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Sumário 1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: PRINCIPAIS CONCEITOS 6 1.1 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM E 1º GRAU 15 2.1 Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis . . . . . . 20 2.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.3 Equações Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2.5 Equações Redutíveis a Variáveis Separáveis ou Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 2.7 Equações Lineares de 1ª Ordem . . . . . . . . . . . . . . . 32 2.8 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.9 Equações Exatas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2.10 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 2.11 Equações Redutíveis a Exatas . . . . . . . . . . . . . . . . 44 2.12 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 2.13 Equação de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 2.14 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 2.15 Equações de Riccati . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 2.16 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 2.17 Substituições Diversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 2.18 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE 2ª ORDEM 58 3.1 Equações Lineares de Segunda Ordem Homogêneas . . 66 3.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 3 3.3 Equações Lineares de SegundaOrdemHomogêneas com Coeficientes Constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 3.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 3.5 Equações Lineares Homogêneas de Ordem = > 2. . . . . 88 3.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 3.7 Equações Lineares de Segunda Ordem Não Homogêneas 93 3.7.1 Método do Coeficiente a Determinar . . . . . . . . 95 3.7.2 Método da Variação de Parâmetro . . . . . . . . . . 104 3.7.3 Método do Operador Derivada (ou Anuladores) . 110 3.8 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 4 TRANSFORMADAS DE LAPLACE 122 4.1 Definições, Exemplos e Resultados . . . . . . . . . . . . . 122 4.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 4.3 Transformada inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 4.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 4.5 Resolvendo EDO’s Usando as Transformadas de Laplace 143 4.6 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 5 APÊNDICE 1 153 5.1 Equações Diferenciais de 1ª Ordem e Grau Diferente de Um . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 5.1.1 Equações de Clairaut . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 5.1.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 5.1.3 Equações de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 5.1.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 5.2 Equação de Euler-Cauchy Homogênea . . . . . . . . . . . 159 5.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162 5.4 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares . . . . . . . . 162 5.4.1 Sistemas Homogêneos com Matrizes de Coeficientes Constantes . . . . . . . . . . . . . . . . 167 5.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 5.6 Análise de Retratos de Fase . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 5.6.1 Autovalores Reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178 5.6.2 Autovalores Complexos . . . . . . . . . . . . . . . . 184 5 6 APÊNDICE 2 188 6.1 Soluções em Série para Equações Lineares de Segunda Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 6.1.1 Sequências e Séries de Números Reais . . . . . . . 188 6.1.2 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 6.1.3 Séries de potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 6.1.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 6.2 Soluções em Série Perto de um Ponto Ordinário . . . . . 214 6.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 6.4 Soluções em Série Perto de um Ponto Singular Regular . 220 6.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229 Capítulo 1 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS: PRINCIPAIS CONCEITOS Chama-se equação diferencial a equação que possui derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em relação a uma ou mais variáveis livres. Dizemos que a equação diferencial é ordinária se as variáveis dependentes forem função de uma variável livre, caso contrário, serão chamados de equações diferenciais parciais. Mais precisamente, uma Equação Diferencial Ordinária (EDO) é uma equação da forma �(G, H(G), H′(G), H′′(G), . . . , H(=)(G)) = 0 (1.1) envolvendo uma função incógnita H = H(G) e suas derivadas ou suas diferenciais. A incógnita G é a variável independente e H é a variável dependente e o símbolo H(:) denota a derivada de ordem : da função H = H(G). Em quase toda essa notas, a variável dependente será dada por H e a independente, ora por G ora por C. A derivada ordinária de ordem = ∈ N da variável H com respeito à G, pode ser denotada do seguinte 6 7 modo: H(=)(G) = 3=H 3G(=) (G) que em alguns casos pode ser omitido o ”(G)”. Por exemplo, se = = 1, temos H′ = 3H 3G . Quando a equação diferencial possui duas ou mais derivadas dependentes dizemos que a equação diferencial é Parcial (EDP). Exemplo 1. a) 3H 3G = 3G − 1; b) 32H 3G2 − 3H 3G + 12H = 645G; c) ( 32H 3G2 )3 − 5 ( 3H 3G )4 = cos G; d) %I %G + G %I %H = 3GHI. Exemplo 2. Em relação ao Exemplo 1, 3H 3G = 3G − 1; 3 2H 3G2 − 3H 3G + 12H = 645G e ( 32H 3G2 )3 − 5 ( 3H 3G )4 = cos G são EDO’s e %I %G + G %I %H = 3GHI é uma EDP. Chama-se de ordem de uma equação diferencial à ordem da mais alta derivada da função incógnita. O grau é definido como sendo o valor do expoente para a derivada mais alta da equação. Note que a equação (1.1) é uma equação diferencial ordinária de ordem de = e a função � possui = + 2 variáveis. Sob certas hipóteses 8 (que sempre serão consideradas aqui) podemos considerar (1.1) como sendo H(=)(G) = 5 (G, H(G), H′(G), H′′(G), . . . , H(=−1)(G)), (1.2) onde 5 : � ⊂ R=+1→ R é uma função real definida no aberto �. Exemplo 3. Ainda no Exemplo 1, temos: a) 3H 3G = 3G − 1 é uma EDO de 1ª ordem e 1º grau; b) 32H 3G2 − 3H 3G + 12H = 645G é uma EDO de 2ª ordem 1º grau; c) ( 32H 3G2 )3 − 5 ( 3H 3G )4 = cos G é uma EDO de 2ª ordem e 3º grau; d) %I %G + G %I %H = 3GHI é uma EDP de 1ª ordem e 1º grau. Uma equação diferencial ordinária de ordem = é dita ser linear se podemos escreve-la da forma 0=(G)H(=) + 0=−1(G)H(=−1) + 0=−1(G)H(=−2) + · · · + 00(G)H = 1(G) onde 0=(G) é uma função não nula. Exemplo 4. A EDO H′ = G sen H não é linear por causa da não linearidade da função seno, enquanto 3H 3G + 5H = 1 e H′ + G25 H = 2 são lineares. Resolver uma EDO é encontrar uma função que satisfaz a equação diferencial em algum intervalo, isto é, obter uma função que substituída na equação, a transforme numa identidade. Exemplo 5. A função H = G2 é solução da equação 3H 3G = 2G. 9 Dada uma EDO é natural se perguntar sobre existência e unicidade de sua solução. Vale ressaltar que obter uma solução para uma EDO é muito similar a calcular uma integral e que nem todas as integrais possuem primitivas. Podemos classificar as soluções de uma equação diferencial ordinária como 1. Solução geral: é a solução da equação que contém tantas constantes arbitrárias quantas forem as unidades da ordem da equação. Essas constantes são chamadas de parâmetros. Exemplo 6. A solução da EDO do Exemplo 5 é a família de funções a 1 parâmetros (ou família de parábolas) H = G2 + �. Exemplo 7. A função H = �14G + �24−2G é uma família a 2 parâmetro de soluçõesda EDO H′′ + H′ − 2H = 0. 2. Solução particular: é a solução da equação deduzida da solução geral, atribuindo valores particulares às constantes arbitrárias. Exemplo 8. Fazendo � = 0, temos como solução particular a parábola H = G2. 3. Solução singular: é a solução que não pode ser obtida através da solução geral. Exemplo 9. A equação H′ = GH 12 possui solução geral igual a H = ( 1 4G 2 + � )2 . A equação H = 0 (1.3) 10 é uma solução singular. Note a equação (1.3) independe do valor de G. Além disso, não existe � ∈ R que anule (1 4G 2 + � )2 para todo G ∈ R. Exemplo 10. A solução geral da EDO (H′)2 − GH′ + H = 0 tem solução geral H = �G − �2. Uma solução singular é H = G24 . Geometricamente, a solução geral de uma equação diferencial representa uma família de curvas que recebem o nome de curvas integrais. Do ponto de vista bidimensional, dada a EDO 3H 3G = 5 (G, H), (1.4) suas curvas integrais em cada ponto (G, H) são tais que a reta tangente possui coeficiente angular < = 5 (G, H). Isto sugere um método geométrico para entender como deveriam ser as curvas integrais. Um campo de direções é um conjunto de pequenos segmentos de reta em cada ponto (G, H) com coeficiente angular 5 (G, H). Exemplo 11. Considere a EDO H′ = 2 − H. (1.5) Note que quando H = 2 então H′ = 0, ou seja, temos uma reta horizontal ao gráfico. O campo de direções para (1.5) é 11 Um problema de valor inicial (PVI) é uma equação diferencial que é acompanhada de uma ou mais condições adicionais em um determinado ponto. Mais precisamente, um problema de Valor Inicial (PVI) de uma equação diferencial de ordem = H(=) = 5 ( G, H, H′, H′′, · · · , H(=−1) ) (1.6) com as condições iniciais H (G0) = H0 H′ (G0) = H1 H′′ (G0) = H2 ... H(=−1) (G0) = H=−1 , (1.7) onde G0, H0, H1, H2, · · · , H=−1 são valores dados. A solução geral de (1.6) é uma família a = parâmetros. As condições iniciais (1.7) são usadas para determinar os valores das constantes da solução geral e, consequentemente, achamos a solução particular. Observação 1. O problema de valor inicial pode ser também denominado como sendo problema de condições iniciais ou problema de Cauchy. 