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AMBIENTAL 1 FASE

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1 
 
 
DIREITO AMBIENTAL 
PROF. MATEUS SILVEIRA 
 
2 
DIREITO AMBIENTAL 
PROF. MATEUS SILVEIRA 
SUMÁRIO 
 
01. Conceitos, Princípios e Meio Ambiente na CF .................................................................... 2 
02. Política Nacional do Meio Ambiente e SNUC ....................................................................18 
03. Tríplice responsabilidade ambiental .................................................................................. 49 
 
 
01. Conceitos, Princípios e Meio Ambiente na CF 
 
1. DIREITO AMBIENTAL: CONCEITOS IMPORTANTES 
 O meio ambiente é um direito difuso, direito humano fundamental de 
terceira geração e também é classificado como bem de uso comum do povo. 
Assim, de modo genérico o meio ambiente poderá ser classificado como um 
patrimônio público, contudo é necessário atenção, pois a titularidade dos bens 
ambientais é difusa segundo a majoritária doutrina. 
 O bem ambiental, assim como todos os bens difusos, é insuscetível de 
apropriação. Deste modo, nem a União nem os demais entes federativos são 
proprietários deste bem, mas a eles é dada a titularidade do gerenciamento de 
determinados recursos ambientais. 
 
CONCEITOS LEGAIS IMPORTANTES E INICIAIS DO DIREITO AMBIENTAL 
 Os conceitos básicos legais que precisamos para a prova estão no art. 3º da 
Lei nº 6.938/81: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
Meio 
Ambiente
= art. 3, inc. I;
Degradação 
Ambiental
= art. 3, II;
Poluição
= art. 3, inc. III;
Poluidor
= art. 3, inc. IV;
Recursos 
Ambientais
= art. 3, inc. V;
 
3 
1.1. DANO AMBIENTAL 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga 
e rege a vida em todas as suas formas; 
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das 
características do meio ambiente; 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; 
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental; 
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o 
subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Inciso com 
redação dada pela Lei nº 7.804, de 18/07/1989). 
 
1.2. DA CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 
 A) Meio Ambiente natural ou físico: Sem a intervenção do Homem – art. 
225, § 1º, I, III e VII. 
Art. 225, § 1º: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e 
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais 
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
 
4 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos 
que justifiquem sua proteção; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a 
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
 B) Meio Ambiente Artificial: Com a intervenção do Homem – art. 182, 183 
e 225 da CF/88 e a Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade). 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo 
poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, 
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções 
sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório 
para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento 
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. 
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende 
às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no 
plano diretor. 
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com 
prévia e justa indenização em dinheiro. 
§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica 
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei 
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado 
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana 
progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida 
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, 
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais 
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros 
legais. 
 
5 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos 
e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente 
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, 
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de 
outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao 
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado 
civil. 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de 
uma vez. 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
 
 C) Meio Ambiente Cultural: importância histórica e cultural – art. 216 da 
CF/88. 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em 
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à 
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem: (...). 
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime 
de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui 
um processo de gestão e promoção conjunta de políticas 
públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas 
entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo 
promover o desenvolvimento humano, social e econômico com 
pleno exercício dos direitos culturais. (...) 
 
 D) Meio Ambiente do Trabalho: saúde do trabalhador no seu local de 
trabalho – art. 7º, XXII, XXIII e XXXIII da CF/88. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 
6 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
 XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a 
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze 
anos; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998). 
2. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 
 
2.1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Trata-se do desenvolvimento que faz face às necessidades das gerações 
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras da satisfação de 
suas próprias necessidades. 
 Se dá pela harmonização de 3 vertentes: Crescimento Econômico, 
Preservação Ambiental e Equidade Social. Equilíbrio entre o desenvolvimento 
social e econômico e a preservação ambiental é o cerne deste princípio; Art. 170, 
II, III, VI e VII e art. 225, caput, da CF/88; 
 
2.2. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO 
As pessoas têm o direito de serem informadas e terem acesso a todas as 
informações relativas à proteção, preservação e repressão ao meio ambiente. 
Portanto, por este princípio as pessoas têm o direito de consultar e solicitarinformações e documentos de um licenciamento ambiental e outros meios de 
avaliação de impacto ambiental – AIA de qualquer órgão integrante do SISNAMA 
(Sistema Nacional do Meio Ambiente) sem necessitar comprovar interesse 
específico. Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta, indireta e 
fundacional integrantes do SISNAMA, estão obrigados a permitir acesso público 
aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria 
 
7 
ambiental e a fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua 
guarda, podendo qualquer indivíduo ter acesso às informações relativas ao 
meio ambiente mediante requerimento escrito onde este assumirá a obrigação 
de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais e citar a fonte caso 
venha a divulgar os dados obtidos nas informações solicitadas (art. 2º, inc. I a VII 
e § 1º da Lei nº 10.650/2003). 
 O princípio da informação decorre do princípio da participação, existindo 
uma interdependência entre estes dois princípios. Pois, só haverá a total 
implementação do princípio da participação se houver acesso à informação 
sobre as questões ambientais. 
 A carta magna dá força constitucional ao princípio da informação quando 
expressamente determina a publicização do estudo de impacto ambiental e seu 
respectivo relatório (EIA/RIMA). 
 
2.3. PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO OU PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO 
Está disposto no “caput” do art. 225 da CF/88 e no princípio 10 da declaração 
do Rio/92, uma vez que a constituição federal dispõe que é dever do poder 
público e da coletividade (entenda-se sociedade civil e todas as pessoas capazes 
nacionais e estrangeiros) defender e preservar o meio ambiente. 
 É importante se ressaltar que a participação da coletividade descrita na 
constituição federal se dá de modo pleno, ou seja, nas três esferas possíveis 
de poder: participação legislativa (p.ex. lei de iniciativa popular, art. 14, III da 
CF/88), participação administrativa (p. ex. EIA/RIMA, art. 225, 1º, IV da CF/88) e 
participação judicial ou processual (p. ex. ação popular, art. 5º, LXXIII da CF/88). 
 
