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A análise funcional_ aplicação dos conceitos

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A análise funcional: aplicação dos conceitos 
 Livro: Principios Basicos da Analise do Comportamento - Márcio Borges Moreira 
 ● Esta é a essência da análise de contingências: identificar o 
 comportamento e as consequências; alterar as consequências; 
 ver se o comportamento muda. 
 ● Uma análise funcional , sendo uma análise das contingências 
 responsáveis por um comportamento , basicamente busca responder à 
 seguinte questão: "Qual a função deste comportamento para aquela 
 pessoa?", ou, posto de outro modo, "Qual é a relação funcional entre 
 esse comportamento e seus efeitos? 
 ● Análise de contingências é um procedimento ativo, não uma 
 especulação intelectual. É um tipo de experimentação que 
 acontece não apenas no laboratório, mas, também, no mundo 
 cotidiano. 
 ● Analistas do comportamento eficientes estão sempre 
 experimentando, sempre analisando contingências, 
 transformando-as e testando suas análises, observando se o 
 comportamento crítico mudou... 
 ● Se a análise for correta, mudanças nas contingências mudaram a 
 conduta; se for incorreta, a ausência de mudança comportamental 
 demandará uma abordagem diferente 
 ● Principal missão de uma análise científica do comportamento, que 
 é identificar relações funcionais entre os comportamentos dos 
 indivíduos e seus determinantes ambientais. Chamamos esse tipo 
 de identificação de relações de análise funcional ou análise 
 de contingências. 
 ● A análise do comportamento deve ser funcional, e não 
 topográfica. Não encontraremos os determinantes do 
 comportamento apenas ao analisar a sua estrutura ou forma, mas 
 ao examinar sua função. 
 ● É exatamente isso o que fazemos em uma análise funcional: 
 buscar relações funcionais entre o comportamento e o ambiente. 
 ● A interação funcional do comportamento com o seu ambiente será 
 descrita em conformidade com os paradigmas respondente e 
 operante. São eles: 
 ● S simboliza o estímulo, R, 
 a resposta e a seta significa a relação 
 de eliciação . Na imagem, esse 
 paradigma é exemplificado com a 
 seguinte relação entre eventos: o cisco 
 no olho é o estímulo S que elicia a 
 resposta R de lacrimejar. 
 ● O segundo paradigma comportamental é o paradigma operante , 
 cujo foco reside no 
 papel que as 
 consequências 
 desempenham na 
 aquisição e na 
 manutenção do 
 comportamento. 
 ● onde o SA 
 (estímulo 
 antecedente) simboliza a ocasião em que a resposta R ocorre, 
 SC simboliza o estímulo consequente à resposta, o travessão 
 (–) significa “serve de ocasião” e a seta (→) significa “produz”. 
 Essa relação de contingência pode ser formulada por extenso 
 da seguinte forma: uma resposta R provavelmente produzirá um 
 determinado estímulo consequente (SC) na presença do 
 estímulo antecedente SA. 
 Por exemplo, a resposta de pedir o carro emprestado para o pai 
 flamenguista provavelmente será reforçada com o empréstimo 
 diante da vitória do Flamengo. 
 ● O comportamento respondente, o principal determinante é o 
 estímulo antecedente, isto é, aquele que vem antes da resposta, 
 enquanto, no comportamento operante, o principal é o estímulo 
 consequente, ou seja, aquele que sucede a resposta. A função 
 do estímulo antecedente no comportamento operante advém da 
 sua relação com a consequência, uma vez que a resposta foi 
 seguida de determinada consequência na presença desse 
 estímulo no passado. 
 ● A tarefa, em uma análise funcional, consiste basicamente em 
 “encaixar” o comportamento em um dos paradigmas e encontrar 
 os seus determinantes. Uma vez que encontremos os 
 determinantes do comportamento, podemos pré dizê-lo (prever a 
 sua ocorrência) e controlá-lo (aumentar ou diminuir 
 deliberadamente a sua probabilidade de ocorrência). Esse é o 
 objetivo da psicologia encarada como ciência do 
 comportamento, ou seja, essa é a meta da Análise do 
 Comportamento. 