12 Exemplo 12. A EDO do Exemplo 5 com a condição H(0) = 0, ou seja, 3H 3G = 2G H(0) = 0 (1.8) é um problema de condições iniciais ou problema de Cauchy. Exemplo 13. Vamos resolver a EDO H′′′ − 4G + cos G = 0 (1.9) sujeita as condições H(0) = 2 H′(0) = 3 H′′(0) = 3 Integrando a equação (1.9) temos: d2H dG2 = ∫ (4G − cos G)dG = 4G − sen G + �1 (1.10) Integrando novamente, ou seja, integrando (1.10) temos: dH dG = ∫ (4G − sen G + �1)dG = 4G + cos G + �1G + �2 (1.11) Integrando (1.11), temos: H = ∫ (4G + cos G + �1G + �2)dG = 4G + sen G + 12�1G2 + �2G + �3 Portanto a solução geral é H = 4G + sen G + 12�1G 2 + �2G + �3. (1.12) 13 Em (1.12), se H = 2, H′ = 3 e H′′ = 3 quando G = 0, temos 1 + �3 = 2 1 + 1 + �2 = 3 1 + �1 = 3 . (1.13) A solução do sistema (1.13) é �1 = 2 e �2 = �3 = 1. Portanto, a solução particular da EDO (1.9) é H = 4G + sen G+1+ G+ G2. 1.1 Exercícios 1. Nos problemas seguintes, determine a ordem da equação diferencial e decida se a equação é linear ou não-linear. (a) C2 32H 3C2 + C 3H 3C + 2H = sen C; (b) (1 + H2)H′′ + CH′ + H = 4 C ; (c) 34H 3C4 + 33H 3C3 + 32H 3C2 + 3H 3C + H = 1; (d) 3H 3C + CH2 = 0; (e) H′′ + sen(C + H) = sen C (f) 33H 3C3 + C 3H 3C + (2>B2C)H = C3 2. Determine os valores de A para os quais a equação diferencial dada tem uma solução da forma H = 4AC . (a) H′ + 2H = 0; (b) H′′ − H = 0; (c) H′′ + H′ − 6H = 0; (d) H′′′ − 3H′′ + 2H′ = 0. 14 3. Determine�1 e�2 demodoquea função H = �14G+�24−G satisfaça a condição inicial H(0) = H′(0) = 1. 4. Mostre que a EDO H′′ + 3H′ + 2H = 0 com as condições iniciais H(0) = 0 e H′(0) = 1 tem solução igual a H = 4−G − 4−2G . 5. Mostre que a solução identicamente nula e H = G4/16 são soluções da EDO H′ = G√H com condição inicial H(0) = 0. Respostas: 1. (a) Segunda ordem, linear desde que C ≠ 0; (b) Segunda ordem, não-linear; (c) Quarta ordem, linear; (d) 1ª ordem, não-linear; (e) Segunda ordem, não-linear; (f) Terceira ordem, linear. 2. (a) A = −2; (b) A = ±1; (c) A = 2 e A = −3; (d) A = 0, A = 1, e A = 2. 3. �1 = 1 e �2 = 0. Capítulo 2 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM E 1º GRAU Uma EDO linear de 1ª ordem e 1º grau é da forma 3H 3G + ?(G)H = @(G), (2.1) onde ? e @ são funções contínuas. Observação 2. Muitas vezes, as equações diferenciais (2.1) pode aparecer na forma mais geral 3H 3G = 5 (G, H), onde 5 é linear na variável H. Exercício 1. Na equação (2.1) mostre que 1. Se ? ≡ 0, então H = ∫ @(G)3G + � é solução. 2. Caso @ ≡ 0, sua solução agora é H = �4− ∫ ?(G)3G. 15 16 3. Por fim, se ? e @ são constantes, então H = �4−?C + @ ? é a solução. Teorema 1. [Existência e Unicidade de solução de uma EDO de primeira ordem] Considere o problema de valor inicial 3H 3G = 5 (G, H) H(G0) = H0 , (2.2) onde 5 : * ⊂ R2 → R é uma função contínua no aberto *. Se % 5 %H for contínua, então existe um retângulo + = (0, 1) × (2, 3) e uma única função H : (0, 1) → (2, 3) de classe �1 tal que{ H′(G) = 5 (G, H(G)) H(G0) = H0 Demonstração: (Sketch) Para existência utilizaremos o método das aproximações sucessivas, também chamado método iterativo de Picard. Esse método se baseia na reformulação da EDO em termos da equação integral equivalente !(G) = H0 + ∫ G G0 5 (C , !(C))3C. De fato, note que resolver a equação (2.2) é a mesma coisa que resolver o sistema abaixo { !′(G) = 5 (G, !(G)) !(G0) = H0 . 17 Pelo o que foi dito acima, para provar a existência é suficiente mostrar que a aplicação F(!)(C) = H0 + ∫ G G0 5 (C , !(C))3C possui um ponto fixo, isto é, F(!) = !. Como não sabemos se a solução H(G) existe, tentamos aproximá- la sucessivamente através desta fórmula. Definimos como primeira aproximação a função constante !0(G) = H0. O próximo passo é definir !1(G) = H0 + ∫ G G0 5 (C , !0(C))3C que teoricamente é uma aproximação melhor. Repetindo esse processo, definimos a sequência de funções iteradas !=(G) = H0 + ∫ G G0 5 (C , !=−1(C))3C. Usando as condições estabelecidas no enunciado do Teorema é possível provar que a sequência de funções (!=)=∈N converge uniformemente para uma função continuamente diferenciável !. Assim, !(G) := lim =→∞ !=(G). 18 Além disso, !(G) = lim =→∞ !=(G) = lim =→∞ F(!=−1(G)) = F ( lim =→∞ !=−1(G) ) = F(!(G)). A unicidade é deixada como exercício. Maiores informações veja o livroEquaçõesDiferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno dos autores Boyce e DiPrima, ou Lições de equações diferenciais ordinárias do autor Sotomayor. � Observação 3. Se 5 ∈ �: então a solução de (2.2) também será de classe �: . Observação 4. Note a semelhança do Teorema 1 com o Teorema da função implícita: Teorema 2 (Função Implícita). Seja 5 : * ⊂ R2→ R uma função de classe �1 tal que 5 (G0, H0) = : e % 5 %H (G0, H0) ≠ 0. Então existe + = (0, 1) × (2, 3) e uma única função H : (0, 1) → (2, 3) de classe �1 tal que H(G0) = H0 e 5 (G, H(G)) = :. Além disso, temos 3H 3G = − 5G 5H . ( 5G3G + 5H3H = 0 ) Exemplo 14. Dada a EDO 3H 3G = GH 1 2 H(0) = 0 , (2.3) note que 5 (G, H) := GH 12 e % 5 %H (G, H) = G 2H 12 . 19 O Teorema 1 garante que dado qualquer ponto (G0, H0) com H0 > 0, existe um intervalo (0, 1) 3 (G0, H0) e uma única função H : (0, 1) → (2, 3) que satisfaz (2.3). Diremos que uma equação é autônoma quando for escrita da seguinte forma G′ = 5 (G). (2.4) Uma propriedade importante é que, se G(C) é solução de (2.4), então H(C) = G(C + �), (2.5) onde � é uma constante, também será. Considerando o problema de valor inicial { G′ = 5 (G) G(C0) = G0 , (2.6) o Teorema 1 garante que G(C) é solução de (2.6) se, e somente se, H(C) = G(C + 2) é solução de { G′ = 5 (G) G(0) = G0 . (2.7) Portanto, para equações autônomas, podemos considerar somente condições iniciais onde C0 = 0. Exemplo 15. A EDO3H 3G = −H − 2 é linear de primeira ordem autônoma. 20 2.1 Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis Dada a EDO 3H 3G = 6(G) (2.8) com 6 contínua, sabemos que sua solução é H = ∫ 6(G)3G + �. Exemplo 16. A solução da EDO H′ = G é H = ∫ G3G = G2 2 + �. A EDO (2.8) é um caso particular do que chamamos EDO de variáveis separáveis. A equação diferencial 3H 3G = 6(G) ℎ(H) (2.9) é chamada separável ou variáveis separáveis. Note que se ℎ ≡ 1 caímos na equação (2.8). Para resolver a equação (2.9), denote por H = 5 (G) como solução. Assim, ℎ( 5 (G)) 5 ′(G) = 6(G). (2.10) Integrando (2.10) temos∫ ℎ( 5 (G)) 5 ′(G)3G = ∫ 6(G)3G. (2.11) Fazendo a mudança de variável 3H = 5 ′(G)3G obtemos∫ ℎ(H)3H = ∫ 6(G)3G. (2.12) 21 Assim, para encontramos a solução de (2.9) basta resolvermos a integral (2.12). A EDO "(G, H)3G + #(G, H)3H = 0 (2.13) satisfazendo uma das condições abaixo • " e # forem funções de apenas uma variável ou constantes • " e # forem produtos de fatores de uma só variável é chamada de separável. Para resolver (2.13) basta separar as variáveis, isto é, deveremos deixar o coeficiente da diferencial 3G como sendo uma função da variável G e o coeficiente da diferencial 3H como sendo uma função da variável H. Em seguida, integrarmos cada diferencial. Exemplo 17. Vamos resolver a EDO 3H − 3Hcos G3G = 0. 1 H 3H = 3 cos G3G Integrando ambos os membros, teremos:∫ 3H H = ∫ 3 cos G3G ⇒ ln H = 3 sen G + �1 ⇒ H = �143 sen G . 22 2.2 Exercícios Resolva: 1. (GH2 − H2 + G − 1)3G + (G2H − 2GH + G2 + 2H − 2G + 2)3H = 0 2. sen 3G3G + 2H cos3 3G3H = 0 3. 4GH 3H 3G = 4−H + 4−2G−H 4. (1 + G4)3H + G(1 + 4H2)3G = 0, H(1) = 0 5. 3H 3G + 1 + H 3 GH2(1 + G2) = 0, H(1) = 1 6. G cos G = (2H + 43H)H′, H(0) = 0 7. H′ tg G = 0 + H, H (� 3 ) = 0, 0 < G < �2 Respostas: 1. [(G2 − 2G + 2)(H2 + 1)]42 arctan H = �2 2. H2 = −16 sec 2 3G + � 3. H4H − 4H + 4−G + 13 4 −3G = � 4. arctan 2H + arctan G2 = �4 5. G6(1 + H3)2 (1 + G2)3 = 1 2 6. H2 + 13 4 3H = G sen G + cos G − 23 7. H = 40√ 3 sen G − 0 23 2.3 Equações Homogêneas A função definida por I = 5 (G, H) será uma função homogênea de grau < se 5 (�G,�H) = �< 5 (G, H). (2.14) Exemplo 18. a) 5 (G, H) = 2G3 + 5GH2 é homogênea de grau 3, pois 5 (�G,�H) = 2(�G)3 + 5�G · (�H)2 = �3 5 (G, H). b) 5 (G, H) = H4 G H é homogênea de grau 1, pois 5 (�G,�H) = �H4 �G �H = � 5 (G, H). A equação "(G, H)3G + #(G, H)3H = 0 (2.15) será chamada de equação diferencial homogênea se " e # forem funções homogêneas de mesmo grau. Apresentaremos a seguir o passo geral para resolvermos este tipo de equação. Se "(G, H)3G + #(G, H)3H = 0 for uma equação diferencial homogênea, então faremos uma dessas substituições: H = DG ou G = EH onde D e E são novas variáveis. Escolheremos H = DG. Assim, 3H = D3G + G3D. 24 Substituindo a igualdade acima em (2.15) temos "(G, DG)3G + #(G, DG)[D3G + G3D] = 0 ⇒ G="(1, D)3G + G=#(1, D)[D3G + G3D] = 0 ⇒ ["(1, D) + D#(1, D)]3G + G#(1, D)3D = 0. Note que a ultima igualdade é uma EDO separável. De fato, 1 G 3G + #(1, D) "(1, D) + D#(1, D)3D = 0. (2.16) Vale ressaltar que o ideal não é memorizar a fórmula acima. É recomendado repetir esse processo sempre que for necessário. Observação 5. Se tivéssemos feito a substituição G = EH também teríamos chegado numa EDO separável. Fica como exercício mostrar que ao invés de obter a expressão (2.16), teremos a expressão 1 H 3H + "(E, 1) E"(E, 1) + #(E, 1)3E = 0. (2.17) Exemplo 19. Vamos resolver (G2 + H2)3G + (G2 − GH)3H = 0. (2.18) Note que essa equação é homogênea, pois as funções que acompanham o 3G e 3H são homogêneas do mesmo grau: "(�G,�H) = (�2G2 + �2H2) = �2"(G, H) e #(�G,�H) = (�2G2 − �2GH) = �2#(G, H). 25 Se fizermos H = DG teremos: (G2 + D2G2)3G + (G2 − DG2)[D3G + G3D] = 0 Assim, G2(1 + D)3G + G3(1 − D)3D = 0⇒ 1 − D1 + D 3D + 1 G 3G = 0 ⇒ [ −1 + 21 + D ] 3D + 1 G 3G = 0 Como penúltimo passo, resolveremos a equação integrando a última linha −D + 2;= |1 + D | + ;= |G | = ;= |� | Finalmente, para encerrar, voltaremos a variável antiga, substituindo D = H G : −H G + 2;= ���1 + H G ��� + ;= |G | = ;= |� | Usando as propriedades do logaritmo, podemos escrever a solução como ;= ����(G + H)2�G ���� = HG , ou seja, (G + H)2 = �G4H/G é solução da EDO (2.18). Exemplo 20. Encontraremos agora a solução de (2G2 − 3H2)3G − 6GH3H = 0, (2.19) sujeita à condição inicial H(1) = 13 . 