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IRMANDADE DE SÃO JOÃO BATISTA DE MACAÉ UTI Neonatal “Leandro Soares” Rotinas práticas para uso diário Infectologia Pediátrica 4ª Edição Responsável pela elaboração dos protocolos: Dr. Charbell Miguel Haddad Kury Título de Especialista em Infectologia Pediátrica pela AMB / SBP / SBI 2016 SUMARIO 1. CAPITULO 1 – Protocolos de internação e rotinas diárias – pág. 03 ANEXO 1 – Lista de Precauções padrão ------------------------ pág. 07 ANEXO 2 – Quadro de Bactérias Multi-R----------------------- pág. 08 ANEXO 3 – Quadro de Bactérias X secreções ----------------- pág. 08 2. CAPITULO 2 – Protocolo de manejo de cateteres------------ pág. 09 ANEXO 1 – Guideline para manejo de cateter ---------------- pág. 12 3. CAPITULO 3 – Manejo do RN exposto ao HIV ---------------- pag. 14 4. CAPITULO 4 - ORIENTAÇÃO PARA A COLETA DE EXAMES-pag. 17 5. REFERENCIAS ------------------------------------------------------ pag. 18 CAPITULO 1 - PROTOCOLO DE INTERNAÇÃO E ROTINAS DIÁRIAS Este protocolo se fundamenta nas normativas brasileiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)1 e nos documentos técnicos sobre o tema oficiais, além da colaboração dos textos internacionais obtidos pela revisão de literatura na Revista “The Pediatric infectious Disease Journal” e novas recomendações da Academia Americana de Pediatria (AAP) e os Programas de Atualização Médica brasileiros. O primeiro capítulo este protocolo se baseia em uma breve revisão dos textos acadêmicos para as decisões mais imediatas do dia-a-dia. A prevenção das infecções hospitalares se baseia não apenas em se evitar o aumento de uso de antibióticos e consequentemente resistência bacteriana, mas também evitando a infecção cruzada que pode causar surtos fatais. Para tanto, antes de se iniciar o passo-a-passo na sequencia de internação, deve-se atentar para o conhecimento sobre o uso das precauções padrão corretamente, que estão listadas no anexo do capítulo 1. 1.1)Rotinas para a internação PRIMEIRO PASSO – Caracterizar a presença de fatores de risco e a decisão em considerar o RN de baixo, médio ou alto risco segundo a Academia Americana de Pediatria para a tomada de decisão em iniciar antibióticos16: 1. Baixo risco – somente fatores de risco – a)Parto vaginal b)Dois fatores de risco maternos para a infecção: febre materna (38.5ºC), ruptura de membranas por 28h, swab vaginal negativo para Estreptococo c)Bebê a Termo sem sinais e sintomas 2h após o parto. 2. Médio Risco – Sinais clínicos sem fatores de risco – a)Parto vaginal b)Nenhum fator de risco materno c)Bebê nascido a termo com quadro de desconforto respiratório (taquipneia de cerca de 70irpm, retrações costais, gemidos, palidez, tempo de enchimento capilar de 3 segundos d)Sinais detectados 2h após o nacimento. 3. Alto risco – Fatores de risco presentes no nº 1 acima + sinais clínicos do nº 2. SEGUNDO PASSO – REALIZANDO A INTERNAÇÃO • Para RN nascidos na ISJB – precauções padrão, coleta de hemocultura e avaliação de início ou não de ATB. • A Coleta da Hemocultura deve ser feita idealmente em 2 sítios de punção diferentes, com 2 frascos. • De acordo com o estudo de Saha e cols (PIDJ, 2016), há um tempo ótimo de coleta de hemocultura para identificação, especialmente se for usado o sistema BACTEC®. Neste caso, evitar colher e deixar o frasco em repouso, conduzir imediatamente ao laboratório para a inoculação, senão passa-se o tempo ótimo para o disparo do alarme de crescimento. Sugere-se que não se passe de 8h para a inoculação17. • Colher PCR no ato da internação e Hemograma após 24h. • Para RN nascidos em outros Hospitais – Estabelecer precauções de contato, e swabs de internação inguinal (ou umbilical), perianal e nasal. • De acordo com a Academia Americana de pediatria, a punção lombar dependerá da presença de hemocultura positiva, suspeita