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AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL

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MERITÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICÁRIA DE ${processo_cidade}  
 
${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente, vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, propor 
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:
FATOS
O Autor, Sr. ${cliente_nome}, requereu, perante a Autarquia Previdenciária, a concessão do benefício assistencial de prestação continuada, que foi indeferido. Conforme expõe a documentação anexa, o motivo do indeferimento foi a alegada não satisfação dos requisitos socioeconômico e deficiência.
Neste sentido, registre-se que o Demandante apresenta graves patologias, de distintas áreas médicas, as quais lhe impõem diversas limitações e impedimentos, de modo a satisfazer o requisito de “deficiência” inerente ao benefício pretendido.
Não somente o Autor apresenta patologias, como também vive em situação de vulnerabilidade social, onde a renda total não é capaz de prover as necessidades mais elementares da rotina diária.
Por esses motivos, os argumentos da Autarquia Previdenciária, no sentido do indeferimento do benefício, não merecem prosperar, ensejando o presente processo.
Síntese sobre a condição pessoal do Autor:
	1.       Enfermidade ou síndrome
	${informacao_generica}  
	2.       Limitações decorrentes das moléstias
	Obstrução da participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas
	3.       Constituição do grupo familiar
	${informacao_generica} 
	4.       Fontes de renda
	${informacao_generica} 
Dados sobre o requerimento administrativo:
	1. Número do benefício
	${informacao_generica}  
	2. Data do requerimento
	${data_generica} 
	3. Razão do indeferimento
	Alegado não enquadramento às exigências legais de deficiência para acesso ao BPC-LOAS.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A pretensão do Sr. ${cliente_nome} encontra respaldo legal no artigo 203, V, da Constituição Federal, no artigo 20 da Lei 8.742/93 (regulamentado pelo Anexo do Decreto do Decreto 6.214/07) e demais normas aplicáveis. De acordo com a legislação inerente à matéria, é devido o benefício àquelas pessoas deficientes ou idosas (idade igual ou superior a 65 anos) que não possuem condições de prover o próprio sustento por seus próprios meios, nem de tê-lo provido pelo núcleo familiar.
No caso dos autos, a deficiência do Autor resta demonstrada a partir dos documentos médicos anexos, dos quais se exprime que é acometida por diversas graves patologias, de distintas áreas médicas, de maneira a satisfazer a exigência prevista no artigo 20 da LOAS.
Diante de todo o exposto, é imperativo concluir a condição de pessoa com deficiência do Sr. ${cliente_nome}, uma vez que possui graves impedimentos de ordem médica, além de limitações sociais – haja vista a sua condição de vulnerabilidade socioeconômica, a qual a impede de ter acesso aos recursos que poderiam amenizar as suas patologias.
Aliás, o simples fato de estar acometida de ${informacao_generica}, conforme diagnóstico do Dr. ${informacao_generica} acostado a exordial, já demonstra que o Sr. ${cliente_nome} JAMAIS competirá em igualdade de condições com as demais pessoas na busca por emprego!
Já no que consta ao critério econômico relacionado ao benefício, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade do patamar entabulado no artigo 20, §3º da Lei 8.742/93, de modo que a análise da vulnerabilidade social vivenciada pela Autora deve ser observada individualmente. Veja-se:
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – RENDA FAMILIAR PER CAPITA – CRITÉRIO DE AFERIÇÃO DE MISERABILIDADE – CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO – AFASTAMENTO – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/93 SEM PRONÚNCIA DE NULIDADE – AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Colegiado de origem assentou a comprovação dos pressupostos necessários à concessão do benefício assistencial de prestação continuada – LOAS. O recorrente insiste no processamento no extraordinário, afirmando violados os artigos 203, inciso V, e 229, cabeça, da Constituição Federal, apontando não preenchido o requisito da miserabilidade. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 567.985/MT, de minha relatoria, tendo sido designado para redigir o acórdão o ministro Gilmar Mendes, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade, por omissão parcial, do artigo 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, sem pronúncia de nulidade, asseverando o critério de renda familiar por cabeça nele previsto como parâmetro ordinário de aferição da miserabilidade do indivíduo para fins de deferimento do benefício de prestação continuada. Permitiu, contudo, ao Juiz, no caso concreto, afastá-lo, para assentar a referida vulnerabilidade com base em outros elementos. 3. Em face do precedente, ressalvando a óptica pessoal, desprovejo este agravo. 4. Publiquem. Brasília, 30 de março de 2016. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (STF - ARE: 937070 PE - PERNAMBUCO, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 30/03/2016, Data de Publicação: DJe-063 07/04/2016) (grifo nosso) 
A esse respeito, o caso do grupo familiar ser composto por quatro pessoas, das quais somente duas contribuem (em valores irrisórios) para o sustento da família e suas necessidades mais básicas, por si só demonstra a miserabilidade e vulnerabilidade socioeconômica em que se encontra o Sr. ${cliente_nome}.
Isto, pois, o ínfimo valor auferido pelo filho do Autor, a título de prestações de serviço sem vínculo empregatício, além de constituir renda ESPORÁDICA, não se presta a sustentar o grupo familiar e os cuidados especiais que o Autor necessita em face de sua patologia. Por sua vez, o filho mais novo do Autor foi recentemente convocado para o serviço militar obrigatório, não conseguindo auxiliar financeiramente o grupo familiar até a presente data.
Outrossim, deve ser desconsiderado do cômputo da renda familiar qualquer benefício assistencial (idoso e deficiente) ou benefício previdenciário, no valor de salário mínimo, auferido por pessoa idosa e/ou incapaz do núcleo familiar. Nos termos do art. 1º da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), considera-se idosa a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Com efeito, não obstante a clareza do art. 34 do Estatuto do Idoso, infere-se do conjunto do ato normativo o intuito de proteção e preservação do bem-estar do idoso. Logo, a interpretação literal da norma viria em seu prejuízo, porquanto um salário mínimo recebido a título de benefício assistencial é exatamente igual a um salário mínimo decorrente de benefício previdenciário. Nesse sentido:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LOAS. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. PESSOA NÃO IDOSA E CAPAZ. DECISÃO RECORRIDA NO MESMO SENTIDO DOS ENTENDIMENTOS UNIFORMIZADOS. 1. Segundo entendimento desta TRU, somente cabe a aplicação analógica do artigo 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, para benefício assistencial pago a deficiente, ou para benefício previdenciário de um salário mínimo recebido por idoso ou incapaz. (IUJEF 2009.70.95.000526-0, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora Luísa Hickel Gamba, D.E. 09/02/2011). 2. Hipótese em que a mãe da autora que recebe pensão por morte de um salário mínimo não é idosa nem deficiente/incapaz. 3. Decisão recorrida que não contraria entendimento desta TRU. (5000253-62.2012.404.7200, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora p/ Acórdão Marina Vasques Duarte de Barros Falcão, D.E. 02/04/2013).
 
