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Nome: Raiana Roberta Corrêa Matrícula: 17203781 Disciplina: Processamento de Materiais Poliméricos Lista de exercícios 3 1) Explique porque o processo de injeção de termoplásticos não pode ser considerado um processo contínuo? É um processo descontínuo, pois acontece em várias etapas que se repetem a cada ciclo de injeção. O material é plastificado dentro de um barril e misturado até se tornar homogêneo. Então ele é dosado e injetado sob pressão no molde de injeção. O material é resfriado, o molde é aberto e a peça moldada é ejetada. Ocorre o fechamento do molde, e então um novo ciclo de injeção se inicia. 2) Quais as vantagens do processo de injeção quando comparado com a extrusão? Exemplifique Comparado com o processo de extrusão, o processo de injeção é um método muito versátil, pois é capaz de produzir peças simples e complexas, de diferentes tamanhos e com várias aplicações, onde é possível utilizar tanto polímeros termorrígidos quanto polímeros termoplásticos. Como produtos da injeção, temos os potes, as conexões, os brinquedos, os para-choques, as engrenagens de polímeros de engenharia, as engrenagens para máquinas de mineração e também agrícola, os tanques de combustível e até mesmo as partes de um refrigerador. 3) Descreva detalhadamente a unidade de injeção de uma máquina injetora? A unidade de injeção é composta por um funil, um cilindro de aquecimento com resistências e uma rosca, com a função de plastificar e homogeneizar o material polimérico. A rosca possui movimentos de recuo, para permitir a dosagem do material, e de avanço, para injetá-lo nas cavidades do molde. A unidade de injeção é composta por: -Funil de Alimentação É o local onde ocorre o depósito de material que irá ser processado. Sua capacidade depende do tamanho da máquina injetora. Ele deve ser mantido sempre tampado para evitar a contaminação do material granulado. O funil pode ter diferentes tamanhos e formas geométricas. Além disso, ele pode ser alimentado manualmente ou por meio de um sistema pneumático. É importante que o funil tenha agitação mecânica para evitar possíveis problemas de fluxo dentro do funil. -Cilindro de Aquecimento (Canhão/Barril) O cilindro basicamente serve como alojamento e proteção da rosca. Ele possui resistências externas para o aquecimento do material, termopares para o controle de temperatura e uma zona resfriada com água próxima ao funil de alimentação (região da garganta). Possui também três ou mais zonas de aquecimento. Contém ranhuras internas para maximizar o atrito. -Rosca da Injetora A rosca da injetora opera como a rosca de uma extrusora, transportando o sólido, plastificando e homogeneizando o polímero. Os parâmetros importantes são a temperatura do cilindro, a velocidade de rotação da rosca e a contrapressão da rosca, que consiste na pressão que a rosca faz quando recua. A rosca dosa o material, plastifica e transporta o líquido. Esse material no estado líquido se acumula em frente a rosca onde temos a entrada do molde, então a rosca para de girar e injeta o material para dentro do molde. Quando a rosca retorna para girar novamente e acumular mais material ela exerce uma pressão de retorno que é chamada de contrapressão. Maiores velocidades da rosca promovem um maior cisalhamento e uma melhor homogeneização do polímero. Um maior aumento de temperatura devido ao maior atrito e cisalhamento pode comprometer a estabilidade da massa polimérica. -Bico de Injeção Consiste no final geométrico da rosca, está na extremidade do cilindro de aquecimento, onde possui um canal interno, de pequeno diâmetro em relação ao cilindro, que vai permitir a passagem do material para o molde. Quando o bico de injeção avança e empurra o material para dentro do molde, ele permanece um pouco em repouso para garantir uma pressão dentro do molde. 