26 Como as funções "(G, H) = 2G2 − 3H2 e #(G, H) = −6GH são funções homogêneas de grau 2, então a equação é homogênea. Fazendo a mudança H = DG temos (2G2 − 3(GD)2)3G − 6G · GD(D3G + G3D) = 0 ⇒ G2(2 − 3D2)3G − 6G2D(D3G + G3D) = 0 ⇒ (2 − 3D2 − 6D2)3G − 6DG3D = 0 ⇒ (2 − 9D2)3G − 6DG3D = 0 Separando as variáveis e integrando, obtemos: 3ln G + ;=(2 − 9D2) = � Eliminando os logaritmos: G3(2 − 9D2) = � Voltando para as variáveis x e y e organizando a expressão: 2G3 − 9GH2 = � Impondo a condição inicial H(1) = 13 , encontramos � = 1. Logo, a solução particular da EDO (2.19) 2G3 − 9GH2 = 1. 2.4 Exercícios Resolva as equações homogêneas: 1. (H2 + HG)3G + G23H = 0; 27 2. 3H 3G = G + 3H 3G + H ; 3. G3G + (H − 2G)3H = 0; 4. [G − H arctan(H/G)]3G + G arctan(H/G)3H = 0; 5. [H cos(H/G) + G sin(H/G)]3G = G cos(H/G)3H; 6. G 3H 3G = H + √ G2 + H2; 7. H3G + G(ln G − ln H − 1)3H = 0, H(1) = 4; 8. (G + H4H/G)3G − G4H/G3H = 0, H(1) = 0; 9. (G2 + 2H2)3G − GH3H = 0, H(−1) = 1. Respostas: 1. G2H = �1(H + 2G); 2. (H − G)2 = �1(H + G); 3. (G − H) ln |G − H | − G = �(G − H); 4. 2H arctan ( H G ) = G ln ����G2 + H2G4 ���� + �1 onde �1 = ln�2; 5. G = � sen H G ; 6. G2 = �1(H + √ H2 + G2); 7. H ln ����GH ���� = −4; 8. ln |G | − 4D = −1; 9. G4 = 12 (H 2 + G2). 28 2.5 Equações Redutíveis a Variáveis Separáveis ou Homogêneas Existem EDO’s que não são separáveis e nem homogêneas, mas mediante determinada troca de variáveis se transformam em equações homogêneas ou em equações de variáveis separáveis. Analisaremos agora as EDO’s que podem ser escritas na forma: 3H 3G = � ( 01G + 11H + 21 02G + 12H + 22 ) , (2.20) onde 01, 02, 11, 12, 21, 22 ∈ R. Note que, se 21 ≠ 0 ou 22 ≠ 0 então (2.20) não é homogênea. Na interseção das retas{ 01G + 11H + 21 = 0 02G + 12H + 22 = 0 , (2.21) consideremos o determinante � = det [ 01 11 02 12 ] . (2.22) 1. Se � ≠ 0 as retas na interseção (2.21) são concorrentes. Seja ( , �) a solução desse sistema. Considerando a mudança de variável{ G = + D H = � + E (2.23) obtemos a EDO homogênea 3E 3G = � ( 01D + 11E 02D + 12E ) . 29 2. Se � = 0, as retas na interseção (2.21) são paralelas distintas ou coincidentes. Suponha que essas retas são paralelas distintas. Assim, 02 01 = 12 11 = < ≠ 22 21 . Fazendo a mudança C = C(G) = 01G + 11H obtemos uma EDO de variáveis separáveis 3C 3G = 01 + 11� ( C + 21 <C + 22 ) . Exemplo 21. Vamos resolver as seguintes equações diferenciais: a) (G − 3H − 3)3G − (2G − 6H + 1)3H = 0. Observe que: • Essa equação não é de variáveis separáveis (temos uma soma das variáveis G e H); • Não é homogênea por causa dos termos independentes. A ideia é eliminar a soma que envolve as variáveis. Note que 2G − 6H é proporcional a G − 3H. Fazendo G − 3H = C temos que a EDO separável (C − 3)(3C + 33H) − (2C + 1)3H = 0. Organizando a equação acima, temos C − 3 C − 103C + 3H = 0. A solução da equação acima é C + 7ln |C − 10| + H = �. 30 Voltando para as variáveis G e H : G − 2H + 7ln |G − 3H − 10| = � b) (G − 3H − 1)3G − (3G + 4H − 2)3H = 0 Note que: • não é de variáveis separáveis porque temos uma soma das variáveis G e H; • não é homogênea pela existência de termos independentes. Como as somas G − 3H e 3G + 4H não são proporcionais, não conseguimos usar a mesma substituição feita no item anterior. O que devemos fazer é eliminar os termos independentes e transformar a equação em homogênea. O primeiro passo é resolver o sistema que vem dos coeficientes da EDO:{ G − 3H − 1 = 0 3G + 4H − 2 = 0 (2.24) e, em seguida, efetuar uma translação de eixos:A solução do sistema de equações (2.24) é % = ( , �) = ( 10 13 ,− 1 13 ) . A translação G = 10 13 + D H = − 113 + E irá eliminar os termos independentes. Substituindo essas fórmulas acima na equação diferencial[ 10 13 − 3 ( − 113 + E ) − 1 ] 3D − [ 3 ( 10 13 + D ) + 4 ( − 113 + E ) − 2 ] 3E = 0 (2.25) 31 obtemos uma EDO homogênea (D − 3E)3D − (3D + 4E)3E = 0. (2.26) Fazendo E = CD, conseguimos a EDO D(1 − 6C − 4C2)3D − D2(3 + 4C)3C = 0, cuja solução é D2 ( 1 − 6C − 4C2 ) = �. Substituindo C = E D obtemos D2 − 6DE − 4E2 = �. Substituindo agora o valor de D e E do sistema (2.25) (para voltarmos as variáveis G e H) obtemos G2 − 4H2 − 6GH − 2G + 4H = �. 2.6 Exercícios Resolva: 1. 3H 3G = 1 − 3G − 3H 1 + G + H ; 2. 3H 3G = G + 2H + 1 2G + 4H + 3; 3. (2G + 3H − 1)3G + (2G + 3H + 2)3H = 0; 4. (2G − H + 4)3H = −(G − 2H + 5)3G; 5. (3G − H + 2)3G = (−9G + 3H − 1)3H. 32 Respostas: 1. 3G + H + 2 ln(−3G − 3H + 3) = �; 2. ln(4G + 8H + 5) + 8H − 4G = �; 3. 3G + 3H = −9 ln(2G + 3H − 7) + �; 4. (G + H − 1)3 = �(G − H + 3); 5. 2G + 6H + � = − ln(6G − 2H + 1). 2.7 Equações Lineares de 1ª Ordem Conforme tínhamos dito anteriormente, a EDO 3H 3G + ?(G)H = @(G), (2.27) é linear. Para obter sua solução, vamos apresentar dois métodos: o de Lagrange e fator de integração. Fator de integração: O primeiro passo é procurar um fator integrante que seja função somente da variável G : �(G)3H 3G + �(G)?(G)H = �(G)@(G). (2.28) Agora, desejamos que o lado esquerdo de (2.28) seja a derivada do produto �(G)H. Ou seja, �(G) 3H 3G + �(G)?(G)H = 3 3G (�(G)H)︸ ︷︷ ︸ =�(G) 3H 3G + 3�(G) 3G H . Assim, 3�(G) 3G = �(G)?(G). 33 Usando variáveis separáveis obtemos o fator integrante �(G) = 4 ∫ ?(G)3G (2.29) da EDO (2.28). Substituindo (2.29) em (2.28), obtemos 4 ∫ ?(G)3G 3H 3G + 4 ∫ ?(G)3G?(G)H︸ ︷︷ ︸ 3 3G ( 4 ∫ ?(G)3GH ) = 4 ∫ ?(G)3G@(G), isto é, 3 3G ( 4 ∫ ?(G)3GH ) = 4 ∫ ?(G)3G@(G). Integrando com respeito a G, temos 4 ∫ ?(G)3GH = ∫ 4 ∫ ?(G)3G@(G)3G + �. Logo, H(G) = 4− ∫ ?(G)3G (∫ 4 ∫ ?(G)3G@(G)3G + � ) (2.30) é a solução geral da EDO (2.28). Exemplo 22. Vamos resolver pelo método do fator integrante a EDO 3H 3G + 12H = 2 + G. (2.31) Multiplicando por o fator integrante �(G) na equação (2.31) temos �(G)3H 3G + 12�(G)H = (2 + G)�(G). Para que o lado esquerdo de (2.31) seja a derivada do produto �(G)H, 34 devemos ter 3 3G (�(G)H) = �(G) 3H 3G + 3�(G) 3G H. Assim, 3�(G) 3G = 1 2�(G) é separável. Integrando ∫ 1 � 3� = ∫ 1 23G temos ln |�| = G2 + �. Assim, �(G) = �4 G2 . Impondo � = 1, obtemos �(G) = 4 G2 . Desta maneira, 3 3G (4 G2 H) = 4 G2 3H 3G + 124 G 2 H = (2 + G)4 G2 , ou seja, 3 3G (4 G2 H) = (2 + G)4 G2 . Portanto, 4 G 2 H = ∫ 3 3G (4 G2 H)3G = ∫ (2 + G)4 G2 3G. Logo, H(G) = 2G + �4− G2 é solução da EDO (2.31). Método de Lagrange: Destacaremos agora um outro método para resolver este tipo de EDO. 35 Para isso, faremos a substituição H(G) = I(G)C(G). (2.32) A derivada de H com relação a G é dada por 3H 3G = 3I 3G C + 3C 3G I (2.33) Substituindo (2.32) e (2.33) na EDO (2.27) obtemos 3I 3G C + 3C 3G I + ?(G)IC = @(G). (2.34) Colocando C em evidência C ( 3I 3G + ?(G)I ) + 3C 3G I = @(G), (2.35) e impondo que 3I 3G + ?(G)I = 0 (2.36) obtemos I = 4− ∫ ?3G . (2.37) Substituindo (2.37) na equação (2.35) obtemos C = ∫ 4 ∫ ?(G)3G@(G)3G + �. (2.38) Substituindo as equações (2.37) e (2.38) na equação (2.32), obtemos a solução geral H = 4− ∫ ?(G)3G (∫ 4 ∫ ?(G)3G@(G)3G + � ) . (2.39) 36 Exemplo 23. Vamos resolver a EDO 3H 3G − 3G2H = G2 (2.40) usando método de Lagrange. Como ?(G) = −3G2, temos que I(G) = 4 ∫ 3G23G = 4G 3 e C(G) = ∫ 4 ∫ −3G23GG23G + � = −134G 3 + �. Logo H = I(G)C(G) = −13 + � · 4G 3 Independente do método a solução será a mesma. Exemplo 24. Vamos encontrar a solução contínua da EDO 3H 3G + H = 5 (G), onde 5 (G) = { 1, 0 ≤ G ≤ 1 0, G > 1 , (2.41) sujeita a condição inicial H(0) = 0. A ideia é dividir a solução duas parte: i) Se 0 ≤ G ≤ 1, temos a EDO linear (ou separável) 3H 3G + H = 1. Usando a Equação (2.39) obtemos a solução H = 1 + �14−G . 37 Como H(0) = 0 segue que �1 = −1. Portanto, H = 1 − 4−G , 0 ≤ G ≤ 1. ii) Caso G > 1, a solução da EDO 3H 3G + H = 0 é H = �24 −G . Dessa maneira, a solução geral da EDO (2.41) é H(G) = { 1 − 4−G , 0 ≤ G ≤ 1 �24 −G , G > 1 . Para que H seja uma função contínua, devemos ter a igualdade lim G↓1 H(G) = H(1), isto é, �24 −1 = 1 − 4−1. Logo, H(G) = { 1 − 4−G , 0 ≤ G ≤ 1 (4 − 1)4−G , G > 1 é uma solução contínua da EDO (2.41) sujeita a condição inicial H(0) = 0. 2.8 Exercícios Resolva: 38 1. GH′ + 2H = 4G + ln G; 2. (1 + G2)3H + (GH + G3 + G)3G = 0; 3. 3% 3C + 2C% = % + 4C − 2; 4. 3H 3G = G + H 5. 3H 3G = H H − G , H(5) = 2; 6. cos2 G 3H 3G + H = 1, H(0) = −3; Encontre a solução contínua das EDO’s abaixo: 7. 3H 3G + 2H = 5 (G), 5 (G) = { 1, 0 ≤ G ≤ 3 0, G > 3 e H(0) = 0; 8. 3H 3G + H = 5 (G), 5 (G) = { 1, 0 ≤ G ≤ 1 −1, G > 1 e H(0) = 1; 9. 3H 3G + 2GH = 5 (G), 5 (G) = { G, 0 ≤ G < 1 0, G ≥ 1 e H(0) = 2. Respostas: 1. G2H = G4G − 4G + G 2 2 ln G − 1 4G 2 + �; 2. H = −13 (1 + G 2) + �(1 + G2) − 1 2 ; 3. % = 2 + �4 C−C2 ; 4. G = −H − 1 + �4G ; 5. G = H 2 + 8 H ; 6. H = 1 − 44− tg G 39 7. H = 1 2 (1 − 4 −2G), 0 ≤ G ≤ 3 1 2 (4 6 − 1)4−2G , G > 3 8. H = { 1, 0 ≤ G ≤ 1 241−G − 1, G > 1 9. H = 1 2 + 3 2 4 −G2 , 0 ≤ G < 1( 1 2 4 + 3 2 ) 4−G 2 , G ≥ 1 2.9 Equações Exatas Dada a expressão diferencial "(G, H)3G + #(G, H)3H, (2.42) se existir uma função 5 tal que 35 = "(G, H)3G + #(G, H)3H, dizemos que (2.42) é exata. Se I = 5 (G, H) é uma função com derivadas parciais contínuas definidas num aberto* ⊂ R2, a diferencial total é 3I = % 5 %G 3G + % 5 %H 3H. Em particular, se 5 (G, H) = 2 temos % 5 %G 3G + % 5 %H 3H = 0. (2.43) Portanto, a família de curva 5 (G, H) = 2 pode ser usada para gerar a EDO (2.43). 