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONCESSÃO. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE E ESTADO DE MISERABILIDADE COMPROVADOS. TUTELA ESPECÍFICA 1. No cômputo da renda mensal familiar, é de ser excluído o valor de um salário mínimo proveniente do benefício de aposentadoria por invalidez recebido pelo esposo da parte autora (Aplicação por analogia do parágrafoúnico do art. 34 da Lei n° 10.741/2003). 2. Tendo restado demonstrados nos autos o requisito da deficiência e a situação de risco social, é de ser mantida a sentença que concedeu o benefício assistencial, desde a data do requerimento administrativo. 3. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo). (TRF4, AC 0018524-18.2013.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, D.E. 17/01/2014)
Nesse caso, verifica-se que, excluído o valor do benefício de valor mínimo recebido pela genitora do autor no período de ${data_generica} a ${data_generica}, NÃO HAVIA RENDA A SUSTENTAR A PARTE AUTORA. Isso, por si só, torna presumida a necessidade do amparo assistencial.
Ademais, cumpre salientar entendimento VINCULANTE proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região no julgamento do IRDR 12 (processo nº 5013036-79.2017.4.04.0000):
Ante o exposto, voto por solver o IRDR 12 estabelecendo a seguinte tese jurídica: o limite mínimo previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 ('considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo') gera, para a concessão do benefício assistencial, uma presunção absoluta de miserabilidade.
Feitas essas considerações, resta evidenciado que o Sr. ${cliente_nome} vive em situação de grande precariedade e exclusão social. Suas condições socioeconômicas não lhe ofertam meios para que proveja suas necessidades básicas, tampouco para se submeta ao tratamento médico adequado!
Assim, ao longo da instrução processual (por meio da elaboração de perícias médica e socioeconômica) o Sr. ${cliente_nome} demonstrará seu direito ao benefício de prestação continuada, para que venha o Poder Judiciário a reparar a lesão sofrida quando do indeferimento do pedido elaborado na esfera administrativa.
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO
Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, bem como a política atual de acordo zero adotada pelos procuradores federais, a Parte Autora vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL
Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas ao presente feito e para uma adequada análise da patologia apresentada pela Parte Autora, faz-se mister que o(s) Perito(s) observem o disposto no art. 16 do Decreto nº 6.214/07, nos arts. 2º e 3º da Lei 13.146/15 (Estatuto do Deficiente), no art. 473 do Código de Processo Civil, à Portaria Interministerial nº 01/2014, bem como à Resolução nº 2.183/2018 e ao Parecer nº 01/2012 do Conselho Federal de Medicina, que dispõem sobre as normas específicas de avaliação da pessoa com deficiência. Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da(s) prova(s) pericial(is), sejam observadas as referidas disposições legais, sob pena de nulidade do laudo pericial.
DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar o benefício postulado em favor do Demandante.
PEDIDOS
EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:
1. O deferimento da Gratuidade da Justiça, por ser o Autor pobre na acepção legal do termo;
2. A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;
3. A produção de todos os meios de prova, principalmente a documental e a pericial;
4. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, para que o INSS conceda o benefício assistencial ao Autor, pagando as parcelas vencidas (a partir do requerimento administrativo - DER em ${data_generica}) e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento;
5. Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a obrigação de implantar o benefício, conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01;
6. Em caso de recurso, a condenação do Réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
 
