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Introdução à Mecânica dos Solos Professor: Guilherme Mussi Mecânica dos Solos - Universidade Estácio de Sá Referências Bibliográficas 1. PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 2. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. Vol. 1, - 7ª ed., Rio de Janeiro: LCT, 2015. 3. DAS, Braja M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 3ª ed. Cengage, 2019. Introdução à Mecânica dos Solos 2 Guilherme Mussi O QUE ESTUDAMOS NA GEOTECNIA??? Introdução à Mecânica dos Solos 3 Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 4 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Barragem de rejeitos é um reservatório destinado a reter resíduos sólidos e água resultantes de processos de extração de minérios Introdução à Mecânica dos Solos 5 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 6 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 7 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 8 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 9 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 10 Barragens de Rejeito Brumadinho (2019) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 11 Estabilidade de Encostas Nova Friburgo (2011) Guilherme Mussi Estabilidade de Encostas Introdução à Mecânica dos Solos 12 Nova Friburgo (2011) Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 13 Fundações Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 14 Fundações Estacas metálicas Estacas pré-moldadas de concreto Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 15 Recalques Guilherme Mussi Prédios da Orla de Santos – Muitos posteriormente foram macaqueados para suas posições originais Introdução à Mecânica dos Solos 16 Recalques Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 17 Recalques Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 18 Recalques Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 19 Recalques Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 20 Recalques Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 21 Obras de Contenção Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 22 Obras Offshore Guilherme Mussi Exploração, produção e transporte de petróleo e gás em mar aberto. Introdução à Mecânica dos Solos 23 Rodovias e Ferrovias Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 24 Escavações Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 25 Túneis Guilherme Mussi Introdução à Mecânica dos Solos 26 Meio Ambiente Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 27 Romanos - construíram estradas que são utilizadas atualmente como sub-base das modernas rodovias; Egípcios - utilizavam estacas escavadas em fundações em solos moles nas adjacências do Rio Nilo; Os prédios do Fórum e Coliseu em Roma apresentam fundações sólidas e bem drenadas Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 28 • A Torre de Pisa é o caso mais famoso de acidente geotécnico; • A construção foi iniciada em 1174, interrompida devido a recalques diferenciais, e concluída em 1350. Torre de Pisa (Itália) Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 29 • A construção ocorreu em três fases. Quatro andares foram construídos de 1173 a 1178. Depois de uma interrupção de 100 anos mais três andares foram construídos entre 1272 e 1278. Mais 80 anos de intervalo e entre 1360 e 1370 a torre foi completada; • A torre tem cerca de 60 m de altura 20 m de diâmetro e seu peso é de cerca de 14.500 tf. Antes da restauração sua inclinação era de cerca de 5,5°; • Atualmente sua inclinação é aproximadamente 3,99°. Torre de Pisa (Itália) Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 30 • Foi construída em diversas etapas entre 1573 e 1813, e sofreram com recalques diferenciais, chegando a 2,42 metros entre a torre Oeste e a região do altar mor; • O motivo não era o sistema de fundação em si, mas as condições do solo, composto por camadas espessas de argila mole que se acomodam de forma desuniforme; • Essa diferença de comportamento foi acentuada pelo fato de uma parte da catedral ter sido construída sobre os escombros de um templo asteca que comprimiu o terreno em mais de 10 metros. Catedral Metropolitana da Cidade do México e o Sagrário, igreja anexa Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 31 • Construído entre o período de 1932 e 1934, o palácio é um caso clássico de recalques de fundação; • Foram observados