2.4. PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
É fundamental e determinante para a implementação de uma garantia 
efetiva de um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Pois, só com a 
coletividade conhecedora e educada das questões ambientais é que poderemos 
 
8 
resguardar e tutelar o direito fundamental disposto no “caput” do art. 225 da 
CF/88. 
 A constituição federal positivou o princípio da educação dada a sua 
relevância, determinando que cabe ao poder público “promover a educação 
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente.”. 
 
2.5. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA ATUAÇÃO (INTERVENÇÃO) 
ESTATAL 
Cabe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Decorre da 
natureza indisponível do direito ao meio ambiente saudável (art. 225, caput e § 1º 
do CF/88). 
 
 
2.6. PRINCÍPIO DO LIMITE 
É incumbência do Poder Público “controlar a produção, a comercialização 
e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a 
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Controle do poder público sobre a 
produção, art. 225, § 1º, V da CF/88 e art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85. 
 
2.7. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR 
Neste princípio o poluidor deve arcar com os custos da prevenção dos 
possíveis danos ao meio ambiente que a sua atividade venha a ocasionar 
(Prevenção do dano). Porém, se ocorrer danos ao meio ambiente pela atividade 
realizada o poluidor será responsabilizado e terá a obrigação de reparar o dano 
causado (Repressão ao dano). Este princípio visa internalizar os custos da 
poluição, impondo ao empreendedor um ônus maior do que o restante da 
coletividade, pois as consequências negativas ao meio ambiente são exteriores à 
 
9 
atividade e atingem toda a coletividade, enquanto o bônus pelo 
desenvolvimento da atividade fica restrito ao dono da atividade. 
 O princípio do poluidor-pagador está disposto na constituição federal 
quando esta fala da reparação de danos ao meio ambiente no seu art. 225, §3º, 
CF/88 e na Lei de Política Nacional do meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, no seu art. 
4º, inc. VII. 
 
2.8. PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR 
Estabelece que o usuário de recurso natural deva pagar um valor por sua 
utilização (Remuneração pelo uso). Este pagamento tem o objetivo de estimular 
o uso racional do recurso natural e diferenciar o uso para um determinado 
empreendimento fazendo justiça e compensando as pessoas que usam em 
menor volume determinado recurso natural. 
 Um novo olhar junto ao princípio do usuário-pagador nos traz o chamado 
PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, que consiste em aportar recursos ou 
incentivos para aqueles que ofertam serviços e produtos obtidos diretamente ou 
indiretamente da natureza, bem como aqueles que deixam de utilizar a natureza 
para exploração e a utilizam para a preservação ambiental, como nos casos da 
reposição florestal, conservação de bacias hidrográficas e comercialização de 
créditos de carbono. 
Atenção!!! O princípio do protetor-recebedor, importante destacar, 
envolve o mecanismo que se convencionou denominar de Pagamento por 
Serviços Ambientais (PSA), o qual “consiste no aporte de incentivos e recursos, de 
origem pública e/ou privada, para aqueles que garantem a produção e a oferta 
do serviço e/ou produto obtido direta ou indiretamente da natureza”. 
 Portanto, o princípio do poluidor-pagador está presente na atividade 
potencialmente poluidora e nas condutas ilícitas do empreendedor, já o princípio 
do usuário-pagador está presente quando alguém usa um determinado recurso 
 
10 
natural licitamente para a sua atividade, sendo totalmente desnecessária a 
ilicitude para que aja intervenção do princípio do usuário-pagador. 
 
2.9. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
 Está relacionado à certeza científica do impacto ambiental de 
determinado empreendimento, pois com base nesta certeza são tomadas todas 
as mediadas necessárias para que se evite o dano ambiental. Neste princípio há 
o conhecimento científico comprovado de todas as implicações de uma 
atividade e, deste modo, por se conhecer os danos da atividade é possível 
preveni-los. Portanto, este princípio age nos riscos e impactos ambientais 
conhecidos de uma determinada atividade para determinar a correta e eficaz 
prevenção. Sua atuação ocorre para evitar os danos conhecidos impondo estudos 
de impacto ambiental, licenciamentos, adequações de projetos etc. 
 O princípio da prevenção traz o ônus da antecipação, ou seja, há o dever 
de examinar antecipadamente quais os efeitos das intervenções humanas sobre 
o meio ambiente, pois este princípio visa eliminar ou reduzir as causas negativas 
que possam alterar a qualidade ambiental. 
 Contudo, prevenir danos no direito ambiental não significa que com a 
aplicação deste princípio nenhum dano irá ocorrer, deste modo há uma clara 
diferença da prevenção de danos e a eliminação total de danos. 
 
2.10. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
incide nas situações em que não há certeza científica absoluta se a 
atividade ocasiona danos ao meio ambiente e também nos casos em que não é 
possível se conhecer cientificamente a totalidade da extensão de um possível 
dano. Nestes casos diante da incerteza e da possibilidade de danos irreversíveis 
ao meio ambiente se aplicam medidas que possam evitar a incidência dos danos, 
pois se protege o meio ambiente diante do desconhecimento dos efeitos da 
atividade. Este princípio traz na sua essência a cautela, uma vez que na dúvida 
deve-se optar pela solução que venha a proteger o ser humano e o meio 
 
11 
ambiente. Deste modo, o princípio 15 da ECO-92 que deu origem a este princípio, 
informa que os Estados/Nações devem respeitar e aplicar este princípio deacordo com as suas capacidades, sem postergar medidas eficazes e 
economicamente viáveis para a proteção do meio ambiente quando ameaçado 
de danos sérios ou irreversíveis. 
 Há relação direta entre o princípio da precaução e as regras previstas no 
estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA), principalmente com as regras contidas 
na resolução 01/86 do CONAMA, no seu art. 6º, I e II. 
 
2.11. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE 
Determina que cabe ao proprietário exercer o seu direito sem ofender o 
meio ambiente, preservando e mantendo os recursos naturais existentes. O 
termo “função social” retira o individualismo da propriedade privada e avoca para 
o proprietário o dever de exercer o seu direito sem prejudicar a coletividade e o 
meio ambiente. Este princípio fundamenta o dever que o proprietário rural tem 
de manter, preservar, recuperar e recompor a vegetação em área de 
preservação permanente (APP) e reserva legal, mesmo que não tenha sido o 
autor material da supressão da vegetação protegida legalmente, pois esta 
obrigação se prende ao titular do direito real, uma vez que é ligada a coisa, sendo 
denominada obrigação propter rem. 
 
