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PARACOCCIDIOIMICOSE 1 PARACOCCIDIOIMICOSE Maria Eduarda de Azeredo Amaral - UniRV DEFINIÇÃO Doença granulomatosa sistêmica; Blastomicose sul-americana Micose de Lutz Acomete qualquer órgão: ⭐pulmão, órgãos com muitas células do sistema fagocítico-mononuclear, mucosas de vias aerodigestivas superiores, pele e suprarrenal Agente etiológico: fungos termodimórficos (mudança de forma depende da temperatura) Paracoccidioides brasiliensis EPIDEMIOLOGIA PCM - micose endêmica + importante da América Latina Brasil: ⭐ Sudeste, centro-oeste e sul Áreas úmidas da américa central e do sul Trabalhadores rurais ► contato contínuo com o solo Doença pode desenvolver anos depois; PARACOCCIDIOIMICOSE 2 Sexo masculino🌟 (proteção do estrogênio que dificulta proliferação fúngica) P. brasiliensis → receptor citoplasmático para hormônio b-estradiol → impede transformação do micélio inalado para o tipo patogênico leveduriforme Faixa etária: 30-59 40-29 🌟 Etnia parda > Tabagismo ► aumenta risco para PCM pulmonar Relatada em pacientes com outras doenças-base: Oat cell carcinoma; Doença de Hodgkin; Transplante renal; LES; Malária; AIDS > Regiões úmidas, com solo geralmente ácido, temperatura 15-30°C ETIOLOGIA P. brasiliens Fungo termodimórfico Antígeno: glicoproteína 43kDa - Gp43 ↓ 35º ► produz os conídios → formas infecciosas 37º ► assume forma de levedura, com múltiplos brotamentos de base estreita ligados à célula-mãe Resposta imunológica: Predominante Th1 → resistentes à doença Predominante Th2 → sensíveis à doença PARACOCCIDIOIMICOSE 3 Eucariontes não móveis Dependem de propriedades adesivas Estágios: adesão, colonização, internalização, disseminação PARACOCCIDIOIMICOSE 4 FISIOPATOLOGIA Pulmão = porta de entrada (+ comum) Conídios são inalados ► Pulmão ► bronquíolos terminais e alvéolos ► micelial vira levedura Imunidade mediada por células Neutrófilos também exercem um papel 🌟 PARACOCCIDIOIMICOSE 5 Disseminação linfática para linfonodos paratraqueais e parabrônquicos → reação granulomatosa Complexo primário paracoccidióidico: polo parenquimatoso + linfangite ascendente + polo ganglionar satélite Resposta imune satisfatória = progressão para focos latentes Cicatrizes em órgãos afetados = fibrose (ex) Histopatologia: Duplicidade reativa: infiltração exsudativa com microabscessos de neutrófilos e granuloma gigantocitário com parasitas no interior SINAIS E SINTOMAS Paracoccidioidomicose Aguda/Subaguda (Juvenil): < 10% Doença do sistema reticuloendotelial com ampla difusão para fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea Pacientes < 30 anos; Imunossuprimidos HIV ► rápida progressão cutânea, linfadenopatia, hepatoeplenomegalia, envolvimento pulmonar grave e hipoxemia Paracoccidioidomicose Crônica (Adulto): Progressão lenta por anos; 90% dos pacientes Homens mais velhos >> Pulmão🌟 Parece tuberculose ► tuberculose rural Radiografia: Lesões nodulares intersticiais ou cavitárias nos lobos médios e inferior do pulmão Lesões mucosas ulcerativas ou nodulares (narinas anteriores, boca, laringe) → progressão pode levar à disfonia e estenose de vias respiratórias PARACOCCIDIOIMICOSE 6 Lesões cutâneas → face🌟 Papulares, nodulares, ulcerativas, forma de placa Envolvimento da suprarrenal Lesões mucosas: Estomatite moriforme de Aguiar Pupo → lesões eritematoexulceradas com pontilhado hemorrárico Parece amora, morango Lábio trombiforme, lesões infiltrativas, vegetantes → mucosas Sialorreia Lesões cutâneas: Estomatite moriforme Lesão vegetante em narinas PARACOCCIDIOIMICOSE 7 Metade superior do corpo > Fundo da lesão: mamilonado, pontilhado hemorrágico, aspecto moriforme Pode ter lesões tuberosas, em placa → parecendo sarcoidose ou lúpus Adenopatias: Regionais ou generalizadas → parece linfoma Pode ter amolecimento e fistulização → tuberculose ganglionar Lesões pulmonares - Padrões radiológicos: Micronodular - miliar → intersticiais disseminadas em hemitórax Nodular Infiltrativo → terço médio >> Pneumônico → comprometimento alveolar com focos de condensaçãoem aspecto broncopneumônico flocoso, bilateral e simétrico🦋 DIAGNÓSTICO Cultura ► pode demorar 4 semanas Exame direto: Células arredondadas com membrana de duplo contorno, gemulação única ou múltipla Histopatológico: Técnicas argênticas ou PAS Provas imunológicas: Anticorpo anti-P brasiliensis Exames de imagem; Hemograma → oligocitemia normocrômica, leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda, eosinofilia, linfócitos atípicos ; Pesquisar BAAR no escarro → associações com tuberculose Pacientes graves: pode fazer o exame direto de fluidos corporais, expectoração ou material purulento PARACOCCIDIOIMICOSE 8 Morfologia: Células de levedura com parede espessa com múltiplos brotamentos pequenos → leme de navio Se forem dois brotamentos → mickey mouse TRATAMENTO Sulfametoxazol + trimpetoprima SMZ: 2.400mg/dia TMP: 480 mg/dia Itraconazol → 200mg/dia por 6-12 meses Cetoconazol → 200-400mg por dia por 1 ano + Barato💰 + Efeitos colaterais❌ Fluconazol - última opção Casos de acometimento neural PARACOCCIDIOIMICOSE 9 Corticosteroides sistêmicos: Evitar reações imunológicas - casos de fibroses Predinisona 1mg/kg/dia - 2-3 semans PROGNÓSTICO Boa resposta à terapia antifpungica Pacientes infectados com HIV não possuem uma boa resposta Envolvimento pulmonar → elevado risco de fibrose progressiva REFERÊNCIAS: Azulay, Rubem D. Dermatologia, 7ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017.
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