 ● Controlar o comportamento quer dizer, em termos gerais, tornar 
 a sua ocorrência mais ou menos provável. Não significa, em 
 termos técnicos, obrigar alguém a fazer algo contra a sua 
 vontade. Quando você faz uma pergunta a alguém, está 
 controlando um comportamento; quando pára diante de um 
 cruzamento, o seu comportamento está sendo controlado. O 
 tempo todo estamos controlando o comportamento dos outros e 
 os outros estão controlando o nosso. 
 ● A Análise do Comportamento busca, simplesmente, entender 
 melhor como funcionam essas relações de controle (relações 
 funcionais). A análise funcional é fundamental para a predição 
 e o controle do comportamento. 
 ● Alguns autores defendem a irrelevância de se abordar a história 
 de reforçamento na condução dessas análises, uma vez que, 
 para um comportamento estar ocorrendo, é necessário que ele 
 pertença a contingências atualmente em vigor. Para esses 
 autores, seria possível identificar a contingência atual e 
 modificá-la sem fazer menção à história de estabelecimento do 
 comportamento em questão, uma vez que as contingências 
 responsáveis pelo estabelecimento não são necessariamente as 
 responsáveis pela sua manutenção. Entretanto, outros autores 
 defendem a relevância de se abordar a história de exposição às 
 contingências. Eles defendem, em primeiro lugar, que a história de 
 estabelecimento do comportamento pode nos fornecer pistas de 
 quais contingências atuais são responsáveis por sua manutenção. 
 ● Um exemplo clássico disso envolve o subproduto da punição 
 chamado de respostas incompatíveis . Essas respostas são 
 negativamente reforçadas, evitando que um comportamento 
 anteriormente punido seja emitido e, como consequência, punido 
 outra vez. Esse tipo de comportamento, claramente determinado 
 por contingências prévias, impede o contato com as contingências 
 atuais e, por conseguinte, impossibilita que exerçam o controle 
 sobre ele. Por exemplo, um rapaz que apaga os números de 
 telefones de mulheres que conheceu em festas pode estar 
 emitindo uma resposta incompatível. 
 ● Com base nas análises das relações entre o comportamento e a 
 sua consequência, ou seja, das contingências, é possível 
 identificar as condições que afetam a probabilidade de ocorrência 
 do comportamento. 
 ● Portanto, é crucial para o psicólogo conhecê-las e saber 
 identificá-las, pois, só assim, caso necessário, saberá o que 
 modificar. 
 ● O exercício de uma análise funcional vai além da identificação das 
 consequências do comportamento, incluindo também a 
 identificação das funçõesque elas exercem sobre ele. Os passos 
 a seguir representam uma maneira didática de identificar a função 
 de um estímulo consequente sobre um comportamento. 
 ● PONTO DE PARTIDA: A consequência do comportamento 
 aumentou ou diminuiu a frequência do comportamento? 
 ● 1. Se aumentou, então é 
 preciso verificar se: Um estímulo foi 
 acrescentado ou retirado do 
 ambiente em decorrência da 
 ocorrência do comportamento? Se 
 foi acrescentado, a consequência é 
 reforçadora positiva. Se foi retirado, 
 a consequência é reforçadora 
 negativa. O estímulo estava presente 
 ou ausente no momento em que o 
 comportamento foi emitido? i. Se 
 estava presente, trata-se de um 
 comportamento de fuga. ii. Se ainda 
 não estava presente, trata-se de um 
 comportamento de esquiva. 
 ● 2. Se diminuiu, então é preciso 
 verificar se: O comportamento parou 
 de produzir uma consequência reforçadora? Se sim, houve 
 extinção operante. Se não, as consequências serão punitivas. 