2.12. PRINCÍPIO DA EQUIDADE OU SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL 
Revela a obrigação que as pessoas têm de preservar, proteger e melhorar 
o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. Assim, neste princípio 
temos um direito-dever, ou seja, o direito de utilizar os recursos naturais e o dever 
de preservá-los e recuperá-los no caso de dano para que as futuras gerações 
possam usufruir dos mesmos recursos naturais que hoje estamos usufruindo. O 
direito fundamental de terceira geração ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, comtemplado no “caput” do art. 225 da CF/88, tem na sua parte final 
a inserção constitucional do princípio da equidade intergeracional. 
 
 
12 
2.13. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO (non cliquet 
ambiental) 
As garantias de proteção ambiental, não podem retroagir. É inadmissível 
o recuo da salvaguarda ambiental para níveis de proteção inferiores aos 
consagrados, a não ser que as circunstâncias de fato sejam significativamente 
alteradas. 
 
2.14. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS 
Deve haver ampla cooperação entre as nações no sentido de tutelar o bem 
maior que é o meio ambiente. 
3. DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras 
gerações (Princípio da Equidade ou Solidariedade 
intergeracional). 
 
 O direito fundamental tutelado pelo Art. 225 é “ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado”. 
 Quais são as atribuições do Poder Público para defender e preservar o meio 
ambiente: 
Art. 225, §1º da CF 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover 
o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético 
do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e 
manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços 
territoriais e seus componentes a serem especialmente 
 
13 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente 
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
 
3.1. DA CONSTITUCIONALIDADE DA RESERVA LEGAL PARA ALTERAÇÃO E 
SUPRESSÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS 
Tese: "A dicção do texto constitucional não provoca maiores problemas 
quanto à definição de ato normativo apto à instituição/criação de espaços 
territorialmente protegidos, dentre os quais se pode destacar as unidades de 
conservação regulamentadas pela Lei 9.985/2000. Tendo a Carta se referido à 
reserva de legislação somente como requisito de modificação ou supressão 
de unidade de conservação, abriu margem para que outros atos do Poder 
Público, além de lei em sentido estrito, pudessem ser utilizados como 
mecanismos de instituição de espaços ambientais protegidos.” ADI 3.646, rel. 
min. Dias Tofolli, j. 20-9-2019, P, DJE de 2-12-2019. 
As medidas provisórias não podem veicular norma que altere espaços 
territoriais especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, inc. III, 
da Constituição da República. As alterações promovidas pela Lei 12.678/2012 
importaram diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas 
unidades de conservação por ela atingidas, acarretando ofensa ao princípio 
da proibição de retrocesso socioambiental, pois atingiram o núcleo essencial 
do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado previsto 
no art. 225 da Constituição da República. [ADI 4.717, rel. min. Cármen Lúcia, j. 5-
4-2018, P, DJE de 15-2-2019.] 
Art. 225, § 1º da CF 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
Aplicação dos princípios da Precaução e Prevenção: 
 
14 
Princípio da Prevenção: O objetivo final do princípio da prevenção 
é evitar que o dano possa chegar a produzir-se, para tanto, 
necessário se faz adotar medidas preventivas. Certeza científica do 
impacto ambiental. Conhece e previne. 
Princípio da Precaução: é a garantia contra os riscos potenciais 
que de acordo com o estado atual do conhecimento, não pode ser 
ainda identificados. Deste modo, a ausência de certeza absoluta 
não deve servir de pretexto para se postergar a adoção de medidas 
efetivas de modo a evitar a degradação ambiental. A incerteza 
científica milita em favor do ambiente, carregando-se ao 
interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas não 
são perigosas e/ou poluentes. Não há certeza científica. Cautela; 
 
RE 627.189 do STF - Tema 479 de Repercussão Geral - Imposição de obrigação 
de fazer à concessionária de serviço público para que observe padrão 
internacional de segurança e reduza o campo eletromagnético de suas linhas 
de transmissão, de acordo com padrões internacionais de segurança, em face 
de supostos efeitos nocivos à saúde da população. 
 
 
Tese: No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a 
existência de efeitos nocivos da exposição ocupacional e da população em geral 
a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por sistemas de 
energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os 
parâmetros propostos pela Organização Mundial de Saúde, conforme estabelece 
a Lei nº 11.934/2009. 
Art. 225, § 1º da CF 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de 
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, 
a qualidade de vida e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e 
a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
 
15 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a 
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
Inconstitucionalidade da Vaquejada 
A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, 
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância 
do disposto no inciso VII do art. 225 da Carta Federal, o qual veda prática que acabe por 
submeter os animais à crueldade. Discrepa da norma constitucional a denominada 
"vaquejada".[ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de 27-4-2017.] 
 
Proibição das Rinhas de Galo 
Lei 7.380/1998 do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das 
raças combatentes. "Rinhas"ou "brigas de galo". Regulamentação. Inadmissibilidade. Meio 
ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa ao art. 225, § 1º, VII, da CF. (...) É 
inconstitucional a lei estadual que autorize e regulamente, sob título de práticas ou 
atividades esportivas com aves de raças ditas combatentes, as chamadas "rinhas" ou 
"brigas de galo". 
[ADI 3.776, rel. min. Cezar Peluso, j. 14-6-2007, P, DJ de 29-6-2007.] 
= ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011 
Da Inconstitucionalidade de “Farra do Boi”. 
A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, 
incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância 
da norma do inciso VII do art. 225 da CF, no que veda prática que acabe por submeter os 
animais a crueldade. Procedimento discrepante da norma constitucional denominado 
"farra do boi". [RE 153.531, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 3-6-1997, 2ª T, DJ de 13-3-
1998.] Vide ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011 
 
 
Da Constitucionalidade do sacrifício de animais no cultos religiosos de matriz 
africana 
 
16 
A prática e os rituais relacionados ao sacrifício animal são patrimônio cultural 
imaterial e constituem os modos de criar, fazer e viver de diversas comunidades religiosas, 
particularmente das que vivenciam a liberdade religiosa a partir de práticas não 
institucionais. A dimensão comunitária da liberdade religiosa é digna de proteção 
constitucional e não atenta contra o princípio da laicidade. O sentido de laicidade 
empregado no texto constitucional destina-se a afastar a invocação de motivos religiosos 
no espaço público como justificativa para a imposição de obrigações. A validade de 
justificações públicas não é compatível com dogmas religiosos. A proteção específica dos 
cultos de religiões de matriz africana é compatível com o princípio da igualdade, uma vez 
que sua estigmatização, fruto de um preconceito estrutural, está a merecer especial 
atenção do Estado. Tese fixada: ‘É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de 
resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de 
religiões de matriz africana’. [RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, 
DJE de 19-11-2019.] 
 
