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DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA FISSURA FISSURA- lesao no canal anal abaixo da linha pectinea. Mais comum em adultos jovens. Ocorre igualmente em ambos os sexos. Pode ser aguda ou crônica. Essa classificação ajuda no tratamento do paciente. Diferentemente, à hemorroida não dói. Sangue vivo, indolor ao evacuar. Etiologia- à fissura primária é à constipação intestinal, ressecamento do bolo fecal. As causas secundárias são IST’s e doença de Crohn (inflamação no intestino). Qual a diferença de Chron e retocolite ulcerativa é reto e cólon, não há reto e anus. Já na de Crohn pode inflamar todo o trato intestinal, além disso ela inflama toda a parede, podendo estenosar, solução de continuidade, acometer o anus e suspeitar dela ao ver a fissura no anus, no entanto essas fissuras são laterais e nao anterior ou posterior, que são primárias, ou seja, traumáticas. 1. frequência 2. consistência 3. esforço 4. satisfação Fator traumático- papel higiênico, fezes ressecadas ou diarreias. O esfíncter externo tem musculatura estriada. O interno é involuntário, músculo liso. Há uma pressão de repouso, onde temos um tônus que impede que haja gases ou fezes saindo sem querer. Fissura anal por hipertonia, fica endurecido, acontece nas fissuras anterior e posterior, pois é nessa regiao que há angulos. Na posterior é mais comum pq o ângulo é mais fechado. O ânus é em formato elíptico e contém ângulos. Na anatomia humana o ângulo é um lugar difícil de se passar ou chegar sangue, então em um processo de isquemia é o local onde a isquemia vai ser mais percebida (comissura anal anterior ou posterior). O local de mais ocorrência das fissuras é às 12 ou 6 horas. Existe fissura lateral? SIM, mas é mais possível que ela seja secundária, possivelmente causada por Crohn ou sífilis, sendo necessária fazer uma colonoscopia ou uma retoscopia. Isso muda também a técnica cirúrgica, ao invés de fazer uma esfincterotomia, se faz fissurectomia e mandar para o patologista (para saber se é uma DST). Lembrar: que o exame proctológico faz parte do exame físico é OBRIGATÓRIO para pacientes que possuem queixas coloproctológicas. A fissura é percebida na inspeção e recomenda-se que não se faça o toque retal, visto que o paciente já está com dor e não há necessidade para o diagnóstico da fissura. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA Sintomas: dor e sangramento, tipicamente durante as evacuações. Diagnostico: inspeção anal. Para diferenciar secundária de primaria, só olhar as regiões das fissuras. Importante para diferenciar entre as primárias (linha média) e secundárias (laterais).As lesões agudas são superficiais, sem fibrose. As cronicas sao bordas fibrosadas, fundo branco onde se visualiza o EAI (esfincter anal interno) e a triade da fissura anal cronica (plicoma sentinela, fissura e papila anal hipertrofica). Exame: importante para diferenciar entre aguda e crônica. Inspecionar a região perianal e depois o anus. Posteriormente palpar ao redor do anus e o anus. Testar o reflexo pudendo anal (contracao). Pedir ao paciente realizar a manobra de Valsalva, para perceber se há prolapso e hemorróidas. Após isso, lubrificar e fazer o toque retal. Precisa estar liso, sem tumorações. Se estiver presente, vou sentir. Tá limpo? Tem fezes? Exames Complementares: em geral não são necessários. Manometria ano-retal: útil para avaliar o tônus do EAI. Esse exame mede a pressão de repouso (que é a pressão do EAI). Quando peço pro paciente contrair, essa é a pressão de incremento que mede a força de contração do EAE. A causa da fissura é o aumento da pressão do músculo esfíncter interno. