Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Q CETOACIDOSE DIABÉTICA- CAD: Complicação aguda característica do DM1, porém em situações de stress intenso também pode ocorrer no DM2. Pode ser precipitada por fatores desencadeantes ou não, os principais são: Omissão de insulinoterapia, infecções, situações de estress agudo (AVE, IAM, traumatismo, choque, hipovolemia, queimaduras, embolismo pulmonar, isquemia mesentérica...), abuso de substâncias, uso de medicamentos (corticoesteróides, diuréticos, simpatomiméticos, fenitoína, antipsicóticos atípicos entre outros FISIOPATOLOGIA: A CAD resulta da deficiência de insulina, seja ela absoluta ou relativa, e do excesso de hormônios contra- reguladores, como glucagon, cortisol e catecolaminas. Catabolismo ⇨lipólise ⇨ liberação de ácidos graxos livres (AGL) ⇨ insulinopenia e o excesso de glucagon são capazes de ativar de forma indireta o sistema enzimático carnitina–acil– transferase, responsável pelo carreamento de agl presentes no citossol dos hepatócitos para o sistema microssomal, onde serão oxidados ⇨ácidos graxos são convertidos em acetil-coa ⇨ em quantidades acima da capacidade de utilização hepática ⇨ passa a ser convertida em corpos cetônicos: ACETOACETATO, BETA- HIDROXIBUTIRATO (principal), ACETONA. ⇨ retenção no plasma ⇨ acidose metabólica. Hiperglicemia ⇨ hiperosmolaridade plasmática Glicosúria e diurese osmótica DIAGNÓSTICO DE CETOACIDOSE DIABÉTICAS- associação americana de diabetes ADA: Presença de hiperglicemia (acima de 250 mg/dl), acidose metabólica (ph<7,2 e bicarbonato <18 mEq/L) e centonemia ou cetonúria. SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS: História prévia de polidisfagia, polidipsia, poliaciúria e perda de peso. Fraqueza Náuseas, vômitos e dor abdominal Desidratação Taquicardia Respiração de kussmaul Hálito cetônico Hipertermia Desidratação, torpor e mais raramente coma. Pesquisar sinais e sintomas sugestivos de possiveis fatores desencadeantes, Clínica Médica- Cetoacidose Diabética exemplo: IAM, pneumonia, sinais de infecção. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 1. Pedir glicemia capilar e sérica.- Hiperglicemia (frequentemente >400 mg/dl) 2. Solicitar a gasometria- Acidose metabólica (ph abaixo de 7,35)- Bicarbonato baixo (normalmente abaixo de 15 mEq/l) 3. Solicitar eletrólitos (sódio, potássio, cloro) e realiza o cálculo do Anion gap O anion gap vai estar elevado. O sódio normal, elevado ou baixo (pseudo hiponatremia – devido a hiperglicemia que causa hiperosmolaridade diluindo o sódio. Potássio corporal total sempre baixo porém o potássio sérico pode estar normal, baixo ou alto. Perda urinária 4. cetonemia 5. EAS – demonstrará a cetonúria e pode apresentar alterações sugesticas de infecção urinária, (possivel fator desencadeante), cilindros hialinos ou granulosos, aumento de densidade urinária e albuminúria. 6. Solicitar hemograma completo- Leucograma aumentado (até 25.000 cels/mm3 “normal” mesmo na ausência de infecções) – o hematócrito pode se elevar devido a hemoconcentração e Desidratação 7. Solicitar ureia, creatinina 8. Amilase 9. TGO, TGP, 10. CKMB 11. Avaliar se houve causa pprecipitante e solicitar outros exames complementares (hemocultura, urocultura, ECG, RX Tx) (Uréia, amilase, TGO, TGP, CKMB discretamente aumentadas.) Se o ph é baixo e cetonúria moderada pode ser uma acidose lacttica ou hipercloremica - caso de dúvida solicitar lactato se vier baixo possivelmente é CAD( visto que já tem hiperglicemia e acidose metabolica). CÁLCULO NO ANION GAP (AG) e OSMOLALIDADE PLASMÁTICA (Posm): AG: Na – (Cl +HCO3) VR: 12±2 Posm : 2(Na) + glicemia/18 + ureia/6 VR: 290±5 Osmolalidade plasmática efetiva PEosm PEosm: 2(Na) + glicemia/18 VR: 280 ±5 FORMULA PARA A CORREÇÃO DO SÓDIO EM RELAÇÃO À GLICOSE: Para cada 100mg/dl de glicose adiciona-se 