40 Uma pergunta natural a se fazer é: dada a expressão diferencial "(G, H)3G + #(G, H)3H, (2.44) existiria uma função 5 tal que 35 = "(G, H)3G + #(G, H)3H. (2.45) Quando acontecer a igualdade (2.45) dizemos que a expressão diferencial (2.44) é uma diferencial exata. Uma EDO da forma "(G, H)3G + #(G, H)3H = 0 (2.46) é dita exata se a expressão diferencial (2.44) é uma diferencial exata numa região do plano GH. Teorema 3. Sejam "(G, H) e #(G, H) funções continuas com derivadas parciais contínuas definidas num aberto* ⊂ R2. Uma condição necessária e suficiente para que (2.44) seja uma diferencial exata é %" %H = %# %G . (2.47) Demonstração: Suponha que"(G, H)3G+#(G, H)3H é umadiferencial exata. Vamosmostrar que vale (2.47), ou seja, provaremos a igualdade %" %H = %# %G . Seja 5 tal que "(G, H)3G + #(G, H)3H = % 5 %G 3G + % 5 %H 3H. 41 Assim, "(G, H) = % 5 %G (2.48) e #(G, H) = % 5 %H (2.49) Derivando (2.48) com relação a H, derivando (2.49) com relação a G e usando o Teorema Schwarz verificamos a igualdade abaixo %" %H = % % ( % 5 %G ) = = %2 5 %H%G = % %G ( % 5 %H ) = %# %G . Reciprocamente, suponha que %" %H = %# %G . É suficiente construir uma função 5 tal que % 5 %G = "(G, H) (2.50) e % 5 %H = #(G, H). (2.51) Comecemos integrando, por exemplo, a expressão (2.50) em relação à variável G, da qual teremos 5 (G, H) = ∫ "(G, H)3G + 6(H) (2.52) 42 Derivando parcialmente (2.52) em relação a H temos: % 5 %H = % (∫ "(G, H)3G ) %H + 6′(H) (2.53) Igualando (2.51) e (2.53): % (∫ "(G, H)3G ) %H + 6′(H) = #(G, H). Isolando 6′(H) e integrando em relação a H acharemos 6(H) = ∫ ©« #(G, H) − % (∫ "(G, H)3G ) %H ª®®®®¬ 3H (2.54) Substituindo (2.54) em (2.52) obtemos 5 (G, H) = ∫ "(G, H)3G + ∫ ©«#(G, H) − % (∫ "(G, H)3G ) %H ª®®¬ 3H = �. (2.55) Portanto, encontramos uma função 5 que satisfaz (2.50) e (2.51), ou seja, encontramos a solução geral da EDO exata "(G, H)3G + #(G,H)3H = 0.� Observação 6. A construção da função (2.55), na verdade, determina um procedimento básico que deve ser imitado para a resolução das EDO’s exatas. Exemplo 25. Verifique que a EDO (3G2 + 2H)3G + (2G − 4H + 5)3H = 0 (2.56) 43 é exata e encontre a solução geral. Verifiquemos a relação %" %H = %# %G : %" %H = 2 = %# %G . Partindo da igualdade 35 = % 5 %G 3G + % 5 %H 3H = (3G2 + 2H)3G + (2G − 4H + 5)3H = 0, temos % 5 %G = 3G2 + 2H (2.57) e % 5 %H = 2G − 4H + 5. (2.58) Integrando parcialmente (2.57) em relação a G obtemos 5 (G, H) = G3 + 2HG + 6(H). (2.59) Comparando com (2.58) teremos 2G + 6′(H) = 2G − 4H + 5. Logo 6′(H) = −4H + 5, ou seja, 6(H) = −2H2 + 5H. (2.60) Substituindo (2.60) em (2.59) obtemos a solução geral da EDO (2.56) é G3 + 2HG − 2H2 + 5H = �. 44 2.10 Exercícios Verifique quais EDO’s são exatas. Caso afirmativo, encontre a solução geral. 1. (2GH + G)3G + (G2 + H)3H = 0; 2. H4GH3G + G4GH3H = 0; 3. G4GH3G + H4GH3H = 0 4. H3G + G3H = 0; 5. (G − H)3G + (G + H)3H = 0; 6. (H sen G + GH cos G)3G + (G sen G + 1)3H = 0. Respostas: 1. 2HG2 + G2 + H2 = �; 2. 4GH = �; 3. não é exata; 4. GH = �; 5. não é exata; 6. GH sen G + H = �. 2.11 Equações Redutíveis a Exatas Na equação "3G + #3H = 0, (2.61) quando as derivadas parciais %" %H ≠ %# %G (2.62) 45 tentaremos determinar um fator integrante de tal forma a transformar (2.61) numa EDO exata. Mais precisamente, vamos tentar encontrar uma função �(G, H) tal que �(G, H)"(G, H)3G + �(G, H)#(G, H)3H = 0 (2.63) é exata. Pelo Teorema 3 devemos ter %(�(G, H)"(G, H)) %H = %(�(G, H)#(G, H)) %G . (2.64) Vamos impor condições sobre � para que (2.64) aconteça. Derivando (2.64) obtemos " %� %H − # %� %G = � ( %# %G − %" %H ) . (2.65) A equação (2.65) é uma EDP de 1ª ordem que não sabemos resolver. Impondo que � é função apenas de uma variável, conseguimos achar a solução. Mais precisamente, 1. Se � = �(G) é uma função que depende apenas do G, ou seja, se %� %H = 0, pela equação (2.65) temos 3� 3G = − 1 # � ( %# %G − %" %H ) . Dessa maneira, o fator integrante de (2.61) é �(G) = 4 ∫ 1 # ( %" %H − %# %G ) 3G; 2. Se � = �(H), então %�%G = 0. Assim, a equação (2.65) se transforma 46 em 3� 3H = 1 " � ( %# %G − %" %H ) . Logo, �(H) = 4 ∫ 1 " ( %# %G − %" %H ) 3H é o fator integrante de (2.61). Exemplo 26. Usaremos fatores integrantes para transformar a equação (H − G2)3G + 2G3H = 0 (2.66) numa EDO exata. Suponha que (H − G2)�(G, H)3G + 2G�(G, H)3H = 0 (2.67) seja exata. Assim, %[(H − G2)�(G, H)] %H = %[2G�(G, H)] %G . ⇒ �(G, H) + (H − G2) %�(G, H) %H = 2 · �(G, H) + 2G %�(G, H) %G ⇒ −�(G, H) + (H − G2)%�(G, H) %H = 2G %�(G, H) %G A equação diferencial parcial possui infinitas soluções (dependendo da função �). No entanto, vamos impor a condição que o fator integrante seja uma função somente de G, isto é %� %H = 0. 47 Assim, −� = 2G 3� 3G Separando as variáveis e integrando teremos um fator integrante: � = 1√ G Voltando a equação (2.67), temos (H − G2) 1√ G 3G + 2G 1√ G 3H = 0. A EDO acima é exata e sua solução geral é: 2H √ G − 2G 5 2 5 = �. De fato, % 5 %G = 1√ G (H − G2) ⇒ 5 (G, H) = 2H √ G − 25G 5 2 + 6(H) ⇒ % 5 %H = 2 √ G + 6′(H) ⇒ 6 é constante. 2.12 Exercícios Resolva: 1. H23G + (GH + 1)3H = 0; 2. HG 3G + (H3 + ln G)3H = 0; 3. (G4 + H4)3G − GH33H = 0; 4. (G + H)3G + G ln G3H = 0. 48 Respostas: 1. GH + ln H = �; 2. 4H ln G + H4 = �; 3. H4 = 4G4 ln G + �G4; 4. G + H ln G + � = 0 2.13 Equação de Bernoulli Dado = ∈ Q, as equações diferenciais da forma 3H 3G + ?(G)H = @(G)H= , (2.68) onde ? e @ são funções de G ou constantes, são chamadas de equações de Bernoulli. Note que se = = 0 a equação de Bernoulli recai numa EDO linear. Observação 7. O termo H= deixa a EDO (2.68) não linear. Supondo = ≠ 1, e H ≠ 0, a equação de (2.68) se transforma numa equação linear da seguinte maneira: multiplicando H−= em (2.68) temos H−= 3H 3G + ?(G)H1−= = @(G) (2.69) Fazendo a mudança H1−= = C na equação (2.69) temos 1 1 − = 3C 3G︸ ︷︷ ︸ =H−= 3H 3G +?(G)C = @(G), ou seja, obtemos a equação linear 3C 3G + (1 − =)?(G)C = (1 − =)@(G). (2.70) 49 Exemplo 27. Vamos resolver a seguinte equação 3H 3G + 1 G H = GH2. (2.71) Da equação (2.68) temos ?(G) = 1/G, @(G) = G, e = = 2. Usando a equação (2.69), a edo (2.71) se transforma em H−2 3H 3G + 1 G H−1 = G. (2.72) A derivada da mudança de variável C = H−1 é 3C 3G = −H−2 3H 3G ⇒ 3H 3G = −H2 3C 3G . Assim, 3C 3G − 1 G C = −G A solução da EDO acima é G−1C = −G + 2 ou C = −G2 + 2G. Substituindo C = H−1, obtemos a solução da EDO (2.71) H = 1 −G2 + 2G . Exemplo 28. Vamos agora determinar a solução contínua do problema 3H 3G − 13G H = 5 (G)H 4, 5 (G) = { G − 1, 1 ≤ G ≤ 2 1, G > 2 (2.73) sujeita a condição inicial H(1) = 1. 50 Para isso, vamos considerar dois problemas: 3H 3G − 13G H = (G − 1)H 4, 1 ≤ G ≤ 2; H(1) = 1 (2.74) e 3H 3G − 13G H = H 4, G > 2, (2.75) satisfazendo o limite lim G↓2 H(G) = lim G↑2 H(G). A duas equações são de Bernoulli. E mais, a solução da equação (2.74) é H−3 = −G2 + 32G + 1 2G −1, 1 ≤ G ≤ 2 e a solução da EDO (2.75) é H−3 = −32G + �2G −1, G > 2. Resta encontrar o valor de �2. Calculando o limite limG↓2 H(G) = limG↑2 H(G) encontramos o valor �2 = 9 2 . Portanto a solução do problema de valor inicial (2.73) é H−3 = −G2 + 32G + 1 2G −1, 1 ≤ G ≤ 2 H−3 = −32G + 9 2G −1, G > 2 2.14 Exercícios Resolva: 1. 3H 3G − H G = −H 2 G ; 51 2. G 3H 3G + H = −2G6H4; 3. 3H 3G + H 2G = G H3 , H(1) = 2; 4. −G 3H 3G − H = (GH) 32 , H(1) = 4. Respostas: 1. H = G(G + 2)−1; 2. H−3 = 2G6 + 2G3; 3. H4 = G2 + 15G−2; 4. H = 4G−3. 2.15 Equações de Riccati Equações de Riccati são edos de primeira ordem que podem ser escritas na forma: 3H 3G = ?(G)H2 + @(G)H + A(G). (2.76) Se A(G) = 0, temos uma equação de Bernoulli com = = 2. Vamos fazer uma translação de modo a eliminar a função A(G). Para isso, é ncessário conhecer uma solução particular. Seja H1 uma solução particular da equação de (2.76). A mudança de variável I = H − H1 transforma a equação de Riccati na variável H na equação de Bernoulli (2.68) no caso particular = = 2. De fato, temos: 3I 3G = 3H 3G − 3H1 3G = @H2 + ?H + A − 3H1 3G 52 = ?(H1 + I)2 + @(H1 + I) + A − 3H1 3G = 2?H1I + ?I2 + @I + ( ?H21 + @H1 + A − 3H1 3G ) ︸ ︷︷ ︸ =0 , = (@ + 2?H1)I + ?I2. ⇒ 3I 3G − (@(G) + 2?(G)H1(G))I = ?(G)I2. Exemplo 29. A edo 3H 3G + H G + H2 G2 = 3 que tem como H = G uma solução particular, é transformada numa equação de Bernoulli da seguinte forma: Fazendo H = G + I, temos 3I 3G = 1 + 3I 3G . Substituindo na equação dada temos: 3I 3G + 3 G I = − 1 G2 I2 que é uma equação de Bernoulli em I. 2.16 Exercícios Resolva as equações de Riccati: 1. H′ = 1 + G2 − 2GH + H2, H1 = G; 2. 3H 3G = H2 − (tg G)H + sec2 G, H1 = tg G. 53 Respostas: 1. H = (−G + �)−1 + G; 2. H = sec G− ln(sec G + tg G) + 2 + tg G. 2.17 Substituições Diversas Esta seção é destinada a resolução de EDO’s que não se enquadram em nenhum modelo visto anteriormente, porém com uma mudança de variável ela se transforma numa EDO conhecida. Exemplo 30. A equação diferencial H(1 + 2GH)3G + G(1 − 2GH)3H = 0 (2.77) não se enquadra em nenhum tipo visto anteriormente, mas fazendo a mudança D = 2GH (2.78) obtemos uma equação separável. De fato, derivando a equação (2.78) 3H = G3D − D3G 2G2 (2.79) e substituindo (2.78) e (2.79) em (2.77) obtemos 2D23G + (1 − D)G3G = 0. (2.80) Organizando (2.80) obtemos a EDO separável 2 G 3G + 1 − D D2 3D = 0. 54 Exemplo 31. Resolvermos a EDO 2GH 3H 3G + 2H2 = 3G − 6. (2.81) Considerando D = H2 (2.82) temos que 3D 3G = 2H 3H 3G . (2.83) Substituindo (2.82) e (2.83) em (2.81) obtemos a EDO linear de primeira ordem G 3D 3G + 2D = 3G − 6. Exemplo 32. Fazendo a substituição D = H + 1 (2.84) na EDO H′ = H + G(H + 1)2 + 1 (2.85) obtemos a equação de Bernoulli3D 3G − D = GD2 (2.86) Sua solução é D = (1 − G + �4−G)−1. (2.87) Substituindo (2.87) na equação (2.84) obtemos H = (1 − G + �4−G)−1 − 1. 55 Exemplo 33. Vamos encontrar a solução não constante da EDO H2H′′ = H′. (2.88) Para isso, faremos a substituição D = H′. (2.89) Aplicando a regra da cadeia em (2.89) temos H′′ = 3D 3G = 3D 3H 3H 3G = D 3D 3H . (2.90) Substituindo (2.89) e (2.90) em (2.88) obtemos a EDO separável H2D 3D 3H = D. Assim, 3D = 1 H2 3H ⇒ D = −1 H + �1︸ ︷︷ ︸ ≠0 ⇒ H′ = �1H − 1 H ⇒ H �1H − 1 3H = 3G i) Se �1 ≠ 0, então 1 �1 ( 1 + 1 �1H − 1 ) 3H = 3G ⇒ 1 �1 H + 1 �21 ln |H − 1| = G + �2; ii) Se �1 = 0, então H3H = −3G e a outra solução é 1 2H 2 = −G + �2. 