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
 
Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.
${processo_cidade}, ${processo_hoje}.
${advogado_assinatura}
QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELO(A) SENHOR(A) PERITO(A) MÉDICO(A):
1. É possível que a Pericianda se enquadre no conceito de DEFICIÊNCIA (que não se confunde com incapacidade laboral) estabelecido pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência?
2. Em caso de resposta negativa ao quesito anterior, o Sr. Perito afirma que o Autor não possui qualquer impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e nas informações, atitudinais e tecnológicas, possam obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas?
3. Na aferição da existência da deficiência, foram seguidos TODOS os parâmetros e procedimentos estabelecidos pela Lei nº 13.146/15 e o Decreto nº 6.214/07, além do Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para fins de Classificação e Concessão da Aposentadoria da Pessoa com Deficiência (IF-BRA) e da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde (CIF)?
QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELO(A) SENHOR(A) ASSISTENTE SOCIAL:
1. A partir da análise do contexto socioeconômico do grupo familiar, e considerado o estado de saúde do Demandante, esclareça o(a) Sr.(a) Assistente Social se ela possui todos os recursos indispensáveis à uma VIDA DIGNA e à efetiva participação social? Entendendo que “SIM”, explique seu parecer.
2. Os móveis, eletrodomésticos e demais bens materiais que guarnecem a residência AFASTAM a condição de vulnerabilidade social em que inserida a família do Autor? Entendendo que “SIM”, explique seu parecer.

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