quais são as atuações dos SESMT na PNSST da empresa? Membros dos SESMT e da CIPA fazem parte de um comitê
gestor?
9.
Na PNSST, estão bem definidas as responsabilidades quanto à apresentação de indicadores de acidentes, aos
treinamentos preventivos, aos diálogos diários de segurança, à APR e aos simulados contra incêndios e explosões com
evacuações de área, entre outras medidas?
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Observe que os dados acima são relevantes para a apresentação de indicadores e os respectivos tratamentos por parte da
PNSST.
Os indicadores devem conter:
Quantos treinamentos foram realizados em determinado período (um ano, um semestre etc.)?
Quantos acidentes foram registrados por cada 1.000 horas trabalhadas?
Quais são os níveis de severidade dos afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho?
Houve redução de acidentes e de doenças ocupacionais após os treinamentos e programas de conscientização?
Os desvios são tratados conforme a severidade das não conformidades?
Qual é a relação entre os desvios, os incidentes, os acidentes com perdas materiais e os acidentes/doenças relacionados
ao trabalho?
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Tais informações serão decisivas para uma constatação se a PNSST for corretamente implementada e se os resultados obtidos estiverem
plenamente relacionados aos objetivos preventivos estabelecidos pela alta administração em seu compromisso interno e externo.
PRINCIPAIS TEMAS A SE ABRANGER PARA GARANTIR UM AMBIENTE
SAUDÁVEL
A PNSST, como já destacamos, tem o objetivo de garantir um trabalho seguro. A própria redação do Decreto nº 7.602 de 2011 estabelece,
para o cumprimento de tal objetivo, seis responsabilidades:
1. Elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que afetam a segurança e saúde do trabalhador.
2.
Produzir análises, avaliações e

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