56 2.18 Exercícios Resolva as equações abaixo: 1. H′ + H ln H = H4G; 2. H′ + 1 = 4−(G+H) sen G; 3. G sen H 3H 3G + cos H = −G24G 4. GH′′ = H′ + (H′)3. 5. O cálculo da curvatura deuma curva H = 5 (G) é dadapela fórmula � = H′′ [1 + (H′)2] 32 . Determine uma função para qual � = 1. 6. Classifique as EDO’s abaixo em lineares/não lineares, homogêneas/não-homogêneas, separáveis/não-separáveis, e autônomas/não-autônomas. (a) H′ = GH; (b) H′ = GH2 G2H + H3 ; (c) H′ = H3 sen H; (d) H′ = H − G 2G ; (e) H′ = G 2 H2 ; (f) G5H′ + tg−1(G)H = 1 1 + C6 ; (g) H′ = G2 + H2 3GH ; 57 (h) H′ = G4 + 3G2H2 + H4 G3H . Respostas: 1. ln H = 12 4 G + �4−G (D = ln H); 2. 4G+H = − cos G + � (D = G + H); 3. cos H = G4G − �G (D = − cos H); 4. H = ± √ �1 − G2 + �2 (D = H′); 5. H = − √ 1 − G2. 6. (a) Linear, não-homogênea, separável, não autônoma; (b) Não-linear, homogênea, não-separável, não autônoma; (c) Não-linear, não-homogênea, separável, autônoma; (d) Linear, homogênea, não-separável, não autônoma; (e) Não-linear, homogênea, separável, não autônoma; (f) Linear, não-homogênea, não-separável, não autônoma; (g) Não-linear, homogênea, não-separável, não autônoma; (h) Não-linear, homogênea, não-separável, não autônoma. Capítulo 3 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE 2ª ORDEM Uma EDO de segunda ordem é da forma 32H 3G2 = H′′ = 5 ( G, H, 3H 3G ) . (3.1) onde 5 é uma função contínua num intervalo real. Dizemos que (3.1) é linear quando a função 5 for linear na entrada H e na entrada H′ ou quando (3.1) for escrita como H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G), (3.2) onde ?, @ e 6 são funções contínuas num intervalo real. Nos próximos exemplos vamos resolver casos particulares da EDO (3.1). 1. Equações do tipo: H′′ = 5 (G) (3.3) 58 59 A equação 3.3 pode ser escrita como 3 3G ( 3H 3G ) = 5 (G), ou seja, 3 ( 3H 3G ) = 5 (G)3G. Integrando ambos os lados 3H 3G = ∫ 5 (G)3G + �1. Portanto, usando variáveis separáveis H = ∫ (∫ 5 (G)3G + �1 ) 3G + �2. 2. Equações do tipo H′′ = 5 ( G, 3H 3G ) (3.4) Nesse caso, faremos 3H 3G = ? (3.5) onde ? é uma função que depende de G. Assim, 32H 3G2 = 3? 3G . A equação (3.4) se transforma numa EDO de primeira ordem em relação a ?, 3? 3G = 5 (G, ?). 60 Sabemos que sua solução geral é da forma ? = �(G, �1). (3.6) Substituindo a equação (3.5) em (3.6) temos 3H 3G = �(G, �1). Usando variáveis separáveis, obtemos H = ∫ �(G, �1)3G + �2. 3. Equação do tipo H′′ = 5 (H). (3.7) Chamando 3H 3G = ?, (3.8) onde ? é uma função que depende de H, temos 32H 3G2 = 3? 3G = 3? 3H 3H 3G = ? 3? 3H . Substituindo a igualdade acima em (3.7) obtemos aEDOseparável ? 3? 3H = 5 (H), cuja solução é ?2 = 2 [∫ 5 (H)3H ] + �1. (3.9) 61 Portanto, obtemos a equação de variáveis separáveis em G e H( 3H 3G )2 = 2 [∫ 5 (H)3H ] + �1 cuja solução é obtida integrando a equação 3H√ 2 [∫ 5 (H)3H ] + �1 = 3G. 4. Equações do tipo H′′ = 5 ( H, 3H 3G ) (3.10) Assim como no item 3, faça a substituição da equação (3.8) para obter uma EDO separável. Exemplo 34. A EDO H′′ = cos 2G depende apenas da variável G. Integrando duas vezes obtemos H = −cos 2G4 + �1G + �2 como solução. Exemplo 35. Note que a EDO (1 + G)H′′ + H′ = 0, G ≠ −1 (3.11) é a do mesmo tipo abordada no item 2. Fazendo ? = H′, (3.12) a equação (1 + G)?′ + ? = 0 62 pode ser escrita como ?′ ? = − 11 + G . (3.13) Note que (3.13) é separável. Assim, ?′ ? = − 11 + G . (3.14) Resolvendo as integrais ∫ 3? ? = − ∫ 3G 1 + G obtemos ?(1 + G) = 4� = �1. (3.15) Substituindo (3.12) em (3.15) obtemos uma EDO separável cuja solução é H = �1 ∫ 3G G + 1 + �2 = �1 ln |G + 1| + �2. Exemplo 36. A EDO H′′ = −4H−3, H > 0 (3.16) depende apenas de H. Conforme o item 3, temos ? 3? 3H = −4H−3. Integrando ?3? = −4H−33H obtemos ∫ ?3? = −4 ∫ H−33H. 63 Assim, ?2 = 4 H2 + 21 ⇒ ? = ± √ 4 H2 + 21 ⇒ 3H 3G = ± √ 4 H2 + �1. Portanto, H√ �1H2 + 4 H′ = ±1. (3.17) Integrando (3.17) √ �1H2 + 4 = ±�1G + �2. Logo �1H 2 = (±�1G + �2)2 − 4 é solução da EDO (3.16). Exemplo 37. A EDO HH′′ = H2H′ + (H′)2 , H ≠ 0, (3.18) não depende de G. Faremos a substituição (3.5). Assim, H?′ − ?2 H2 = H′. Como ( ? H )′ = H?′ − ?2 H2 64 temos que ? H = H + �1. Logo, ? = H2 + �1H. Substituindo ? = H′, a EDO H′ = H2 + �1H é separável, pois H′ H2 + �1H = 1. (3.19) Integrando (3.19) obtemos∫ 3H H2 + �1H = G + �2. Portanto H = �2 (H + �1) exp(G) é solução da EDO (3.18). Umproblema de valor inicial para a equação diferencial de segunda ordem (3.2) deve possuir duas condições iniciais: H(G0) = H0 e H′(G0) = H′0, ou seja, H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G) H(G0) = H0 H′(G0) = H′0 . (3.20) Observação 8. A solução da EDO (3.20) envolve num certo sentido duas integrações. Por esse motivo, são introduzidas duas constantes de integração. 65 Exemplo 38. Vamos resolver a EDO H′′ = G2 (3.21) sujeita as condições iniciais { H(0) = 1 H′(0) = 2 . (3.22) Integrando a equação (3.21) temos H′ = G3 3 + �1. (3.23) Como H′(0) = 2, segue que �1 = 2. Portanto, H′ = G3 3 + 2. (3.24) Integrando (3.24) temos H = G4 12 + 2G + �2. Por fim, como H(0) = 1 obtemos �2 = 1. Logo, H = G4 12 + 2G + 1 é solução da EDO (3.21) sujeita as condições iniciais (3.22). Teorema 4. [Existência e Unicidade de solução de uma EDO linear de segunda ordem] Considere o problema de valor inicial H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G) H(G0) = H0 H′(G0) = H′0 . (3.25) 66 onde ?, @ e 6 são funções contínuas, então existe uma vizinhança (0, 1)×(2, 3) de (G0, H0) e uma única função contínua H : (0, 1) → (2, 3) solução de (3.25). Observação 9. Caso ? e @ sejam funções de classe �: , então a solução de (3.25) também será de classe �: . 3.1 Equações Lineares deSegundaOrdemHomogêneas Uma EDO de segunda ordem linear escrita da forma H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0, (3.26) é chamada de homogênea. Teorema 5. [Princípio da Superposição] Se H1 e H2 são soluções da EDO homogênea (3.26), então a combinação linear �1H1 + �2H2 também é solução de (3.26), para quaisquer constantes �1 e �2. Demonstração: Denotando H0 = �1H1 + �2H2 (3.27) temos que H′0 = �1H ′ 1 + �2H′2 (3.28) e H′′0 = �1H ′′ 1 + �2H′′2 . (3.29) Substituindo (3.27), (3.28) e (3.29) em (3.26) verificamos sem dificuldade que H′′0 + ?(G)H′0 + @(G)H0 = 0.� 67 Teorema 6. [Superposição para EDO’s Não Homogêneas] Sejam H1 uma solução da EDO H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 61(G) e H2 uma solução de H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 62(G). Então para quaisquer constantes �1 e �2, a função �1H1+�2H2 é uma solução da EDO H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = �161(G) + �262(G). Demonstração: Exercício. � O Teorema 5 afirma que quaisquer duas soluções da equação homogênea (3.26) geram uma terceira solução. No próximo Teorema, vamos mostrar que toda solução de (3.26) é uma combinação linear dessas duas outras soluções. Teorema 7. Sejam ? e @ funções contínuas em um intervalo �. Sejam H1 e H2 soluções da equação diferencial H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0. (3.30) Suponha que para todo G ∈ � tenhamos H1(G)H′2(G) − H′1(G)H2(G) ≠ 0. (3.31) Então qualquer solução da EDO (3.30) é uma combinação linear de H1 e H2. 68 Demonstração: Suponha que além de H1 e H2 soluções de (3.30) tenhamos que H é também uma outra solução. Vamos determinar constantes �1 e �2 taisque H(G) = �1H1(G) + �2H2(G), ∀G ∈ �. (3.32) Derivando (3.32) obtemos H′(G) = �1H′1(G) + �2H′2(G), ∀G ∈ �. (3.33) Fixando G0 ∈ � temos o sistema{ �1H1(G0) + �2H2(G0) = H(G0) �1H ′ 1(G0) + �2H′2(G0) = H′(G0) . (3.34) Do ponto de vista matricial a equação (3.34) se transforma[ H1(G0) H2(G0) H′1(G0) H′2(G0) ] · [ �1 �2 ] = [ H(G0) H′(G0) ] (3.35) A equação (3.31) equivale a dizer que det [ H1(G0) H2(G0) H′1(G0) H′2(G0) ] ≠ 0. Por esse motivo, o sistema (3.34) tem solução única �1 e �2. Além disso, as funções �1H1+�2H2 e H satisfazem a equação (3.30) com valor inicial G0. Pelo Teorema 4 (Existência e Unicidade) a solução é única. Logo, H(G) = �1H1(G) + �2H2(G). � (3.36) O valor H1(G)H′2(G) − H′1(G)H2(G) é chamado de Wronskiano de H1 e 69 H2 no ponto C. Denotaremos o Wronskiano por ,(H1, H2)(G) = det [ H1(G) H2(G) H′1(G) H′2(G) ] . (3.37) Observação 10. Em algumas ocasiões vamos denotar ,(H1, H2)(G) simplesmente por,(G) ou,(H1(G), H2(G)) ou até mesmo,(H1, H2). Exemplo 39. OWronskiano das funções H1(G) = 4<G e H2(G) = 4=G é ,(4<G , 4=G) = det [ 4<G 4=G <4<G =4=G ] = (= − <)4(<+=)G . Observação 11. As funções H1 e H2 satisfazendo (3.31), ou seja, as funções H1 e H2 tais que ,(H1, H2) ≠ 0 formam o que chamaremos de conjunto fundamental de soluções e a combinação linear (3.36) é chamada de solução geral da EDO (3.30). Teorema 8. [Abel] Se H1 e H2 são soluções da equação diferencial H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0, (3.38) onde ? e @ funções contínuas em um intervalo � ⊂ R, então o ,(H1, H2)(G) = �4− ∫ ?(G)3G , (3.39) onde � é uma constante que depende de H1 e H2, mas não depende de G. Demonstração: Derivando (3.37) temos , ′(G) = det [ H′1(G) H′2(G) H′1(G) H′2(G) ] ︸ ︷︷ ︸ =0 +det [ H1(G) H2(G) H′′1 (G) H′′2 (G) ] . 70 Assim, , ′(G) = det [ H1(G) H2(G) −?(G)H′1 − @(G)H1 −?(G)H′2 − @(G)H2 ] . Multiplicando a primeira linha por @(G) e subtraindo pela segunda linha (@(G)!1 − !2↔ !2) obtemos , ′(G) = det [ H1(G) H2(G) −?(G)H′1(G) −?(G)H′2(G) ] = −?(G)det [ H1(G) H2(G) H′1(G) H′2(G) ] = −?(G),(G). cuja solução é dada pela igualdade (3.39). � Exemplo 40. Vamos calcular o Wronskiano das duas soluções da equação G2H′′ − GH′ + ( cos2 G + 4sen G ) H = 0, G > 0 (3.40) Como G > 0, podemos reescrever a equação (3.40) como H′′ − 1 G H′ + 1 G2 ( cos2 G + 4sen G ) H = 0 Portanto ?