recalques diferenciais, da ordem de 2 metros, após sua construção (sob espessa camada de solos argilosos altamente compressíveis); • Os recalques entre a rua e a área construída acarretaram em adaptações no acesso a edificação. Palácio de Belas Artes (Cidade do México) Guilherme Mussi Histórico da Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 32 Guilherme Mussi Primeiros trabalhos científicos reconhecidos na história da mecânica dos solos: • Charles Coulomb (1773) - Princípio da resistência ao cisalhamento dos solos; • Henry Darcy (1856) – O estudo da percolação de água nos solos; • William Rankine (1856) – formulações para estudos de análises de estabilidade de maciços de terra; • Albert Atterberg (1908) – Definição dos limites que dividem os estados de consistência para solos argilosos; • Otto Mohr (1914) – Introduziu o conceito dos círculos que representam o estado de tensões atuantes na massa de solo. Futuramente, este conceito seria conjugado com o proposto por Coulomb, gerando o critério de resistência conhecido como Critério de Resistência de Mohr-Coulomb; • Wolmar Fellenius (1922) – desenvolveu um método de análises de estabilidade de taludes, considerando superfícies de ruptura circulares; • Karl von Terzaghi (1925) – Terzaghi publicou seu famoso livro Erdbaumechanik auf bodenphysikalisher grundlage (Mecânica das Construções de Terra Baseada na Física dos Solos). Foi um marco decisivo na orientação de como estudar o comportamento dos solos. Considerado o nascimento da Mecânica dos Solos; • Primeiro Congresso Internacional de Mecânica dos Solos e Fundações (1936) – Consagração da Mecânica dos Solos de maneira definitiva. Definições Introdução à Mecânica dos Solos 33 “A Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da Mecânica e da Hidráulica aos problemas de engenharia relacionados com sedimentos e outros depósitos não consolidados de partículas sólidas produzidas pela desintegração mecânica ou química das rochas, prescindindo do fato de conterem ou não elementos constituídos de substâncias orgânicas.” Karl von Terzaghi Guilherme Mussi Definições Introdução à Mecânica dos Solos 34 A mecânica dos solos estuda o comportamento dos solos quando tensões são aplicadas, como nas fundações, ou aliviadas, no caso de escavações, ou perante o escoamento de água nos seus vazios. O Eng. Geotécnico é o indivíduo competente para avaliar o comportamento dos materiais que constituem o subsolo (solos e rochas), de tal maneira que ele possa prever, com adequada precisão e para qualquer fim prático, os efeitos das atividades humanas nas condições existentes do terreno, levando em conta as limitações e condições impostas pela própria atividade desenvolvida. Guilherme Mussi Áreas Estudadas pela Geotecnia Introdução à Mecânica dos Solos 35 Geotecnia Mecânica dos Solos Mecânica das Rochas Geologia de Engenharia • Aterros • Fundações • Escavações • Estabilidade de Encostas • Obras de Contenção • Túneis • Rodovias e Ferrovias • Barragens • Obras “Offshore” • Meio Ambiente Guilherme Mussi Aplicação dos Solos na Engenharia Civil Introdução à Mecânica dos Solos 36 Na solução de muitos problemas da Engenharia Civil, o solo intervém como:• Material de Construção • Material Natural Para elaboração de projetos adequados e a realização de obras seguras e econômicas, torna- se indispensável conhecer as suas características de identificação e de classificação e, em geral, as suas propriedades de engenharia. Aterros de Estrada Barragens de Terra e Enrocamento Fundações de Edifícios Escavações de Valas e Túneis Estabilização de Encostas Guilherme Mussi Rocha Origem e Formação dos Solos 37 Guilherme Mussi • Rocha é um agregado natural formado por um ou mais minerais. Tipos de Rochas 1. Rochas Magmáticas - Formadas pelo resfriamento e endurecimento do magma (basalto e granito); 2. Rochas Sedimentares - Formadas por fragmentos de rochas decompostos e transportados que posteriormente são depositados em bacias de sedimentação. As rochas sedimentares resultam então da compactação e consolidação desses sedimentos sob elevadas pressões ou de sua cimentação por minerais (Arenito); 3. Rochas Metamórficas - Formadas por rochas pré-existentes, através da variação das condições de temperatura e pressão (Gnaisse, Mármore). Granito Arenito Gnaisse Origem e Formação dos Solos Origem e Formação dos Solos 38 Guilherme Mussi • As obras de engenharia se assentam sobre o terreno