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Anderson Ferreira Machado ASPECTOS METODOLÓGICOS DA NEUROPSICOLOGIA O que é o método? Procedimento adotado para testar as hipóteses (afirmar ou refutar); é como vai ser feito. → Hipótese – geralmente três hipóteses: a que recebeu, a que compartilha com os sintomas apresentados e uma hipótese nula; é uma afirmação entre as variáveis dependentes e independentes; é o fenômeno em si; não manipulado; é derivada de uma pergunta. → Método – testes, escalas psicológicas e questionários. → Resposta – laudo para ser bom tem que ter boa hipótese e método. • Interrogativa “?”, não sabe o que o paciente tem, tem apenas possibilidades; • Elucidativa que vai descrever em detalhes o perfil de funcionamento do paciente, mas não consegue dizer o que tem, não consegue identificar; é comum aos profissionais que estão começando na clínica e ficam inseguros em dar diagnóstico; • Conclusiva vai afirmar o que o paciente tem (provavelmente); é “arrogante” afirmar que o paciente tem algum diagnóstico, o correto é colocar que o caso é sugestivo de algum diagnóstico, porque mesmo fazendo amarrações existe uma margem de erro. → Nenhum diagnóstico é certeza, apenas com a morte e com a análise do cérebro, é uma probabilidade, ainda mais em crianças quando o sistema nervoso não está completamente desenvolvido. → Tem que ter muito cuidado, o diagnóstico tem um impacto grande na vida das pessoas. Método sistematizado de mensuração do comportamento observável in vivo → Em um caso de dificuldade de aprendizagem, por exemplo, é importante que a avaliação só seja feita depois que algumas medidas já foram tomadas para resolver a situação, porque pode ser simplesmente uma não adaptação a uma determinada metodologia, e não um transtorno. Isso ajuda a ser mais preciso no diagnóstico. → Desenvolvimento de técnicas de aferição de algum caractere psicológico: instrumentos psicométricos. → Estudos de condicionamento: em animais, para ver se estão aprendendo, já que não tem linguagem, analisar o comportamento. → Avaliação de aprendizagem e emoção após intervenção/reabilitação para ver se foi eficaz; se promoveu qualidade de vida. → Modelos de aproximação de diversas patologias para estudar animais, pois possuem menor complexidade. → Criação de animais geneticamente modificados para simular patologias humanas + estimulação/supressão de impulsos elétricos. → Instrumentos psicométricos em Neuropsicologia. → Os pressupostos das medidas não devem ser tomados como o sentido da medida. → São as teorias explicativas do comportamento que fornecem sentido para as medidas. → O conhecimento sobre os axiomas das medidas é importante para dar uma orientação adequada ao resultado (Pasquali, 1996). → A avaliação neuropsicológica é composta por: medida, instrumento e processo de avaliação. 1. Medida: é o constructo, a variável, a relação entre o fenômeno que se está analisando e o resultado numérico. Representação da validade entre o fenômeno e os pressupostos do uso na linguagem matemática. O valor numérico obtido no final não é do que se está avaliando; é um indicativo, uma representação. Na psicologia todos os números são relativizados: 3 não é 3. Por isso não existe quantitativismo puro. → O conhecimento sobre os axiomas das medidas é importante para dar uma orientação, mas não devem dar sentido para a medida, o que deve dar sentido são as teorias explicativas do comportamento. (Sentido = interpretação do resultado). → É lícito representar os fenômenos psíquicos com base na linguagem numérica se atendidos os seguintes axiomas matemáticos: • Axioma da identidade: algo é igual a si mesmo e somente a ele é idêntico, e que se Anderson Ferreira Machado distingue de todas as outras coisas por suas características. • Axioma da ordem: os números não somente são distintos entre si, mas esta diferença é expressa também em termos da quantidade da grandeza. • Axioma da aditividade: os números podem ser somados de modo a permitir que de dois números a operação resulte num terceiro número e que este seja exatamente a soma das grandezas dos dois números anteriores. PROBLEMA!!! Não é um número real, ele fura os axiomas, os números são categóricos. 2. Instrumento: Qualquer meio de estender nossa ação ao meio e, assim, poder minimizar nossas limitações em uma ação investigativa de observação, maximizando a eficácia da obtenção de dados e os seus resultados; como vai acessar; deve ser sempre externo: elaboração e análise de itens; estudos de validade; estudos de precisão; estudos de padronização. O instrumento é a ponte entre o avaliador e o constructo como dito, é uma mensuração por via indireta. 