Art. 225 da CF/88 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar 
o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica 
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. TRÍPLICE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL POR DANOS AMBIENTAIS 
 
17 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
Da Inconstitucionalidade da Teoria da Dupla Imputação 
O art. 225, § 3º, da CF não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica 
por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese 
responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária 
dupla imputação. As organizações corporativas complexas da atualidade se 
caracterizam pela descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, 
sendo inerentes, a esta realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma 
pessoa concreta. Condicionar a aplicação do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma 
concreta imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma 
constitucional, expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar 
o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes 
ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis 
internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental. A 
identificação dos setores e agentes internos da empresa determinantes da produção 
do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso concreto como forma de 
esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram no exercício regular 
Responsabilidade 
Administrativa
Responsabilidade 
Civil
Responsabilidade 
Penal
 
18 
de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a atuação se deu no 
interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento, relevante para fins 
de imputar determinado delito à pessoa jurídica, não se confunde, todavia, com 
subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à responsabilização conjunta e 
cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as 
responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que 
não permitirão a imputação de responsabilidade penal individual. 
[RE 548.181, rel. min. Rosa Weber, j. 6-8-2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014.] 
 
 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do 
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio 
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, 
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos 
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua 
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste 
artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que 
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, 
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, 
registradas como bem de natureza imaterial integrante do 
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por 
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. 
(Incluído pela EC 96/2017) 
02. Política Nacional do Meio Ambiente e SNUC 
 
 
19 
1. Da Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81 
1.1. DOS OBJETIVOS DA PNMA (PMR) 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. 
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio 
ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa 
à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos 
Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade 
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais 
orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à 
divulgação de dados e informações ambientais e à formação de 
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas 
á sua utilização racional e disponibilidade permanente, 
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à 
vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
 
20 
Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão 
formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos 
Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territóriose dos Municípios no que se relaciona com a preservação da 
qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, 
observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. 
Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas 
serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política 
Nacional do Meio Ambiente. 
 
1.2. DOS PRINCÍPIOS DA PNMA (ART. 2º DA LEI Nº 6.938/81) 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente. 
 
 
1.3. DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA 
 
21 
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações 
instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e 
melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional 
do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de 
assessorar o Presidente da República na formulação da política 
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e 
os recursos ambientais; 
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e 
propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas 
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e 
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida; 
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da 
República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e 
controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente; 
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes 
de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a 
finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as 
respectivas competências; 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais 
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle 
e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação 
ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis 
pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas 
jurisdições; 
 
22 
 
1.4. DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
 II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) 
 III - a avaliação de impactos ambientais; 
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras; 
 V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a 
criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da 
qualidade ambiental; 
 VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo 
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
 VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de 
Defesa Ambiental; 
 IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção 
da degradação ambiental. 
 X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
 XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio 
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando 
inexistentes; 
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente 
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
 XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros. 
 
 
23 
 Os instrumentos da política nacional do meio ambiente estão nos incisos 
do art. 9º da Lei nº 6.938/81, dentre estes estão: o estabelecimento de padrões de 
qualidade ambiental, a Avaliação de Impacto Ambiental – AIA (EIA/RIMA, plano 
de manejo, relatório ambiental e outros), o Sistema Nacional de Informações 
sobre o Meio Ambiente – SINIMA, o Cadastro técnico federal de atividades e 
instrumento de defesa ambiental, o Cadastro técnico federal de atividades 
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais e 
instrumentos econômicos (concessão florestal, servidão ambiental e seguro 
ambiental) e a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando o Poder Público a produzir as informações quando inexistentes. 
 Os principais instrumentos da política nacional do meio ambiente que têm 
lugar de destaque nas provas de concurso público e em especial para advogados 
públicos são o EIA/RIMA e o Licenciamento ambiental. 
 No tocante ao instrumento denominado EIA/RIMA, o EIA é o estudo de 
impacto ambiental, um profundo diagnóstico do empreendimento que está em 
vias de ser licenciado pelo órgão ambiental competente, neste estudo se 
confrontam as prováveis modificações das diversas características 
socioeconômicas, biológicas, físicas e químicas que ocorrerão no meio ambiente 
com a realização da atividade. Este instrumento avalia os impactos e defini as 
medidas compensatórias e mitigadoras necessárias para e realização do 
empreendimento. 
 O RIMA, Relatório de Impacto Ambiental tem por finalidade tornar 
compreensível para o público o conteúdo técnico do EIA. Deste modo, em 
decorrência do princípio da informação, o relatório deve ser objetivo, sintético e 
acessível a todos, porém deve ser um retrato fiel do conteúdo do EIA exposto de 
uma forma menos técnica. 
 O EIA/RIMA nem sempre poderá ser exigido nas obras e atividades de 
menor impacto ambiental, no entanto cabe aquele que possui o projeto da 
obra e/ou atividade demonstrar que a mesma não oferece risco ao meio 
ambiente, sendo desnecessária a realização do estudo e seu respectivo 
 
24 
relatório. O EIA/RIMA é exigido nas atividades citadas no rol exemplificativo do 
art. 2 da Resolução 1/1986 do CONAMA, entre estas atividades está à construção 
de portos, ferrovias e estradas de rodagem com duas ou mais pistas de 
rolamento. 
 
