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1 DIREITO AMBIENTAL PROF. MATEUS SILVEIRA 2 DIREITO AMBIENTAL PROF. MATEUS SILVEIRA SUMÁRIO 01. Conceitos, Princípios e Meio Ambiente na CF .................................................................... 2 02. Política Nacional do Meio Ambiente e SNUC ....................................................................18 03. Tríplice responsabilidade ambiental .................................................................................. 49 01. Conceitos, Princípios e Meio Ambiente na CF 1. DIREITO AMBIENTAL: CONCEITOS IMPORTANTES O meio ambiente é um direito difuso, direito humano fundamental de terceira geração e também é classificado como bem de uso comum do povo. Assim, de modo genérico o meio ambiente poderá ser classificado como um patrimônio público, contudo é necessário atenção, pois a titularidade dos bens ambientais é difusa segundo a majoritária doutrina. O bem ambiental, assim como todos os bens difusos, é insuscetível de apropriação. Deste modo, nem a União nem os demais entes federativos são proprietários deste bem, mas a eles é dada a titularidade do gerenciamento de determinados recursos ambientais. CONCEITOS LEGAIS IMPORTANTES E INICIAIS DO DIREITO AMBIENTAL Os conceitos básicos legais que precisamos para a prova estão no art. 3º da Lei nº 6.938/81: * Para todos verem: esquema abaixo. Meio Ambiente = art. 3, inc. I; Degradação Ambiental = art. 3, II; Poluição = art. 3, inc. III; Poluidor = art. 3, inc. IV; Recursos Ambientais = art. 3, inc. V; 3 1.1. DANO AMBIENTAL I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Inciso com redação dada pela Lei nº 7.804, de 18/07/1989). 1.2. DA CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE A) Meio Ambiente natural ou físico: Sem a intervenção do Homem – art. 225, § 1º, I, III e VII. Art. 225, § 1º: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 4 qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. B) Meio Ambiente Artificial: Com a intervenção do Homem – art. 182, 183 e 225 da CF/88 e a Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade). Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 5 Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. C) Meio Ambiente Cultural: importância histórica e cultural – art. 216 da CF/88. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...). Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (...) D) Meio Ambiente do Trabalho: saúde do trabalhador no seu local de trabalho – art. 7º, XXII, XXIII e XXXIII da CF/88. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 6 XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). 2. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 2.1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Trata-se do desenvolvimento que faz face às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras da satisfação de suas próprias necessidades. Se dá pela harmonização de 3 vertentes: Crescimento Econômico, Preservação Ambiental e Equidade Social. Equilíbrio entre o desenvolvimento social e econômico e a preservação ambiental é o cerne deste princípio; Art. 170, II, III, VI e VII e art. 225, caput, da CF/88; 2.2. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO As pessoas têm o direito de serem informadas e terem acesso a todas as informações relativas à proteção, preservação e repressão ao meio ambiente. Portanto, por este princípio as pessoas têm o direito de consultar e solicitarinformações e documentos de um licenciamento ambiental e outros meios de avaliação de impacto ambiental – AIA de qualquer órgão integrante do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) sem necessitar comprovar interesse específico. Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta, indireta e fundacional integrantes do SISNAMA, estão obrigados a permitir acesso público aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria 7 ambiental e a fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua guarda, podendo qualquer indivíduo ter acesso às informações relativas ao meio ambiente mediante requerimento escrito onde este assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais e citar a fonte caso venha a divulgar os dados obtidos nas informações solicitadas (art. 2º, inc. I a VII e § 1º da Lei nº 10.650/2003). O princípio da informação decorre do princípio da participação, existindo uma interdependência entre estes dois princípios. Pois, só haverá a total implementação do princípio da participação se houver acesso à informação sobre as questões ambientais. A carta magna dá força constitucional ao princípio da informação quando expressamente determina a publicização do estudo de impacto ambiental e seu respectivo relatório (EIA/RIMA). 2.3. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO OU PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO Está disposto no “caput” do art. 225 da CF/88 e no princípio 10 da declaração do Rio/92, uma vez que a constituição federal dispõe que é dever do poder público e da coletividade (entenda-se sociedade civil e todas as pessoas capazes nacionais e estrangeiros) defender e preservar o meio ambiente. É importante se ressaltar que a participação da coletividade descrita na constituição federal se dá de modo pleno, ou seja, nas três esferas possíveis de poder: participação legislativa (p.ex. lei de iniciativa popular, art. 14, III da CF/88), participação administrativa (p. ex. EIA/RIMA, art. 225, 1º, IV da CF/88) e participação judicial ou processual (p. ex. ação popular, art. 5º, LXXIII da CF/88). 