forte de sepse e piora clínica durante a terapia. OBSERVAÇÕES • O Isolamento de Contato deverá ser instituído em todos os RN que vierem transferidos, ou nascidos há mais de 24 horas na ISJB. Deve- se atentar que caso haja presença de bactérias Gram positivas, como Staphylococcus sp. nos swabs, a precaução deve ser mantida somente em caso de germes multirresistentes (Multi-R)2. • Caso haja presença de agentes Gram negativos, a precaução de contato deve ser retirada somente em caso de bactérias não multirresistentes (Multi-R). Caso estes estejam presentes, o isolamento de contato persiste até a alta, salvo em situações debatidas no item 1.32. • Embora estudos conduzidos por Macnow e colaboradores (PIDJ, 2013)3 possuem evidências de baixa transmissibilidade por infecção cruzada trazida por RN transferido, principalmente em menores de 7 dias de vida, estes dados são americanos e não refletem a realidade brasileira, que reafirma a necessidade de manter em isolamento de contato. 1.2)Uso Antibióticos De acordo com a academia americana de Pediatria, alguns aforismos são importantes para definição de uso ou não de antibióticos. Primeiro, devemos saber sobre a baixa incidência em UTIs neonatais de sepse precoce. Neste sentido, se usassem antibióticos em todos os bebês de alto risco, haveria a necessidade de se tratar 118 bebês para se prevenir uma sepse confirmada; caso houvesse um bebê de médio risco, seriam necessários 823, e se fosse de baixo risco seriam necessários 9370 tratamentos. Caso a análise de causalidade pensasse em mortalidade, esta varia em termos de sepse precoce nas UTIs neo em cerca de 1,5 a 2%. Para tanto, teriam que tratar cerca de 7000 crianças para prevenir uma morte. Para isso, a AAP recomenda o seguinte: a) Médio Risco + Alto risco – Colher hemocultura, hemograma e PCR -> iniciar tratamento b) Baixo risco – apenas fatores de risco – Tratar apenas se houver alteração de laboratório. c) Presença de Corioamnioite sem sinais clínicos – Tratar O início de um novo esquema de antibiótico ou troca por outro esquema é um evento que deve ser debatido e aceito pela Rotina. Para tanto, seguem as sequencias de esquemas sugeridos. 1. Esquema 1 – Ampicilina + Sulbactam - UNASYN® (1,5g ou 3g) + Gentamicina 2. Esquema 2 – Cefepime 1g (Melhor penetração no SNC, e deve ser associado à Vancomicina caso tenha presença de cateter ou outros dispositivos invasivos) 3. Esquema 3 – Piperacilina + Tazobactam 4g (menor penetração no SNC, e deve ser associado à Vancomicina caso tenha presença de cateter ou outros dispositivos invasivos). Avaliar metronidazol caso necessário. 4. Esquema 4 – Meropenem 500mg. (Alternativamente com Vancomicina caso tenha presença de cateter ou outros dispositivos invasivos). TEMPO DE TRATAMENTO A AAP recomenda o que se segue: • Tratamento até 72 horas nos bebês a termo e 96h nos pré termo, suspendendo o antibiótico na vigência de hemocultura negativa e outros exames negativos tais como hemograma e PCR • Bacteremia sem um foco identificável de sepse, tratar por 10 dias. • Caso esteja em cateter, pode-se suspender o antibiótico, e quando da retirada do cateter, fazer esquema de retirada, conforme capítulo 2. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES a) OBS: Metronidazol pode ser alternativamente acrescentado caso haja manipulação cirúrgica de intestino ou suspeita de NEC. Lembrar que a piperacilina + tazobactam possui cobertura para anaeróbios. b) Considerar associação com Sulfametoxazol + Trimetroprim caso haja resistência à ação do Meropeneme achado de S. Maltophilia. c) Considerar introdução de Fluconazol em dose profilática de 3-6mg/Kg em prematuros menores de 1Kg. Para dose terapêutica, observar próximo tópico. d) A infecção por L. Monocytogenes é 18X mais comum nas gestantes do que nas não gestantes, de maneira que esta doença se adquire através