(G) = − 1G . Pela Fórmula de Abel 8 temos que ,(G) = � · 4− ∫ ?(G)G = � · 4 ∫ 3G G = � · 4 ln G = �G. Teorema 9. Sejam ? e @ funções contínuas em um intervalo real � e H1 e H2 71 soluções da equação diferencial H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0. (3.41) São equivalentes: 1. H1 e H2 são linearmente independente em �; 2. ,(H1, H2)(G) ≠ 0 para todo G ∈ �; 3. ,(H1, H2)(G0) ≠ 0 para algum G0 ∈ �. Demonstração: Mostremos inicialmente a equivalência 2⇔ 1. 2⇒ 1) Suponha que H1 e H2 sejam linearmente dependentes em �. Por definição de dependência linear, existem constantes �1 e �2, não ambas nulas, tal que �1H1(G) + �2H2(G) = 0 (3.42) para todo G ∈ �. Derivando (3.42) temos �1H ′ 1(G) + �2H′2(G) = 0. (3.43) Usando as Equações (3.42) e (3.43) obtemos{ �1H1(G) + �2H2(G) = 0 �1H ′ 1(G) + �2H′2(G) = 0 ⇔ [ H1(G) H2(G) H′1(G) H′2(G) ] · [ �1 �2 ] = [ 0 0 ] . (3.44) A dependência linear de H1 e H2 implica que (3.44) possui uma solução não trivial. Assim, , (H1, H2) (G) = 0 para todo G ∈ �. Isso é uma contradição. Logo H1 e H2 são linearmente independentes. 1⇒ 2) Reciprocamente, suponha que H1 e H2 são linearmente independentes. Se existe G0 ∈ � tal que,(H1, H2)(G0) = 0, então existem 72 �1 e �2, não nulas, tais que{ �1H1 (G0) + �2H2 (G0) = 0 �1H ′ 1 (G0) + �2H′2 (G0) = 0 . (3.45) Defina H(G) = �1H1(G) + �2H2(G). (3.46) O sistema (3.45) garante que H satisfaz{ H (G0) = 0, H′ (G0) = 0. (3.47) Note agora que H = 0 satisfaz a EDO (3.41) com as condições iniciais (3.47), ou seja, H = 0 é solução da EDO H′′ + ?(G)H′ +&(G)H = 0 H (G0) = 0, H′ (G0) = 0. (3.48) Pelo Teorema de Existência e Unicidade 4 temos que a função identicamente nula é a única solução. Em outras palavras, para todo G ∈ � , a equação �1H1(G) + �2H2(G) = 0 (3.49) é solução de (3.48). Isso contradiz a a hipótese de H1 e H2 serem linearmente independentes. Para completar o ciclo de equivalência, iremos provar 2 ⇔ 3. 2⇒ 3) É trivial. 73 3⇒ 2) A igualdade (3.39) do Teorema 8 para G0 é ,(G) = �4− ∫ G G0 ?(G)3G =,(G0)4 − ∫ G G0 ?(G)3G . (3.50) Como ,(G0), 4 − ∫ G G0 ?(G)3G ≠ 0 segue o desejado. � Corolário 1 (Teorema doWronskiano). Se H1(G) e H2(G) são duas soluções da equação homogênea (3.41) definidas em (0, 1), então seu Wronskiano é: , (H1, H2) (G) ≡ 0, ∀G ∈ (0, 1) ou , (H1, H2) (G) ≠ 0, ∀G ∈ (0, 1) Demonstração: Pela equação (3.39) no Teorema de Abel 3.39 temos ,(G) = � · 4− ∫ ?(G)dG . Assim, se � = 0, então, ≡ 0, para todo G ∈ (0, 1). Caso contrário, se � ≠ 0, então, ≠ 0,∀G ∈ (0, 1), pois, é uma exponencial (nunca se anula). � Observação 12. O Teorema 9 pode ser resumido da seguinte forma: 1. As funções H1 e H2 formam um conjunto de soluções fundamentais da equação diferencial H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0 74 em I; 2. As funções H1 e H2 são linearmente independentes; 3. ,(H1, H2)(G) ≠ 0 para todo G ∈ R; 4. ,(H1, H2)(G) ≠ 0 para algum G0 ∈ R. Observação 13. Se = ≠ <, então o Wronskiano calculado no Exemplo 39 é não nulo, isto é, ,(4<G , 4=G) = (= − <)4(=+<)G ≠ 0. Portanto soluções desse tipo são linearmente independente e, consequentemente, formam um conjunto de soluções fundamentais (se forem soluções de uma EDO). Exemplo 41. Note que as funções 5 , 6 : R → R definidas por 5 (G) = G2 e 6(G) = G |G | são linearmente independentes, pois não são múltiplas uma da outra. Também poderíamos ter concluído esse fato escrevendo a combinação linear �1G2 + �2G |G | = 0 e observando que se G = 1 temos que �1 + �2 = 0, enquanto se G = −1 encontramos �1 − �2 = 0. Assim, resolvendo o sistema{ �1 + �2 = 0 �1 − �2 = 0 encontramos �1 = �2 = 0. Além disso, como,(G2, G |G |) = 0 no intervalo (0,∞) e,(G2, G |G |) = 0 no intervalo (−∞, 0), segue que,(G2, G |G |) = 0 em (−∞,∞). Resumindo essa seção, relacionamos os resultados sobre conjunto fundamental de soluções, wronskianos e independência linear da seguinte forma: sejam H1 e H2 soluções da equação homogênea H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0. As afirmações são equivalente: 75 • As funções H1 e H2 formam um conjunto fundamental de soluções num intervalo �; • As funções H1 e H2 são linearmente independentes em �; • , (H1, H2) (G0) ≠ 0, para algum G0 ∈ �; • , (H1, H2) (G) ≠ 0, para todo G ∈ �. 3.2 Exercícios 1. Decida quais funções são linearmente independente ou linearmente dependente. (a) G + 1, G − 1 onde 0 < G < 1; (b) sen 2G, sen G · cos G em qualquer intervalo; (c) |G | · G, G2 onde −1 < G < 1; (d) sen2 G, 1 − cos 2G em qualquer intervalo; (e) 4 G cos �G, 4 G sen �G onde e � são reais com � não nulo. 2. Use a definição para mostrar, por meio de um exemplo, que as funções abaixo são linearmente dependente. (a) G, G2, 4G − 3G2; (b) 0, G, 4G; (c) cos 2G, 1, cos 2G; (d) 4G , 4−G , senh G. 3. Mostre que H1(G) = G 1 2 e H2(G) = G−1 formam um conjunto de soluções fundamentais da equação 2G2H′′ + 3GH′ − H = 0 para G > 0. 76 4. Note que 2H1(0) − 2H2(0) = 0, onde H1(G) = 1 e H2(G) = 4G . Isto significa que H1 e H2 são l.d. em qualquer vizinhança do zero? 5. Verifique se H1 = G3 e H2 = |G |3 são soluções linearmente independente da EDO linear G2H′′ − 4GH′ + 6H = 0 em R. Respostas: 1. (a) l.i.; (b) l.d.; (c) l.i.; (d) l.d.; (e) l.i.. 2. (a) −4G + 3G2 + 1 · (4G − 3G2) = 0; (b) 1 · 0 + 0 · G + 0 · 4G = 0; (c) 1 · cos 2G + 1 · 1 − 2 cos 2G = 0 (d) − 12 4G + 12 4−G + 1 · senh G. 3. Verifique se H1 e H2 são soluções da EDO e em seguida calcule o Wronskiano ,(H1 , H2). 4. Não. Precisamos que �1H1(G) + �2H2(G) = 0 para todos os valores de G numa vizinhança do zero. 5. Verifique que H1 e H2 são linearmente independente (H1 não é multiplo de H2) e que são raízes da equação G2H′′ − 4GH′ + 6H =0 nos casos em que G ≥ 0 e G < 0. Note que tanto para o caso em que G é positivo ou negativo o Wronskiano é igual a zero. Isso não viola o Teorema 9, pois o termo que acompanha H′′ é 02(G) = G2 e 02(0) = 0. 77 3.3 Equações Lineares deSegundaOrdemHomogêneas com Coeficientes Constantes Nesta seção vamos resolver a equação diferencial 0H′′ + 1H′ + 2H = 0, (3.51) onde 0, 1, 2 ∈ R e 0 ≠ 0. Inspirados no Exemplo 39 e na Observação 13, suponhamos que uma solução de (3.51) seja da forma H = 4AG (3.52) onde A é uma constante. Substituindo (3.52) em (3.51) obtemos 4AG(0A2 + 1A + 2) = 0. Como 4AG ≠ 0, teremos a equação 0A2 + 1A + 2 = 0. (3.53) A equação (3.53) é chamada de equação auxiliar, complementar ou característica. Em relação as raízes da equação auxiliar (3.53) temos três casos a considerar: i) Duas raízes reais e distintas; ii) Raízes complexas (conjugadas); iii) Raízes iguais. 78 Lema 1. [Método d’Alembert ou Redução de Ordem] Se H1 for uma solução particular de H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0, (3.54) uma segunda solução linearmente independente pode ser obtida através da substituição H2(G) = E(G)H1(G). (3.55) Demonstração: Derivando (3.55) obtemos{ H′2 = EH ′ 1 + E′H1 H′′2 = EH ′′ 1 + 2E′H′1 + E′′H1 . (3.56) Substituindo (3.55) e (3.56) na equação (3.54) e usando o fato de H1 ser raiz de (3.54) obtemos E′′ + ( ? + 2 H′1 H1 ) E′ = 0. Fazendo a substituição E′ = F temos 3F 3G + ( ? + 2 H′1 H1 ) F = 0⇒ 3F F + 2 H′1 H1 3G = −?3G. Integrando em ambos os lados ln |F | + 2 ln |H1 | = − ∫ ?3G + � ⇒ ln |FH21 | = − ∫ ?3G + � ⇒ E′ = F = �1︸︷︷︸ 4� 4− ∫ ?3G H21 . 79 Integrando mais uma vez E = �1 ∫ 4− ∫ ?3G H21 3G + �2. Tomando �2 = 0 e �1 = 1, temos que H2(G) = H1(G) ∫ 4− ∫ ?(G)3G H21(G) 3G (3.57) é uma segunda solução. Além disso, (3.55) e (3.57) são linearmente independente, pois calculando o Wronskiano obtemos ,(H1, H2)(G) = 4− ∫ ?3G ≠ 0 em qualquer intervalo em que H1 seja diferente de 0. � Exemplo 42. Vamos usar o método de d’Alembert para encontrar a segunda solução da EDO H′′ − G G − 1H ′ + 1 G − 1H = 0, (3.58) sabendo que H1 = 4G é uma solução. Considerando H2(G) = E(G)H1(G) temos que H′2 = (E′ + E)4G e H′′2 = (E′′ + 2E′ + E)4G . (3.59) Substituindo (3.59) na EDO (3.58): (E′′ + 2E′ + E)4G − G G − 1(E ′ + E)4G + 1 G − 1E4 G = 0 80 E′′ + ( 2 − G G − 1 ) E′ + ( 1 − G G − 1 + 1 G − 1 ) E = 0 E′′ + ( G − 2 G − 1 ) E′ = 0. Fazendo a mudança F = E′, obtemos a EDO separável F′ + ( G − 2 G − 1 ) F = 0 (3.60) Integrando a equação (3.60) obtemos∫ 3F F = − ∫ G − 2 G − 13G + � lnF = −(G − ln |G − 1|) F = (G − 1)4−G Revertendo a mudança de variável E′ = F = (G − 1)4−G ⇒ E = ∫ (G − 1)4−G3G = −G4−G . Assim, a segunda solução é H2 = EH1 = −G. Logo, H = �14 G + �2G é solução geral da EDO (3.58). Teorema 10. Sejam A1 e A2 raízes da equação auxiliar 0A2 + 1A + 2 = 0 (3.61) 81 associada a EDO linear com coeficiente reais 0H′′ + 1H′ + 2H = 0 (3.62) com 0 ≠ 0. i) Se A1 ≠ A2 são soluções reais, então H = �14 A1G + �24A2G (3.63) é solução de (3.62); ii) Se A1 = A2, a solução de (3.62) é H = �14 A1G + �2G4A1G . (3.64) iii) Se A1 e A2 são raízes complexas, isto é, se A = ± 8� então H = 4 G(�1cos �G + �2sen �G). (3.65) é solução de (3.62); Demonstração: i) Se A1 e A2 são raízes distintas da equação auxiliar (3.61), o Exemplo 39 garante que H1 = 4 A1G e H2 = 4A2G (3.66) são soluções fundamentais para (3.62). O resto sai do Teorema 7. ii) Se A = A1 = A2, então H1 = 4AG é uma solução para (3.62). Usaremos o Lema 1 para encontrar a segunda solução. Escrevendo H2 = EH1 (3.67) 82 temos { H′2 = EH ′ 1 + E′H1 H′′2 = EH ′′ 1 + 2E′H′1 + E′′H1 (3.68) Substituindo (3.67) e (3.68) em (3.62) obtemos 04AGE′′ + (20A + 1)4AGE′ + (0A2 + 1A + 2)︸ ︷︷ ︸ =0 4AGE = 0. (3.69) Como A = −1 ± √ 12 − 402 20 = − 1 20 a equação (3.69) se transforma em 04AGE′′ = 0. Assim, E′′ = 0⇒ E = �2G + �1. Portanto, H2 = �14 AG + �2G4AG . Note que se �2 = 0 a solução H2 é igual a H1. Dessa maneira, se queremos uma segunda solução linearmente independente, basta tomar H2 = G4 AG , pois , (4AG , G4AG) = 42AG ≠ 0 ∀G ∈ R. Logo, a solução geral é da forma H = �14 A1G + �2G4A2G . 