4) Descreva detalhadamente a unidade de fechamento de uma máquina injetora? É o local onde fica o molde. Temos a placa fixa do molde e a placa móvel, que vai fazer o movimento de abrir e fechar o molde. Também tem pinos de extração que vai ajudar a extrair a peça, e uma placa suporte para suportar a placa fixa e a placa móvel, e a pressão. Na unidade de fechamento temos um sistema de canais que é por onde o polímero flui até chegar à cavidade do molde. O dimensionamento dele depende do polímero, das suas propriedades térmicas e reológicas. Este sistema deve possuir pequena área superficial para evitar resfriamento rápido, pois para preencher o molde queremos que o material esteja no estado líquido viscoso, e quanto mais alta a temperatura menor a sua viscosidade e mais fácil será para preencher o molde. Deve haver diâmetros grandes para minimizar a resistência ao fluxo (atrito) e não devem ser muito longos para reduzir tempos de resfriamento e perda de material. O sistema de canais é constituído pelo: -Canal de injeção que liga o bico de injeção do canhão da injetora; -Canal de alimentação/distribuição que distribui o material dentro do molde até chegar ao ponto de injeção. Esse canal deve ser o mais curto possível, utilizando assim menos material e menor tempo de fluxo, -Ponto de injeção que tem como funções de aumentar a velocidade de resfriamento em pontos localizados, aumentar a taxa de cisalhamento, visando reduzir a viscosidade do polímero para preencher o molde e facilitar a extração da peça ao canal de alimentação. Na unidade de fechamento também contamos com: -Sistema de resfriamento É responsável por acelerar a solidificação, ou seja, para manter o molde com uma temperatura controlada, pois há transferência de calor, e extração da peça. Temos o sistema de refrigeração com um fluido refrigerante que pode ser óleo, uma solução aquosa, um gás. Quando abrimos o molde, ele vai extrair e então vai sair o canal de injeção e as peças. - Sistema de fechamento do molde Visa manter o molde fechado durante a injeção, evitando assim o vazamento de material e gerar pressão. -Sistema de extração da peça É responsável para garantir a fácil retirada dos moldados, sem que os mesmos sejam danificados. É responsável por extrair automaticamente a peça. 5) Qual a função do molde no processo de injeção? O molde é responsável pelo formato final da peça. Ele pode ser um molde de duas ou de três placas. A utilização de um ou de outro será em função da peça que desejamos injetar. O molde de duas placas possui uma placa fixa e uma placa móvel, sendo esta última a que normalmente promove a ejeção da peça injetada. O molde de três, além de conter a placa fixa e a placa móvel, existe também a placa intermediária, com movimento intermediário, promovendo tanto a ejeção da peça quanto a separação dos canais de injeção do moldado. O molde então é composto por essas placas que dão o formato para a peça e para os canais do molde. 6) Explique as etapas do ciclo de injeção. O ciclo é iniciado pelo fechamento e travamento do molde. Em seguida ocorre a plastificação do material polimérico dentro do cilindro, que é realizada por meio da rotação da rosca e também por meio do aquecimento do cilindro por resistências elétricas. Com isso, ocorre a injeção do polímero plastificado para o interior da cavidade ou das cavidades do molde, que ocorre por meio do avanço da rosca. Com o preenchimento das cavidades a rosca permanece no estado avançado exercendo pressão sob elas por consequência sob o material que está solidificando dentro do molde. Com o resfriamento de um material, ele tem a diminuição do seu volume, e para compensar essa contração a rosca vai exercer uma pressão de recalque. Com a finalização da etapa de recalque, a peça é mantida no molde fechado para completar a sua solidificação. Simultaneamente, o processo inicia um novo ciclo de dosagem de polímero para a próxima injeção. Quando o recalque termina, ou seja, quando a rosca recua paragirar novamente e acumular mais material, é quando o ponto de injeção solidifica. O resfriamento segue até a abertura do molde. Finalizado a etapa de resfriamento, o molde é aberto e a peça é extraída por ação de extratores mecânicos ou, mais comumente, hidráulicos ou elétricos. O ciclo de moldagem é então reiniciado por um novo fechamento do molde e etapas posteriores. Em resumo, as etapas do ciclo de injeção são: -Fechamento do Molde -Dosagem -Injeção -Recalque -Resfriamento -Extração 7) Qual a importância do recalque no ciclo de injeção? O recalque é extremamente importante no ciclo de injeção visto que tem como finalidade compensar a contração da peça moldada durante o seu resfriamento com inclusão de mais material polimérico na cavidade do molde. Sabemos que quando um material resfria, o seu volume diminui, e para suprir essa diminuição de volume a rosca exerce a chamada pressão de recalque, que servirá para manter as macromoléculas tensionadas para evitar essa contração da peça. 8) Por que a pressão de recalque deve ser menor que a pressão de injeção? Quais as consequências de uma pressão de recalque elevada no processo de injeção? A pressão de recalque precisa ser constante e menor que a pressão de injeção, pois se ela for igual a pressão de injeção a peça será muito tensionada e isso causará defeitos na peça. E, se a pressão de recalque for muito elevada, pode resultar em um alto nível de tensões residuais na peça final. 