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AULA sobre Sucessão Legítima Sucessão Testamentária e Disposições de Última Vontade

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DIREITO CIVIL
SUCESSÃO LEGÍTIMA. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA E 
DISPOSIÇÕES DE ÚLTIMA VONTADE
Livro Eletrônico
DICLER FORESTIERI
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-
Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São 
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ 
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado 
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio 
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil, 
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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DIREITO CIVIL
Sucessão Legítima. Sucessão Testamentária e Disposições de Última Vontade
Prof. Dicler Ferreira
Direito das Sucessões .................................................................................4
Introdução ................................................................................................4
1. Sucessão em geral ..................................................................................5
2. Sucessão legítima .................................................................................21
3. Sucessão testamentária .........................................................................38
Questões de Concurso ...............................................................................72
Gabarito ..................................................................................................82
Gabarito Comentado .................................................................................83
Questões de Concurso ............................................................................. 103
Gabarito ................................................................................................ 109
Gabarito Comentado ............................................................................... 110
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DIREITO CIVIL
Sucessão Legítima. Sucessão Testamentária e Disposições de Última Vontade
Prof. Dicler Ferreira
DIREITO DAS SUCESSÕES
Introdução
Querido aluno(a), em decorrência da extensão do assunto sucessões (cerca de 
240 artigos), a aula de hoje será direcionada para concursos públicos. Dessa forma, 
farei uma abordagem aprofundada quando o assunto for relevante, por outro lado, 
teremos uma abordagem superficial quando o assunto não for tão usual em provas 
de concursos públicos.
A palavra sucessão significa um ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de 
outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens e direitos. No Direito 
Civil, o vocábulo sucessões é utilizado para designar a sucessão causa mortis, ou 
seja, a transmissão do patrimônio do de cujus a seus sucessores.
Ressalta-se que o direito de herança é um direito e garantia fundamental, pois 
está disciplinado no art. 5º, XXX, da CF.
Art. 5º, XXX – é garantido o direito de herança;
Dessa forma, podemos definir o direito das sucessões como o conjunto de prin-
cípios jurídicos que disciplinam a transmissão do patrimônio de uma pessoa que 
morreu aos seus sucessores.
O Código Civil trata do assunto dividindo-o em quatro partes:
• sucessão em geral;
• sucessão legítima;
• sucessão testamentária; e
• inventário e partilha.
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Sucessão Legítima. Sucessão Testamentária e Disposições de Última Vontade
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Vamos tratar das três primeiras partes nesta aula. Se a quarta parte for cobrada 
em seu concurso, veremos o assunto em outra aula.
Como o tema costuma ser objeto de grande dificuldade entre os estudantes, ao fi-
nal teremos uma bateria de exercícios com questões fáceis, médias e difíceis. Você 
poderá perceber as diferentes formas de abordagens que as bancas costumam usar.
1. Sucessão em geral
Abertura da sucessão
A sucessão se abre no exato instante da morte do de cujus acarretando uma 
transmissão automática da herança aos herdeiros legítimos e testamentários, sem 
haver descontinuidade. Ou seja, mesmo que o herdeiro não tenha conhecimento da 
morte do hereditando, ocorre a sucessão.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legí-
timos e testamentários.
O art. 1.784 do CC acolheu o princípio da “saisine”, segundo o qual o próprio 
defunto transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança. Conclui-se então 
que o herdeiro se torna dono no exato momento da abertura da sucessão e não 
no momento posterior da partilha. Ou seja, a morte, a abertura da sucessão e a 
transmissão da herança aos herdeiros ocorrem num só momento.
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Essa regra acarreta algumas consequências importantes:
a) a verificação da legitimação para suceder ocorre no momento da abertura da 
sucessão, devendo ser regida pelas leis em vigor no momento da abertura 
(art. 1.787 do CC);
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da 
abertura daquela.
b) se o herdeiro falecer após a abertura da sucessão, mas antes de ocorrer a 
partilha, haverá direito de transmissão, ou seja, o herdeiro que falecer rece-
berá a herança e depois a retransmitirá novamente; e
c) o valor dos bens do de cujus a serem inventariados é o valor que eles tinham 
por ocasião da morte do autor da herança, pois é nesse momento que ocorre 
a transmissão.
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
O local da abertura da sucessão pode não ser o mesmo local no qual ocorreu 
a morte do de cujus, pois o local da abertura da sucessão é o lugar onde o faleci-
do teve seu último domicílio, ou seja, o local que autor da herança, pela última 
vez, estabeleceu residência com ânimo definitivo.
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Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
O art. 1.786 do CC menciona as duas formas de sucessão existentes no ordena-
mento jurídico brasileiro.
• Sucessão legítima: é a que decorre por força exclusiva da lei;
• Sucessão testamentária: é a que toma por base as disposições de última von-
tade feitas em testamento ou em codicilo pelo autor da herança.
Estas são as duas formas de sucessão causa mortis causa reconhecidas pelo di-
reito brasileiro, entretanto, isso não significaque a sucessão seja sempre legítima 
ou sempre seja testamentária.
Em determinadas circunstâncias, a sucessão pode ser, ao mesmo tempo, legí-
tima e testamentária, como no caso de o testamento não compreender todos os 
bens do testador (art. 1.788), e de o testador só dispor da metade da herança, por 
ter herdeiros necessários (art. 1.789). A sucessão legítima regulará a situação dos 
bens que não foram mencionados no testamento e resolverá sobre o que vai caber 
aos herdeiros necessários, respectivamente.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros 
legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no tes-
tamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da 
herança.
Em se tratando da sucessão testamentária, se houver herdeiros necessários, 
o testamento só pode fazer referência, no máximo, à metade dos bens do autor da 
herança, pois a outra metade caberá a eles.
O esquema gráfico a seguir mostra o caminho a ser seguido na hipótese de exis-
tirem ou não herdeiros necessários.