83 iii) Suponha (3.61) possui duas raízes complexas conjugadas A1 = + �8 e A2 = − �8. Pela fórmula de Euler temos 4AG = 4( +�8)G = 4 G(cos �G + 8 sen �G). Como 3 3G (4AG) = A4AG , é natural escolher as funções{ H1 = 4 A1G = 4 G(cos �G + 8 sen �G) H2 = 4 A2G = 4 G(cos �G − 8 sen �G) . Dessa maneira, H = �14 A1G + �24A2G = (�1 + �2)4 G cos �G + 8(�1 − �2)4 G 8 sen �G é a solução geral complexa. Como desejamos encontrar soluções reais para (3.62), vamos escolher certas constantes de tal forma a produzir soluções reais linearmente independente. Para isso, escolhendo �1 = �2 = 1 2 obtemos H1 = 4 G cos �G, (3.70) enquanto se escolhemos �1 = 1 28 = −�2 obtemos H2 = 4 G sen �G. (3.71) Note que as equações (3.70) e (3.71) formam um conjunto de 84 soluções fundamentais, pois ,(4 G cos �G, 4 G sen �G) = �42 G ≠ 0. Logo, a solução geral é H = 4 G(�1 cos �G + �2 sen �G). � Exemplo 43. A solução geral da EDO H′′ + H′ − 6H = 0, é H = �14 2G + �24−3G . Exemplo 44. A EDO H′′ − 4H′ + 4H = 0, tem solução H = �14 2G + �2G42G . Exemplo 45. O conjunto fundamental da EDO homogênea H′′−2H′+ H = 0 é {4G , G4G}. Exemplo 46. A EDO H′′ − 4H′ + 5H = 0 tem solução H = 42G(�1cos G + �2sen G) Oque foi dito nessa seção pode ser resumido assim: dada umaEDO do tipo (3.51) obtemosduas raízes A1 e A2 daequação característica (3.53) e a solução geral é dada pela seguinte tabela 85 Raízes A1 e A2 Conjunto fundamental Solução geral A1, A2 ∈ R, A1 ≠ A2 { H1 = 4 A1G H2 = 4 A2G H = �14 A1G + �24A2G A1 = A2 = A ∈ R { H1 = 4 AG H2 = C4 AG H = �14 AG + �2G4AG { A1 = + 8� A2 = − 8� { H1 = 4 G cos �G H2 = 4 G sen �G H = 4 G(�1 cos �G + �2 sen �G) 3.4 Exercícios 1. Encontre a EDO homogênea de segunda ordem para a qual as funções abaixo são soluções. Encontre também o Wronskiano. (a) 4G , G4G; (b) 4G cos G, 4G sen G; (c) cos�G, sen�G; 2. Em cada item abaixo temos uma EDO e uma solução. Usando o método de redução de ordem Lema 1, encontre uma segunda solução que é linearmente independente em relação à primeira. (a) H′′ + 5H′ = 0, H1(G) = 1; (b) H′′ − 4H′ + 4H = 0, H1(G) = 42G; (c) G2H′′ − 4GH′ + 6H = 0, G > 0, H1(G) = G2. (d) H′′ + 16H = 0, H1(G) = cos 4G; 86 (e) 6H′′ + H′ − H = 0, H1(G) = 4G/3. 3. Resolva (a) 4H′′ + H′ = 0; (b) H′′ + 16H = 0; (c) H′′ + 2H′ − 3H = 0; (d) 2H′′ − 3H′ + H = 0. 4. Verifique se H1 = 1 e H2 = √ G são soluções da EDO HH′′+ (H′)2 = 0 para G > 0. Mostre que, em geral, a combinação linear de H1 e H2 não é solução dessa equação. Explique por que o Principio da Superposição Teorema 5 não é violado. 5. Algumas EDO’s de segunda ordem com coeficientes não- constantes podem ser resolvidas com o auxílio de uma mudança de variáveis. É o caso da equação G2H′′ + GH′ + �H = 0, (3.72) onde , � ∈ R e G > 0. Neste exercício iremos aprender a resolver a equação acima, que é genericamente conhecida como equação de Euler: (a) Faça a substituição C = ln G e calcule 3H 3G e 32H 3G2 em termos de 3H 3C e 32H 3C2 ; (b) Use o item anterior para mostrar que a equação 3.72 pode ser transformada na EDO com coeficientes constantes 32H 3C2 + ( − 1)3H 3C + �H = 0. (3.73) 87 Note que ao encontrar uma solução para equação 3.73 devemos fazer novamente a transformação C = ln G para encontrarmos a solução geral em termos da variável original G, (c) Em seguida, utilize esse método para resolver a EDO G2H′′ + GH′ + H = 0. Respostas: 1. (a) H′′ − 2H′ + H = 0, ,(4G , G4G) = 42G ; (b) H′′ − 2H′ + 2H = 0 ,(4G cos G, 4G sen G) = 42G ; (c) H′′ + �2H = 0 ,(cos�G, sen�G) = � 2. (a) H2(G) = 4−5G ; (b) H2(G) = G42G ; (c) H2(G) = G3. (d) H2(G) = sen 4G (e) H2(G) = 4−G/2. 3. (a) H = �1 + �24− G 4 ; (b) H = �1 cos 4G + 22 sen 4G; (c) H = �14G + �24−3G ; (d) H = �14G + �24 G 2 . 4. Porque a equaçãoé não-linear. 5. (a) A regra da cadeia nos dar 3H 3G = 3H 3C 3C 3G︸︷︷︸ 1/G 32H 3G2 = 32H 3G3C 1 G − 1 G2 3H 3C Como G = 4 C segue que 3G = 4 C3C = G3C. 88 Assim, 32H 3G3C 1 G = 32H 3C2 1 G2 . Logo, 32H 3G2 = 1 G2 32H 3C2 − 1 G2 3H 3C ; (b) É só substituir a expressão da primeira e segunda derivada na equação (3.72); (c) H = �1 cos(ln G) + �2 sen(ln G). 3.5 Equações Lineares Homogêneas de Ordem = > 2. Equações diferenciais lineares de ordem = são as equações da forma ?=(G) 3=H 3G= + ?=−1(G) 3=−1H 3G=−1 + · · · + ?2(G) 32H 3G2 + ?1(G) 3H 3G + ?0(G)H = 6(G), (3.74) onde ?1, . . . , ?= , 6 são funções contínuas num intervalo � ⊂ R. Quando 6 ≡ 0, ou seja, ?=(G) 3=H 3G= + ?=−1(G) 3=−1H 3G=−1 + · · · + ?2(G) 32H 3G2 + ?1(G) 3H 3G + ?0H = 0, (3.75) diremos que a equação é linear homogênea. Um Problema de Valor Inicial de uma equação de ordem = deve ter = condições iniciais: H(G0) = H0 H′(G0) = H′0 .: H(=−1)(G0) = H(=−1)0 . (3.76) Teorema 11 (Existência e Unicidade). Sejam ?1, ?2, . . . , ?= e 6 funções contínuas em um intervalo aberto � ⊂ R contendo o ponto G0. Então existe 89 uma única solução H para o problema da equação (3.74), satisfazendo as condições iniciais (3.76), e a solução existe em todo o intervalo �. Se H1, . . . , H= são soluções de (3.75) é fácil ver que a combinação linear �1H1 + · · · + �=H= também é solução da EDO (3.75). O Wronskiano de = funções H1, H2, . . . , H= é definido como ,(H1, H2, . . . , H=)(G) = det H1(G) H2(G) . . . H=(G) H′1(G) H′2(G) . . . H′=(G) .: .: . . . .: H (=−1) 1 (G) H (=−1) 2 (G) . . . H (=−1) = (G) . (3.77) Qualquer conjunto H1, . . . , H= de soluções da equação homogênea (3.75) é chamado de conjunto fundamental de soluções. Teorema 12. Sejam ?1, ?2, . . . , ?= funções contínuas em um intervalo aberto � ⊂ R. Sejam H1, H2, . . . , H= soluções da equação homogênea (3.75) no intervalo I. Então H1, H2, . . . , H= formam um conjunto fundamental de soluções de (3.75) se, e somente se, ,(H1, H2, . . . , H=)(G) ≠ 0 ∀G ∈ �. Para encontrar a solução desse tipo de EDO’s iremos inicialmente resolver as equações lineares homogêneas de coeficientes constantes. Na EDO (3.75) considerando os coeficientes constantes, isto é, tomando ?= ≡ �= , ?=−1 ≡ �=−1, . . . , ?0 ≡ �0, 90 onde �0, �1, . . . , �= são constantes com �= ≠ 0 temos �= 3=H 3G= + �=−1 3=−1H 3G=−1 + · · · + �2 32H 3G2 + �1 3H 3G + �0H = 0. (3.78) Observe que se fizermos �= = · · · = �2 = 0 teremos uma equação linear de primeira ordem,isto é, �1 3H 3G + �0H = 0 cuja solução particular pode ser da forma H = 4AG . Impondo H = 4AG como uma solução particular de (3.78), obtemos �=A =4AG + �=−1A=−14AG + · · · + �2A24AG + �1A4AG + �04AG = 0 ⇒ 4AG(�=A= + �=−1A=−1 + · · · + �2A2 + �1A + �0) = 0, e como 4AG ≠ 0, teremos (assim como no caso = = 2) a equação �=A = + �=−1A=−1 + · · · + �2A2 + �1A + �0 = 0, (3.79) chamada de equação auxiliar. Em relação à equação auxiliar podemos ter quatro casos a considerar: i) Todas as raízes da equação auxiliar (3.79) são reais e distintas: Se A1, A2, A3, . . . , A= ∈ R são raízes distintas da equação auxiliar (3.79), então a solução geral é H = �14 A1G + �24A2G + �34A3G + · · · + �=4A=G ii) A equação auxiliar tem raízes complexas. Se na equação (3.79) tivermos uma raiz complexas, devemos ter 91 a conjugada como raiz também (A1 = 0 + 81 e A2 = 0 − 81). Dessa maneira, na solução geral deve haver parcelas do tipo 4 0G(�1cos 1G + �2sen 1G). iii) A equação auxiliar (3.79) tem raízes múltiplas. Suponha que A1 = A2 são raízes múltiplas da equação auxiliar. Na sua solução geral aparecerá parcelas do tipo �14 A1G + �2G4A1G . iv) A equação auxiliar (3.79) tem raízes que se encaixam em dois ou três casos acima. Nesse caso a solução geral da EDO será a junção de cada caso. Exemplo 47. Vamos resolver a EDO H′′′−5H′′+6H′ = 0. A equação auxiliar é A3 − 5A2 + 6A = 0 cuja raízes são 0, 2 e 3. Portanto a solução geral é H = �14 0G + �242G + �343G . Exemplo 48. A EDO H′′′ − 4H′′ + 5H′ = 0 tem solução H = �1 + 42G(�2cos G + �3sen G). Exemplo 49. A EDO H′′′ − 5H′′ + 7H′ = 0 tem solução H = �1 + 4 5 2G ( �2cos G √ 3 2 + �3sen G √ 3 2 ) . Exemplo 50. A equação auxiliar da EDO 34H 3G4 + 23 2H 3G2 + H = 0 92 é (A2 + 1)2 = 0. Suas raízes são A1 = 8 e A2 = −8. Como ambas tem multiplicidade dois, sua solução geral é H = �1 cos G + �2 sen G + �3G cos G + �4G sen G. De fato, pelo caso iii) uma parcela da solução é �1 cos G + �2 sen G e como ela tem multiplicidade dois, o caso ii) garante que teremos uma outra parcela da forma G(�1 cos G + �2 sen G). Exemplo 51. A equação auxiliar da EDO H(6) + 8H(4) + 16H′′ = 0 é A6 + 8A4 + 16A3 − 0 A2 ( A4 + 8A2 + 16 ) = 0. As raízes dessa equação auxiliar são {0, 0, 28 ,−28 , 28 ,−28} Note que todas as raízes possuem multiplicidade 2. Assim, H = �1 + �2G + �3 cos 2G + �4 sen 2G + G (�5 cos 2G + �6 sen 2G) . 93 3.6 Exercícios Resolva: 1. 4 34H 3G4 + 123 2H 3G2 + 9H = 0; 2. 35H 3G5 − 2 34H 3G4 + 17 33H 3G3 = 0; 3. 2 35H 3G5 − 7 34H 3G4 + 12 33H 3G3 + 8 32H 3G2 = 0; 4. 34H 3G4 − H = 0 H(0) = H′(0) = H′′(0) = 0 e H′′′(0) = 1. Respostas: 1. H = �1 cos √ 3G/2 + �2 sen √ 3G/2 + �3G cos √ 3G/2 + �4G sen √ 3G/2; 2. H = �1 + �2G + �3G2 + 4G(�4 cos 4G + �5 sen 4G); 3. H = �1 + �2G + �34− G 2 + 42G(�4 cos 2G + �5 sen 2G); 4. H = 14 4 G − 14 4 −G − 12 sen G. 3.7 Equações Lineares de Segunda Ordem Não Homogêneas Nesta vamos resolver o problema das equações não homogêneas. Para isso vejamos o Teorema abaixo. Teorema 13. Se H? for uma solução particular qualquer da equação não homogênea H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G) (3.80) e H1 e H2 forem duas soluções particulares linearmente independente da equação linear homogênea H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0, (3.81) 94 então qualquer solução da equação não homogênea pode ser expressa na forma: H = H? + H2 = H? + �1H1 + �2H2. Demonstração: Seja H? uma solução particular e H a solução geral da equação da equação não homogênea. Assim, H′′? + ?(G)H′? + @(G)H? = 6(G); (3.82) H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G). (3.83) Subtraindo 3.82 e 3.83 temos (H − H?)