 AVALIAÇÕES DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) 
 Avaliação de impactos ambientais é um dos instrumentos da PNMA, 
prevista no art. 9º, III, da Lei nº 6.938/81, ou seja, é o conjunto de estudos 
preliminares ambientais, abrangendo “todos e quaisquer estudos relativos aos 
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação 
de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para análise 
da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle 
ambiental, relatório ambientalpreliminar (rap), diagnóstico ambiental, plano de 
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. 
(art. 1º, III, da Res. n. 237/97 do CONAMA). 
 A realização dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e a apresentação do 
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), foram então, 
regulamentadas, a nível federal, pela Resolução CONAMA 001, de 23/01/1986. 
 
Art. 6º. O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no 
mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa 
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal 
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, 
antes da implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os 
corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as 
correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de 
 
25 
valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as 
áreas de preservação permanente; 
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos 
da água e a sócioeconomia, destacando os sítios e monumentos 
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações 
de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais 
e a potencial utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos 
relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos 
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio 
e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de 
reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a 
distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, 
entre elas os equipamentos de controle e sistemas de 
tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma 
delas. 
IV - Elaboração do programa de acompanhamento e 
monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando 
os fatores e parâmetros a serem considerados. 
Parágrafo único. Ao determinar a execução do estudo de 
impacto ambiental, o órgão estadual competente; ou a SEMA ou 
quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais 
que se fi zerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e 
características ambientais da área. 
 
 Os custos do EIA/RIMA e da realização das ações mitigadoras. 
Art. 8º. Correrão por conta do proponente do projeto todas as 
despesas e custos referentes à realização do estudo de impacto 
ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e 
informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de 
 
26 
laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento 
e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e 
fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias. 
 
 Outros instrumentos da PNMA: O primeiro instrumento da Lei 6.938 é o 
estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. Padrão representa o 
valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade. 
Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do Conama e dizem respeito às 
emissões de poluentes e contaminantes na atmosfera e nos corpos hídricos (ART. 
9, I); O estabelecimento de zoneamento urbanístico ou ambiental é 
comumente feito por meio do Plano Diretor ou de Códigos Urbanísticos 
Municipais, ficando na maioria das vezes a cargo dos Municípios, embora os 
Estados e a União também tenham competência para estabelecer algum tipo de 
zoneamento. 
 O zoneamento é uma delimitação de áreas em que um determinado 
espaço territorial é dividido em zonas de características comuns e com base nesta 
divisão são estabelecidas as áreas previstas nos projetos de expansão econômica 
ou urbana; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação 
ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; a 
criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público 
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
 
1.5. SINIMA 
 O Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA) é um 
dos instrumentos da Política Nacional da Meio Ambiente, previsto no inciso VII 
do artigo 9º da Lei nº 6.938/81. O referido sistema é considerado pela Política de 
Informação do MMA como a plataforma conceitual baseada na integração e 
compartilhamento de informações entre os diversos sistemas existentes ou a 
construir no âmbito do SISNAMA(Lei n. 6.938/81), conforme Portaria nº 160 de 19 
de maio de 2009. O Sinima é o instrumento responsável pela gestão da 
 
27 
informação no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), de 
acordo com a lógica da gestão ambiental compartilhada entre as três esferas de 
governo, tendo como forma de atuação três eixos estruturantes: 
 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 Seguindo os instrumentos, temos o Cadastro Técnico Federal de 
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (art. 9, VIII), é administrado 
pelo IBAMA, o registro é obrigatório para as pessoas físicas ou jurídicas que se 
dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e a 
indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao 
controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, nos termos do art. 
17, I da Lei da PNMA; as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
Desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação;
Eixo 1
Integração de bancos de dados e sistemas de informação. Esses
dois eixos são interligados e tratam de ferramentas de
geoprocessamento, em consonância com diretrizes estabelecidas
pelo Governo Eletrônico - E-gov, que permitem a composição de
mapas interativos com informações provenientes de diferentes
temáticas e sistemas de informação. São desenvolvidos com o apoio
da Coordenação Geral de Tecnologia da Informação e Informática -
CGTI do MMA;
Eixo 2
Fortalecimento do processo de produção, sistematização e análise
de estatísticas e indicadores relacionados com as atribuições do
MMA. Este é o eixo estratégico do SINIMA cuja função precípua é
fortalecer o processo de produção, sistematização e análise de
estatísticas e indicadores ambientais; recomendar e definir a
sistematização de um conjunto básico de indicadores e estabelecer
uma agenda com instituições que produzem informação
ambiental; propiciar avaliações integradas sobre o meio ambiente e
a sociedade.
Eixo 3
 
28 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da 
degradação ambiental; a instituição do Relatório de Qualidade do Meio 
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; a garantia da prestação de 
informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a 
produzí-las, quando inexistentes; o Cadastro Técnico Federal de atividades 
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; 
instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro 
ambiental e outros. 
Art. 9º, XIII - instrumentos econômicos, como concessão 
florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
 
 Pela Servidão Ambiental o proprietário rural voluntariamente renuncia à 
exploração ou supressão (de parte) dos recursos naturais localizados em sua 
propriedade. 
 
 → Lei nº 6.938/81 
Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou 
jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo 
administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, 
limitar o uso de toda asua propriedade ou de parte dela para 
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais 
existentes, instituindo servidão ambiental. (Redação dada pela Lei 
nº 12.651, de 2012). 
Art. 13 - O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao 
meio ambiente, visando: 
 I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos 
tecnológicos destinados a reduzir a degradação da qualidade 
ambiental; 
 II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; 
 
29 
 III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de 
recursos ambientais. 
 Parágrafo único - Os órgãos, entidades, e programas do Poder 
Público, destinados ao incentivo das pesquisas científicas e 
tecnológicas, considerarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio 
aos projetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos 
básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica. 
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: (Redação 
dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de 
Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou 
jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas 
ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, 
aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades 
efetiva ou potencialmente poluidoras; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 
1989) 
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente 
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro 
obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a 
atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, 
transporte e comercialização de produtos potencialmente 
perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e 
subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos serviços e produtos do 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA, a serem aplicados em âmbito nacional, 
conforme Anexo a esta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) 
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização 
Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do 
poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para 
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e 
 
30 
utilizadoras de recursos naturais." (Redação dada pela Lei nº 10.165, 
de 2000) 
 