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Existem herdeiros 
necessários?
SIM NÃO
O testamento só pode 
dispor, no máximo, de 50% 
do patrimônio que compõe a 
herança, pois os outros 50% 
a lei atribui aos herdeiros 
necessários.
Neste caso, o testamento 
pode dispor da totalidade 
do patrimônio que compõe 
a herança; situação em que 
teremos apenas a sucessão 
testamentária.
Quem são os herdeiros necessários?
A resposta é dada pelo art. 1.845 do CC.
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Através do art. 1.846 do CC percebe-se que os herdeiros necessários possuem 
direito à, pelo menos, metade do patrimônio que compõe a herança.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da 
herança, constituindo a legítima
Da herança e de sua administração
O art. 1.791 do CC consagra o princípio da indivisibilidade da herança.
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os 
herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse 
da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
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Conclui-se que, através da abertura da sucessão, a herança, por força da saisine, 
transmite-se, imediatamente, aos herdeiros. Mesmo que haja mais de um herdeiro, 
a herança permanece como um todo unitário, e até a partilha, o direito dos co-her-
deiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, regulando-se 
pelas normas relativas ao condomínio. Ou seja, antes da partilha nenhum herdeiro 
tem direito exclusivo sobre um bem certo e determinado que integra a herança.
Qualquer dos co-herdeiros pode exercer os seus direitos compatibilizando-os 
com a situação de indivisibilidade e exercer atos possessórios, desde que não ex-
cluam os direitos dos outros compossuidores.
Art. 2.023. Julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito aos 
bens do seu quinhão.
Essa situação de copropriedade perdura até a partilha. A partir do momento em 
que esta é julgada, cessa, em regra, a indivisão e o direito de cada um dos her-
deiros fica circunscrito aos bens de seu quinhão (ver art. 2.023 do CC). A não ser, 
é claro, que na partilha se decida que algum bem ficará em condomínio entre os 
herdeiros, mantendo-se, portanto, o estado de comunhão.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; 
incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, de-
mostrando o valor dos bens herdados.
O art. 1.792 do CC demonstra que é a herança que responde pelo pagamento 
das dívidas do falecido (conforme o art. 1.997 do CC). Ou seja, o herdeiro só res-
ponde intra vires hereditatis (dentro das forças da herança). Ocorre uma separação 
entre os patrimônios do autor da herança e do herdeiro.
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita 
a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na he-
rança lhe coube.
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O art. 1.793 do CC trata da cessão de direitos hereditários que consiste na 
transferência que o herdeiro legítimo ou testamentário faz a outrem de todo o qui-
nhão hereditário ou de parte dele.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-
-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito 
de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente.
§ 2º É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem 
da herança considerado singularmente.
§ 3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer 
herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
A cessão da herança só será válida após a abertura da sucessão, pois, se a ces-
são ocorrer antes da abertura da sucessão, ocorreria uma afronta ao art. 426 do 
CC, que proíbe a herança de pessoa viva figurar como objeto de contrato.
Pelo fato do direito à sucessão aberta ser considerado por lei um bem imóvel, 
a cessão da herança deverá observar a forma de escritura pública, mesmo que a 
herança contenha apenas direitos pessoais e bens móveis.
Por fim, cabe salientar que o cessionário assume os direitos hereditários nas 
mesmas condições jurídicas do cedente, pois passa a ser titular do quinhão ou le-
gado, apesar de não receber a qualidade de herdeiro.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha 
à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
Através do art. 1.794 do CC é regulado o direito de preferência do co-her-
deiro na cessão onerosa de herança a estranho. Ou seja, até a partilha, o di-
reito dos co-herdeiros é indivisível, regulando-se pelas normas relativas ao condo-
mínio. O co-herdeiro não pode ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à 
sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
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Sabemos então que pelo mesmo preço, outro co-herdeiro tem preferência na 
aquisição da quota hereditária. Entretanto, não há que se falar em direito de prefe-
rência se o co-herdeiro cede a sua quota hereditária a outro co-herdeiro.
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, deposi-
tado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta 
dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se 
distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
O art. 1.795 do CC regula o exercício do direito de preferência do co-herdeiro.
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á 
inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, 
para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança.
Estudaremos mais adiante que o inventário é o processo judicial tendente à re-
lação, descrição, avaliação e liquidação de todos os bens pertencentes ao de cujus 
ao tempo de sua morte, para partilhá-los e distribuí-los entre os seus sucessores.
O art. 1.796 do CC determina que esse processo deve ser instaurado no prazo 
de trinta dias após a abertura da sucessão, no lugar onde o falecido teve o seu 
último domicílio. Entretanto, nos termos do art. 611 do Novo CPC, o prazo para 
ser requerido o inventário é de dois meses, a contar da morte do de cujus, 
concluindo-se dentro de doze meses subsequentes ao seu requerimento.
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) 
meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subse-
quentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
Com isso, é possível perceber que houve uma revogação tácita do art. 1.796 do 
CC pelo art. 611 do NCPC. No caso em questão, o NCPC prevaleceu em decorrência 
do critério cronológico, ou seja, como o NCPC é de 2015, ele deve prevalecer sobre 
uma lei de 2002, que é o CC.
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Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, 
sucessivamente:
I – ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da su-
cessão;
II – ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de 
um nessas condições, ao mais velho;
III – ao testamenteiro;
IV – a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos an-
tecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhe-
cimento do juiz.
Finalizando as disposições sobre a administração da herança. O art. 1.797 do CC 
estabelece uma ordem de preferência para ser escolhido um administrador 
provisório da herança, ou seja, aquele que irá administrar o patrimônio do de 
cujus até ser prestado o compromisso do inventariante.
Da vocação hereditária
Por meio dos arts. 1.798 a 1.803, o Código Civil cuida da legitimidade necessá-
ria para que se possa invocar a titularidade da herança.