2.4. PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL É fundamental e determinante para a implementação de uma garantia efetiva de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Pois, só com a coletividade conhecedora e educada das questões ambientais é que poderemos 8 resguardar e tutelar o direito fundamental disposto no “caput” do art. 225 da CF/88. A constituição federal positivou o princípio da educação dada a sua relevância, determinando que cabe ao poder público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.”. 2.5. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA ATUAÇÃO (INTERVENÇÃO) ESTATAL Cabe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Decorre da natureza indisponível do direito ao meio ambiente saudável (art. 225, caput e § 1º do CF/88). 2.6. PRINCÍPIO DO LIMITE É incumbência do Poder Público “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Controle do poder público sobre a produção, art. 225, § 1º, V da CF/88 e art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85. 2.7. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR Neste princípio o poluidor deve arcar com os custos da prevenção dos possíveis danos ao meio ambiente que a sua atividade venha a ocasionar (Prevenção do dano). Porém, se ocorrer danos ao meio ambiente pela atividade realizada o poluidor será responsabilizado e terá a obrigação de reparar o dano causado (Repressão ao dano). Este princípio visa internalizar os custos da poluição, impondo ao empreendedor um ônus maior do que o restante da coletividade, pois as consequências negativas ao meio ambiente são exteriores à 9 atividade e atingem toda a coletividade, enquanto o bônus pelo desenvolvimento da atividade fica restrito ao dono da atividade. O princípio do poluidor-pagador está disposto na constituição federal quando esta fala da reparação de danos ao meio ambiente no seu art. 225, §3º, CF/88 e na Lei de Política Nacional do meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, no seu art. 4º, inc. VII. 2.8. PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR Estabelece que o usuário de recurso natural deva pagar um valor por sua utilização (Remuneração pelo uso). Este pagamento tem o objetivo de estimular o uso racional do recurso natural e diferenciar o uso para um determinado empreendimento fazendo justiça e compensando as pessoas que usam em menor volume determinado recurso natural. Um novo olhar junto ao princípio do usuário-pagador nos traz o chamado PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, que consiste em aportar recursos ou incentivos para aqueles que ofertam serviços e produtos obtidos diretamente ou indiretamente da natureza, bem como aqueles que deixam de utilizar a natureza para exploração e a utilizam para a preservação ambiental, como nos casos da reposição florestal, conservação de bacias hidrográficas e comercialização de créditos de carbono. Atenção!!! O princípio do protetor-recebedor, importante destacar, envolve o mecanismo que se convencionou denominar de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o qual “consiste no aporte de incentivos e recursos, de origem pública e/ou privada, para aqueles que garantem a produção e a oferta do serviço e/ou produto obtido direta ou indiretamente da natureza”. Portanto, o princípio do poluidor-pagador está presente na atividade potencialmente poluidora e nas condutas ilícitas do empreendedor, já o princípio do usuário-pagador está presente quando alguém usa um determinado recurso 10 natural licitamente para a sua atividade, sendo totalmente desnecessária a ilicitude para que aja intervenção do princípio do usuário-pagador. 2.9. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO Está relacionado à certeza científica do impacto ambiental de determinado empreendimento, pois com base nesta certeza são tomadas todas as mediadas necessárias para que se evite o dano ambiental. Neste princípio há o conhecimento científico comprovado de todas as implicações de uma atividade e, deste modo, por se conhecer os danos da atividade é possível preveni-los. Portanto, este princípio age nos riscos e impactos ambientais conhecidos de uma determinada atividade para determinar a correta e eficaz prevenção. Sua atuação ocorre para evitar os danos conhecidos impondo estudos de impacto ambiental, licenciamentos, adequações de projetos etc. O princípio da prevenção traz o ônus da antecipação, ou seja, há o dever de examinar antecipadamente quais os efeitos das intervenções humanas sobre o meio ambiente, pois este princípio visa eliminar ou reduzir as causas negativas que possam alterar a qualidade ambiental. Contudo, prevenir danos no direito ambiental não significa que com a aplicação deste princípio nenhum dano irá ocorrer, deste modo há uma clara diferença da prevenção de danos e a eliminação total de danos. 2.10. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO incide nas situações em que não há certeza científica absoluta se a atividade ocasiona danos ao meio ambiente e também nos casos em que não é possível se conhecer cientificamente a totalidade da extensão de um possível dano. Nestes casos diante da incerteza e da possibilidade de danos irreversíveis ao meio ambiente se aplicam medidas que possam evitar a incidência dos danos, pois se protege o meio ambiente diante do desconhecimento dos efeitos da atividade. Este princípio traz na sua essência a cautela, uma vez que na dúvida deve-se optar pela solução que venha a proteger o ser humano e o meio 11 ambiente. Deste modo, o princípio 15 da ECO-92 que deu origem a este princípio, informa que os Estados/Nações devem respeitar e aplicar este princípio deacordo com as suas capacidades, sem postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para a proteção do meio ambiente quando ameaçado de danos sérios ou irreversíveis. Há relação direta entre o princípio da precaução e as regras previstas no estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA), principalmente com as regras contidas na resolução 01/86 do CONAMA, no seu art. 6º, I e II. 2.11. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE Determina que cabe ao proprietário exercer o seu direito sem ofender o meio ambiente, preservando e mantendo os recursos naturais existentes. O termo “função social” retira o individualismo da propriedade privada e avoca para o proprietário o dever de exercer o seu direito sem prejudicar a coletividade e o meio ambiente. Este princípio fundamenta o dever que o proprietário rural tem de manter, preservar, recuperar e recompor a vegetação em área de preservação permanente (APP) e reserva legal, mesmo que não tenha sido o autor material da supressão da vegetação protegida legalmente, pois esta obrigação se prende ao titular do direito real, uma vez que é ligada a coisa, sendo denominada obrigação propter rem. 2.12. PRINCÍPIO DA EQUIDADE OU SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL Revela a obrigação que as pessoas têm de preservar, proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. Assim, neste princípio temos um direito-dever, ou seja, o direito de utilizar os recursos naturais e o dever de preservá-los e recuperá-los no caso de dano para que as futuras gerações possam usufruir dos mesmos recursos naturais que hoje estamos usufruindo. O direito fundamental de terceira geração ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, comtemplado no “caput” do art. 225 da CF/88, tem na sua parte final a inserção constitucional do princípio da equidade intergeracional. 12 2.13. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO (non cliquet ambiental) As garantias de proteção ambiental, não podem retroagir. É inadmissível o recuo da salvaguarda ambiental para níveis de proteção inferiores aos consagrados, a não ser que as circunstâncias de fato sejam significativamente alteradas. 2.14. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS Deve haver ampla cooperação entre as nações no sentido de tutelar o bem maior que é o meio ambiente. 3. DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações (Princípio da Equidade ou Solidariedade intergeracional). O direito fundamental tutelado pelo Art. 225 é “ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”. Quais são as atribuições do Poder Público para defender e preservar o meio ambiente: Art. 225, §1º da CF § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 13 protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 3.1. DA CONSTITUCIONALIDADE DA RESERVA LEGAL PARA ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS Tese: "A dicção do texto constitucional não provoca maiores problemas quanto à definição de ato normativo apto à instituição/criação de espaços territorialmente protegidos, dentre os quais se pode destacar as unidades de conservação regulamentadas pela Lei 9.985/2000. Tendo a Carta se referido à reserva de legislação somente como requisito de modificação ou supressão de unidade de conservação, abriu margem para que outros atos do Poder Público, além de lei em sentido estrito, pudessem ser utilizados como mecanismos de instituição de espaços ambientais protegidos.” ADI 3.646, rel. min. Dias Tofolli, j. 20-9-2019, P, DJE de 2-12-2019. As medidas provisórias não podem veicular norma que altere espaços territoriais especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, inc. III, da Constituição da República. As alterações promovidas pela Lei 12.678/2012 importaram diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas unidades de conservação por ela atingidas, acarretando ofensa ao princípio da proibição de retrocesso socioambiental, pois atingiram o núcleo essencial do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado previsto no art. 225 da Constituição da República. [ADI 4.717, rel. min. Cármen Lúcia, j. 5- 4-2018, P, DJE de 15-2-2019.] Art. 225, § 1º da CF IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Aplicação dos princípios da Precaução e Prevenção: 14 Princípio da Prevenção: O objetivo final do princípio da prevenção é evitar que o dano possa chegar a produzir-se, para tanto, necessário se faz adotar medidas preventivas. Certeza científica do impacto ambiental. Conhece e previne. Princípio da Precaução: é a garantia contra os riscos potenciais que de acordo com o estado atual do conhecimento, não pode ser ainda identificados. Deste modo, a ausência de certeza absoluta não deve servir de pretexto para se postergar a adoção de medidas efetivas de modo a evitar a degradação ambiental. A incerteza científica milita em favor do ambiente, carregando-se ao interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas não são perigosas e/ou poluentes. Não há certeza científica. Cautela; RE 627.189 do STF - Tema 479 de Repercussão Geral - Imposição de obrigação de fazer à concessionária de serviço público para que observe padrão internacional de segurança e reduza o campo eletromagnético de suas linhas de transmissão, de acordo com padrões internacionais de segurança, em face de supostos efeitos nocivos à saúde da população. Tese: No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de efeitos nocivos da exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por sistemas de energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos pela Organização Mundial de Saúde, conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009. Art. 225, § 1º da CF V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 15 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Inconstitucionalidade da Vaquejada A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância do disposto no inciso VII do art. 225 da Carta Federal, o qual veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Discrepa da norma constitucional a denominada "vaquejada".[ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de 27-4-2017.] Proibição das Rinhas de Galo Lei 7.380/1998 do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das raças combatentes. "Rinhas"ou "brigas de galo". Regulamentação. Inadmissibilidade. Meio ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa ao art. 225, § 1º, VII, da CF. (...) É inconstitucional a lei estadual que autorize e regulamente, sob título de práticas ou atividades esportivas com aves de raças ditas combatentes, as chamadas "rinhas" ou "brigas de galo". [ADI 3.776, rel. min. Cezar Peluso, j. 14-6-2007, P, DJ de 29-6-2007.] = ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011 Da Inconstitucionalidade de “Farra do Boi”. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância da norma do inciso VII do art. 225 da CF, no que veda prática que acabe por submeter os animais a crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado "farra do boi". [RE 153.531, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 3-6-1997, 2ª T, DJ de 13-3- 1998.] Vide ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011 Da Constitucionalidade do sacrifício de animais no cultos religiosos de matriz africana 16 A prática e os rituais relacionados ao sacrifício animal são patrimônio cultural imaterial e constituem os modos de criar, fazer e viver de diversas comunidades religiosas, particularmente das que vivenciam a liberdade religiosa a partir de práticas não institucionais. A dimensão comunitária da liberdade religiosa é digna de proteção constitucional e não atenta contra o princípio da laicidade. O sentido de laicidade empregado no texto constitucional destina-se a afastar a invocação de motivos religiosos no espaço público como justificativa para a imposição de obrigações. A validade de justificações públicas não é compatível com dogmas religiosos. A proteção específica dos cultos de religiões de matriz africana é compatível com o princípio da igualdade, uma vez que sua estigmatização, fruto de um preconceito estrutural, está a merecer especial atenção do Estado. Tese fixada: ‘É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana’. [RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE de 19-11-2019.] Art. 225 da CF/88 § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 3.2. TRÍPLICE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL POR DANOS AMBIENTAIS 17 * Para todos verem: esquema abaixo. Da Inconstitucionalidade da Teoria da Dupla Imputação O art. 225, § 3º, da CF não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação. As organizações corporativas complexas da atualidade se caracterizam pela descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. Condicionar a aplicação do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. A identificação dos setores e agentes internos da empresa determinantes da produção do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso concreto como forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram no exercício regular Responsabilidade Administrativa Responsabilidade Civil Responsabilidade Penal 18 de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu no interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica, não se confunde, todavia, com subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que não permitirão a imputação de responsabilidade penal individual. [RE 548.181, rel. min. Rosa Weber, j. 6-8-2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014.] § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela EC 96/2017) 02. Política Nacional do Meio Ambiente e SNUC 19 1. Da Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81 1.1. DOS OBJETIVOS DA PNMA (PMR) A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 20 Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territóriose dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 1.2. DOS PRINCÍPIOS DA PNMA (ART. 2º DA LEI Nº 6.938/81) I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 1.3. DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA 21 Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências; V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; 22 1.4. DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 23 Os instrumentos da política nacional do meio ambiente estão nos incisos do art. 9º da Lei nº 6.938/81, dentre estes estão: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA (EIA/RIMA, plano de manejo, relatório ambiental e outros), o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA, o Cadastro técnico federal de atividades e instrumento de defesa ambiental, o Cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais e instrumentos econômicos (concessão florestal, servidão ambiental e seguro ambiental) e a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando o Poder Público a produzir as informações quando inexistentes. Os principais instrumentos da política nacional do meio ambiente que têm lugar de destaque nas provas de concurso público e em especial para advogados públicos são o EIA/RIMA e o Licenciamento ambiental. No tocante ao instrumento denominado EIA/RIMA, o EIA é o estudo de impacto ambiental, um profundo diagnóstico do empreendimento que está em vias de ser licenciado pelo órgão ambiental competente, neste estudo se confrontam as prováveis modificações das diversas características socioeconômicas, biológicas, físicas e químicas que ocorrerão no meio ambiente com a realização da atividade. Este instrumento avalia os impactos e defini as medidas compensatórias e mitigadoras necessárias para e realização do empreendimento. O RIMA, Relatório de Impacto Ambiental tem por finalidade tornar