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Heidegger
Ser e Tempo
O livro de Heidegger, Ser e Tempo, 
publicado em 1927, tem como tarefa 
a elaboração da fenomenologia
como filosofia. E filosofia é, para ele, 
perguntar pelo Ser, isto é, o que é a 
realidade?, quem somos nós?,
tal como feito por toda a história 
ocidental. O método fenomenológico 
exige que se suspendam os
pressupostos. Assim, Heidegger 
“coloca entre parênteses” as 
definições de Ser legadas pela 
tradição filosófica.
O conceito de temporalidade é um 
conceito-chave na fenomenologia 
existencial. Heidegger
 escolhe-o para diferencia-lo do 
conceito de tempo, que na tradição 
filosófica e no nosso uso comum já
 ficou associado ao tempo cronológico, 
o tempo do relógio. O tempo 
cronológico é uma sequência linear
 e infinita de agoras, que se inicia no 
passado e caminha em direção ao 
futuro. O modo de ser temporal
 do Dasein é outro.
Com isso, Heidegger pergunta ao 
homem pelo seu ser, que seria o 
primeiro passo na colocação da
pergunta pelo sentido de Ser em 
geral. O livro Ser e Tempo torna-se, 
assim, uma analítica existencial.
Heidegger reserva a este o termo 
Dasein, “ser-aí”, para diferenciá-lo 
dos demais entes
No de Ser e Tempo, Heidegger (1927, 
p. 77) escreve: “O ente que temos a 
tarefa de analisar somos nós mesmos. 
O ser deste ente é sempre cada vez 
meu. Em seu ser, isto é, sendo, este 
ente se comporta com o seu ser”. Isso 
significa que não há uma “essência” 
ou “natureza” para além dos modos
concretos de existência. O livro Ser e 
Tempo é uma descrição 
fenomenológica – livre de 
pressupostos – da constituição 
ontológica do Dasein. Essa 
constituição é formada pelos 
“existenciais”, que são os
caracteres ontológicos do Dasein
Dasein
A analítica do Dasein (ou “analítica 
existencial”) é uma descrição de 
aspectos essenciais da existência
 humana. Heidegger chama esses 
aspectos de “existenciais”, para 
diferenciar da palavra “categorias”,
 usada na filosofia para descrever as 
propriedades do ser de tudo o que 
não é humano.
Sobre o Dasein, Heidegger escreve 
que “é próprio deste ente que seu ser 
se lhe abra e manifeste com
 e por meio do seu próprio ser, isto é, 
sendo. A compreensão do ser é em si 
mesma uma determinação do
 ser do Dasein. O privilégio ôntico que 
distingue o Dasein está em ser ele 
ontológico.” (1927, p.38)
“ontológico” é a constituição essencial 
do ser-aí, enquanto ôntico refere-se 
aos modos concretos
 possíveis em que essa constituição se 
manifesta cotidianamente.
Heidegger chama esse existencial
de cura ou cuidado (Sorge, em 
alemão). O “realizar-se” é sempre 
situado em relação aos demais e à
 “significatividade” compartilhada. Não 
sendo pronto e acabado, o Dasein 
precisa sempre se realizar
 como uma possibilidade; ao Dasein 
sempre está faltando algo. Heidegger 
diz que ele é sempre culpado.
Heidegger define como essência da 
existência o ser-Cuidado. Para a 
analítica
 existencial heideggeriana, cuidado 
(Sorge) significa: Que o ser do Dasein 
se dá no lidar com as coisas e no 
relacionarse com os outros e consigo 
mesmo
– Heidegger visa resgatar a questão 
sobre o sentido do ser, que ele 
considera que foi
 esquecida pela filosofia; – Para 
recolocar a questão do ser, Heidegger 
precisa desvelar o ser do ente para
 quem perguntar é uma possibilidade; 
As considerações de Heidegger em 
Ser e Tempo influenciam as 
psicologias de Binswanger e Boss, que 
fundam a Daseinsanalyse.
A Fenomenologia, segundo Heidegger, 
não é algo para ser contemplado, algo
 impessoal, alheio, que eu possa 
repetir como um aprendizado. Ela só 
acontece no compromisso vivo de 
alguém que a torna presente na 
maneira como o dito ou o feito é
 “re-dito” ou “re-feito”. Ou seja, o 
inacabamento essencial da 
Fenomenologia diz respeito ao apelo, 
à presença daquele que a vai 
encarnar. Sem este gesto de
 compromisso pessoal ela não 
acontece, e, simultaneamente, é por 
ele que se torna habitável para 
outros. A Fenomenologia considera 
que o pensamento tem origem: Na 
própria vida de cada homem, que 
existe e para quem ser está
sempre em questão.
Heidegger abre caminho para novas 
perspectivas de compreensão dos 
fenômenos humanos.
A descrição da existência realizada 
por Heidegger torna-se fundamento 
da psicopatologia e da psicoterapia 
chamada Daseinsanalyse, 
primeiramente por Ludwig Binswanger 
(1881-1966), depois por
Medard Boss (1903-1990).
Subtopic
Subtopic
Heidegger não utiliza o termo “ser 
humano” ou “homem”, pois são
termos que carregam significados não 
fenomenológicos acumulados ao longo 
da história do Ocidente.
“Humano”, por exemplo, deriva de 
“húmus”, terra fértil, articulando-se 
com a tradição judaico-cristã de
definição de homem. Por isso, 
Heidegger reserva o termo Dasein 
para indicar o ser que somos 
(DASTUR; CABESTAN, 2015, p. 34).
Heidegger se faz presente no 
existencialismo de Sartre através da 
ideia de que o homem é condenado a 
ser livre.
Subtopic
Subtopic
Escreve um biógrafo de Heidegger a 
respeito da condição humana: 
“enquanto ele
 [Dasein] viver, nunca está concluído, 
inteiro e encerrado como seu objeto, 
mas sempre
 aberto para o futuro, cheio de 
possibilidades.” (Safranski, 1999, p. 
191) Qualquer
 interpretação científica sobre o ser-aí 
é uma automistificação. Ele 
prossegue: “[...] a
 vida humana nos escapa quando a 
queremos compreender de uma 
postura teórica.” (p.
 186) Nesse trecho, o autor se refere 
ao poder-ser que Dasein é, que 
significa que: O ser-aí está sempre 
aberto para novas possibilidades 
fáticas de ser.
 O ser-aí só deixa de ser ser possível 
quando realiza sua derradeira
 possibilidade existencial.
Binswanger é o primeiro psiquiatra a 
recorrer às análises da existência 
realizadas por
 Heidegger em seu livro Ser e tempo. 
Medard Boss também recorre a elas 
para
 fornecer uma fundamentação 
fenomenológica para o processo 
psicoterapêutico,
 suspendendo as teorias e hipóteses 
que dificultam a compreensão do ser 
humano nesse
 processo. Isso não significa 
necessariamente prescindir de teorias 
no encontro
 psicoterapêutico.
 Considere as seguintes afirmações 
sobre a abordagem fenomenológica-
existencial em
 psicoterapia e indique a alternativa 
correta: As teorias psicológicas não 
devem ser tomadas como verdades
 absolutas. Podem ser utilizadas como 
referências para se
 compreender o comportamento, mas 
os conceitos não devem ser
 considerados como entidades 
concretas.
questões AVA:

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