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no mo-
mento da abertura da sucessão.
O art. 1.798 do CC trata da legitimação para suceder, ou seja, trata da qualida-
de necessária para que alguém possa invocar a sua vocação hereditária ou o seu 
direito de herdar por testamento.
Percebemos que mesmo não tendo nascido no momento da abertura da suces-
são, o nascituro, por já ter sido concebido, poderá participar da sucessão, 
desde que nasça com vida.
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Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I – os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas 
estas ao abrir-se a sucessão;
II – as pessoas jurídicas;
III – as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma 
de fundação.
O art. 1.799 do CC trata da capacidade testamentária passiva.
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão con-
fiados, após a liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 1º Salvo disposição testamentária em contrário, a curatela caberá à pessoa cujo fi-
lho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, às pessoas indicadas no 
art. 1.775.
§ 2º Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se 
pelas disposições concernentes à curatela dos incapazes, no que couber.
§ 3º Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os 
frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro 
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos 
herdeiros legítimos.
Ainda tratando da capacidade testamentária passiva, o art. 1.800 do CC estabe-
lece regras sobre a prole eventual de pessoa designada pelo testador.
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I – a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, 
ou os seus ascendentes e irmãos;
II – as testemunhas do testamento;
III – o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de 
fato do cônjuge há mais de cinco anos;
IV – o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, 
assim como o que fizer ou aprovar o testamento.
O art. 1.801 do CC trata da incapacidade testamentária passiva relativa ao 
estabelecer a impossibilidade de recebimento por via de testamento para determi-
nadas pessoas.
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Apontam-se, aqui, casos em que o testador não pode dispor em favor de de-
terminadas pessoas, em atenção à situação especial em que se encontram, possi-
bilitando influências, captação dolosa, sugestões, comprometendo a autonomia da 
vontade do testador, tomando a disposição suspeita ou duvidosa.
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legiti-
madas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas 
mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, 
os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.
As cláusulas do testamento que beneficiem pessoas sem legitimidade para su-
ceder (art. 1.798 do CC) ou sem capacidade testamentária (art. 1.801 do CC) são 
nulas. Ressalta-se que apenas a cláusula será nula e não todo o testamento.
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for dotestador.
A disposição testamentária em favor do filho da concubina, que não é 
filho do testador casado, considera-se feita, de forma indireta, à própria concubina. 
Tal fato infringe o art. 1.802, Parágrafo único do CC. Por via do filho, pressupõe-se 
que o testador casado quer beneficiar, realmente, a concubina.
Entretanto, o filho da concubina pode ser filho, também, do testador. Se isso 
acontecer, não há mais base ou motivo jurídico ou moral para a proibição.
Da aceitação e renúncia da herança
A aceitação da herança é o ato pelo qual o herdeiro concorda na transmissão 
dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão, confirmando-a. 
Ver art. 1.804 do CC.
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Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde 
a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à 
herança.
Pode ser de três tipos:
• expressa: quando ocorre por declaração escrita;
• tácita: quando resulta de uma conduta própria do herdeiro; e
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; 
quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, 
os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
§ 2º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, 
aos demais co-herdeiros.
• presumida: quando o herdeiro permanece em silêncio após ser notificado, 
nos termos do art. 1.807 do CC.
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, pode-
rá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trin-
ta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
A renúncia da herança é um ato jurídico unilateral em que o herdeiro declara 
expressamente (não há renúncia tácita) que não quer a herança a que tem direito, 
despojando-se de sua titularidade. Tal ato jurídico, nos termos do art. 1.806 do CC, 
depende de forma especial (instrumento público ou termo judicial).
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento pú-
blico ou termo judicial.
Através do art. 1.808 do CC verificamos duas características importantes a res-
peito da aceitação/renúncia da herança:
• impossibilidade de aceitação ou repúdio parcial da herança; e
• inadmissibilidade de aceitação ou renúncia sob condição ou termo.
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Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a 
termo.
§ 1º O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; 
ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2º O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob 
títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita 
e aos que renuncia.
O art. 1.809 do CC trata da aceitação da herança pelos sucessores do herdeiro 
no caso do herdeiro falecer antes de declarar se a aceita ou não.
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de acei-
tar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição 
suspensiva, ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde 
que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.
A parte do quinhão hereditário daquele que repudiar (não aceitar) a herança 
será, segundo o art. 1.810 do CC, transmitida aos demais herdeiros. Se o de cujus 
tinha quatro filhos e um deles renuncia à herança, a quota do renunciante vai para 
os outros três filhos.
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdei-
ros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subsequente.
Se o herdeiro renuncia à herança, ninguém pode suceder no lugar dele, pelo 
direito de representação que será estudado nos arts. 1.851 a 1.856 do CC. Se o 
de cujus tinha quatro filhos e um deles renuncia à herança, a quota do renunciante 
não pode passar para os netos do de cujus.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, 
ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renuncia-
rem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
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O art. 1.812 do CC prescreve o princípio da irrevogabilidade, tanto da acei-
tação quanto da renúncia da herança.
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.
É possível, através do art. 1.813 do CC, que ocorra a aceitação da herança 
pelos credores do herdeiro se este os prejudicar com a sua renúncia.
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, 
poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1º A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimen-
to do fato.
§ 2º Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, 
que será devolvido aos demais herdeiros.
Dos excluídos da sucessão
Este tema da aula trata da indignidade, ou seja, uma pena civil que priva do 
direito de herança não só o herdeiro, bem como o legatário que cometeu atos crimi-
nosos, ofensivos ou reprováveis, taxativamente enumerados em lei, contra a vida, 
honra e liberdade do de cujus.
