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Resenha jurídica - 12 anos de escravidão

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Doze anos de escravidão 
 
Michele Souza Brandão 
 
Resumo 
 
O presente estudo tem por finalidade abranger uma visão crítica jurídica do respectivo filme 
Doze anos de escravidão, a partir desta pesquisa sobre a escravidão, além do tráfico de pessoas, 
e do trabalho forçado são assuntos sendo abordados diante desta obra, observamos os 
elementos peculiares tendo como fundamento os instrumentos legais relevantes ao assunto em 
questão, do mesmo modo que por via da referência apropriada na teoria. Visando as cenas 
relacionadas que compreendem no contexto em que sucedeu o tráfico de pessoas para fins de 
escravidão, contribuindo. Assim, com um esclarecimento sobre os questionamentos 
envolvendo a exploração e na violação dos direitos humanos por meio da escravidão, pois, 
contemporaneamente em muitos lugares está presente, mesmo de forma diversa, mas tendo 
como o mesmo fim, explorando a mão de obra humana. 
 
Palavra- chave: Escravidão. Tráfico de pessoas. Trabalho forçado. Exploração. Dignidade da 
Pessoa Humana. 
 
1. Introdução 
Numa breve análise, sob o prisma jurídico, o assunto do trabalho forçado, tráfico de 
pessoas para poder suceder a escravidão também, podemos extrair, a comparação do 
entendimento do filme Doze Anos de Escravidão de 2014. Sendo baseado numa história real, 
evidenciando a realidade de pessoas que suportaram e sobreviveram com situação de 
vulnerabilidade social, cultural e economia, tendo, portanto, como alvo, os indivíduos de alvo 
acesso para os aliciadores, com uma falsa promessa para ter uma qualidade de vida e boas 
condições. 
A obra cinematográfica Doze Anos de Escravidão retrata um caso de exploração da 
força do trabalho por meio da escravidão nas fazendas antigamente, sendo tratado como um 
bem que se move por si só, ou uma coisa que atuava de modo geral, nas atribuições do direito 
de propriedade desta coisa, bem como, O Estado legitimava as condutas, sendo vigoradas na 
época, no início do século XIX. 
Com a devida importância na abrangência deste conteúdo ora articulado, através da 
correlação da trama com os pertinentes institutos determinados no âmbito jurídico, o Direito 
internacional sendo visto como intermediário na obtenção do esclarecimento sobre a definição 
e os elementos peculiares no questionamento exato que abrangem a escravidão e o tráfico de 
pessoas, além de propiciar complicações para reproduzir no presente momento, por intervenção 
das práticas similares a escravidão, assim como, designadas modos contemporâneos de 
escravidão. 
 