 
 Da constitucionalidade da TCFA, a taxa foi criada pela Lei nº 9.960/00 que 
foi considera inconstitucional pelo STF na ADI nº 2178-8/DF. 
 Contudo, no mesmo ano foi elaborada a Lei nº 10.165/00, instituindo a Taxa 
de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) e corrigindo as 
inconstitucionalidades da norma anterior. Tendo, portanto, como fato gerador 
o serviço de controle das atividades potencialmente poluidoras e a fiscalização 
da utilização de recursos naturais, a taxa é calculada em função da 
potencialidade poluidora da atividade exercida pelo contribuinte. 
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS 
EMBARGOS DEDIVERGÊNCIA NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. INADMISSÃO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS 
PRECEDENTES POSTOS A CONFRONTO. TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 
AMBIENTAL. CONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. ART. 332 
DO RISTF. 1. É pacífico na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal o 
entendimento de que é constitucional a Taxa de Controle e Fiscalização 
Ambiental instituída pela Lei 10.165/00 (RE 416.601/DF, rel. Min. CARLOS 
VELLOSO, Pleno, unânime, DJ de 30.9.2005). 2. Agravo regimental a que se nega 
provimento. 
RE 603513 AgR-EDv-AgR / MG - MINAS GERAIS 
AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI 
Julgamento: 10/04/2014 Órgão Julgador: Tribunal Pleno 
 
 Atenção!!! 
 A TCFA se constitui em um tributo federal, portanto só pode ser cobrada 
em regra nas ações originadas do poder de polícia administrativa da União. 
 
31 
 
 Portanto, desde o estabelecimento da regulação da competência 
administrativa ambiental pela LC nº 140/11, não é mais possível cobrar a TCFA em 
relação às atividades de competência licenciatória estadual e municipal haja vista 
a regulamentação da competência administrativa em matéria ambiental. 
 Segundo o art. 17-P, os Estados membros e os Municípios também podem 
criar suas taxas de controle ambiental. 
Art. 7º É sujeito passivo da TCFA-RS todo aquele que exerça as 
atividades constantes no Anexo VIII da Lei Federal n.º 6.938/81 e 
alterações. 
 Realização de parcerias através de convênios: 
Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os 
Estados, os Municípios e o Distrito Federal para desempenharem 
atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes 
parcela da receita obtida com a TCFA."(Redação dada pela Lei nº 
10.165, de 2000) 
 
2. DA COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA AMBIENTAL 
 No tocante as competências é importante destacarmos o Princípio da 
Predominância dos Interesses: 
 
 
 
 
 
 
 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
32 
 
 
 A Lei Complementar nº 140/2011 fixa as normas para cooperação entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para que estes entes 
federados possam realizar as ações administrativas decorrentes da competência 
constitucional material comum sobre o meio ambiente. A nova lei foi publicada 
para regulamentar o art. 23, III, VI e VII do “caput” e do parágrafo único da CF/88. 
 
 O art. 3º da lei traz os Objetivos de cunho genérico (incisos I e II) e os 
objetivos específicos, mais ligados aos objetivos da lei (incisos III e IV): 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência 
comum a que se refere esta Lei Complementar: 
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e 
eficiente; 
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a 
proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa 
humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades 
sociais e regionais; 
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a 
sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a 
União: 
interesse em todo o país ou que importe a mais 
de um Estado (interesse nacional);
Estado: 
se o interesse for de todo o Estado, ou de mais de 
um de seus municípios (interesse regional);
Município: 
se o interesse não transbordar os limites de um 
único Município (interesse local). 
 
33 
evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação 
administrativa eficiente; 
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, 
respeitadas as peculiaridades regionais e locais. 
 
 A LC 140/11 traz instrumentos de cooperação institucional os quais os entes 
federativos poderão se valer: 
Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos 
seguintes instrumentos de cooperação institucional: 
I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; 
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros 
instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, 
respeitado o art. 241 da Constituição Federal; 
III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais 
e Comissão Bipartite do Distrito Federal; 
IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos 
econômicos; 
V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, 
respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; 
VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente 
federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei 
Complementar. 
§ 1º Os instrumentos mencionados no incisoII do caput podem ser 
firmados com prazo indeterminado. 
 
 Sobre as comissões previstas no inciso III do art. 4º os parágrafos 2º até o 5º, 
trazem regras sobre a composição e organização das mesmas. 
§2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, 
por representantes dos Poderes Executivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de 
fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada 
entre os entes federativos. 
 
34 
§3º As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, 
paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da 
União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de fomentar a 
gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes 
federativos. 
§4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, 
paritariamente, por representantes dos Poderes Executivos da 
União e do Distrito Federal, com o objetivo de fomentar a gestão 
ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes 
federativos. 
§5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito 
Federal terão sua organização e funcionamento regidos pelos 
respectivos regimentos internos. 
 
 O art. 5º traz a possibilidade de delegação da execução de ações 
administrativas pelos entes federados: 
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a 
execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei 
Complementar, desde que o ente destinatário da delegação 
disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações 
administrativas a serem delegadas e de conselho de meio 
ambiente. 
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para 
os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos 
próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em 
número compatível com a demanda das ações administrativas a 
serem delegadas. 
 
 Os arts. 6º até o art. 10 da LC nº 140/11 trazem uma longa relação de 
competências da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, onde 
se repete uma série de critérios que já estavam fixados pela Resolução 237/1997 
 
35 
do CONAMA. A lei dá o nome de ações de cooperação para esta relação de 
competências que é muito importante para as provas de concursos. 
 A LC 140/11 reserva aos arts. 12 a 16 para tratar exclusivamente do 
licenciamento ambiental e vamos destacar: 
 
 O art. 13 – traz que o licenciamento será exigido em apenas uma esfera 
de competência, com possibilidade de manifestação dos demais entes 
federados interessados. 
 O art. 14 – traz que os prazos devem ser respeitados pelo órgão licenciador, 
sob pena de instauração de competência supletiva e repete o prazo para 
requerimento de renovação de licenças (120 dias) - § 4º do art. 14. 
 O art. 15 – traz o estabelecimento de hipóteses de competência supletiva 
para o licenciamento (para União, supletiva ao Estado; e para os Municípios e 
Estados, supletiva aos Municípios). 
 O art. 16 explica a ação administrativa subsidiária: 
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-
se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou 
financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. 
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente 
originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei 
Complementar. 
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou 
autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou 
atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo 
administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental 
cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou 
autorizada. 
§1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração 
ambiental decorrente de empreendimento ou atividade 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
 