O assunto é abordado nos arts. 1.814 a 1.817 do CC:
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I – que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou ten-
tativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, 
ascendente ou descendente;
II – que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem 
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III – que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança 
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indigni-
dade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se 
em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
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Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro ex-
cluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administra-
ção dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual 
desses bens.
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, 
e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de 
exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe 
perdas e danos.
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos 
que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das des-
pesas com a conservação deles.
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será 
admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou 
em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testa-
mento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, 
pode suceder no limite da disposição testamentária.
Da herança jacente
Diz-se jacente a herança quando o seu autor falece sem deixar testamento e 
nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, conforme o art. 1.819 do CC.
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo no-
toriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a 
guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente 
habilitado ou à declaração de sua vacância.
Por força do princípio da saisine, desde a morte do transmitente, a herança 
se transmite aos herdeiros legítimos e testamentários. Se, todavia, o de cujus não 
deixou testamento e não há herdeiro legítimo notoriamente conhecido, instala-se 
uma situação de crise que gera dúvidas e insegurança. Pelo fato dos bens da heran-
ça não terem titular conhecido e atual, a lei intervém para que não haja usurpação 
de bens, para que o patrimônio não se deteriore, não se perca, conservando-o, até 
o momento de ser entregue, depois, a quem de direito, que, inclusive, pode ser o 
Estado, se a herança for declarada vacante.
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Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expe-
didos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, 
sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
A arrecadação dos bens da herança e o inventário destes obedecerão ao dispos-
to no Código de Processo Civil, arts. 1.145 e seguintes. Em seguida, serão expedi-
dos editais, na forma da lei processual, tomando pública a arrecadação dos bens e 
convocando os sucessores do finado para que venham a habilitar-se.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas re-
conhecidas, nos limites das forças da herança.
Pelo art. 1.821 do CC fica estabelecido o direito dos credores do de cujus tam-
bém se habilitarem no inventário ou promoverem ação ordinária de cobrança, pois 
a herança responde pelas dívidas do falecido.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que le-
galmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens 
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas 
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em 
território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão 
excluídos da sucessão.
A sentença declaratória de vacância produzirá os seguintes efeitos:
• Devolução da herança à União, se os bens estiverem localizados em território 
federal; ou aos municípios/DF, se estiverem situados nas respectivas circuns-
crições, conferindo a eles uma propriedade resolúvel;
• Possibilidade de os herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e côn-
juge) reclamarem os bens vagos, habilitando-se, legalmente, durante o prazo 
de cinco anos da abertura da sucessão; após esse prazo o patrimônio irá se 
incorporar definitivamente ao patrimônio público e nenhum herdeiro poderá 
mais reclamá-lo;
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• Os herdeiros colaterais ficam excluídos da sucessão legítima até a declaração 
de vacância, se não providenciarem a sua habilitação, passando a serem tidos 
como renunciantes.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta 
desde logo declarada vacante.
Por fim, o art. 1.823 do CC prevê a possibilidade de declaração imediata de 
vacância da herança, ou seja, a herança não passa pela fase da jacência, que é 
preliminar à declaração de vacância.
Da petição da herança
A ação de petição de herança (petitio hereditatis) é a que utiliza o herdeiro para 
que se reconheça e tome efetiva esta sua qualidade, e, consequentemente, lhe 
sejam restituídos, total ou parcialmente, os bens da herança, com os frutos, rendi-
mentos e acessórios. Nesta ação, o réu é a pessoa que não tem título legítimo de 
herdeiro e, não obstante, possui bens da herança, total ou parcialmente. Tal ação 
pode ser utilizada, por exemplo, quando a herança é recolhida por parentes mais 
afastados do falecido, e o interessado é parente mais próximo, que se acha em 
classe preferencial; quando a herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, 
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e aparece testamento do de cujus em que outra pessoa é nomeada herdeira; quan-
do o filho não reconhecido do de cujus ingressa com ação investigatória, cumulada 
com a de petição de herança etc.
Os arts. 1.824 a 1.828 do CC tratam do assunto:
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconheci-
mento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, 
contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, 
poderá compreender todos os bens hereditários.
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acer-
vo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos 
arts. 1.214 a 1.222.
Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir 
pelas regras concernentes àposse de má-fé e à mora.
Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de ter-
ceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens 
alienados.
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro apa-
rente a terceiro de boa-fé.
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está 
obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de 
proceder contra quem o recebeu.
2. Sucessão legítima
Já estudamos que a sucessão legítima é aquela que decorre da lei. Ocorre tal 
tipo de sucessão em caso de inexistência ou invalidade do testamento e, também, 
em relação aos bens nele não compreendidos.
A ordem de vocação hereditária
O chamamento dos sucessores é feito de acordo com uma sequência denomina-
da ordem de vocação hereditária. Trata-se de uma relação preferencial pela qual a 
lei chama determinadas pessoas à sucessão hereditária.
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O chamamento é feito por classes, sendo que a mais próxima exclui a mais re-
mota, ver art. 1.829 do CC:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado 
este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória 
de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor 
da herança não houver deixado bens particulares;
II – aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III – ao cônjuge sobrevivente;
IV – aos colaterais.
Observando-se em detalhe o art. 1.829 do CC, percebemos que se deve obser-
var o regime de casamento para saber se o cônjuge sobrevivente concorre com os 
descendentes do falecido na sucessão.
Para clarear o assunto, segue uma tabela:
Hipóteses em que o cônjuge não concorre na herança
1) Comunhão universal de bens;
Neste caso, o cônjuge já terá direito à meação (50% dos bens comuns do casal) e, por essa 
razão, não concorre com os demais herdeiros.
2) Separação obrigatória de bens; e
Neste caso, o cônjuge não tem direito a nada, mas essa posição é discutida na doutrina.
3) Comunhão parcial, se não houver bens particulares do falecido.