 Um estímulo foi acrescentado ou retirado do ambiente em 
 decorrência da emissão do comportamento? i. Se foi 
 acrescentado, trata-se de uma consequência punitiva positiva. ii. 
 Se foi retirado, trata-se de uma consequência punitiva negativa. 
 Análise funcional de comportamentos em laboratório 
 ● Neste experimento, as respostas de pressão à barra de um 
 sujeito de pesquisa privado de alimento eram mantidas pela 
 apresentação de comida. Em um dado momento do experimento, 
 as respostas passaram a ser seguidas de choques, além de 
 alimento. O aspecto crucial desse procedimento é que o alimento 
 permanece sendo disponibilizado com a resposta de pressão à 
 barra, mesmo com a liberação do choque. Estamos diante, nesse 
 caso, de um comportamento que compõe contingências 
 conflitantes (situação muito comum em terapia 
 analítico-comportamental): a resposta tem duas consequências, 
 uma reforçadora positiva (apresentação do alimento) e outra 
 punitiva positiva (apresentação do choque) 
 ● Contingências conflitantes são comuns no dia a dia, como ingerir 
 bebidas alcoólicas em grande quantidade, por exemplo. Ainda que 
 os efeitos do álcool possam ser reforçadores para quem bebe, os 
 efeitos aversivos da intoxicação no dia seguinte, como náuseas e 
 dores de cabeça, podem enfraquecer esse comportamento. Essa 
 situação é um pouco diferente daquela do rato do exemplo 
 anterior, uma vez que a apresentação da comida e do choque é 
 praticamente concomitante, ao passo que há um lapso temporal 
 entre os efeitos reforçadores do álcool e os efeitos aversivos da 
 intoxicação. Esse intervalo entre o comportamento e a sua 
 consequência, 
 ● Caso haja um meio de anular a contingência aversiva da qual faz 
 parte um comportamento que também é reforçado, por exemplo, 
 beber sem passar mal no dia seguinte ou pressionar a barra sem 
 a apresentação do choque, é provável que a frequência desse 
 comportamento aumente. 
 ● Nesse exemplo, temos alguns comportamentos respondentes e 
 operantes a serem analisados: 1) a resposta de pressão à barra; 
 2) as respostas emocionais na presença do choque; 3) as 
 respostas emocionais na presença da barra pressionada; 4) o 
 deitar de costas no chão da caixa. 
 Análise funcional de um caso clínico 
 ● O conjunto dessas pesquisas constitui a base empírica para a 
 prática profissional do analista do comportamento. Ao atender um 
 cliente em um consultório, por exemplo, o clínico deve planejar 
 sua análise e intervenção com base nos dados científicos 
 produzidos por esses trabalhos (basear sua prática profissional 
 em evidências científicas). No entanto, certas dificuldades surgirão 
 ao se aplicar o conhecimento científico à resolução de problemas 
 cotidianos. Uma primeira dificuldade que se apresenta é que 
 frequentemente esses problemas envolverão muitas classes de 
 respostas diferentes e múltiplas variáveis de controle. Dito de 
 outra forma, um único caso clínico, por exemplo, requererá do 
 analista do comportamento o conhecimento de dezenas ou 
 centenas de relatos de pesquisa diferentes. É importante lembrar 
 que questões dessa natureza não impedem a aplicação do 
 conhecimento científico à resolução de problemas cotidianos. Na 
 verdade, a complexidade das situações cotidianas só pode ser 
 razoavelmente analisada, para fins de intervenção, se o 
 profissional tiver domínio do conhecimento científico disponível 
 sobre o problema no qual deseja intervir. Nesse sentido, a análise 
 de um caso clínico, por exemplo, deve ser feita com muito 
 cuidado, baseada em princípios e dados científicos e com a 
 constante avaliação dos resultados que estão sendo obtidos 
 (evolução do caso).

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