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Distúrbi� Motore� Primári� d� Esofag� Acalásia Outras denominações - Cardioespasmo, megaesofago e aperistalse esofágica Fisiopatologia - Causada por degeneração de interneurônio inibitórios, que secretam óxido nítrico, do plexo de Auerbach (plexo mioentérico). Essa degeneração provoca hipertonia do esfíncter esofágico inferior, impedindo que o bolo alimentar se desloque do esôfago para o estômago. Manifestações Clínicas: ● Disfagia (desenvolve-se insidiosamente ao longo de meses ou anos) ● Sensação de plenitude retroesternal ● Halitose ● Regurgitação ● Tosse ● Episódios repetidos de pneumonia e abscesso pulmonar (decorrente de broncoaspiração) ● Perda de peso ● Cólica esofagiana (decorrente de contrações vigorosas do corpo esogagiano que visam vencer a hipertonia do EEI) Radiografia simples: ● Ausência de bolha gástrica ● Massa tubular no mediastino ao lado da aorta ● Nível hidroaéreo no mediastino Esofagografia baritada: ● Dilatação do esofago ● Estreitamento do EEI (sinal do bico de pássaro) ● Contrações não peristálticas ● Retardo no esvaziamento do esofago Esofagomanometria (padrão ouro) ● Não relaxamento do EEI em resposta a deglutição ● Hipertonia do EEI ● Aperistalse (ausência de contrações eficazes) Endoscopia digestiva alta - Útil para excluir obstruções mecânicas Biopsia - Útil para excluir carcinoma estenosante distal e estenose péptica Classificação: ● Primária - Idiopática (forma mais comum). ● Secundária - Esofagopatia chagásica, gastroenterite eosinofílica, amiloidose e sarcoidose. Tratamento: ● Nitratos sublingual antes das refeições - Casos leves e moderados ● Nifedipino (antagonista dos canais de cálcio) - Casos leves e moderados ● Toxina botulínica - Casos em que o efeito imediato é desejado ou que o risco cirúrgico seja grande. O efeito perdura por 3 a 6 meses. ● Intervenção cirúrgica - Dilatação pneumática (balão), miotomia de Heller (padrão-ouro), Esofagectomia (casos avançados) Espasmo Esofagiano Difuso Outras denominações - Pseudodiverticulose espastica, esofago em “contas de rosário” Cerca de 5x menos comum que a acalásia Muito associado ao sexo feminino e a disturbios psicossomáticos Fisiopatologia - Causada por uma degeneração dos axônios de neurônios inibitórios do plexo de Auerbach, provocando contrações não propulsivas e fásicas no esôfago. Manifestações Clínicas ● Dor retroesternal (cólica esofagiana) - Dor pode irradiar para as costas, braços e até mandíbula, estando associada a deglutição, situações de estresse e, eventualmente, exercício (tornando-se clinicamente indistinguível da angina pectoris) ● Disfagia Diagnóstico: ● Excluir anomalias cardíacas ● Esofagografia baritada - Esofago em saca rolha (ou contas de rosário) - Aspecto resultante das contrações descoordenadas, produzindo ondulações e saculações na parede (pseudodivertículos). ● Esofagomanometria ● Obs: As alterações costumam ser vistas durante as crises apenas, por isso, algumas vezes é necessário provocá-las por meio de diversas técnicas (betanecol, ingestão de alimentos sólidos, distensão esofágica por balão, edrofônio IV ou perfusão ácida intraluminal) Tratamento: ● Ansiolíticos (principal) ● Antidepressivos tricíclicos ● A terapêutica instituída na acalasia também pode ser benéfica em alguns casos ● Quando o espasmo for causado por doença do refluxo gastroesofágico, devemos tratar a doença de base. Dismotilidade Esofagiana Alguns autores consideram a acalasia e o espasmo esofagiano difuso como manifestações diversas de uma mesma condição clínica. No primeiro predominaria a hipertonicidade do EEI, já no segundo predominaria as contrações descoordenadas. Outros Distúrbios da Motilidade Esofago Quebra-Nozes - Variante do EED em que há contração difusa com níveis pressóricos acima de 180 mmHg Esofago Hipertensivo - Variante da acalásia em que o EEI está hipertônico, mas mantém o relaxamento fisiológico pós deglutição. Esclerodermia Referência Medcurso 2018 - Gastroenterologia - Volume 1 Autor Matheus Furlan Chaves Sinal do bico de passaro (Acalásia) e Esofago em saca-rolha (EED)