Se não existirem bens particulares do falecido, então é porque existem, apenas, bens comuns, 
onde os cônjuges eram coproprietários. Dessa forma, falecendo um deles, o outro continua exer-
cendo a propriedade.
a) A sucessão do descendente
Excetuando o direito de representação, os descendentes mais próximos ex-
cluem os mais remotos, dessa forma, o filho (descendente em 1º grau) exclui o 
neto (descendente em 2º grau).
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Os arts. 1.833 a 1.835 do CC tratam do assunto:
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, 
salvo o direito de representação.
Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de 
seus ascendentes.
Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descen-
dentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.
Percebe-se que a sucessão do descendente pode ocorrer de duas formas:
• por cabeça: quando os descendentes estiverem no mesmo grau; e
• por estirpe: quando os descendentes estiverem em graus diferentes.
Veja os exemplos gráficos a seguir:
Pai
(falecido)
Os 4 filhos irão herdar por cabeça.
Filho 1 Filho 2 Filho 3 Filho 4
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Os filhos 1, 2 e 3 irão herdar por cabeça e os netos irão herdar por 
estirpe (representação).
Pai
(falecido)
Filho 1 Filho 2 Filho 3
Neto 1
Filho 4
(pré-falecido)
Neto 2
b) A sucessão do ascendente
Cabe ressaltar que na linha ascendente nunca haverá o direito de representa-
ção. Neste caso, a sucessão será feita por linha:
• materna: ascendentes da mãe que dividirão 50 % dos bens deixados pelo 
falecido; e
• paterna: ascendentes do pai que dividirão 50 % dos bens deixados pelo fa-
lecido.
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No caso, cada um dos avós ficará com 50% da herança.
Morto
1) Avô
50%
Mãe
(pré-falecida)
2) Avó
50%
Pai
(pré-falecido)
No caso, o pai ficará com 100% da herança, pois ele é 
ascendente mais próximo que o avô.
Morto
3) Avô
Mãe
(já falecida) Pai
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c) A sucessão do cônjuge
Aqui existem três possibilidades:
• não existirem descendentes e ascendentes e, com isso, o cônjuge receber 
toda a herança;
• o cônjuge concorrer com descendentes; e
• o cônjuge concorrer com ascendentes, se não houver descendentes.
Não existindo descendentes ou ascendentes do de cujus, o cônjuge rece-
berá toda a herança, nos termos do art. 1.838 do CC.
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por in-
teiro ao cônjuge sobrevivente.
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, 
ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de 
fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara 
impossível sem culpa do sobrevivente.
Entretanto, segundo o art. 1.830 do CC, o cônjuge será excluído da sucessão 
em duas hipóteses:
• se estiver separado judicialmente; e
• se estiver separado de fato do falecido há mais de dois anos, desde que tenha 
sido culpado pela separação.
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será asse-
gurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habita-
ção relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único 
daquela natureza a inventariar.
Segundo o art. 1.831 do CC está assegurado ao cônjuge o direito real de 
habitação.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberáao 
cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser 
inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
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Por outro lado, quando houver a concorrência do cônjuge com descendentes 
(em primeiro lugar) ou ascendentes (em segundo lugar), temos o seguinte:
• Descendente concorrendo com o cônjuge:
Reforçando a tabela feita por ocasião do art. 1.829, I do CC, temos que a con-
corrência do cônjuge com descendente depende do tipo de regime de bens 
do casamento. A tabela a seguir vai sanar qualquer dúvida ainda existente:
Hipóteses de não concorrência Hipóteses de concorrência
Comunhão universal de bens. Participação final nos aquestos.
Separação obrigatória de bens. Separação convencional de bens.
Comunhão parcial de bens se não 
houver bens particulares.
Comunhão parcial de bens se houver 
bens particulares.
Segundo o art. 1.832 do CC, cabe ao cônjuge cota igual a dos descendentes que 
sucederem por cabeça. Dessa forma, graficamente temos o seguinte:
Maria
Filho 1
José
(de cujus)
Filho 2 Filho 3
25%
25% 25% 25%
Entretanto, ainda no art. 1.832 do CC, percebe-se que existe uma reserva le-
gal para o cônjuge, ou seja, ele não pode receber menos de 25% do valor da 
herança. Veja outro gráfico demonstrando a reserva legal do cônjuge:
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Maria
Filho 2Filho 1
José
(de cujus)
Filho 3 Filho 4
25%
18,75% 18,75% 18,75% 18,75%
• Ascendente concorrendo com o cônjuge
Os ascendentes concorrem com o cônjuge sobrevivente, como já anunciara o 
art. 1.829, II do CC, e essa concorrência não sofre as limitações, quanto ao 
regime de bens do casamento, constantes no art. 1.829, I do CC, que só se 
aplicam no caso de a concorrência ser entre descendentes e cônjuge sobrevi-
vente. Ver art. 1.836 do CC:
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em 
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distin-
ção de linhas.
§ 2º Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha pater-
na herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.
Quando o cônjuge concorrer com ascendentes, a quota hereditária do cônjuge 
variará, conforme as hipóteses mencionadas no art. 1.837 do CC.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um ter-
ço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior 
for aquele grau.
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Veja as possibilidades que podem ser inferidas do art. 1.837 do CC:
• 1a possibilidade: cônjuge concorrendo com um ascendente em 1º grau.
Mãe
1/2
Esposa
1/2
Pai
(falecido)
Marido
(morreu)
• 2a possibilidade: cônjuge concorrendo com dois ascendentes em 1º grau.
Mãe
1/3
Esposa
1/3
Pai
1/3
Marido
(morreu)
• 3a possibilidade: cônjuge concorrendo com dois ascendentes em 2º grau.