compreensível para o público o conteúdo técnico do EIA. Deste modo, em decorrência do princípio da informação, o relatório deve ser objetivo, sintético e acessível a todos, porém deve ser um retrato fiel do conteúdo do EIA exposto de uma forma menos técnica. O EIA/RIMA nem sempre poderá ser exigido nas obras e atividades de menor impacto ambiental, no entanto cabe aquele que possui o projeto da obra e/ou atividade demonstrar que a mesma não oferece risco ao meio ambiente, sendo desnecessária a realização do estudo e seu respectivo 24 relatório. O EIA/RIMA é exigido nas atividades citadas no rol exemplificativo do art. 2 da Resolução 1/1986 do CONAMA, entre estas atividades está à construção de portos, ferrovias e estradas de rodagem com duas ou mais pistas de rolamento. AVALIAÇÕES DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) Avaliação de impactos ambientais é um dos instrumentos da PNMA, prevista no art. 9º, III, da Lei nº 6.938/81, ou seja, é o conjunto de estudos preliminares ambientais, abrangendo “todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambientalpreliminar (rap), diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. (art. 1º, III, da Res. n. 237/97 do CONAMA). A realização dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e a apresentação do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), foram então, regulamentadas, a nível federal, pela Resolução CONAMA 001, de 23/01/1986. Art. 6º. O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de 25 valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. Parágrafo único. Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente; ou a SEMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fi zerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área. Os custos do EIA/RIMA e da realização das ações mitigadoras. Art. 8º. Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes à realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de 26 laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias. Outros instrumentos da PNMA: O primeiro instrumento da Lei 6.938 é o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. Padrão representa o valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade. Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do Conama e dizem respeito às emissões de poluentes e contaminantes na atmosfera e nos corpos hídricos (ART. 9, I); O estabelecimento de zoneamento urbanístico ou ambiental é comumente feito por meio do Plano Diretor ou de Códigos Urbanísticos Municipais, ficando na maioria das vezes a cargo dos Municípios, embora os Estados e a União também tenham competência para estabelecer algum tipo de zoneamento. O zoneamento é uma delimitação de áreas em que um determinado espaço territorial é dividido em zonas de características comuns e com base nesta divisão são estabelecidas as áreas previstas nos projetos de expansão econômica ou urbana; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 1.5. SINIMA O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é um dos instrumentos da Política Nacional da Meio Ambiente, previsto no inciso VII do artigo 9º da Lei nº 6.938/81. O referido sistema é considerado pela Política de Informação do MMA como a plataforma conceitual baseada na integração e compartilhamento de informações entre os diversos sistemas existentes ou a construir no âmbito do SISNAMA(Lei n. 6.938/81), conforme Portaria nº 160 de 19 de maio de 2009. O Sinima é o instrumento responsável pela gestão da 27 informação no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), de acordo com a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as três esferas de governo, tendo como forma de atuação três eixos estruturantes: * Para todos verem: esquema abaixo. Seguindo os instrumentos, temos o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (art. 9, VIII), é administrado pelo IBAMA, o registro é obrigatório para as pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e a indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, nos termos do art. 17, I da Lei da PNMA; as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação; Eixo 1 Integração de bancos de dados e sistemas de informação. Esses dois eixos são interligados e tratam de ferramentas de geoprocessamento, em consonância com diretrizes estabelecidas pelo Governo Eletrônico - E-gov, que permitem a composição de mapas interativos com informações provenientes de diferentes temáticas e sistemas de informação. São desenvolvidos com o apoio da Coordenação Geral de Tecnologia da Informação e Informática - CGTI do MMA; Eixo 2 Fortalecimento do processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores relacionados com as atribuições do MMA. Este é o eixo estratégico do SINIMA cuja função precípua é fortalecer o processo de produção, sistematização e análise de estatísticas e indicadores ambientais; recomendar e definir a sistematização de um conjunto básico de indicadores e estabelecer uma agenda com instituições que produzem informação ambiental; propiciar avaliações integradas sobre o meio ambiente e a sociedade. Eixo 3 28 cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Art. 9º, XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Pela Servidão Ambiental o proprietário rural voluntariamente renuncia à exploração ou supressão (de parte) dos recursos naturais localizados em sua propriedade. → Lei nº 6.938/81 Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda asua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012). Art. 13 - O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente, visando: I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental; II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; 29 III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais. Parágrafo único - Os órgãos, entidades, e programas do Poder Público, destinados ao incentivo das pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio aos projetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica. Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e produtos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, a serem aplicados em âmbito nacional, conforme Anexo a esta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e 30 utilizadoras de recursos naturais." (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Da constitucionalidade da TCFA, a taxa foi criada pela Lei nº 9.960/00 que foi considera inconstitucional pelo STF na ADI nº 2178-8/DF. Contudo, no mesmo ano foi elaborada a Lei nº 10.165/00, instituindo a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) e corrigindo as inconstitucionalidades da norma anterior. Tendo, portanto, como fato gerador o serviço de controle das atividades potencialmente poluidoras e a fiscalização da utilização de recursos naturais, a taxa é calculada em função da potencialidade poluidora da atividade exercida pelo contribuinte. Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DEDIVERGÊNCIA NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INADMISSÃO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS PRECEDENTES POSTOS A CONFRONTO. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL. CONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. ART. 332 DO RISTF. 1. É pacífico na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o entendimento de que é constitucional a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental instituída pela Lei 10.165/00 (RE 416.601/DF, rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno, unânime, DJ de 30.9.2005). 2. Agravo regimental a que se nega provimento. RE 603513 AgR-EDv-AgR / MG - MINAS GERAIS AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI Julgamento: 10/04/2014 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Atenção!!! A TCFA se constitui em um tributo federal, portanto só pode ser cobrada em regra nas ações originadas do poder de polícia administrativa da União. 31 Portanto, desde o estabelecimento da regulação da competência administrativa ambiental pela LC nº 140/11, não é mais possível cobrar a TCFA em relação às atividades de competência licenciatória estadual e municipal haja vista a regulamentação da competência administrativa em matéria ambiental. Segundo o art. 17-P, os Estados membros e os Municípios também podem criar suas taxas de controle ambiental. Art. 7º É sujeito passivo da TCFA-RS todo aquele que exerça as atividades constantes no Anexo VIII da Lei Federal n.º 6.938/81 e alterações. Realização de parcerias através de convênios: Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a TCFA."(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) 2. DA COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA AMBIENTAL No tocante as competências é importante destacarmos o Princípio da Predominância dos Interesses: * Para todos verem: esquema abaixo. 32 A Lei Complementar nº 140/2011 fixa as normas para cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para que estes entes federados possam realizar as ações administrativas decorrentes da competência constitucional material comum sobre o meio ambiente. A nova lei foi publicada para regulamentar o art. 23, III, VI e VII do “caput” e do parágrafo único da CF/88. O art. 3º da lei traz os Objetivos de cunho genérico (incisos I e II) e os objetivos específicos, mais ligados aos objetivos da lei (incisos III e IV): Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar: I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a União: interesse em todo o país ou que importe a mais de um Estado (interesse nacional); Estado: se o interesse for de todo o Estado, ou de mais de um de seus municípios (interesse regional); Município: se o interesse não transbordar os limites de um único Município (interesse local). 33 evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. A LC 140/11 traz instrumentos de cooperação institucional os quais os entes federativos poderão se valer: Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. § 1º Os instrumentos mencionados no incisoII do caput podem ser firmados com prazo indeterminado. Sobre as comissões previstas no inciso III do art. 4º os parágrafos 2º até o 5º, trazem regras sobre a composição e organização das mesmas. §2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. 34 §3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos. §4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos. §5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos. O art. 5º traz a possibilidade de delegação da execução de ações administrativas pelos entes federados: Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. Os arts. 6º até o art. 10 da LC nº 140/11 trazem uma longa relação de competências da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, onde se repete uma série de critérios que já estavam fixados pela Resolução 237/1997 35 do CONAMA. A lei dá o nome de ações de cooperação para esta relação de competências que é muito importante para as provas de concursos. A LC 140/11 reserva aos arts. 12 a 16 para tratar exclusivamente do licenciamento ambiental e vamos destacar: O art. 13 – traz que o licenciamento será exigido em apenas uma esfera de competência, com possibilidade de manifestação dos demais entes federados interessados. O art. 14 – traz que os prazos devem ser respeitados pelo órgão licenciador, sob pena de instauração de competência supletiva e repete o prazo para requerimento de renovação de licenças (120 dias) - § 4º do art. 14. O art. 15 – traz o estabelecimento de hipóteses de competência supletiva para o licenciamento (para União, supletiva ao Estado; e para os Municípios e Estados, supletiva aos Municípios). O art. 16 explica a ação administrativa subsidiária: Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar- se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar. Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. §1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 36 poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. §2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. §3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 3. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC (LEI Nº 9.985/00) A lei que cria o SNUC regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF/88, com destaque para o dever de definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, conforme dispõe o inciso III do artigo constitucional citado anteriormente. 37 3.1. CONCEITOS IMPORTANTES DA LEI •espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; unidade de conservação •o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral; conservação da natureza •conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais; preservação •manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais; proteção integral •conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características; conservação in situ •todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas; manejo •aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais; uso indireto •aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais; uso direto 38 •exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; uso sustentável •sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; extrativismo •restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original; recuperação •restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original; restauração •definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz; zoneamento •documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamentoe as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade; plano de manejo •o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e zona de amortecimento •porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. corredores ecológicos 39 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. O SNUC tem os seguintes objetivos: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. 40 O SNUC será regido por diretrizes que: I - assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente; II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da política nacional de unidades de conservação; III - assegurem a participação efetiva das populações locais na criação, implantação e gestão das unidades de conservação; IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações não- governamentais, de organizações privadas e pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação; V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a estabelecerem e administrarem unidades de conservação dentro do sistema nacional; VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica das unidades de conservação; VII - permitam o uso das unidades de conservação para a conservação in situ de populações das variantes genéticas selvagens dos animais e plantas domesticados e recursos genéticos silvestres; VIII - assegurem que o processo de criação e a gestão das unidades de conservação sejam feitos de forma integrada com as políticas de administração das terras e águas circundantes, considerando as condições e necessidades sociais e econômicas locais; IX - considerem as condições e necessidades das populações locais no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso sustentável dos recursos naturais; 41 X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência dependa da utilização de recursos naturais existentes no interior das unidades de conservação meios de subsistência alternativos ou a justa indenização pelos recursos perdidos; XI - garantam uma alocação adequada dos recursos financeiros necessários para que, uma vez criadas, as unidades de conservação possam ser geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos; XII - busquem conferir às unidades de conservação, nos casos possíveis e respeitadas as conveniências da administração, autonomia administrativa e financeira; e XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas. O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições: * Para todos verem: esquema abaixo. Órgão consultivo e deliberativo •o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema; Órgão central •o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema; e Órgãos executores •o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação. 42 Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei nº 9.985/00 e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. União, Estados, DF e Municípios, podem instituir unidades de conservação da natureza. O SNUC é formado pelo conjunto das unidades de conservação de todos os entes federados. As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao SISNAMA e ao Ministério do Meio Ambiente, que nasceu com a função de implementar a política nacional das unidades de conservação federais. As unidades de conservação da natureza se dividem em unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável, esta divisão se dá conforme o grau de intensidade da proteção a ser realizada. As unidades de proteção integral são os locais onde é permitido apenas o uso indireto dos atributos naturais. O uso indireto é aquele que não envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. As categorias de unidades de proteção integral são as seguintes: estação ecológica, reserva biológica e parque nacional, todas elas públicas; já o monumento natural e o refúgio da vida silvestre podem ser constituídos por áreas pertencentes a particulares. (art. 