36 
poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere 
o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. 
§2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da 
qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do 
fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou 
mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para 
as providências cabíveis. 
§3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos 
entes federativos da atribuição comum de fiscalização da 
conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou 
potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais 
com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de 
infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de 
licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
 
3. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO – SNUC (LEI Nº 
9.985/00) 
 A lei que cria o SNUC regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF/88, 
com destaque para o dever de definir, em todas as unidades da federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, 
conforme dispõe o inciso III do artigo constitucional citado anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
3.1. CONCEITOS IMPORTANTES DA LEI 
 
•espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção;
unidade de conservação
•o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a
manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do
ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases
sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as
necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a
sobrevivência dos seres vivos em geral;
conservação da natureza
•conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a
longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção
dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas
naturais;
preservação
•manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por
interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos
naturais;
proteção integral
•conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e
recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e,
no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características;
conservação in situ
•todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da
diversidade biológica e dos ecossistemas;
manejo
•aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos
naturais;
uso indireto
•aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
uso direto
 
38 
 
•exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente
justa e economicamente viável;
uso sustentável
•sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável,
de recursos naturais renováveis;
extrativismo
•restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a
uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição
original;
recuperação
•restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o
mais próximo possível da sua condição original;
restauração
•definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com
objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da
unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;
zoneamento
•documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamentoe
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos
naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão
da unidade;
plano de manejo
•o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas
estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de
minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e
zona de amortecimento
•porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de
conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento
da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam
para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das
unidades individuais.
corredores ecológicos
 
39 
 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é 
constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e 
municipais. 
 
O SNUC tem os seguintes objetivos: 
I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos 
recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; 
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional 
e nacional; 
III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de 
ecossistemas naturais; 
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos 
naturais; 
V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação 
da natureza no processo de desenvolvimento; 
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável 
beleza cênica; 
VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, 
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e 
cultural; 
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; 
X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa 
científica, estudos e monitoramento ambiental; 
XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; 
XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação 
ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo 
ecológico; 
XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de 
populações tradicionais, respeitando e valorizando seu 
conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e 
economicamente. 
 
40 
 
O SNUC será regido por diretrizes que: 
I - assegurem que no conjunto das unidades de conservação 
estejam representadas amostras significativas e ecologicamente 
viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do 
território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o 
patrimônio biológico existente; 
II - assegurem os mecanismos e procedimentos necessários ao 
envolvimento da sociedade no estabelecimento e na revisão da 
política nacional de unidades de conservação; 
III - assegurem a participação efetiva das populações locais na 
criação, implantação e gestão das unidades de conservação; 
IV - busquem o apoio e a cooperação de organizações não-
governamentais, de organizações privadas e pessoas físicas para o 
desenvolvimento de estudos, pesquisas científicas, práticas de 
educação ambiental, atividades de lazer e de turismo ecológico, 
monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das 
unidades de conservação; 
V - incentivem as populações locais e as organizações privadas a 
estabelecerem e administrarem unidades de conservação dentro 
do sistema nacional; 
VI - assegurem, nos casos possíveis, a sustentabilidade econômica 
das unidades de conservação; 
VII - permitam o uso das unidades de conservação para a 
conservação in situ de populações das variantes genéticas 
selvagens dos animais e plantas domesticados e recursos genéticos 
silvestres; 
VIII - assegurem que o processo de criação e a gestão das unidades 
de conservação sejam feitos de forma integrada com as políticas de 
administração das terras e águas circundantes, considerando as 
condições e necessidades sociais e econômicas locais; 
IX - considerem as condições e necessidades das populações locais 
no desenvolvimento e adaptação de métodos e técnicas de uso 
sustentável dos recursos naturais; 
 
41 
X - garantam às populações tradicionais cuja subsistência dependa 
da utilização de recursos naturais existentes no interior das 
unidades de conservação meios de subsistência alternativos ou a 
justa indenização pelos recursos perdidos; 
XI - garantam uma alocação adequada dos recursos financeiros 
necessários para que, uma vez criadas, as unidades de conservação 
possam ser geridas de forma eficaz e atender aos seus objetivos; 
XII - busquem conferir às unidades de conservação, nos casos 
possíveis e respeitadas as conveniências da administração, 
autonomia administrativa e financeira; e 
XIII - busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto 
integrado de unidades de conservação de diferentes categorias, 
próximas ou contíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento 
e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de 
preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e 
restauração e recuperação dos ecossistemas. 
 
O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas 
atribuições: 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
Órgão consultivo e 
deliberativo
•o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente - Conama, com as 
atribuições de acompanhar a 
implementação do Sistema;
Órgão central
•o Ministério do 
Meio Ambiente, 
com a finalidade 
de coordenar o 
Sistema; e
Órgãos executores
•o Instituto Chico Mendes e o 
Ibama, em caráter supletivo, 
os órgãos estaduais e 
municipais, com a função de 
implementar o SNUC, 
subsidiar as propostas de 
criação e administrar as 
unidades de conservação 
federais, estaduais e 
municipais, nas respectivas 
esferas de atuação. 
 
42 
Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de 
conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a 
peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não 
possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei 
nº 9.985/00 e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara 
distinção. 
 União, Estados, DF e Municípios, podem instituir unidades de conservação 
da natureza. O SNUC é formado pelo conjunto das unidades de conservação de 
todos os entes federados. 
 As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a 
política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser 
atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – 
ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. 
 O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao SISNAMA e ao Ministério do 
Meio Ambiente, que nasceu com a função de implementar a política nacional das 
unidades de conservação federais. 
 As unidades de conservação da natureza se dividem em unidades de 
proteção integral e unidades de uso sustentável, esta divisão se dá conforme 
o grau de intensidade da proteção a ser realizada. 
 
 As unidades de proteção integral são os locais onde é permitido 
apenas o uso indireto dos atributos naturais. O uso indireto é aquele que não 
envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. 
 