de contato com a bactéria em gotículas advindas do vapor do ar condicionado, e se manifesta como uma síndrome “flu like”, com febre, dor de garganta, dores musculares e gripe. Neste caso, as penicilinas agem na listeriose, que pode ser adquirida de forma transplacentária. Deve-se ressaltar que as cefalosporinas não agem na listeriose, e assim, caso seja iniciado cefepime, deve-se manter a ampicilina por 10 dias. (Okike e colaboradores, PIDJ, 2013)4. e) As doses dos antibióticos, de acordo com os dados de idade gestacional e tempo de vida estão localizadas no livro Neofax®5, presente na estante de livros da UTI neonatal. f) A dose de UNASYN® deve ser feita respeitando o componente Ampicilina da formulação. Assim, na apresentação 1,5g temos 1g de ampicilina e 500mg de Sulbactam; na apresentação 3g temos 2g de ampicilina e 1g de Sulbactam. A dose de RN é de 100-200mg/kg/dia de ampicilina, dividida em 2 tomadas, 12/12h. Para calcular usar sempre a quantidade de ampicilina, a saber 1g e 2g, respectivamente nas apresentações de 1,5 e 3g. 1.2.1)Esquemas Alternativos de Antibióticos (A serem autorizados Pela Rotina como esquema de resgate) 1. Esquema 5 – Amicacina + Ceftazidime + Teicoplamina 2. Esquema 6 – Ciprofloxacino* + Teicoplamina + Amicacina. 3. Esquema 7 – Levofloxacino® + Teicoplamina + Amicacina. 4. Esquema 8 – A rigor, acrescentar Clindamicina como alternativa para Staphylococcus e anaeróbios. OBSERVAÇÕES: -Antibióticos como Polimixina B, Colistina, Daptomicina ou Linezolida devem ser usados apenas sob autorização da Rotina, e são antibióticos não padronizados no Hospital. *De acordo com Kaguelidou e colaboradores (PIDJ, 2013)6, o ciprofloxacino mostrou-se efetivo e bem tolerado nos neonatos, de forma que pode ser usado dentro dos parâmetros da CCIH do serviço como terapia de resgate caso haja falha nos esquemas primários. ®Em artigo recente, Sundari e colaboradores (2016) demonstraram a farmacocinética e eficiência da levofloxacino, que deve ser usada na dose de 15- 20mg/kg, nos < ou = a 5 anos e 10mg/kg em maiores. † Chamamos uma bactéria de MDR (multi drug gram negative resistant) quando ela consegue ser resistente a diversos mecanismos de resistência, assim sendo, aos beta-lactâmicos, cefalosporinas, Carbapenêmicos e fluoroquinolonas. Esta bactéria pode ser achada por swabs de vigilância. Esta definição é encontrada no estudo de Simon e Tenebaum (PIDJ, 2013)7. 1.2.2)Esquemas Antifungicos Terapêuticos • Os fungos do gênero Candida sp. São a terceira causa mais comum de sepse tardia, de forma que são relacionadas a uma mortalidade atribuível de até 25% dos casos. • São fatores de Risco para a Infecção por fungos: peso < 1.500g; uso de cateteres vasculares, Nutrição parenteral, uso de antibióticos e Bloqueadores de H2 (Ranitidina) e bomba de prótons (Omeprazol). • Iniciar dose profilática de Fluconazol em todos os menores de 1000g. Iniciar dose terapêutica de Fluconazol em caso de suspeita de infecção fúngica, através de achados clínicos (RX com imagem mantida a despeito de troca de antibiótico), plaquetopenia e presença de hifas + na urina. • Considerar a introdução de Anfotericina B em neonatos com falha terapêutica com Fluconazol ou doença fúngica grave ou por espécies de Candida naturalmente resistentes ao Fluconazol, como a Candida glabrata ou Krusei, bem como a C. Parapsilosis. (Pammi et al, PIDJ, 2013)8. OBS: Estudos conduzidos têm relatado a relação entre a infecção invasiva fúngica e a colonização por fungos maternos durante a gestação, demonstrando que a colonização do neonato é prévia a internação na UTI neonatal. Os achados pelas técnicas de PCR e pulse field permitiram inferir que há similaridade nos fungos encontrados nas superfície da pele das mães e aqueles encontrados nas infecções invasivas dos recém nascidos. 