9) Como se comporta a pressão no interior da cavidade do molde durante todo o ciclo de injeção? Durante a fase de preenchimento, a pressão aumenta vagarosamente com a entrada do polímero fundido na cavidade do molde. Ocorre então o preenchimento volumétrico total da cavidade do molde pelo material líquido sem ser compactado. Em seguida, ocorre o recalque, onde a pressão sobe rapidamente e atingi um valor máximo. Com isso, sob pressão constante, é enviado mais material para a cavidade do molde para compensar a contração volumétrica do polímero durante o resfriamento. Esse processo continua até que o canal de injeção esteja congelado. Com a solidificação gradual do material polimérico, a pressão irá diminuir gradualmente também. 10) Como o material polimérico solidifica no interior do molde? O polímero irá começar a solidificar das extremidades para o centro visto que a troca térmica entre o material polimérico e as paredes do molde é mais efetiva. O material irá trocar calor com as paredes do molde até que o canal de injeção, e por consequência o ponto de injeção solidifique. Portanto, esse resfriamento acontece de forma gradual, onde a temperatura da massa polimérica muda das extremidades para o centro. 11) Quais as consequências da viscosidade do material plastificado estar muito baixa durante a fase de preenchimento do molde? Quais defeitos isto pode ocasionar? Como solucionar este problema? Se a viscosidade do material plastificado for muito baixa pode ocorrer a formação de rebarbas durante o preenchimento do molde. Para solucionar este problema devemos diminuir a temperatura do material plastificado na parte final da injetora onde se localiza o molde, e reduzir a pressão de injeção e de recalque. É importante garantir que a viscosidade do material plastificado esteja correta para preencher o molde a uma dada velocidade de injeção para evitar esse defeito na peça injetada. 12) A partir das curvas PVT para dois polímeros hipotéticos responda: a) Explique o efeito da pressão e da temperatura de processamento no volume específico dos materiais poliméricos. Partindo da temperatura ambiente e considerando a pressão ambiente, ocorre o aumento de temperatura durante o processamento que irá ocasionar um aumento de volume do material, devido à expansão térmica, até um determinado ponto onde ocorre a inclinação da reta muda. Esse ponto de inflexão localiza-se na temperatura de transição vítrea do material polimérico. Ultrapassando esse ponto o material polimérico se encontra no estado líquido viscoso. Esse comportamento ocorre em diferentes pressões, e com o aumento de pressão esse ponto irá se deslocar, pois será necessária maior temperatura para compensar o aumento de pressão, e a viscosidade não aumentar. Considerando a pressão de processamento, o material polimérico estará em uma pressão mais elevada que a pressão ambiente. O volume do material polimérico irá variar conforme a sua temperatura e pressão. Elevadas temperaturas resultam em um aumento maior de volume específico. E elevadas pressões diminuem o volume específico. b) Ao injetar estes materiais, para qual será necessário uma pressão de recalque maior durante o ciclo de injeção? Justifique a sua resposta. Por ter uma contração maior, como mostra a análise da curva PVT, o polímero semicristalino necessita de uma pressão de recalque maior do que um polímero amorfo, que possui uma contração menor. c) Qual curva representa um polímero amorfo e qual representa um polímero semicristalino? Justifique a sua resposta. Curva 1 - Polímero semicristalino Curva 2 - Polímero amorfo A curva 1 representa um polímero semicristalino, e curva 2 um polímero amorfo. De acordo com o gráfico PVT podemos notar que em certa temperatura ocorre um aumento abrupto de volume específico do material. Essa temperatura é característica de um polímero semicristalino e se refere à temperatura de fusão (Tm) da região cristalina do material. Na curva 2 esse aumento abrupto não ocorre, pois polímeros amorfos não apresentam temperatura de fusão (Tm), apenas temperatura de transição vítrea (Tg). 