3. A avaliação é uma etapa do processo de reabilitação, por isso não pode dar um resultado diagnóstico por ele mesmo, “dar por dar”. Processo de avaliação: Medidas + Instrumentos → Operacionalização • Motivos do encaminhamento; • Indicação (precisa ou não) → agir com ética; • Objetivos da avaliação (para que?) → não pode ser ingênuo; • Elaboração de hipóteses; • Estratégias de abordagem; • Hipótese diagnóstica (se for o caso); • Prognóstico e sugestão de tratamento; • Encaminhamento (se for o caso); → Método estatístico-psicométrico: função de analisar anomalias orgânicas, o grau e a possível localização; (problemas cognitivos, neurológicos e comportamentais). Ex: diante de um caso de epilepsia pré-cirúrgica, em que deve-se localizar o foco epileptogênico no cérebro do paciente. → Método clínico-teórico: série de situações experimentais capazes de eliminar todos os comportamentos considerados normais e desenvolver diagnósticos gerais, cada vez mais precisos, das anomalias encontradas; (tem que ter um conhecimento aprofundado); sintomas + explicação deles com teoria. Ex: em suspeita de TDAH com crianças, identifica quais são os estímulos que propiciam o sintoma e depois tira para ver se o sintoma persiste ou é eliminado, se for, não tem como dizer que ela tem TDAH; → Método do processo específico: abordagem integrada; propõe que cada faceta de cada função cognitiva pode ser afetada por meio de uma doença ou trauma cerebral, mesmo quando os sistemas trabalham conjuntamente; (avaliação precisa e focalizada). Lembrar do modelo associacionista de Luria: podemos ter uma faceta de uma função cognitiva afetada, mesmo se todo os sistemas estiverem trabalhando corretamente, e ao contrário, ter todas as funções bem, mas o funcionamento como um todo estar afetado. Ex: se o paciente está com um problema no armazenamento de memória, pode-se associar logo ao hipocampo, mas, o problema pode ser na verdade na circuitaria frontal devido ao TCE. → Os instrumentos neuropsicológicos consistem, basicamente, de baterias de testes que avaliam um vasto conjunto de habilidades e competências: orientação espaço-temporal, inteligência geral, raciocínio, atenção, aprendizagem, memória (visual, verbal, de curto e longo prazo, organização viso-espacial), funções executivas, linguagem, praxias (capacidade de realizar atividades motoras) e gnosias (capacidade de identificar/conhecer. → Além dessas, avalia estados emocionais e padrões de estrutura e a capacidade funcional → o quando impacta na vida do paciente. Avaliação cognitiva não é avaliação neuropsicológica!!! → Baterias fixas: instrumentos breves de rastreio cognitivo; não avaliam todas as funções, nem dão diagnóstico; qualquer profissional pode fazer; indicativo; sensibilidade. Anderson Ferreira Machado → Baterias flexíveis: instrumentos para uma avaliação aprofundada das funções cognitivas; diversos testes e sub-testes; dão diagnósticos; especificidade; escolhe de acordo com a hipótese diagnóstica; realizado apenas por psicólogos. → A avaliação neuropsicológicatem como objetivo a possibilidade de descrever, de maneira mais completa possível todas as capacidades cognitivas e comportamentais do paciente, apontando os aspectos deficientes e as competências. • Teste de atenção concentrada, Rapidez e Exatidão (ACRE); • Bateria de Provas e Raciocínio (BPR- 5); • Teste de Inteligência não-verbal (D- 70); • Escala de transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade • Escala de Maturidade Mental Columbia; • Figuras Complexas de Ray; • Teste de cópia e reprodução de memória de figuras geométricas complexas; • ... → A implantação de eletrodos foi desenvolvida em 1908, pelo neurocirurgião Horsley e pelo engenheiro Clarke. → Técnica estereotáxica → é um método invasivo com animais experimentais (rato específico, puro “pedigree”); mesmo sistema usado em neurocirurgias humanas. • Criação de um atlas estereotáxico: com a localização de todas as estruturas cerebrais; • Anestesia intraperitoneal; • Fixação do animal ao aparelho esteriotáxico; • Exposição do crânio do animal com pontos selecionados para perfuração → com o auxílio do atlas; • Perfuração de um ponto de implantação; • Implante de eletrodos; • Fixação do soquete nos eletrodos; • Registro de potenciais elétricos; Estimulação de áreas cerebrais: ex: hipocampo- memória. → O procedimento é confirmado através da análise do comportamento, já que não tem linguagem para se expressar. Tipos de condicionamento → Pavlov e Watson: condicionamento clássico ou respondente; resposta reflexa S → R. → Aprendizagem implícita por emparelhamento. → Condicionamento operante Skinner. → É possível modificar geneticamente os ratos para que eles desenvolvam uma pré-condição (aproximação) do Alzheimer, depressão, ansiedade → principais modelos patológicos.
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