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13 da Lei nº 9.985/00). 43 * Para todos verem: esquema abaixo. As unidades de uso sustentável compatibilizam a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais. Nestas unidades é admitida a utilização e exploração de uma parcela dos recursos naturais em regime de manejo sustentável desde que o zoneamento da área compreendida sejaobservado, bem como as limitações legais e o plano de manejo estabelecido para unidade de conservação da natureza. As categorias que compreendem as unidades de uso sustentável são as seguintes: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, Estação Ecológica (art. 9º) posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; é proibido visitação pública; pesquisa científica depende de autorização prévia. Reserva Biológica (art. 10) posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; proibida a visitação pública; pesquisa científica depende de autorização prévia. Parque Nacional (art. 11) posse e domínio público, área particular será desapropriada; visitação pública está sujeita às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. Monumento Natural (art. 12) pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º); visitação pública está sujeita às condições e restrições do plano de manejo. Refúgio da Vida Silvestre (art. 13) pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º); visitação pública está sujeira às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. 44 floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural (arts. 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 da Lei nº 9.985/00). * Para todos verem: esquema abaixo. Área de Proteção Ambiental (art. 15) constituída por terras públicas ou privadas; nas áreas públicas as condições para realização de pesquisa e visitação são da responsabilidade do órgão gestor da UC, nas privadas cabe ao proprietário estabelecer as condições de pesquisa e visitação; disporá de um conselho (§5º). 45 A criação de unidades de conservação da natureza pode ser realizada ou por lei ou por decreto do chefe do Poder Executivo federal, estadual, do DF ou Área de Relevante Interesse Ecológico (art. 16) constituída por terras públicas ou particulares. Floresta Nacional (art. 17) posse e domínio público áreas particulares serão desapropriadas; visitação pública é permitida (atenção aos §s 2º e 3º); pesquisa é permitida e incentiva; dispõe de um conselho consultivo. Reserva Extrativista (art. 18) domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais (art. 23); gerida por conselho deliberativo; visitação pública é permitida; pesquisa científica é permitida e incentivada; plano de manejo aprovado pelo CD; exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis. Reserva de Fauna (art. 19) posse e domínio público; visitação pública pode ser permitida. Reserva de desenvolvime nto Sustentável (art. 20) domínio público; uso de áreas ocupadas pelas populações tradicionais (art. 23); gerida por um conselho deliberativo; plano de manejo c/ zonas. Reserva Particular do Patrimônio Natural (art. 21) área privada; gravada com perpetuidade; atenção ao § 1º; pesquisa científica; visitação. 46 municipal. Da mesma forma ocorre quando se busca ampliar os limites da unidade de conservação já estabelecida. No entanto, a supressão e a alteração do regime de proteção com fins de diminuir a tutela, só poderão ocorrer mediante a edição de uma lei ordinária. A zona de amortecimento (art. 25 é o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas de restrições específicas, com propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. A zona de amortecimento não faz parte da unidade de conservação, mas está sujeita a normas e restrições específicas do ente federado administrador da unidade. Todas as unidades de conservação devem possuir zona de amortecimento, exceto as Áreas de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A implantação de uma usina nuclear em qualquer unidade de conservação, seja federal, estadual ou municipal, depende de prévia autorização realizada apenas pela edição de lei federal definindo a localização, além de ser necessária a autorização e a validação do licenciamento pelo órgão gestor da unidade de conservação onde se localizará a usina. Atenção aos corredores ecológicos (art. 2º, XIX). As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao SISNAMA e ao Ministério do Meio Ambiente, que nasceu com a função de implementar a política nacional das unidades de conservação federais. ATENÇÃO aos artigos 22 e 36 da Lei nº 9.985/00. 47 DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (Lei nº 9.985/00) Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. § 2º A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento. § 3º No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas. § 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo. § 5º As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo. § 6º A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º deste artigo. § 7º A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica. Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. 48 § 1º Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. § 2º A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação administrativa. Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. Para o STF ao julgar a ADI 3.378/DF a respeito da Lei n. 9.985/2000, no seu art. 36 “densifica o princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade
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