2. Desenvolvimento da resenha 
O tráfico de pessoas relatado no filme, sofrida por Solomon Northup, diante as 
condições que encontravam com sua família, mediante a falsa proposta de ser músico em um 
circo e se tornar famoso, além das condições salariais, alimentação e moradia, bem como, poder 
visitar sua família a cada duas semanas, sendo assim, atraído por aliciadores que faziam parte 
da organização, isto significa, foi vendido para uma rede que comercializava e traficava 
pessoas, especificamente de pele negra para servirem como escravos nos latifúndios dos 
Estados Unidos. 
Vale ressaltar, mesmo que no filme foi indicado o período em que ocorreu está história, 
pois a prática do tráfico e da escravidão negreiro fosse um procedimento permitido pela 
sociedade e legitimada pelos estados do Sul dos EUA, porém, por tratar-se, não apenas da vida 
e da dignidade de um sujeito livre, razão essa que possibilita uma contestação e análise da 
hipótese de práticas atuais realizadas atualmente. 
Em vista disso, em 1926, a Convenção que trata sobre a Escravatura, no Doc: A/Res.794 
VIII, dos quais o texto estabeleceu em seu dispositivo 1º que: 
O tráfico de escravos compreende todo ato de captura, aquisição ou sessão de um 
indivíduo com o propósito de escravizá-lo; todo ato de aquisição de um escravo com o 
propósito de vendê-lo ou trocá-lo; todo ato de cessão, por meio de venda ou troca, de 
um escravo adquirido para ser vendido ou trocado; assim como em geral todo ato de 
comércio ou de transportes de escravos. 
Entretanto, a Convenção Suplementar de 1956 tratando-se sobre o tema da Abolição da 
Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura, foi 
utilizada por meio da Resolução nº 608 (XXI), sendo vigorada em 30 de abril de 1957, definiu 
e determinou que o tráfico de escravos, era a prática de transportar ou a sua tentativa os escravos 
de um determinado país para outro, seja qual for a forma de transportar estes seres, 
compreendendo que a realização desta execução, sucede na infração penal, conforme 
estipulado na Lei dos Estados Partes à Convenção, sendo sujeito a pena rigorosa, quando 
reconhecido e culpado, em concordância ao artigo 3º da Convenção. 
Outro ponto abordado no filme, o ponto quanto o meio de trabalho forçado, vivido por 
Solomon Northup, acreditando na proposta que foi dita a ele, além de ter sofrido durante 12 
(doze) anos não apenas ameaças, mas agressão físicas e as humilhações, sem contar a forma 
degradante, sem se quer receber salário, em conformidade com o conteúdo abordado executado 
pela Organização Internacional do Trabalho pertinente ao assunto da Aliança Global Sobre o 
Trabalho Forçado, com ameaça de punição e involuntário quanto ao exercício do trabalho, 
sendo configurados: 
Ameaça de punição (meios de manter alguém em regime de trabalho forçado): violência 
física contra o trabalhador ou sua família ou pessoas próximas; violência sexual; 
(Ameaça de) represálias sobrenaturais; prisão ou confinamento; punições financeiras; 
denúncia a autoridades (polícia, autoridades de imigração, etc.) e deportação; demissão 
do emprego atual; exclusão de empregos futuros; exclusão da comunidade e da vida 
social; supressão de direitos ou privilégios; privação de alimento, habitação ou de outras 
necessidades; mudança para condições de trabalho ainda piores; perda de status social. 
(OIT, 2005, p. 14). 
Contudo, o trabalho forçado retrata violação de direitos e restrição da liberdade humana 
relevante, na proporção estabelecidas nas convenções da OIT com relação a teor e em outros 
instrumentos internacionais conexos a respeito de escravidão e as práticas similares à 
escravidão. 
Em nossa legislação constitucional pátria, condenamos a realização do trabalho 
escravo, tendo em vista, foi inserido como um dos fundamentos da república a dignidade da 
pessoa humana, sendo amparado em seu art. 1º, III CF, e os valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa, previsto no art. 1º, IV Constituição Federal. Vale ressaltar, no artigo 5º, III foi 
inserido uma garantia, onde nenhuma pessoa será submetida à tortura, tratamento desumano 
ou degradante, contudo, sendo garantido a liberdade para o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, determinando o art. 5º, XIII. 
 
3. Considerações finais 
Com fundamento em uma análise crítica do filme ligada aos questionamentos jurídicos 
envolvidos no trama, pode-se identificar que está obra colaborou para elucidação e o devido 
esclarecimento nos pontos abrangem a exploração mediante escravidão, presente nos dias 
atuais com formas diversas como era praticado anteriormente, apesar deu que tendo a mesma 
finalidade, na exploração da mão de obra da pessoa humana, ferindo assim o princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
Importante salientar, com base neste estudo foi plausível compreender de modo 
objetivo que o tráfico de pessoas, o trabalho forçado e a escravidão consistem em distintas 
instituições no ordenamento jurídico, sendo tratados de formas divergentes no instrumento 
internacional de direito, bem como, a transparência na definição e nos fundamentos envolvendo 
as condutas admitem uma reflexão sobre o assunto, não apenas isso, mas também, uma 
sensibilização para verificação diante o episódio, facilitando, assim, um enfrentamento 
referente a exploração de pessoas, seja para sancionar,prevenir, dar assistência ou até mesmo 
controlar. 
 
4. Referências bibliográficas 
DOZE ANOS DE ESCRAVIDÃO. Direção: Steve McQueen. Estados Unidos. Distribuidor: 
Disney/ Buena Vista, 2013. Acesso: Netflix. 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Uma aliança global contra o 
trabalho forçado. Genebra: OIT, 2005. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre a escravatura de 1926. 
Genebra, 1926.

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