Mãe
(já falecida)
1) Avô
1/4
Esposa
1/2
Pai
(já falecido)
2) Avó
1/4
Marido
(morreu)
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• 4a possibilidade: a sucessão dos colaterais
Na falta de herdeiros necessários, serão chamados a suceder os herdeiros facul-
tativos (parentes em linha colateral até o 4º grau). Os parentes de 2º grau são 
os irmãos, os de 3º grau são os tios e sobrinhos, os de 4º grau são os primos, 
os tios-avós e os sobrinhos-netos, atendendo-se ao princípio de que os mais 
próximos excluem os mais remotos. Ver arts. 1.839 e 1.840 do CC.
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no 
art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo 
o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.
Sobre a sucessão entre irmãos unilaterais (um dos pais apenas em comum) 
com irmãos bilaterais, veja o art. 1.841:
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, 
cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.
Neste dispositivo legal o legislador buscou tratar com igualdade os iguais e com 
desigualdade os desiguais. Graficamente temos o seguinte:
Irmão 1 
(morreu)
Pai
(já falecido)
Irmão
bilateral
Irmão
unilateral
Mãe
(já falecida)
2º marido 
da mãe
1/3 da herança2/3 da herança
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Conclui-se que o irmão bilateral irá herdar o dobro do que herdar o irmão 
unilateral
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, 
os unilaterais.
Por outro lado, se houverem apenas irmãos unilaterais concorrendo à herança, 
todos herdarão em partes iguais.
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
§ 1º Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça.
§ 2º Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um 
destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles.
§ 3º Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão 
por igual.
Já estudamos que os sobrinhos são parentes em 3º grau, desta forma, na falta 
de herdeiros necessários e de irmãos, os sobrinhos serão chamados à sucessão do 
de cujus, e, na falta destes, os tios. Embora os tios também sejam parentes em 3º 
grau, a lei dá preferência aos sobrinhos.
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum suces-
sível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito 
Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em 
território federal.
Não havendo herdeiros necessários ou facultativos, não pode a herança ficar 
sem dono e se tornar uma res nullius, dessa forma,o Poder Público será chamado, 
em último lugar à sucessão do de cujus.
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Sucessão na vigência da união estável
As famílias constituídas pelo afeto, pela convivência, são merecedoras do mes-
mo respeito e tratamento dados as famílias originárias do matrimônio. A discrimi-
nação entre elas ofende, inclusive, fundamentos constitucionais.
O art. 1.790 do CC trata da sucessão na vigência da união estável.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto 
aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I – se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei 
for atribuída ao filho;
II – se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do 
que couber a cada um daqueles;
III – se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV – não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
Este artigo era muito cobrado em provas de concursos. Entretanto, em maio de 
2017, o STF decidiu pela inaplicabilidade do artigo citado pelo fato de estabelecer 
ao companheiro condições menos favoráveis que o cônjuge.
Veja a decisão a seguir:
Julgamento afasta diferença entre cônjuge e companheiro para fim sucessório 
(10/05/2017)
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu julgamento que discute a equiparação entre 
cônjuge e companheiro para fins de sucessão, inclusive em uniões homoafetivas. A de-
cisão foi proferida no julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 646721 e 878694, 
ambos com repercussão geral reconhecida. No julgamento realizado nesta quarta-fei-
ra (10), os ministros declararam inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civil, que 
estabelece diferenças entre a participação do companheiro e do cônjuge na sucessão 
dos bens.
O RE 878694 trata de união de casal heteroafetivo e o RE 646721 aborda sucessão em 
uma relação homoafetiva. A conclusão do Tribunal foi de que não existe elemento de 
discriminação que justifique o tratamento diferenciado entre cônjuge e companheiro 
estabelecido pelo Código Civil, estendendo esses efeitos independentemente de orien-
tação sexual.
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No julgamento de hoje, prevaleceu o voto do ministro Luís Roberto Barroso, relator do 
RE 878694, que também proferiu o primeiro voto divergente no RE 646721, relatado 
pelo ministro Marco Aurélio.
Barroso sustentou que o STF já equiparou as uniões homoafetivas às uniões “conven-
cionais”, o que implica utilizar os argumentos semelhantes em ambos. Após a Consti-
tuição de 1988, argumentou, foram editadas duas normas, a Lei n. 8.971/1994 e a Lei 
n. 9.278/1996, que equipararam os regimes jurídicos sucessórios do casamento e da 
união estável.
O Código Civil entrou em vigor em 2003, alterando o quadro. Isso porque, segundo o 
ministro, o código foi fruto de um debate realizado nos anos 1970 e 1980, anterior a 
várias questões que se colocaram na sociedade posteriormente. “Portanto, o Código 
Civil é de 2002, mas ele chegou atrasado relativamente às questões de família”, afirma.
“Quando o Código Civil desequiparou o casamento e as uniões estáveis, promoveu um 
retrocesso e promoveu uma hierarquização entre as famílias que a Constituição não ad-
mite”, completou. O artigo 1.790 do Código Civil pode ser considerado inconstitucional 
porque viola princípios como a igualdade, dignidade da pessoa humana, proporcionali-
dade e a vedação ao retrocesso.
No caso do RE 646721, o relator, ministro Marco Aurélio, ficou vencido ao negar pro-
vimento ao recurso. Segundo seu entendimento, a Constituição Federal reconhece a 
união estável e o casamento como situações de união familiar, mas não abre espaço 
para a equiparação entre ambos, sob pena de violar a vontade dos envolvidos, e assim, 
o direito à liberdade de optar pelo regime de união. Seu voto foi seguido pelo ministro 
Ricardo Lewandowski.
Já na continuação do julgamento do RE 878694, o ministro Marco Aurélio apresentou 
voto-vista acompanhando a divergência aberta pelo ministro Dias Toffoli na sessão do 
último dia 30 março. Na ocasião, Toffoli negou provimento ao RE ao entender que o 
legislador não extrapolou os limites constitucionais ao incluir o companheiro na reparti-
ção da herança em situação diferenciada, e tampouco vê na medida um retrocesso em 
termos de proteção social. O ministro Lewandowski também votou nesse sentido na 
sessão de hoje.