1,6 mEq a natremia -alterações de sódio são importantes em crianças por maior tendencia de edema cerebral por hiponatremia. Se a acidose persistir mesmo com redução do ânion gap, pode indicar acidose hipercloremia (o soro administrado 0,9% no tatramento pode levar a sobrecarga de cloreto) TRATAMENTO- CAD GRAVE: 1. AVALIAR O PACIENTE: idade, fatores de risco cardiovascular, pulmonar (pois iremos repor líquido o tto pode causar edema cerebral), nível de consciência, história de poliúria, emagrecimento, náuseas, vômitos e dor abdominal, nível de hidratação, sinais vitais (FR aumentada, respiração de kusmaul), pode haver febre, satO2 baixa, PaO2 abaixo de 80 mmHg e observar se há presença de hálito cetônico. Se paciente diabético de longa data, pedir ECG. 2. MEDIDAS GERAIS: manutenção das vias aéreas ou ventilação mecânica (se comatoso), suplementação de O2 sob cateter (caso po2 < 80 mmHg), sangue ou soro venoso. 3. HIDRATAÇÃO VENOSA: inicialmente deve ser feita com SF 0,9% por impedir queda rápida da osmolalidade plasmática. 4. SUGESTÃO: 1 a 2L na primeira hora, seguidos por 1L nas próximas 2 h (500ml/h), 1 L em 4h, 1L em 8h (total 5 L em 15 h). – alterar de acordo com o quadro clínico do paciente. Se a osmolaridade > 320 mosm/kg ou o Na sérico for maior que 15: trocar a solução salina 0,9% pela 0,45%. 5. INSULINOTERAPIA: Antes de iniciar a insulina deve-se verificar e corrigir o potássio. Risco de hipotassemia (insulina aumenta entrada de k nas células) Insulina regular inicialmente em boulos: 0,1 a 0,15 UI/Kg IV Depois manter em bomba de infusão 0,1UI/Kg/hora (solução para a BI é de 25 UI para 250 ml de solução salina 0,9% ou seja 10ml de soro corresponde a 1 UI) Essa dose pode ser dobrada a cada hora se não houver queda esperada de glicemia – 50 a 75 mg/dl cada hora. (Depois da primeira hora de insulina, checar a glicemia). Se glicemia caindo esperar chegar a 200 a 300 mg/dl ir diminuindo a dosagem da BIC até chegar 150 a 200 mg/dl Reduções de glicemia muito rápidas (> 100mg/dl/h) podem levar a edema cerebral Manter a infusão contínua até correção da acidose metabólica ou normalização do bicarbonato. Quando a glicemia atingir níveis menores do que 250 mg/dl adicionar solução IV de glicose a 5% (SG5%) e manter até se corrigir a acidose e normalizar o ânion gap. CHECAR a glicemia e o potássio a cada 2 horas 6. CORREÇÃO DO POTÁSSIO: Deve ser realizada quando níveis séricos de K for < 5 mEq/L , desde que o fluxo urinário adequado. < 3,3 mEq/L – não posso fazer a insulinoterapia enquanto não corrigir - administrar 40 mEq por hora BIC (cada ampola de 10 ml KCl tem 25 mEq). ≥ 3,3 e < 5,0 mEq/L – adicionar 20 a 30 mEq em cada litro de SF 0,9% - após normalização deixar por mais 1 hora e retirar Se > 5,5 mEq/L : não administrar pode iniciar a insulinoterapia, mas checar sempre a cada 2 h. Risco de hipertassemia se não fizer corretamente 7. CORREÇÃO DE BICARBONATO: Não repor se ph acima de 7,0 Caso ph < 6,9 realizar correção SF 0,45 % 400 ml e 100 mmol de NAHCO3(200 ml/hora). HCO3 desejado = 0,3 x PCO2 A quantidade necessária de bicarbonato para alcançar esse nível é: NAHCO3 necessáriomEq/mmol)= (bicarbonato desejado – bicarbonato observado) x 0,4 x peso (kg). 1ml NAHCO3 = 1 mEq de HCO3 8. QUANDO RETIRAR O PACIENTE DA BOMBA? Resolução da cetoacidose: (pelos critério da ADA): , glicemia < 200mg/dl e 2 dos seguintes achados: bicarbonato > 15 mEq/L, pH venoso > 7,3 e anion GAP < ou = 12 Deixar insulina em bomba por 2 horas e associar a SC para não levar hiperglicemia ou recorrência da cetoacidose. Aplica insulina regular subcutânea a cada 4-6 horas e manter esquema por 24-72 horas Insulina de ação intermediária (nph, lenta) ou análogo de insulina de longa duração (detemir, glargina) deve ser introduzida apósinício de aceitação alimentar.
Compartilhar