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Ativ. 2 - Ação Declaratória de Nulidade

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA/ ESPÍRITO SANTO.
ANTONIO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade (número), inscrito no CPF sob o (número), residente e domiciliado na (Rua), (número), (Bairro), Vila Velha/ES, (CEP), e MARIA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portadora da cédula de identidade (número), inscrita no CPF sob o (número), residente e domiciliada na (Rua), (número), (Bairro), Vila Velha/ES, (CEP), vêm, com o devido acatamento, por intermédio do advogado que esta subscreve, com escritório profissional na (Rua), (número), (bairro), (cidade), (Estado), (CEP), onde recebe notificações e intimações, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO em face de JAIR, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade (número), inscrito no CPF sob o (número), e FLÁVIA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portadora da cédula de identidade (número), inscrita no CPF sob o (número), ambos residentes e domiciliados na (Rua), (número), (Bairro), Vitória/ES, (CEP), e JOAQUIM, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade (número), inscrito no CPF sob o (número), residente e domiciliado na (Rua), (número), (Bairro), Vitória/ES, (CEP), pelos motivos fáticos e jurídicos que passa a discorrer para, ao final, postular:
JUSTIÇA GRATUITA
	
A parte autora, inicialmente, postula os beneplácitos da gratuidade da justiça, em razão de não ter condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, estando, assim enquadrado na situação legal de necessitado, nos termos da lei n.º 1060/50.
DOS FATOS
Os genitores dos autores, 1º e 2º demandados, objetivando auxiliar o filho mais novo, Joaquim, 3º promovido, venderam-lhe um imóvel, sito em Vitória, Espírito Santo, localizado a (endereço completo) por valor muito aquém da avaliação de mercado daquele.
O valor de mercado do dito imóvel, na época da realização do negócio jurídico, era de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais). Contudo, fora alienado por meros R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), através de Escritura de Compra e Venda lavrada no dia 20 de dezembro de 2013, no Cartório de Ofício de Notas da Comarca de Vitória e devidamente transcrita no respectivo Registro Geral de Imóveis.
Tendo em vista o valor de alienação do bem em comento, podemos observar que mencionado negócio jurídico fora celebrado com o escopo maior de realizar a doação de maior parte dos direitos de propriedade sobre mencionado imóvel, tendo sido realizada a compra e venda de forma simulada como veremos mais adiante.
 
Urge destacar que referido negócio jurídico fora celebrado sem o conhecimento, ou mesmo o consentimento dos Autores, os quais necessariamente, por imposição legal, deveriam anuir para a concretização do mencionado acordo.
 DO DIREITO
DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
O Código Civil Brasileiro prevê, em seu art. 104, alguns requisitos para a validade do negócio jurídico. Senão vejamos:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Urge ainda destacar que o negócio jurídico celebrado entre os Réus afrontou dispositivo de lei, ao alienar o imóvel a um descendente sem o necessário consentimento destes, que no caso sob análise são os autores. Neste sentido vejamos:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
O contrato de compra e venda celebrado entre os requeridos JAIR, FLÁVIA e JOAQUIM tratou-se, verdadeiramente, de negócio jurídico simulado, tendo em vista que este, em grande parte, visou a doação do bem objeto do pacto volitivo para o filho mais novo Joaquim.
 O Código Civil brasileiro previu tal situação, onde as partes buscam exclusivamente, através da declaração enganosa da vontade, produzir efeito diverso do ostensivamente indicado, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a lei, previsto no art. 167. Vejamos:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
(Grifamos)
 
Ao tratar da simulação, ANA CLARA NOLETO DOS SANTOS BUENO assevera esta como sendo, in verbis:
“É a declaração enganosa da vontade visando produzir efeitos diversos do ostensivamente indicado, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a lei. É um ato bilateral, em que duas ou mais pessoas fingem a prática de um ato jurídico, como a doação de homem casado à sua amásia através de uma compra e venda simulada. A simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a alguém ou violação da lei. (Obra, ano, página)
(Grifamos)
Deste modo, pode-se observar de forma cristalina que o contrato de compra e venda realizado entre os Réus teve como objetivo único travestir a verdadeira intenção, consistente em doação de grande parte do imóvel objeto daquele negócio jurídico, tendo em vista que negociado por valor em muito inferior ao real preço daquele, situação esta que burla a legislação pátria, bem como o direito e interesse dos peticionantes. Esta ocorrera ainda em total sigilo em relação aos autores, que em momento algum participaram ou tiveram conhecimento daquele pacto. 
DA TEMPESTIVIDADE DA DEMANDA 
Urge ainda esclarecer, que mencionado contrato fora realizado mediante simulação, e em confronto com a lei, tendo sido realizado em 13 de dezembro de 2013. 
Desde modo, não se pode falar em prescrição direito autoral, uma vez que referido prazo é de dois anos: 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Nestes exatos termos já se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
Aaa
Aaaa
No presente caso, o retorno ao “status quo ante” é possível, sendo necessário apenas que, além da declaração de nulidade do negócio jurídico, seja determinado pelo juízo a restituição do imóvel a posse e propriedade dos demais acionados. 
Por todos os motivos supramencionados, melhor atitude não há, senão a procedência do pedido formulado, com a respectiva declaração da nulidade do negócio jurídico realizados entre os réus.
DO PEDIDO.
EX POSITIS, é a presente para requerer que Vossa Excelência, digne-se de:
a) Conceder a gratuidade da justiça, uma vez que a parte autora se amolda perfeitamente à situação legal de necessitados, não podendo, assim, arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio e de sua família;
b) Determinar a Citação dos Requeridos, para, querendo, no prazo legal, responder a presente ação, bem como acompanhá-lo em todos os seus termos até o julgamento final, sob pena de sofrer os efeitos da revelia;
c) Ao final, ver declarada a procedência do pedido para declarar a NULIDADE do NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO, bem como seus EFEITOS, qual seja, a alienação do imóvel localizado a (endereçocompleto), para o terceiro Réu, retornando o imóvel a propriedade anterior, qual seja, do primeiro e segundo RÉUS, devendo para tanto ser oficiado o respectivo Cartório de Ofício para tal restabelecimento seja realizado, sob pena de desobediência.
d) Condenar os Requeridos ao pagamento das verbas de sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios.
	
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas permitidas em Direito, depoimento pessoal das partes, juntadas ulterior de documentos ou qualquer outra providência que Vossa Excelência julgue necessário para a perfeita resolução do feito, ficando desde logo requerida.
					
Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para os efeitos de lei.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
LOCAL/DATA.
ADVOGADO 
OAB
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