′′ + ?(G)(H − H?)′ + @(G)(H − H?) = 0. Portanto, (H − H?) é solução da equação homogênea. Pelo Teorema 4 temos que (H − H?) é a única solução da equação homogênea 3.81. Além disso, como a solução geral dessa equação é H2(G) = �1H1(G) + �2H2(G) temos que H − H? = H2 ⇒ H = H? + H2 com H2 = �1H1 + �2H2. � Observação 14. A função H2 é chamada de solução auxiliar, complementar ou característica. Além disso, esse resultado pode ser adaptado para EDO’s de ordem maior que 2. Em resumo, o Teorema 13 afirma que a solução geral da equação 95 linear não homogênea (3.80) tem a forma: H = H2 + H? . Para determinarmos a solução particular H? , dispomos dos seguintes métodos: i) Método dos Coeficientes a Determinar ou Método de Descartes; ii) Método da Variação de Parâmetros ou Método de Lagrange; iii) Método do Operador Derivada �. 3.7.1 Método do Coeficiente a Determinar Ométododos coeficientes adeterminar édestinadoa encontraruma solução particular, de acordo com a forma do termo independente da equação linear (3.80), ou seja, o termo independente da equação H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G). 1° caso: O termo independente é da forma 6(G) = 0<G< + 0<−1G<−1 + · · · + 01G + 00. A solução particular H? é um polinômio inteiro em G, de grau<+ ℎ, sendo ℎ amenor das ordens da derivada que aparece no lado esquerdo da equação (3.80). Exemplo 52. Resolver a EDO 32H 3G2 − 53H 3G + 6H = 2G2 − 1. (3.84) 96 Vamos inicialmente calcular a solução complementar H2 . A equação auxiliar é A2 − 5A − 6 = 0 e suas raízes são 2, 3. Assim: H2 = �14 2G + �243G Calcularemos agora a solução particular. Como 6 é um polinômio do segundo grau temos que < = 0 e ℎ = 0, pois a menor derivada tem ordem 0 (referente a parcela 6H). Assim, H? = �G 2 + �G + �, (3.85) e { H′? = 2�G + � H′′? = 2� (3.86) Substituindo (3.85) e (3.86)em (3.84) encontramos � = 1 3 , � = 5 9 , � = 5 27 , nos fornecendo a equação: H? = G2 3 + 5G 9 + 5 27 . Como H = H2 + H? , temos H = �14 2G + �243G + G2 3 + 5G 9 + 5 27 Esse método também funciona para EDO’s não homogêneas de ordem maior que 2. 97 Exemplo 53. Resolveremos a EDO 33H 3G3 − 43H 3G = 1 − 3G. (3.87) A solução geral é H2 = �1 + �242G + �34−2G . A solução particular H? é da forma H? = �G 2 + �G + �, (3.88) já que 6 é do primeiro grau e a menor ordem da derivada que aparece na equação 1. Assim, { H′? = 2�G + � H′′? = 2� (3.89) Substituindo (3.88) e (3.89) em (3.87) obtemos � = 3 8 , � = − 1 4 H? = 3 8G 2 − G4 + � Assim a solução geral será: H = �1 + �242G + �34−2G + 3 8G 2 − G4 Exemplo 54. A solução complementar da EDO é 33H 3G3 − 23 2H 3G2 = 3G2 − 2G + 1 (3.90) é H2 = �1 + �2G + �342G . 98 A solução particular é H? = �G 4 + �G3 + �G2, (3.91) pois < = 2 e ℎ = 2. Como vamos calcular apenas a terceira e segunda derivada de H? , omitimos o termo do primeiro grau e o termo independente de H? . Substituindo H′′? em H′′′? em (3.90) temos: � = −18 , � = − 1 12 e − 3 8 Portanto H? = − G4 8 − G3 12 − 3G2 8 . Assim a solução geral será H = �1 + �2G + �342G − G4 8 − G3 12 − 3G2 8 2° caso: A função 6 é da forma 6(G) = 4 :G . Nesse caso, a solução particular é da forma H? = �G ℎ4 :G , onde ℎ é a multiplicidade de : como raiz da equação auxiliar. Exemplo 55. Resolver a equação H′′ − 7H′ + 12H = 34−G . (3.92) 99 A solução complementar é H2 = �14 3G + �244G A solução particular é da forma H? = �4−G , pois ℎ = 0 (−1 não é raiz da equação auxiliar). Substituindo H? , H′? , e H′′? em (3.92) obtemos: � = 3 20 . Assim, H? = 3 204 −G . Logo, a solução geral é H = �14 3G + �244G + 3 204 −G . Exemplo 56. Na equação H′′ − 7H′ + 10H = 842G (3.93) a solução complementar H2 é: H2 = �14 2G + �245G . A solução particular é da forma H? = �G4 2G , já que ℎ = 1, pois 2 é raiz da equação auxiliar. Substituindo em H? , H′? e H′′? em (3.93) temos � = −83 . 100 Logo, H = H2 + H? = �142G + �245G − 8 3G4 2G Exemplo 57. Na equação H′′ − 4H′ + 4H = 842G o valor de H? = �G242G , pois ℎ = 2, já que aparece a raiz dupla 2 na equação auxiliar e : = 2 Exemplo 58. Por fim, na equação H′′ + 4H = 344G o valor de H? é H? = �4 4G . 3° caso: A função 6 é da forma 6(G) = sen :G ou 6(G) = cos :G. Para esse caso, a função H? será da forma H? = G ℎ(� sen :G + � cos :G), onde ℎ é a multiplicidade da raiz imaginária :8 na equação auxiliar. Exemplo 59. Na equação H′′ − 4H′ + 3H = 3 sen 2G o valor de H? é: H? = G 0(� sen 2G + � cos 2G), pois ℎ = 0 já que a equação auxiliar não apresenta a raiz imaginária 28 (: = 2). Exemplo 60. Na equação H(4) − 4H′′ = 8 sen 4G 101 apresenta o valor de H? com sendo: H? = � sen 4G. Note que : = 4 e ℎ = 0, pois 48 não é raiz da equação auxiliar. Além disso, não precisamos colocar o termo � cos 4G, pois aparecem apenas derivadas pares no lado esquerdo da equação. Observação 15. A solução particular da EDO do Exemplo 60 poderia ser considerada da forma H? = � sen 4G + � cos 4G. Nesse caso, o coeficiente � é igual a 0. Exemplo 61. Na equação H′′ + H = 4 sen G tem H? = G(� sen G + � cos G), pois ℎ = 1, já que : = 1 e existe a raiz imaginária 8 (de multiplicidade igual a 1) da equação auxiliar. 4° caso: O termo independente 6 é uma soma, subtração ou multiplicação de exponenciais, polinômios, senos ou cossenos. A solução particular será uma soma, subtração ou multiplicação dos termos que aparecem aplicando os casos acima. Exemplo 62. Vamos encontrar a expressão da solução particular da EDO H′′ − 9H′ + 14H = 3G2 − 5 sen 2G + 7G46G . 102 O solução particular associada ao termo 3G2︸︷︷︸ H?1 − 5 sen 2G︸ ︷︷ ︸ H?2 + 7G46G︸︷︷︸ H?3 é H? = H?1 + H?2 + H?3 , onde H?1 = �G 2 + �G + �; H?2 = � cos 2G + � sen 2G; H?3 = (�G + �)�46G (�G + � corresponde a 7G e�46G corresponde a 46G). Note que o coeficiente� de H?3 pode ser desconsiderada. Sendo assim podemos escrever H?3 simplesmente como H?3 = (�G + �)46G . Observação 16. No Exemplo 62, note que nenhum dos termos da solução particular H? é igual aos termos da solução complementar H2 = �14 2G + �247G . A seguir veremos casos em que essa situação acontece, mas antes vamos apresentar vários exemplos em forma de tabela com tentativas para soluções particulares onde nenhuma função de H? é solução para a EDO homogênea associada a 3=H 3G= + 0=−1 3=−1H 3G=−1 + · · · + 02 32H 3G2 + 01 3H 3G + 00H = 6(G) (00 ≠ 0). (3.94) 103 6(G) Forma de H? 1. 0 (constante) � 2. 0G + 1 �G + � 3. 0G2 + 1 �G2 + �G + � 4. G3 + 0G + 1 �G3 + �G2 + �G + � 5. 0 sen :G � cos :G + � sen :G 6. 0 cos :G � cos :G + � sen :G 7. 04 :G �4 :G 8. (0G + 1)4 :G (�G + �)4 :G 9. 0G24 :G ( �G2 + �G + � ) 4 :G 10. 04 :1G sen :2G �4 :1G cos :2G + �4 :1G sen :2G 11. 0G2 sen :G ( �G2 + �G + � ) cos :G + ( �G2 + �G + � ) sen :G 12. 0G4 :1G cos :2G (�G + �)4 :1G cos :2G + (�G + �)4 :1G sen :2G Suponha que a função 6 da equação (3.94) possui < termos. Se a solução particular H? associada a função 6 for escrita como H? = H?1 + H?2 + . . . + H?< onde os H?8 , 8 = 1, 2, . . . , <, são as formas de soluções particulares tentadas correspondentes a cada termo de 6. Nessa situação, se algum H?8 contém termos que duplicam termos na solução complementar H2 , então a solução H?8 deverá ser multiplicada por G= , onde = é o menor inteiro positivo que elimina essa duplicação. Exemplo 63. Na EDO H′′ − 2H′ + H = 4G , (3.95) sua solução complementar é H2 = �14G + �2G4G . A equação H? = �4G não 104 funciona como solução particular. Além disso, H? = �G4G também não funciona. Isso acontece, pois os termos 4G , G4G fazem parte de H2. Assim, H? = �G 24G . (3.96) Substituindo (3.96) em (3.95), obtemos � = 12 . 3.7.2 Método da Variação de Parâmetro Considere uma EDO linear não-homogênea de segunda ordem H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 6(G), (3.97) onde ?, @ e 6 são funções contínuas no intervalo aberto � ⊂ R. Sejam H1 e H2 soluções linearmente independente da equação homogênea H′′ + ?(G)H′ + @(G)H = 0. (3.98) Lembre-se que o Wronskiano não se anula em � ,(H1, H2)(G) = det [ H1(G) H2(G) H′1(G) H′2(G) ] = H1(G)H′2(G) − H′1(G)H2(G) ≠ 0. (3.99) Nesse método vamos determinar funções E1 e E2 de modo que H?(G) = E1(G)H1(G) + E2(G)H2(G) (3.100) seja uma solução particular da equação não homogênea (3.97). Como apresentamos duas funções desconhecidas E1 e E2, é natural pensar que devemos impor duas condições sobre essas funções. 105 A derivada da equação (3.100) é H′? = E1H ′ 1 + E′1H1 + E′2H2 + E2H′2. (3.101) Para simplificar o cálculo e evitar derivadas de segunda ordem para E1 e E2 na expressão H′′? impomos E′1H1 + E′2H2 = 0. (3.102) Assim, a equação (3.101) se reduz a H′? = E1H ′ 1 + E2H′2. (3.103) Derivando (3.103) obtemos H′′? = E ′ 1H ′ 1 + E1H′′1 + E′2H′2 + E2H′′2 . (3.104) Substituindo (3.100), (3.103) e (3.104) em (3.97) obtemos E′1H ′ 1 + E′2H′2 = 6. (3.105) Pelo o que foi dito acima, a solução particular será dada H? = E1H1 + E2H2, onde E1 e E2 são funções determinadas pela resolução do sistema:{ E′1H1 + E′2H2 = 0 E′1H ′ 1 + E′2H′2 = 6 ∼ [ H1 H2 H′1 H ′ 2 ] [ E′1 E′2 ] = [ 0 6 ] (3.106) O sistema (3.106) possui uma única solução por causa da equação 106 (3.99) e E′1(G) = −6(G)H2(G) ,(H1, H2)(G) E′2(G) = 6(G)H1(G) ,(H1, H2)(G) . (3.107) Integrando as funções E′1 e E ′ 2 presente na equação (3.107) obtemos E1(G) = ∫ −6(G)H2(G) ,(H1, H2)(G) 3G E2(G) = ∫ 6(G)H1(G) ,(H1, H2)(G) 3G . (3.108) Exemplo 64. Vamos encontrar a solução geral em ( −�2 , � 2 ) da EDO 32H 3G2 + H = tg G. Considerando H? = E1(G) cos G + E2(G) sen G (3.109) como sendo a solução particular e resolvendo o sistema{ cos GE′1 + sen GE′2 = 0 − sen GE′1 + cos GE′2 = tg G (3.110) e integrando as funções E′1 e E ′ 2, obtemos{ E1(G) = sen G − ln | sec G + tg G | + �1 E2(G) = − cos G + �2 . (3.111) 107 Substituindo as funções E1 e E2 da equação
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