e inevitavelmente requerem que o comportamento do solo seja devidamente considerado; • Todos os solos se originam da decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta terrestre; • A decomposição das rochas em pedaços menores é chamado de intemperismo, e é decorrente de um conjunto de agentes físicos, químicos e biológicos. Intemperismo Físico Origem e Formação dos Solos 39 Guilherme Mussi • Processo de desintegração da rocha sem alteração química dos minerais que a constituem; • Agentes: água, temperatura, vento; • Variações de temperatura promovem a dilatação e a contração das rochas, gerando trincas; • Congelamento das águas que penetram pelas trincas das rochas, provocando elevadas tensões, promovendo fragmentação dos blocos; • Degradação com vento e água em contato constante com as rochas. Intemperismo Químico Origem e Formação dos Solos 40 Guilherme Mussi • Processo de decomposição da rocha, em que há modificação química ou mineralógica das rochas de origem; • O principal agente é a água, principalmente a das chuvas (aciduladas devido à dissolução de C02 da atmosfera e à presença de ácidos orgânicos provenientes da decomposição de vegetais). Á agua das chuvas penetram pelas fraturas e provocam alterações químicas dos minerais das rochas; • As principais reações químicas são: Hidratação; Oxidação; Dissolução; Hidrólise. Intemperismo Biológico Origem e Formação dos Solos 41 Guilherme Mussi • Envolve a ação da atividade de seres vivos presente numa rocha e pode envolver os seguintes fatores: Ação de bactérias ou de fungos que alteram a composição química original da rocha; Ação das raízes de plantas, provocando aumento das fraturas das rochas. Intemperismo Origem e Formação dos Solos 42 Guilherme Mussi A intensidade do intemperismo vai depender de diversos fatores: • Tipo de rocha (rocha-mãe) – os minerais que compõe a rocha, uma rocha pode ser mais suscetível ao intemperismo do que outra; • Condições climáticas – intemperismo químico mais intenso em climas quentes e úmidos; • Cobertura vegetal; • Relevo; • Duração da ação química – tempo de exposição aos agentes. Cada local vai apresentar solos de composição diferente Classificação dos Solos pela Origem Origem e Formação dos Solos 43 Guilherme Mussi 1) Solos Residuais – aqueles de decomposição das rochas que se encontram no próprio local em que se formaram. A velocidade de decomposição da rocha depende de fatores como: a temperatura, o regime de chuvas e a vegetação As condições existentes nas regiões tropicais são favoráveis a degradações da rocha mais rápidas, razão pela qual as maiores ocorrências de solos residuais situam-se nessa regiões, entre elas o Brasil; 2) Solos Sedimentares (Transportados) – são aqueles que foram levados ao seu local atual através da ação de agentes transportadores. Podem ser aluvionares (quando transportados pela água), eólicos (quando pelo vento), coluvionares ou tálus (pela ação da gravidade) e glaciares (pelas geleiras); 3) Solos Orgânicos – compostos por uma quantidade elevada de matéria decorrente de decomposição de origem animal ou vegetal. A identificação é facilitada devido a coloração escura e ao odor característico. São problemáticos por serem muito compressíveis e pouco resistentes. Ocorrência desse tipo de solo se dá em locais característicos, tais como áreas adjacentes aos rios e baixadas litorâneas. * Colúvio – formado por uma massa de solo mais heterogênea; * Tálus – formado por uma massa de solo com blocos de rochas. Solos Residuais Origem e Formação dos Solos 44 Guilherme Mussi Os solos residuais apresentam-se em horizontes com grau de intemperismo decrescente: a) Solo residual maduro (I) – superficial, e que perdeu toda a estrutura original da rocha mãe e tornou-se relativamente homogêneo; b) Saprolito ou solo saprolítico (II) – solo que mantém a estrutura original da rocha-mãe, mas perdeu a consistência da rocha. Pode ser confundido com uma rocha alterada, mas apresenta pequena resistência ao manuseio. Também chamado de solo residual jovem; c) Rocha alterada (III) – Horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de menor resistência, deixando intactos grandes blocos de rocha original. Solos Residuais Origem e Formação dos Solos 45 Guilherme Mussi Ortigão (2007) Solos Sedimentares (Transportados) Origem e Formação dos Solos 46 Guilherme Mussi Solo coluvionar Tálus. Fonte: Ortigão, 2007 Solos Orgânicos Origem e Formação