As categorias de unidades de proteção integral são as seguintes: estação 
ecológica, reserva biológica e parque nacional, todas elas públicas; já o 
monumento natural e o refúgio da vida silvestre podem ser constituídos por 
áreas pertencentes a particulares. (art. 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13 da Lei nº 9.985/00). 
 
 
43 
 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 As unidades de uso sustentável compatibilizam a conservação da 
natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais. Nestas 
unidades é admitida a utilização e exploração de uma parcela dos recursos 
naturais em regime de manejo sustentável desde que o zoneamento da área 
compreendida sejaobservado, bem como as limitações legais e o plano de 
manejo estabelecido para unidade de conservação da natureza. 
 
 As categorias que compreendem as unidades de uso sustentável são as 
seguintes: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, 
Estação 
Ecológica 
(art. 9º)
posse e domínio público, se houver área particular será
desapropriada; é proibido visitação pública; pesquisa científica
depende de autorização prévia.
Reserva 
Biológica 
(art. 10)
posse e domínio público, se houver área particular será
desapropriada; proibida a visitação pública; pesquisa científica
depende de autorização prévia.
Parque 
Nacional 
(art. 11)
posse e domínio público, área particular será desapropriada;
visitação pública está sujeita às normas e restrições do plano de
manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia.
Monumento 
Natural 
(art. 12)
pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º);
visitação pública está sujeita às condições e restrições do plano
de manejo.
Refúgio da 
Vida Silvestre 
(art. 13)
pode ser constituído por áreas particulares (atenção §2º);
visitação pública está sujeira às normas e restrições do plano de
manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia.
 
44 
floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de 
desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural (arts. 14, 
15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 da Lei nº 9.985/00). 
 * Para todos verem: esquema abaixo. 
 
Área de Proteção 
Ambiental (art. 15)
constituída por terras públicas ou privadas; nas áreas
públicas as condições para realização de pesquisa e
visitação são da responsabilidade do órgão gestor da UC,
nas privadas cabe ao proprietário estabelecer as condições
de pesquisa e visitação; disporá de um conselho (§5º).
 
45 
 
 A criação de unidades de conservação da natureza pode ser realizada ou 
por lei ou por decreto do chefe do Poder Executivo federal, estadual, do DF ou 
Área de 
Relevante 
Interesse 
Ecológico 
(art. 16)
constituída por terras públicas ou particulares.
Floresta 
Nacional 
(art. 17)
posse e domínio público áreas particulares serão
desapropriadas; visitação pública é permitida (atenção aos §s 2º
e 3º); pesquisa é permitida e incentiva; dispõe de um conselho
consultivo.
Reserva 
Extrativista 
(art. 18)
domínio público, com uso concedido às populações
extrativistas tradicionais (art. 23); gerida por conselho
deliberativo; visitação pública é permitida; pesquisa científica é
permitida e incentivada; plano de manejo aprovado pelo CD;
exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida
em bases sustentáveis.
Reserva de 
Fauna (art. 19)
posse e domínio público; visitação pública pode ser permitida.
Reserva de 
desenvolvime
nto 
Sustentável 
(art. 20)
domínio público; uso de áreas ocupadas pelas populações
tradicionais (art. 23); gerida por um conselho deliberativo; plano
de manejo c/ zonas.
Reserva 
Particular do 
Patrimônio 
Natural 
(art. 21)
área privada; gravada com perpetuidade; atenção ao § 1º;
pesquisa científica; visitação.
 
46 
municipal. Da mesma forma ocorre quando se busca ampliar os limites da 
unidade de conservação já estabelecida. 
 No entanto, a supressão e a alteração do regime de proteção com fins 
de diminuir a tutela, só poderão ocorrer mediante a edição de uma lei 
ordinária. 
 
A zona de amortecimento (art. 25 é o entorno de uma unidade de 
conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas de restrições 
específicas, com propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. 
A zona de amortecimento não faz parte da unidade de conservação, mas está 
sujeita a normas e restrições específicas do ente federado administrador da 
unidade. 
 Todas as unidades de conservação devem possuir zona de amortecimento, 
exceto as Áreas de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do 
Patrimônio Natural (RPPN). 
 A implantação de uma usina nuclear em qualquer unidade de 
conservação, seja federal, estadual ou municipal, depende de prévia autorização 
realizada apenas pela edição de lei federal definindo a localização, além de ser 
necessária a autorização e a validação do licenciamento pelo órgão gestor da 
unidade de conservação onde se localizará a usina. 
 Atenção aos corredores ecológicos (art. 2º, XIX). 
 As ações e a responsabilidade por todos os atos que dizem respeito a 
política nacional de unidades de conservação da natureza passaram a ser 
atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – 
ICMBio, a partir da Lei nº 11.516/07. O ICMBio é uma autarquia federal ligada ao 
SISNAMA e ao Ministério do Meio Ambiente, que nasceu com a função de 
implementar a política nacional das unidades de conservação federais. 
ATENÇÃO aos artigos 22 e 36 da Lei nº 9.985/00. 
 
47 
DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
(Lei nº 9.985/00) 
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder 
Público. 
§ 2º A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida 
de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar 
a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a 
unidade, conforme se dispuser em regulamento. 
§ 3º No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é 
obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à 
população local e a outras partes interessadas. 
§ 4º Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é 
obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo. 
§ 5º As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável 
podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do 
grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo 
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os 
procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo. 
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem 
modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo 
proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo 
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os 
procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º deste artigo. 
§ 7º A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de 
conservação só pode ser feita mediante lei específica. 
Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades 
agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e 
obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações 
administrativas provisórias ao exercício de atividades e 
empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de 
degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na 
criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão 
ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos 
naturais ali existentes. 
 
48 
§ 1º Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do 
caput, na área submetida a limitações administrativas, não serão 
permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da 
floresta e demais formas de vegetação nativa. 
§ 2º A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo 
será definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo o 
qual fica extinta a limitação administrativa. 
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim 
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento 
em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, 
o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção 
de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de 
acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. 
 
Para o STF ao julgar a ADI 3.378/DF a respeito da Lei n. 9.985/2000, no seu 
art. 36 “densifica o princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo 
de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais 
derivados da atividade

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