Buscar

direito empresarial

Prévia do material em texto

IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO.
JULIO CESAR FERREIRA DA SILVA
EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL
Paço do Lumiar
2002
JULIO CESAR FERREIRA DA SILVA
	EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL
Trabalho apresentado a disciplina de Legislação empresarial e tributaria para obtenção parcial da nota do 1º bimestre.
Paço do Lumiar
2022
1. Desenvolvimento
Apesar do uso quase que semelhante dos termos: direito comercial e direito empresarial, há diferenças históricas e metodológicas que deixam bem claro as divergências entre cada um.
Porém, há quem defenda que o termo direito comercial e apropriado para designar tal ramo da arvore jurídica, e partes que integram o direito empresarial, deveriam ser debatidas no direito comercial, pelo fato de serem, não evoluções fora da curva, mas apenas novas “folhas” desse ramo.
Embora, Ramos (2008) destaca que não só houve entendimento acadêmico sobre o comercio e de seus agentes no decorrer do tempo, mas também que o novo termo acolhe bem essas mudanças.
Para entender bem essa evolução, torna-se necessário fazer um breve resgate sobre a evolução humana e da sua relação com o comercio, pois bem sabe que ambos evoluíram concomitantemente, apesar do comercio ser mais novo que o homem. 
 O homem, desde sua concepção, sempre precisou trabalhar para se manter: caçar, pescar, plantar e se proteger, eram ofícios para todos na antiguidade. O trabalho sempre existiu para o homem.
A medida que o homem foi evoluindo- deixando uma vida de nômade e se fixando em um local- o trabalho também apresentou modificações, o trabalho de subsistência passou a ser também uma pratica comercial com a introdução do escambo: comercio entre duas partes baseados no que produziam ou tinham por objetos de suas necessidades.
Com a introdução da moeda como meio de troca, a pratica do escambo deixou de ser o principal meio de comercio. Essa evolução fez surgir diversas práticas comerciais que eram mais convenientes e confortáveis para as pessoas. A possibilidade fazer acordos com quem quiser. 
O agrupamento dos homens e a introdução de práticas de subsistência ensejaram a criação de regras e ordenamentos que regulassem essas práticas: aqui nesse período nasce os primórdios do direito comercial.
Diversas nações e linhas de pensamentos ao redor do mundo confeccionaram os seus ordenamentos quanto ao comercio: Roma, Grécia, a Bíblia, O código Manu.
Mas foi durante a idade média que o direito comercial ganhou clareza: as corporações de oficio formados pelos artesãos e mercadores, reunidos para designar normas mercantis para solucionar conflitos, fizeram surgir leis e decretos tácitos e escritos sobre o assunto, que tão logo passaria a ser uma das funções do Estado: dirimir leis sobre os assuntos do comercio, até por que essas leis se tornaram ordenamentos uniformes para toda a nação.
No século XIX, mais precisamente em 1807, o Código Comercial de Napoleão inaugura uma outra fase histórica do Direito Comercial. 
Esse novo código inaugura parte do amadurecimento do direito comercial, seu principal objetivo era tornar comum a todos que praticassem atos de comercio. 
Como antes, o regramento recaia apenas sobre os comerciantes, que de fato se enquadravam nesse requisito, estavam sujeitas as regras do direito comercial, após o código de napoleão, quaisquer cidadãos que fizesse um ato referente ao comercio, também estava passível do direito comercial. Mendes et al (2008) destaca que desta forma o direito comercial ganhou um caráter objetivista.
A partir do século XVIII iniciava-se um novo período da revolução humana e de suas relações com o meio ambiente e a forma de conviverem: a revolução industrial, tanto na primeira fase quanto na segunda, trouxeram mudanças buscar no comportamento do homo economicus, termo designado pelos economistas para representar o homem na sociedade capitalista. 
O avanço do capitalismo incipiente e moderno, desvelou novas nuances do comportamento comercial: não eram mais pequenos artesãos a produzir os bens, mas grandes unidades fabris. 
O comercio passou a ser mais um objeto de estudo dentro do universo de mudanças que vinha ocorrendo no mundo, novas figuras passaram a ganhar holofotes: o empresário e a de circulação de bens e serviços, e não, somente as mercadorias.
Essa concepção foi o aparecimento do direito empresarial, ainda sob o regime facista de Benito Mussolini, um novo sistema de regulação das atividades econômicas dos particulares. 
A proposta era atender aos novos tipos de agentes no mercado: comerciais, bancárias, securitárias e industriais, fazendo que todos se submetessem as mesmas regras e ordenamentos jurídicos. Ramos (2008), destaca que o termo direito empresarial se destina a regular as atividades econômicas e a relação entre os agentes produtivos, aplicando as mesmas normas e regramentos a quem chamar de empresário.
 Nessa etapa, segundo o que argumenta a teoria da empresa, o direito comercial deixara de cuidar de uma quantidade pequena de atividades e passaria a disciplinar diversas outras ligadas ao ramo empresarial.
Como dito anteriormente, as semelhanças entre as duas nomenclaturas estão apenas no uso meramente usual, sem se dispor de todos os aspectos históricos e metodológicos que envolve cada um.
No mais, em resumo pode-se afirmar que existem dois sistemas de contratos e pensamentos caracterizam a evolução do direito empresarial: o sistema francês e o italiano, e ambos, deram contribuições para universalizar as regras sobre regulações das relações de comércio, inicialmente através das corporações, para em seguida expandir seu alcance no mesmo grau de alcance do desenvolvimento econômico, vindo a transformar-se em direito empresarial.
REFERENCIAS
HENTZ, L. A. S. Direito empresarial. São Paulo: Ed. de Direito, 1998.
MENDES, R.N. DOS REIS, J. T. DE LÉLIS MENDES, Y. V. T. DIREITO COMERCIAL OU DIREITO EMPRESARIAL? UMA ANÁLISE DA ADEQUABILIDADE DOS DESIGNATIVOS À LUZ DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IUS MERCATORUM. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito de Franca, v. 10, n. 2, 2015.
MIRAGEM, B.N.B. Do Direito Comercial ao Direito Empresarial. Formação histórica e tendências do direito brasileiro. Revista da Faculdade de Direito, v. 24, n. 24, 2004.
RAMOS, A. L. S. C. Curso de Direito Empresarial. 2. ed. São Paulo: Jus Podium, 2008.
TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado. Saraiva Educação SA, 2021.

Continue navegando