1.3)Bactérias Multiresistentes e Swabs de vigilância A infecção Hospitalar por bactéria multi-R pode causar ao paciente pior prognóstico, internação prolongada e uso de antibióticos com maior produção de resistência bacteriana. Quando uma bactéria Multi-R está colonizando um único paciente, o isolamento de contato é suficiente para conter a disseminação. Mas ás vezes temos bactérias endêmicas na unidade, que podem estar presentes em outros pacientes com internação prolongada. Para isso que, semanalmente, serão adquiridos pelas equipes de enfermagem swabs de vigilância dos pacientes internados, respeitando-se as seguintes questões: • Este procedimento visa a avaliação da mocrobiota circulante e a procura de Multi-R • Todos os RN deverão ter seus swabs anal, inguinal e orofaringe coletados uma vez da semana e alternativamente de secreções presentes como em secreções oculares e de feridas. • A presença da bactéria no swab de vigilância indica apenas COLONIZAÇÃO, e não infecção. • Todos estes achados deverão ser comunicados via formsus na ANVISA pelo representante técnico da Rotina. OBSERVAÇÕES: • Estudos conduzidos por Smith e colaboradores (PIDJ, 2010)9 dão conta de que os achados no swab de vigilância de bactérias gram negativas em menores de 1.500g pode ser um importante indicador da bactéria que esteja causando o quadro invasivo. Neste estudo, havia mais de 90% de concordância no achado da bactéria gram negativa na doença invasiva e no swab perianal de vigilância. • Neste estudo, o parto vaginal, o peso menor de 750g; uso de catateres, vancomicina, ventilação mecânica e bomba de prótons e bloqueador de H2 foram associados mais com doença invasiva por bastonetes gram negativos. • Vale ressaltar que o peso maior de 1.000g, parto vaginal, e tratamento com carbapenêmicos esteve mais relacionado com a colonização com bastonetes gram negativos. 1.3.1)Recomendações importantes2 1. Os protocolos brasileiros e internacionais que recomendam sobre a necessidade de isolamento de contato referem que na presença de germes Multi-R, o tempo de isolamento deve ser até a alta. 2. Ocorre que pode haver encurtamento no tempo de isolamento, a cargo da decisão pelo CCIH do Hospital, caso haja período de internação muito longo. 3. Os critérios para se encurtar o isolamento são a presença de 2 culturas de vigilância negativas consecutivas em um intervalo de uma semana, em dois materiais habitualmente encontrados (ver lista de secreções biológicas no Anexo 3), ou no material inicialmente isolado. -Deve ser levado em conta que essas culturas somente devem ser colhidas após suspensão dos antibióticos nos pacientes infectados 4. Novos estudos estão sendo conduzidos para demonstrar que o uso de antibióticos agem dentro do microbioma intestinal, destruindo as bactérias intestinais que trazem proteção imunológica. A destruição destas bactérias por curso de antibióticos prolongada causa disbiose e alterações imunológicas graves. O uso de prebióticos e probióticos parece reduzir isso. ANEXO 1 – LISTA DE PRECAUÇÕES PADRÃO ANEXO 2 – LISTA DAS PRINCIPAIS BACTÉRIAS MULTI RESISTENTES ANEXO 3 – QUADRO DE BACTERIAS E SECREÇÕES MAIS RELACIONADASCAPITULO 2 – PROTOCOLO DE MANEJO DE CATETERES O uso de cateteres centrais deve ser indicado apenas se o acesso periférico não for possível, ou for insuficiente. Os cateteres mais usados em neonatologia são o Cateter central de inserção periférica (PICC); Cateter umbilical e o cateter de inserção por dissecção venosa Portocath®. As infecções Hospitalares associados a estes cateteres são em sua maior parte associados a progressão de microrganismos da pele pelo túnel de inserção, causando infecção da corrente sanguínea que frequentemente não possui relação com sinais inflamatórios na pele. Alternativamente, as infecções de corrente sanguínea associada a cateter pode ocorrer por penetração de bactérias no lumem do cateter através de dispositivos de conexão. Alguns indicadores abaixo devem ser estritamente seguidos: • Cateter Umbilical – deve ter duração máxima de 7 dias. • PICC – Duração incerta, porém os procedimentos de manutenção do PICC, com reconstituição do mesmo são danosos e aumentam o risco de sepse¥. • Demais cateteres – tempo incerto, mas a rigor deve ser mantida a vigilância e se evitar a reconstituição. 