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA Fissuras ● Fissura anal aguda O que é uma queixa aguda? Início recente de 2 ou 3 semanas. ● Fissura anal crônica Crônica quando é principalmente acima de 4 semanas. Triade da fissura anal cronica (plicoma sentinela, fissura e papila anal hipertrofica). Plicoma anal sentinela - Paciente relata que a dor diminuiu e que agora sente que o ânus está úmido (com prurido) e afirma ter surgido uma carocinho na borda anal, chamado de plicoma sentinela (fissura está em uma transição anoderma). Então, existem dois tipos de tecido querendo cicatrizar a mucosa e a pele, lembrando que a mucosa tem maior velocidade de cicatrização e assim forma um excesso de pele chamado plicoma. PLICOMA FICA PARA O LADO DE FORA BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA Papila anal hipertrófica – O plicoma está no lado de fora, mas no lado de dentro tem uma alteração em uma estrutura, na linha pectínea nós temos glândulas chamadas de papilas anais e ai nesse local existe uma reação inflamatória (edema, inchaço), por consequência dessa inflamação essa glândula vai ter que trabalhar mais, produzindo mais muco e dando a sensação de ânus úmido e nessa maior atividade ela (glândula) acaba se hipertrofiando. FICA PARA O LADO DE DENTRO. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA Tratamento 1. Aguda-clínico. Dieta rica em fibra; não usar papel higiênico; não usar álcool e condimentos. Diltiazem 2% é um bloqueador de canal de cálcio, que faz relaxamento do EAI. Lidocaína 1%. Vitamina A 1%. Vitamina E 1%. Pode ser utilizado botox, no entanto é um tratamento caro. 2. Crônico- cirúrgico= esfincterotomia interna lateral= secção interna do EAI. Mesmo tratamento conservador – mas a maioria precisa de um tratamento cirúrgico. Relaxamento do Esfincter Anal Interno – sempre deve tentar o tto clínico primeiro. ▪ Nitratos: causa muito cefaleia ▪ Bloqueador dos canais de cálcio (Diltiazem) – manipulado na forma de pomada + xilocaína + vit A + vit C ▪ Toxina botulínica (caro) – tentativa de relaxar a musculatura – dura 3 a 4 meses. ▪ Cirurgia (ótima resposta) – Esfincterotomia interna lateral – ao lado do ânus na posição de 3 horas e faz um corte de 0,5 cm e através desse corte com uma pinça eu separo os músculos interno e externo e com essa pinça se descola o músculo esfíncter interno da mucosa e assim se secciona parcialmente esse músculo, por consequência ocorre um relaxamento e o sangue volta a circular nessa região de ferida. O receio da cirurgia é seccionar o músculo e o paciente ter uma incontinência fecal. Qual a função do esfíncter anal interno? O músculo esfíncter anal interno participa da incontinência, é ele que mantem o ânus fechado devido a pressão, mas a grande função do esfíncter interno é que quando as fezes cai no canal anal, ele sente e avisa o cérebro (mole, dura ou gases) e com isso a pessoa estiver próximo do banheiro ela vai ou se não tiver ela vai contrair o esfíncter anal externo e joga novamente esse conteúdo para o reto. No adulto jovem principalmente homem ela não tem ‘’tanta’’ importância, mas agora em uma mulher de 70 anos de idade com 10 partos normais + 20 anos de menopausa, a paciente deve estar na beira da incontinência e aí vou e faço um pique nesse músculo (0,5 cm) e com isso ela se tornou incontinente. Então, até para se proteger se faz a manometria antes de operar, porque aí você confirma se o paciente tem uma hipertonia. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA ABSCESSO ANORRETAL Etiologias- 90% das causas são primárias, teoria criptogênica (ductos que levam o muco até o canal retal obstruído). Os outros 10% são secundárias. Mais comum em homens. Classificação- perianal; isquiorretal; interesfincteriano (submucoso); supra elevador. Os abscessos anorretais são importantes pois os tecidos em volta são “frouxos”, isso facilita que espalhe e evolua para Síndrome de Fournier. A síndrome de Fournier se caracteriza por infecção necrotizante perineal que acomete os planos profundos do escroto, pênis, períneo e que pode se estender à raiz da coxa e abdome inferior. Seu início é insidioso, tem progressão fulminante, leva a grandes perdas teciduais e muitas vezes ao óbito. O tipo perianal é o mais comum (40%). A drenagem é necessária assimque se faz o diagnóstico. Normalmente está associado à fístula em 35% dos casos. O tipo isquiorretal é responsável por 25%. Associado à fístula 25%. Trajeto fistuloso geralmente transesfincteriano. O interesfincteriano é chamado de submucoso. Anestesia sempre necessária. é feita uma canaleta de drenagem que inclui o EAI. Às vezes é necessário suturar as bordas. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL DOENÇAS ORIFICIAIS CIRURGIA-PROCTOLOGIA O abscesso pos anal profundo é drenado por via endoanal. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA UFMS CPTL
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