13) Como é o comportamento das macromoléculas durante o escoamento do material pelo canal de injeção visando preencher o molde? Qual é o efeito da temperatura e da pressão de injeção? Com o aumento de temperatura e sob tensão cisalhante as macromoléculas escorregam umas sobre as outras no sentido da tensão aplicada e se orientam, pois isso gera uma diminuição na viscosidade. As macromoléculas mais próximas da parede do cilindro se encontram orientadas onde o atrito é maximizado. Na parte central elas estão pouco orientadas, pois nesta parte a velocidade é máxima devido ao pequeno atrito entre as macromoléculas. Na parte frontal da rosca, quando o material polimérico é injetado ocorre um aumento de pressão, que é denominada pressão de recalque, que força o escoamento e a orientação das macromoléculas. A orientação das macromoléculas também aumenta com o aumento do tempo de recalque. Nas cavidades do molde elas são tensionadas devido à pressão de recalque, e no molde propriamente dito elas relaxam, assumindo uma configuração não orientada. A orientação irá diminui com o aumento da temperatura do molde, pois com o molde mais quente a taxa de troca de calor é menor, ficando a massa mais quente por mais tempo dentro do molde. Se o polímero entrar no molde em uma temperatura muito elevada, mais irá demorar mais para resfriar, e isso irá permitir que as macromoléculas retornem para seu estado mais estável. 14) Relacione três defeitos nas peças moldadas por injeção sugerindo pelo menos duas soluções para cada um deles. Formação de Rebarbas Para solucionar este problema devemos primeiramente reduzir a pressão de injeção ou velocidade de injeção, para reduzir a força de fechamento do molde. E também podemos reduzir a temperatura do material plastificado, para que o material plastificado na parte final da injetora, onde se localiza o molde, não fique com uma viscosidade muito baixa numa determinada pressão de fechamento do molde, e vaze durante o fechamento do molde, criando rebarbas. Manchas Coloridas Para resolver este problema devemos aumentar a contrapressão e velocidade de rotação da rosca para garantir uma mistura mais homogênea, e também podemos realizar a limpeza da rosca da injetora entre uma troca de material e outra. Rechupes Para sanar esse defeitopodemos aumentar o recalque, ou seja, aumentar a pressão de recalque, e se necessário o aumentar tempo de recalque. E também podemos aumentar pressão de injeção para que a dosagem seja feita de maneira adequada. Referências BECKER, Lidomar. ESTUDO DA INSTRUMENTAÇÃO DE MOLDES PARA AQUISIÇÃO DA TEMPERATURA E PRESSÃO NO PROCESSO DE INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS. 2012. 102 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenheira Mecânica., Sociedade Educacional de Santa Catarina Instituto Superior Tupy, Joinville, 2012. Disponível em: http://conteudo.sociesc.com.br/download/?tipo=anx&count=1&id=13702. Acesso em: 18 out. 2020. BLASIO, Carlos Anibal de. Solução de Defeitos na Moldagem por Injeção de Termoplásticos. 2007. 174 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/263408/1/DeBlasio_Carl osAnibal_M.pdf. Acesso em: 18 out. 2020. COLORTRONIC, Motan. Moldagem por injeção. Disponível em: https://www.motan-colortronic.com/pt/segmentos-de-mercado/moldagem-por- injecao.html. Acesso em: 18 out. 2020. MANRICH, Silvio. Processamento de Termoplásticos: rosca única, extrusão e matrizes, injeção e moldes. 2. ed. São Paulo: Artliber Editora Ltda, 2013. 485 p. PLÁSTICOS, Moldes Injeção. Estudo da fase de recalque no processamento por injeção de polímeros termoplásticos. 2020. Disponível em: http://moldesinjecaoplasticos.com.br/estudo-da-fase-de-recalque-no- processamento-por-injecao-de-polimeros- termoplasticos/#:~:text=A%20press%C3%A3o%20de%20recalque%20deve,ext ra%C3%A7%C3%A3o%20do%20produto%20%5B5%5D.. Acesso em: 18 out. 2020. PLÁSTICO, Tec. A Injetora. Disponível em: http://tecplastico.no.comunidades.net/a-injetora. Acesso em: 18 out. 2020. QUÍMICA, Betaeq. Startup de Comunicação e Ensino Sobre Engenharia. Processos: injeção x extrusão de polímeros. Disponível em: https://betaeq.com.br/index.php/2016/04/20/processos-injecao-x-extrusao-de- polimeros/. Acesso em: 18 out. 2020. http://conteudo.sociesc.com.br/download/?tipo=anx&count=1&id=13702 http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/263408/1/DeBlasio_Carl http://www.motan-colortronic.com/pt/segmentos-de-mercado/moldagem-por- http://moldesinjecaoplasticos.com.br/estudo-da-fase-de-recalque-no- http://tecplastico.no.comunidades.net/a-injetora
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