2.1)OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 1. Os estudos têm mostrado que sempre quando se tem um RN em tratamento de uma sepse utilizando um cateter, jamais deve ser dada alta ao mesmo com o cateter retirado imediatamente após o ATB. Esse procedimento pode ser arriscado, pois os cateteres costumam produzir biofilme, molécula proteica que permite a resistência do cateter ao ATB e a retirada do cateter mobiliza a bactéria que recorre ao sangue. Assim, sugere-se que a retirada do cateter seja antecipada, uma linha venosa por jelco seja inserida e o ultimo dia do ATB seja pelo jelco inserido. Estes fundamentos se encontram nos documentos de Wolf e colaboradores (PIDJ, 2013)10. Em um outro estudo (Pandelidis e cols, PIDJ, 2013)11 relacionou a presença de biofilme e a piora de quadros respiratórios como broncodisplasia pulmonar com a bactéria Ureaplasma spp. Desta forma, trata-se de importante cuidado o manejo do cateter antes da alta do paciente. 2. ¥Estudos conduzidos por Lundgren e cols (PIDJ, 2012)12 dão conta de que reparos no PICC em sequencia aumentam a chance de infeção relacionada a Cateteres em 4X a taxa normal de infecção por este cateter. Se o neonato estiver com piora do quadro, avaliar retirada e troca do cateter. 2.2)Coleta de Ponta de Cateter para a Cultura O hábito de colher a ponta de cateteres para cultura deve ser uma rotina de trabalho da UTI neo. 2.2.1)Indicações para a coleta de ponta para a cultura: • Presença de secreção ou sinais inflamatórios no local de inserção. Sacar o cateter, encaminhar para a cultura e obter acesso em outro local. • Instabilidade hemodinâmica e suspeita de bacteremia associada a cateter. Sacar o cateter, obter a cultura e obter acesso em outro local. 2.2.2)Recomendações para a coleta • Coleta de hemocultura através de cateter pode ser realizada, caso haja dificuldade de novo acesso central, mas ele deve ser pareada com hemocultura de acesso periférico. • Somente encaminhar a ponta para a cultura se o cateter for retirado por suspeita de infecção. Não enviar ponta para a cultura como rotina de qualquer cateter retirado. 2.2.3)Técnica de coleta • Antes de retirar o cateter, fazer antissepsia do local da inserção com álcool a 70% para se evitar a contaminação da microbiota da pele. • Realizar procedimento com técnica asséptica, com campo fenestrado cobrindo a área para o local de inserção do cateter. • Cortar aproximadamente 5cm da extremidade do cateter que estava inserida no paciente, colocando em tudo estéril. • Encaminhar imediatamente ao laboratório de microbiologia. 2.2.4)Tratamento2 • Cateter > 15 Unidades formadoras de colônia (UFC) + Hemocultura positiva para o agente – tratar por até 7 dias após a remissão do quadro clínico. Para Staphylococcus coagulase negativa, tratar por 7 dias no total. • Cateter > 15 UFC ou sinais inflamatórios locais com hemocultura negativa e sem sinais sistêmicos de infecção – sacar cateter e manter tratamento pelo tempo indicado • Cateter > 15 UFC + Hemocultura negativa porém com sinais sistêmicos de infecção sem outro foco – tratar por 7 dias baseado no antibiograma. ANEXO 1 – GUIDELINE PARA O MANEJO DO CATETER CAPITULO 3 – MANEJO DO RN EXPOSTO AO HIV 4.1)Generalidades Este Capítulo se destina a apresentar as recomendações atuais do Ministério da saúde13 na profilaxia da transmissão pelo HIV em recém nascidos. As linhas gerais no manejo do RN exposto e no tratamento do HIV em pediatria são as seguintes: n