dos Solos 47 Guilherme Mussi Possui quantidade elevada de matéria decorrente de decomposição de origem animal ou vegetal; Apresenta coloração escura e odor forte Constituição Mineralógica Origem e Formação dos Solos 48 Guilherme Mussi Como os solos são um produto do intemperismo das rochas, os minerais presentes em sua composição são os mesmos das rochas de origem (minerais primários), além de outros que se formam por desagregação (minerais secundários). Minerais Primários • Herdados da rocha-mãe; • Quartzo, feldspato, mica, piroxênios e olivinas. • Predominam na fração grossa Minerais Secundários • Provenientes do intemperismo dos minerais primários; • Formam a fração mais fina dos solos; • Argilominerais, óxidos e hidróxidos de Fe e Al. Quartzo • Segundo mineral mais abundante da Terra; • Bastante resistente à desagregação; • Forma grãos de areia e silte. Feldspatos • Mineral mais abundante da crosta terrestre; • São os minerais mais atacados pela natureza; • Dão origem aos argilominerais. Argilominerais – Composição Química Origem e Formação dos Solos 49 Guilherme Mussi Os argilominerais apresentam uma estrutura complexa. Na composição química das argilas, existem dois tipos de estrutura: Octaedro de alumínio – átomo de alumínio no centro, circundado por seis átomos de oxigênio; Tetraedro de silício – átomo de silício equidistante de quatro átomos de oxigênio; Lâmina de octaedro Lâmina de tetraedro Representação Simbólica Argilominerais – Composição Química Origem e Formação dos Solos 50 Guilherme Mussi Essas estruturas se unem das seguintes formas: 1) Lâminas de alumínio atraem lâminas de silício 2) Lâminas de silício se repelem Por meio da combinação destas estruturas, formam-se os seguintes grupos de argilominerais: • Caulinita; • Ilita; • Montmorilonita. Al Si Si Si Mineralogia das Argilas – Composição Química Origem e Formação dos Solos 51 Guilherme Mussi Os três principais tipos de argilominerais mais encontrados na natureza são: Ilita • Camada 2:1, ou seja, duas lâminas tetraédrica e uma octaédrica; • Lâminas de silício se repelem; • Íons de potássio (K+) aderem as partículas (ligações menos fortes – ligações iônicas);• Permite a entrada de água, porém, pouca (expandem pouco); Caulinita • Camada 1:1, ou seja, uma lâmina tetraédrica e uma octaédrica; • As camadas são firmemente empacotadas com ligações de hidrogênio (H) (fortes – ligações covalentes); • As ligações de hidrogênio impedem sua separação e a introdução de moléculas de água entre elas (não expandem). Montmorilonita/Esmectita • Camada 2:1, ou seja, duas lâminas tetraédrica e uma octaédrica; • Lâminas de silício se repelem; • Íons de cálcio (Ca++) ou sódio (Na+) aderem as partículas (ligações fracas); • Permite a entrada de água (H2O) com facilidade (expansiva); K KK Si Al Si Al Si Si Al Si Si Al Si Si Al Si Si Al Argilominerais - Superfície Específica Origem e Formação dos Solos 52 Guilherme Mussi Área superficial específica (ASE) - É a superfície total de um conjunto de partículas divida pela sua massa. 1g 1m 1 m 0,5m 0 ,5 m Área superficial = 6 m²; Massa = 1 g; ASE = 6 m²/g. Área superficial = 1,5m² x 8 = 12 m²; Massa = 1 g; ASE = 12 m²/g. • A superfície específica aumenta quanto menor o tamanho das partículas; • A diferença de superfície específica é uma indicação da diferença de comportamento entre solos com distintos argilominerais; • Quanto maior a superfície específica, maior a influência das forças elétricas. Mineral Superfície Específica Caulinita 10 m²/g Ilita 80 m²/g Montmorilonita 800 m²/g Fonte: Caputo, 2015 Origem e Formação dos Solos 53 Guilherme Mussi • As partículas de argila apresentam formato lamelar e podem apresentar carga elétrica negativa; • Nas bordas das partículas argilosas podem ocorrer carregamentos positivos; • As moléculas de água comportam-se como dipolos elétricos; • Em contato com a água, as partículas argilosas atraem seus íons positivos H+; Sistema solo-água Origem e Formação dos Solos 54 Guilherme Mussi • Com o aumento do teor de umidade, forma-se no entorno das partículas argilosas a camada dupla. Camada na qual as moléculas de água são atraídas a íons do solo, e ambos à superfície das partículas; • As primeiras camadas de moléculas de água estão fortemente aderidas em torno das partículas de argila, e recebem o nome de água adsorvida. Sistema Solo-Água Camada dupla Água adsorvida
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