Para fim de repercussão geral, foi aprovada a seguinte tese, válida para ambos os pro-
cessos:
“No sistema constitucional vigente é inconstitucional a diferenciação de regime suces-
sório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os casos o regime 
estabelecido no artigo 1829 do Código Civil.”
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteu-
do=342982
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Os herdeiros necessários
O herdeiro necessário é o ascendente, o descendente e o cônjuge do de cujus 
(desde que preenchidas certas condições), sendo que a eles é pertencente a le-
gítima (porção de bens que o testador não pode dispor por estar reservada aos 
herdeiros necessários).
Os parentes em linha colateral até o 4º grau são chamados de herdeiros 
facultativos.
O herdeiro necessário só poderá ser afastado da sucessão por indignidade ou 
por deserdação.
Os arts. 1.845 a 1.850 tratam do assunto.
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o 
cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da 
herança, constituindo a legítima.
Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da 
sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, 
o valor dos bens sujeitos a colação.
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador 
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, 
sobre os bens da legítima.
§ 1º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em ou-
tros de espécie diversa.
§ 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens 
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus 
dos primeiros.
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou 
algum legado, não perderá o direito à legítima.
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador dis-
ponha de seu patrimônio sem os contemplar.
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O direito de representação
Ocorre o direito de representação quando a lei chama alguém a suceder em lugar 
de parente mais próximo (já falecido) do autor da herança, ver art. 1.851 do CC.
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do 
falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.
Pode-se dizer que os representantes não herdam por direito próprio, pois os 
bens do acervo hereditário se transmitem por estirpe.
Trata-se de uma relativização da regra de que o grau mais próximo exclui o mais 
remoto. São requisitos para ocorrer o direito de representação:
• Que o representado tenha falecido antes do representante, salvo as hipóteses 
de ausência (desaparecimento do domicílio sem notícias do paradeiro), indig-
nidade e deserdação (arts. 1.814 e 1.816 do CC);
• Que o representante seja descendente do representado;
• Que o representante tenha legitimação para herdar do representado, no mo-
mento da abertura da sucessão;
• Que não haja descontinuidade no encadeamento dos graus entre represen-
tante e representante e representado, como exemplo, não pode o neto ter 
preferência sobre o pai, se este estiver vivo, a fim de representá-lo na heran-
ça do avô; e
• Que reste, no mínimo, um filho do de cujus ou, na linha colateral, um irmão 
do falecido.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na 
ascendente.
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Para haver representação será preciso que o representante descenda do re-
presentado. Não haverá representação na linha ascendente; dessa forma, se o de 
cujus morre sem deixar cônjuge sobrevivente e sem descendência, sua herança irá 
para os ascendentes, mas não por representação.
O gráfico a seguir ilustra a representação na linha descendente:
Imagine que João, pai de Mário e Zeca (falecido antes de João). Zeca, por sua 
vez, deixou dois filhos que ainda estão vivos. O diagrama representa a situação:
Mario
Filho 1
Zeca
(já falecido)
Filho 2
João
Direito de 
representação 
em linha reta
descendente
Ou seja, em princípio, caso Zeca fosse vivo, João deixaria metade da sua heran-
ça para Mario e a outra metade para Zeca. Entretanto, como Zeca faleceu antes do 
pai, os seus filhos possuem o direito de representá-lo na herança (direito de repre-
sentação em linha reta). Assim, a metade que caberia a Zeca é dividida pelos seus 
filhos, ficando com 25% do total cada um.
Temos também o direito de representação em linha transversal, conforme pre-
coniza o art. 1.853 do CC:
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Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor 
dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
Segue diagrama para visualizar a aplicação do art. 1853 do CC:
Pais
(já falecidos)
Irmão 1
(morreu)
Irmão 2
1/3
sucessão por 
cabeça
Irmão 3
1/3
sucessão por 
cabeça
Irmão 4
(já falecido)
Filho 1
1/6
sucessão por estirpe
Filho 2
1/6
sucessão por estirpe
Direito de 
representação 
em linha 
transversal ou 
colateral
Imagine que na situação representada o irmão 1 faleça sem ter herdeiros des-
cendentes (não possui filhos, netos...) ou ascendentes (já faleceram seus pais, 
avós...). Dessa forma, observando a ordem de vocação hereditária apresentada 
sua herança será dividida pelos irmãos, entretanto, o irmão 4, pai de dois filhos, 
faleceu antes dele.
Diante do contexto apresentado, caberá 1/3 da herança para cada um dos ir-
mãos e, os seus sobrinhos, dividirão a parte que caberia ao seu pai, ou seja, cada 
um ficará com 1/6 da herança.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o represen-
tado, se vivo fosse.
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Estabelecido o direito de representação, a estirpe vai suceder aquilo que o pa-
rente pré-morto sucederia se estivesse vivo. Ou seja, tem o representante os mes-
mos direitos (e deveres), nem mais, nem menos, do que teria o representado.
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.
Os representantes herdam o quinhão que seria do representado e esse quinhão 
será repartido entre eles, igualmente.
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão 
de outra.
O fato de alguém ter renunciado à herança de uma pessoa não inibe o renun-
ciante de representar o falecido na sucessão de outra pessoa. Dessa forma, o que 
renunciou à herança do pai, morrendo, depois, o avô, está autorizado a representar 
o pai, pré-defunto, na sucessão do avô.
3. Sucessão testamentária
A sucessão testamentária é aquela pela qual uma pessoa, ainda em vida, dispõe 
de seus bens, no todo ou em parte, para que tal manifestação de última vontade 
produza efeitos para depois de sua morte.
O documento desse negócio jurídico unilateral é o testamento que, embora seja 
produzido ainda em vida pelo testador, terá os efeitos patrimoniais e reais apenas 
depois da morte do autor.