Cuidados imediatos ao nascer n Profilaxia da Infecção do HIV com AZT na mãe (14ª semana + AZT EV no parto) n Profilaxia da Infecção pelo HIV no RN com AZT e Nevirapina n Profilaxia da Infecção pelo Pneumocystis jiroveci n Presença de outras infecções associadas ao HIV (Sífils, HTLV, HCV, HBV, Herpes, CMV, Toxoplasmose, BK). n Acompanhamento da infecção na Mãe e dos eventos adversos no RN. n Imunizações. Do ponto de vista da exposição neonatal ao HIV, têm-se três momentos em que a exposição levará a possibilidade de transmissão vertical. São eles: 1)Durante a Gestação – Placenta 2)Momento do Parto – Exposição a Sangue e secreções 3)Após o Parto – Leite Materno ou Aleitamento cruzado Em relação ao risco de transmissão vertical, alguns fatores de risco devem ser considerados e aumentam as chances de infecção no Recém-nascido: 1)Outras DST 2)Corioamnionite 3)Uso de drogas ilícitas 4)Bolsa rota acima de 4 horas 5)Procedimentos invasivos 6)Parto Normal, prolongado 7)CD4 baixo e CV detectável. Na anamnese materna, deve-se investigar: 1)CV e CD4 Materna 2)Momento do Diagnóstico (antes, durante ou após) 3)Uso de Terapia Antiretroviral profilática ou terapêutica, com dados de adesão. 4)Coinfecções (BK, DST) 5)Presença de Corioamnionite, procedimentos invasivos (amniocentese, amniotomia, forceps, trabalho de parto prolongado, parto normal). 6)Tempo de bolsa rota 7)Uso de drogas ilícitas 8)Uso de AZT EV no parto 9)Aleitamento, Prematuridade. 4.2)Cuidados do RN exposto A sequencia de ações deve ser instituída tão logo tenha nascido o recém nascido e a adesão estrita ao protocolo é diretamente relacionada a não ocorrência de casos de HIV+. A sequencia é a seguinte: 1)Clampeamento imediato do Cordão 2)Aspirar delicadamente as secreções das VAS para evitar traumatizar mucosas. 3)Limpeza com compressas e banho com água corrente na sala de parto. Não usar banheira. 4)Iniciar 1ª dose de AZT nas 1as horas Pós parto 5)Alojamento conjunto 6)Não amamentar 7)Hemograma antes do AZT e no fim Da profilaxia. 8)Consulta em SAE em 30 dias 9)Notificação Compulsória. 4.3)Tratamento do RN exposto14, 15 As recomendações para tratamento dos RN expostos durante anos foram baseadas apenas na utilização do antirretroviral Zidovudina (AZT), que permanece sendo usado, mas desde 2012 o Ministério da Saúde acrescentou o antirretroviral Nevirapina em associação com o AZT, para os pacientes que possuírem outros fatores de risco associados, que serão debatidos adiante. 4.3.1)AZT • Iniciar ao nascer ou nas 1as 6-12h de vida • 4mg/kg/dose de 12/12h • Fazer por 6 semanas • No RN > ou = a 35 semanas, sem opção VO, fazer IV, 1,5mg/kg 6/6h. • Prematuros – 2mg/kg 12/12h na 1ª sem. (depois 8/8h) 4.3.2)Nevirapina • Deve ser associado quando a mãe não fez antiretroviral na gestação ou, obviamente, não fez pré-Natal. • Dosenos maiores de 2Kg = 12mg/dose. Nos menores: 8mg/dose. • 1ª dose: ao nascer / 2ª dose 48h após 1ª / 3ª dose – 96h após 2ª dose. 4.3.3)Profilaxia para P. Jiroveci (antigo P. carini) 1)Início a partir de 4 a 6 semanas, em todos os expostos ao HIV, até a exclusão da infecção pelo HIV. 2)Interrupção se HIV for excluído após 12 meses ou CD4 > 15% OBS: Caso haja a internação de um prematuro e o tempo de internação na UTI neonatal completar 4 semanas com o RN internado ainda, deve-se começar a profilaxia, que é realizada com o antibiótico CAPITULO 4 – COLETA DE EXAMES DA UTI NEONATAL – PASSO-A-PASSO A)Generalidades 1. No ato da Internação – PCR, Magnésio, Tipo sanguíneo, Rh, VDRL, Hemocultura, Gasometria. 2. Após 24h – Hemograma, sódio, potássio, proteínas, creatinina, uréia e outros. 3. Swabs de região inguinal, perianal e oral nos que chegam mais de 24h transferidos. 4. Semanalmente, colher swabs de vigilância microbiológica. 5. Utilização de microtécnica para redução de espoliação dos recém natos. B)Procedimentos 1. Coleta dos exames 2. Cadastramento das etiquetas de código de barras. 