Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
28/09/2014 1 http://www.cgmw.net : Commission for the Geological Map of the World Grau metamórfico e o conceito de fácies metamórficas GE-606 - Petrografia e Petrologia Metamórfica Graduação em Geologia UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Geociências Campinas, 26 de agosto de 2014 • Grau metamórfico • Paragêneses • Associações minerais (mineral assemblage) • Fácies metamórficas • Surgimento sucessivo de minerais • Minerais-índices • Zonas metamórficas • Isógradas Barrow (1893, 1912) Eskola (1915, 1920,1939) Tilley (1924) Winkler (1893, 1912) Variações nas condições de P-T do metamorfismo Variações nas condições de P-T do metamorfismo Estudo de metapelitos da região do Dalradian, na Scottish Highlands Reconhecimento da cristalização de determinados minerais metamórficos em função da variação da temperatura Aumento da granulação dos minerais com o aumento da pressão e da temperatura Caracterização de zonas metamorfismo progressivo, caracterizadas por minerais índices • Barrow (1893, 1912) Mapa geológico regional dos Scottish Highlands, mostrando as zonas metamórficas caracterizadas pelo desenvolvimento de minerais índices com o aumento do grau metamórfico. Gillen (1982) Metamorphic Geology. An Introduction to Tectonic and Metamorphic Processes. George Allen & Unwin. London. Área do estudo de Barrow Zonas metamórficas: definidas por reações que resultam no aparecimento de minerais índices não encontrados nas zonas prededentes. Zonas metamórficas podem ser mapeadas como isógradas. Zonas metamórficas Barrow Minerais índice clorita —> biotita —> granada —> estaurolita —> cianita —> sillimanita —> sillimanita + ortoclásio Zona metamórfica Associação mineral Zona da clorita clorita + mus + qtz + H2O + minerais reliquiares Zona da biotita clorita + biotita + mus + qtz + H2O Zona da granada clorita + biotita + granada + mus + qtz + H2O Zona da estaurolita biotita + granada + estaurolita + mus + qtz + H2O (+ clorita) Zona da cianita cianita + 2 fases AKFM + mus + qtz + H2O Zona da sillimanita granada + biotita + sillimanita + mus + qtz + H2O Zona da sillimanita + ortoclásio sillimanita + ortoclásio + quartzo+ H2O + melt sem muscovita 28/09/2014 2 Metapelitos: progressão do metamorfismo em pressões intermediárias Zona da biotita Muscovita, biotita, clorita, quartzo Granada, muscovita, biotita, clorita, quartzo Zona da granada Zona da estaurolita Quartzo, muscovita, biotita, granada e estaurolita http://christian.nicollet.free.fr Zona da cianita Muscovita, quartzo e cianita Sillimanita (2), biotita Zona da sillimanita Anatexia http://christian.nicollet.free.fr Fusão parcial: bandas com composição granítica (quartzo- feldspática). Restito composto por biotita Metapelitos: progressão do metamorfismo em pressões intermediárias Região de Buchan, Scottish Highlands Metapelitos: progresão do metamorfismo em pressões baixas Ex.: Região de Buchan Biotita cordierita andalusita sillimanita Zona da andalusita Poiquiloblasto oval de cordierita em matriz de muscovita, biotita e quartzo. Andalusita também ocorre como poiquiloblastos. Largura do campo = 7 mm Diagrama P-T para o sistema Al2SiO5 mostrando os campos de estabilidade para os três polimorfos andalusita, cianita e sillimanita. Também apresentada a hidratação de Al2SiO5 para pirofilita. Isógradas • Isógrada define um limite a partir do qual aparece um mineral índice até então não presente em um determinado tipo de rocha • Isógradas podem ser mapeadas e representam cortes de planos com a superfície atual ao longo dos quais associações de minerais novos aparecem substituindo os minerais cujas estabilidades foram ultrapassadas. • Na faixa de temperatura de um determinado grau metamórfico podemos reconhecer isógradas diferentes representando associações de novos minerais. • Como um novo mineral poderá aparecer através de reações diferentes, é mais correto definir uma isógrada pela associação mineral 28/09/2014 3 Isógrada reflete uma reação química que ocorreu em condições específicas de P e T Por exemplo, a