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Capacidade para testar
A capacidade testamentária ativa é o conjunto de condições necessárias para 
que alguém possa, juridicamente, dispor de seu patrimônio por meio de testamen-
to. Para que o testador possa testar, será preciso discernimento e compreensão do 
que representa o ato e manifestação exata do que pretende.
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tive-
rem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Através do art. 1.860 do CC, percebe-se que a idade mínima para testar é 16 
anos; ou seja, os relativamente incapazes por motivos de idade podem fazer um 
testamento. Entretanto, as outras causas de incapacidade impedem a capacidade 
testamentária ativa, tais como:
• menores de 16 anos; e
• desprovidos de discernimento por estarem impossibilitadosde emitir a von-
tade de forma livre (ex.: hipnotismo, arteriosclerose, sonambulismo, embria-
guez completa etc.).
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem 
o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.
Segundo o art. 1.861 do CC, a capacidade ou a incapacidade do testador deve 
ser verificada na data em que foi outorgado o testamento, aplicando-se a regra 
tempus regit actum. Se era capaz o testador no momento em que testou, se estava 
são de espírito, apresentando o discernimento necessário para saber e compreen-
der o que fazia, o testamento não ficará prejudicado na sua validade se, depois, o 
testador vier a sofrer de uma doença mental, perdendo completamente a razão.
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Testamento
Na sucessão testamentária o falecido expressa a sua vontade através de um 
testamento ou codicílio. Dessa forma, nos arts. 1.862 e 1.886 do CC, o legislador 
enumerou as espécies de testamentos existentes:
Art. 1.862. São testamentos ordinários:
I – o público;
II – o cerrado;
III – o particular.
Art. 1.886. São testamentos especiais:
I – o marítimo;
II – o aeronáutico;
III – o militar.
Segue esquema gráfico:
As hipóteses de testamentos mencionadas no Código Civil estão no gráfico ante-
rior. Entretanto, no art. 1.863 do CC, temos uma hipótese de testamento proibido.
Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou cor-
respectivo.
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O testamento conjuntivo ou de mão comum é aquele feito por mais de uma 
pessoa no mesmo instrumento. A proibição deste tipo de testamento se relaciona 
com o fato do legislador entender que o testamento é um ato personalíssimo e que 
não pode ser feito por duas pessoas. Nesses termos, temos as seguintes situações 
de testamento conjuntivo:
• testamento simultâneo: A e B nomeiam, no mesmo testamento, C como herdeiro;
• testamento recíproco: A nomeia B como herdeiro e B nomeia A como herdei-
ro, no mesmo testamento; e
• testamento correspectivo: A deixa sua casa para B e B deixa sua casa para A 
em um mesmo instrumento.
O que é proibido é a possibilidade de um mesmo testamento conter dois atos 
personalíssimos. Utilizando o testamento correspectivo como exemplo, nada impe-
de que A deixe sua casa para B e vice-versa, desde que as disposições sejam em 
documentos diferentes.
Art. 1.887. Não se admitem outros testamentos especiais além dos contemplados nes-
te Código.
Não há outros testamentos especiais, além dos contemplados no Código Civil. 
Aliás, não há, também, outros testamentos ordinários. Só é testamento, só pode 
valer e ter eficácia como testamento, o que a lei diz que é testamento e na forma 
e com as solenidades rigorosamente prescritas.
Nos arts. 1.857 a 1.859 do CC, o legislador apontou algumas características 
gerais para os testamentos:
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Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus 
bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1º A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
§ 2º São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o 
testador somente a elas se tenha limitado.
O art. 1.857 do CC indica algumas características interessantes sobre o testa-
mento, veja:
• qualquer pessoa com discernimento e com mais de 16 anos pode testar;
• a metade pertencente aos herdeiros necessários, se houver (legítima), não 
pode ser incluída no testamento; e
• o testamento também pode conter matéria extrapatrimonial, tal como reco-
nhecimento de filho, nomeação de tutor para filho menor, disposição do pró-
prio corpo para fins altruísticos e de pesquisa etc.
Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.
O testamento é um negócio jurídico personalíssimo (apenas pode ser realizado pelo 
testador), unilateral (representa a manifestação de vontade de uma pessoa), formal 
ou solene (depende de forma) e revogável (pode ser mudado a qualquer tempo).
Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, 
contado o prazo da data do seu registro.
Não se pode questionar a validade do testamento em vida do testador. O testa-
mento é negócio jurídico mortis causa. Somente com a abertura da sucessão é que 
a alegação da invalidade do testamento pode ser apresentada. Este artigo estabe-
lece prazo de caducidade, portanto, prazo de decadência, para que seja impugnada 
a validade do testamento.
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DIREITO CIVIL
Sucessão Legítima. Sucessão Testamentária e Disposições de Última Vontade
Prof. Dicler Ferreira
Testamentos ordinários
O testamento será ordinário quando puder ser adotado por qualquer pessoa 
capaz e em qualquer condição.
a) Testamento público
O testamento público é o lavrado pelo tabelião ou por seu substituto legal em 
livro de notas, de acordo com a declaração de vontade do testador, exarada verbal-
mente, perante o mesmo oficial e na presença de duas testemunhas idôneas ou de-
simpedidas. Pode ser escrito manual ou mecanicamente ou ser feito pela inserção 
da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, cujos espaços em 
branco vão sendo contemplados pelo tabelião, conforme as declarações feitas pelo 
testador, desde que todas as páginas sejam rubricadas pelo testador.
Os arts. 1.864 a 1.867 do CC tratam do assunto.
Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público:
I – ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de 
acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou 
apontamentos;
II – lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas teste-
munhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial;
III – ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas 
e pelo tabelião.
Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou mecanica-
mente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas 
de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.
Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto 
legal assim o declarará,

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