3. Preenchimento dos pedidos 4. Solicitação de transporte ao Laboratório Plínio Bacelar. 5. Análise do resultado on line. Referências: 1. MINISTERIO DA SAUDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. NEONATOLOGIA: Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Brasília, setembro de 2010. 2. Cassettari, Valéria Chiaratto; Balsamo, Ana Cristina; Silveira, Isa Rodrigues. Manual para prevenção das infecções hospitalares 2009. Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. 3. Macnow, T.; O’Toole, D.; Delamora, P.; et al. Utility of Surveillance Cultures for Antimicrobial Resistant Organisms in Infants Transferred to the Neonatal Intensive Care Unit. Pediatr Infect Dis J 2013;32:e443–e450. DOI: 10.1097/INF.0b013e3182a1d77f 4. Okike, I.; Lamont, R. F.; Heath, P.T.; Do We Really Need to Worry About Listeria in Newborn Infants? ESPID REPORTS AND REVIEWS. Pediatric Infectious Disease Journal v. 32 nº 04, April 2013. P 407-409. 5. NEOFAX®. 24ª ed. 2011. Thompson Reuters. 6. Kaguelidou, F.; Turner, M. A.; Choonara, I.; Ciprofloxacin Use in Neonates: A Systematic Review of the Literature. Pediatr Infect Dis J 2011;30: e29– e37. DOI: 10.1097/INF.0b013e3181fe353d 7. Simon, A.; Tenenbaum, T. Surveillance of Multidrug-resistant Gram- negative Pathogens in High-risk Neonates—Does it Make a Difference? ESPID REPORTS. Pediatric Infectious Disease Journal v. 32 nº 04, April 2013. P 407-409. 8. Pammi, M.; Holland, L.; Butler, G.; et al. Candida parapsilosis Is a Significant Neonatal Pathogen: A Systematic Review and Meta-analysis. Pediatr Infect Dis J 2013;32: e206–e216. DOI: 10.1097/INF.0b013e3182863a1c 9. Smith, A.; Saiman, L.; Zhou, J.; et al. Concordance of Gastrointestinal Tract Colonization and Subsequent Bloodstream Infections With Gram-negative Bacilli in Very Low Birth Weight Infants in the Neonatal Intensive Care Unit. Pediatr Infect Dis J 2010;29: 831–835. DOI: 10.1097/INF.0b013e3181e7884f 10. Wolf, J.; Curtis, N.; Worth, L.; Flynn, P.; Central Line–associated Bloodstream Infection in Children: An Update on Treatment. ESPID REPORTS AND REVIEWS. Pediatric Infectious Disease Journal v. 32 nº 08, August 2013. P 905-910. 11. Pandelidis, K.; McCarthy, A.; Chesko, K. L.; Viscardi, R. M.; Role of Biofilm Formation in Ureaplasma Antibiotic Susceptibility and Development of Bronchopulmonary Dysplasia in Preterm Neonates. Pediatr Infect Dis J 2013;32: 394–398. DOI: 10.1097/INF.0b013e3182791ae0 12. Lundgren, I. S.; Zhou, C.; Malone, F. R.; et al. Central Venous Catheter Repair Is Associated With an Increased Risk of Bacteremia and Central Line- associated Bloodstream Infection in Pediatric Patients. Pediatr Infect Dis J 2012;31: 337–340. DOI: 10.1097/INF.0b013e31823eeec5 13. Ministerio da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual Técnico para o diagnostico da Infecção pelo HIV. Brasília, Dezembro, 2013. www.saude.gov.br/svs 14. Infectologia / Coordenadores: Heloisa Helena de Sousa Marques, Pedro Takanori Sakane, Evandro Roberto. – Barueri. SP: Manole, 2011 – (Coleção Pediatria, 18/editores: Benita G. Soares Schvartsman, Paulo Taluf Maluf, jr) 15. Infectologia: Pediatria / Coordenadora: Denise Cardoso das Neves Sztanjbok. Organizadores: Edson Ferreira Liberal, Marcio Moacyr Vasconcelos – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 260p. 16. Van Herk W, El Helou S, Janota J, et al. Variation in current manegement of Term and late pre-term neonates at risk for early onset sepsis. The Pediatric infectious Disease Journal. Vol 35, number 5, may 2016. 17. Saha S, Shahidul Islam, Qureshi SM, et al. Laboratory Methods for Determining Etiology of Neonatal Infection at Population-based Sites in South Asia – The ANISA Study. The Pediatric Infectious Disease Journal • Volume 35, Number 5, Supplement 1, May 2016