isógrada da granada nos Scottish Highlands resulta da reação: clorita + muscovita + quartzo = granada + biotita + H2O (Mg,Fe)5Al2Si3O10(OH)8 + KAl3Si3O10(OH)2 + SiO2 = (Fe,Mg)3Al2Si3O12 + K(Fe,Mg)3AlSi3O10(OH)2 + H2O Press and Siever: Understanding Earth 1994 W. H. Freeman and Company Mapa de isógradas Aumento do grau metamórfico Mapa de isógradas Kangmar Dome, Tibet http://www.geol.ucsb.edu/fa culty/hacker/geo102C/lectu res/entropy.jpg Mapa de isógradas • P. Eskola (1914, 1915) - Orijärvi, Finlândia • Rochas com K-feldspato + cordierita em Oslo são composicionalmente equivalentes a rochas de Orijärvi que apresentam biotita + muscovita • Diferenças nas associações minerais devem refletir diferentes condições • Eskola concluiu que as rochas mais hidratadas de Orijärvi formaram-se em menores temperaturas e maiores pressões Conceito de Fácies Metamórficas Conceito de fácies metamórficas Eskola (1914, 1915) Estudo em rochas básicas ígneas e vulcanoclásticas de Orijãrvi (Finlândia) Seqüência de surgimento de minerais metamórficos foram atribuídas a variações de P-T Fácies metamórficas: diferentes paragêneses para diferentes litotipos submetidos a uma mesma condição de temperatura e de pressão Diferentes rochas, com diferentes composições químicas, podem ter seu grau metamórfico estimado através de diversas assembléias, presentes em cada um dos litotipos. Rochas com composições químicas iguais desenvolvem a mesma mineralogia (paragênese de vários minerais) em uma mesma facies metamórfica. 28/09/2014 4 Facies metamórficas Oslo: Ksp + Cord Orijärvi: Bi + Mus Reação: 2 KMg3AlSi3O10(OH)2 + 6 KAl2AlSi3O10(OH)2 + 15 SiO2 Bt Ms Qtz = 3 Mg2Al4Si5O18 + 8 KAlSi3O8 + 8 H2O Crd Kfs Oslo e Orijärvi: rochas com a mesma composição química, mas com diferentes minerais.... Conceito de Fácies Metamórficas de Eskola (1915): Em qualquer rocha metamórfica que tenha atingido o equilíbrio químico durante o metamorfismo a temperatura e pressão constantes a composição dos minerais é controlada apenas pela composição química. Fácies metamórficas mais comuns: Facies zeólita - temperaturas do início de metamorfismo entre 200 - 400 oC Facies xisto verde - temperaturas baixas < 500 oC Facies anfibolito - temperatura média 500 até 700 oC Facies xisto azul -pressão elevada e temperatura baixa P > 6 kb/ T < 400 oC Facies granulito – pressão média/alta e temperatura elevadas T 750-1000 oC Facies eclogito – pressão e temperatura elevadas T 700-900 oC Facies metamórficas Winter (2001) An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall. (Z) fácies zeolítica (PP) fácies prehnita-pumpellyita (XV) fácies xisto verde (EA) fácies epidoto anfibolito (A) fácies anfibolito (G) fácies granulito (XA) fácies xisto azul (E) fácies eclogito (AE) fácies albita-epidoto hornfels (H) fácies hornblenda hornfels (p) fácies piroxênio hornfels (S) fácies sanidina hornfels Facies metamórficas 28/09/2014 5 Facies metamórficas Metamorfimo de alta pressão Ultra High P Metamorphism • Associações minerais que caracterizam cada fácies (para rochas máficas) Fácies Metamórficas Facies Definitive Mineral Assemblage in Mafic Rocks Zeolite zeolites: especially laumontite, wairakite, analcime Prehnite-Pumpellyite prehnite + pumpellyite (+ chlorite + albite) Greenschist chlorite + albite + epidote(or zoisite) + quartz ± actinolite Amphibolite hornblende + plagioclase (oligoclase-andesine) ± garnet Granulite orthopyroxene (+ clinopyrixene + plagioclase ± garnet ± hornblende) Blueschist glaucophane + lawsonite or epidote (+albite ± chlorite) Eclogite pyrope garnet + omphacitic pyroxene (± kyanite) Contact Facies After Spear (1993) Table 25-1. Definitive Mineral Assemblages of Metamorphic Facies Mineral assemblages in mafic rocks of the facies of contact meta- morphism do not differ substantially from that of the corresponding regional facies at higher pressure. Condições P-T nos limites de placa 28/09/2014 6 Conceito de grau metamórfico: Grau incipiente Grau fraco Grau médio Grau forte (segundo Winkler, 1977) Informalmente podem ser chamados grau incipiente, grau baixo, grau médio e grau alto. Os graus muito baixo e baixo correspondem aproximadamente a facies xisto verde (o primeiro inclui a facies xisto azul). Os graus médio e alto correspondem as facies anfibolito e granulito respectivamente. Como no caso de facies, os limites de graus metamórficos são definidos pela inestabilidade de minerais do grau anterior (de temperatura inferior) e pela aparência de uma assembleia mineral típica que substitui a anterior. Assim, os minerais característicos de grau incipiente (very-low-grade) desaparecem dando lugar aos minerais de grau fraco (low grade) 6-12-2004 33 ROCHA Foliação Dimensão cristalina Associação mineralógica BASALTO ausente visível com lupa olivina, piroxênio, plag xisto verde distinta Visível com lupa clorita, epidoto, plag, (calcita) anfibolito distinta visível anf, epidoto, plag, (calcita) granulito indistinta média-grossa piroxênio, Plag, granada ROCHA Foliação Dimensão cristalina Associação mineralógica ARGILITO ausente microscópica Argilo-minerais, quartzo, calcita ardósia filito sútil distinta microscópica quarzo, clorita, muscovita, plagioclásio xisto xistosidade visível quarzo, muscovita, biotita, plag, granada, estaurolita gnaisse bandamento média-grossa quarzto, biotita, plag, granada sillimanita Grau metamórfico baixo médio alto Metamorfismo de argilito e basalto Um perfil transversal através de um terreno metamórfico pode atravessar vários gradientes metamórficos, que constituem uma seqüência facial Séries Faciais Miyashiro (1961) reconheceu em cinturões metamórficos do Japão que a seqüência de minerais não era a mesma observada nos litotipos da Escócia e analisando os dados introduziu o conceito da série facial de metamorfismo, também conhecido como tipos báricos do metamorfismo Miyashiro (1961) inicialmente propôs cinco séries faciais com nomes representativos de “localidades tipo”. 1. Contato (baixa P) 2. Buchan ou Abukuma (baixa P, regional) 3. Barroviana (P intermediária, regional) 4. Sanbagawa (alta P, moderada T) 5. Franciscana (high-P, low T) Séries Faciais a) Alta pressão (Sanbagawa, Miyashiro, 1961; Franciscano, Turner, 1981; xisto azul ou glaucofânio xisto, Harker, 1932). A pressão é alta e as temperaturas muito baixas. zeólitas ® prehnita ® pumpellyita ® xistos azuis (glaucofânio + lawsonita ou epidoto + albita-clorita) ® eclogito (granada + onfacita) b) Pressão intermediária (Barrowiano, Harker, 1932; cianita–sillimanita, Miyashiro, 1961; Canigou, Guitard, 1965; Dalradiano): xistos verdes (clorita + albita + epidoto + actinolita) ® epídoto anfibolito (homblenda + aIbita-oligoclásio + epidoto + granada) ® anfibolito (homblenda + oligoclásió- andesina + granada) ® granulito (ortopiroxênio + clinopiroxênio + plagioclásio + homblenda + granada) c) Baixa pressão (Abukuma ou Ryoke–Abukuma, Miyashiro, 1958; New Hampshire, Turner, 1981; andalusita–sillimanita, Miyashiro, 1961; Carança ou Lech, Guitard, 1965; Buchan, Harker, 1932): biotita ® cordierita ® andaIusita ® sillimanita Tipos báricos de metamorfismo 28/09/2014 7 Fig. 25-3. Temperature- pressure diagram showing the three major types of metamorphic facies series proposed by Miyashiro (1973, 1994). Winter (2001) An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall. Condições P-T estimadas para diferentes terrenos metamórficos Turner (1981). Metamorphic Petrology: Mineralogical, Field, and Tectonic Aspects. McGraw-Hill. Cinturões metamórficos pareados Cinturões metamórficos de Sanbagawa e Ryoke no Japão. Turner (1981) Metamorphic Petrology: Mineralogical, Field, and Tectonic Aspects. McGraw- Hill and Miyashiro (1994) Metamorphic Petrology. Oxford University Press. Baixa pressão Alta pressão Justaposição de cinturões com séries facias de baixa e alta pressão Cinturões metamórficos pareados: relação com a tectônica Esquema das isotermas numa zona de subducção. Notar que a isoterma de 600 o C pode estar a mais de 100 km na trincheira e a menos de 20 km sob o arco vulcânico. Cinturões metamórficos pareados: metamorfismo em margens convergentes Alta P/Baixa T (Sanbagawa) Baixa P/Alta T (Abukuma)
Compartilhar