Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LISTA 2 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Tema: Introdução às EDOs, Equações Lineares de Primeira Ordem, Equações Separáveis e Equação de Bernoulli, Equações Exatas (Parte 1) Professor: Gustavo de Sousa Exercício 1. Encontre a função y = g(x) que está definida implicitamente pela relação √ x2 − y2 + arccos ( x y ) = 0, y 6= 0. Sugestão: não tente isolar o y, essa expressão só se anula quando arccos ( x y ) 6 0. Exercício 2. Explique por que √ x2 − y2 + arcsin ( x y ) = 0 não define y como uma função implícita y = g(x). Sugestão: oberve primeiro em quais pontos essa expressão está definida, e depois note que ela só se anula quando arcsin ( x y ) 6 0. Exercício 3. Prove que as funções a seguir são soluções as equações diferenciais escritas no mesmo item. Encontre um conjunto (intervalo ou união de intervalos) comum onde a equação e a sua solução fazem sentido. (a) Função: y = e−x, equação: y′ + y = 0. (b) Função: x arcsin x+ √ 1− x2, equação: y′′ = 1√ 1− x2 . (c) Função: r = a sec2 θ, equação: cos θdr dθ − 2r sin θ. (d) Função: y = √ 16− x2, equação x+ yy′ = 0. Exercício 4. Explique por que a equação diferencial∣∣∣∣∣dydx ∣∣∣∣∣+ |y|+ 1 = 0 não tem solução. Exercício 5. Nos itens a seguir, encontre a solução do problema de valor inicial dado. (a) y′ − y = 2xe2x, y(0) = 1 (b) y′ + 2y = xe−2x, y(1) = 0 1 (c) xy′ + 2y = x2 − x+ 1, y(1) = 1/2, x > 0 (d) y′ + (2/x)y = (cosx)/x2, y(π) = 0, x > 0 (e) y′ − 2y = e2x, y(0) = 2 (f) xy′ + 2y = sin x, y(π/2) = 1 (g) x3y′ + 4x2 = e−x, y(−1) = 0, x < 0 (h) xy′ + (x+ 1)y = x, y(log 2) = 1, x > 0 Exercício 6. Encontre o valor de y0 para o qual o problema de valor inicial y′ − y = 1 + 3 sin x, y(0) = y0 tem limite finito quando x→∞. Exercício 7. Mostre que as soluções de 2y′ + xy = 2 tem o mesmo limite (finito) quando x→∞ e encontre esse limite. Sugestão: A solução geral dessa equação só pode ser escrita na forma de integral indefinida, pois∫ ex 2/4dx não pode ser escrito em termos de funções elementares. Tente calcular o limite limx→∞ y(x) utilizando a regra de L’Hôpital no primeiro termo de y(x). Exercício 8. Mostre que se a e λ são constantes positivas, e b é um número real qualquer, então toda solução y da equação y′ + ay = be−λx tem a propriedade limx→∞ y(x) = 0. Sugestão: Considere os casos a = λ e a 6= λ separadamente. Exercício 9 (O método da Variação de Parâmetros). Considere o seguinte método para resolver a equação linear de primeira ordem y′ + p(x)y = g(x). (1) (a) Se g é a função identicamente nula, mostre que a solução de (1) é y = A exp [ − ∫ p(x)dx ] (2) (b) Se g não é identicamente nula, assuma que a solução de (1) seja da forma y(x) = A(x) exp [ − ∫ p(x)dx ] , (3) onde A é agora uma função de x. Por substituição de (3) na equação dada (1), mostre que A deve satisfazer a condição A′(x) = g(x) exp [∫ p(x)dx ] . (4) 2 (c) Encontre A(x) a partir da equação (4). Então substitua esse resultado na equação (3) e então determine y. Observe que a solução obtida é a mesma encontrada com o método do fator integrante, feito em aula. Exercício 10. Em cada um dos itens a seguir, encontre uma família de soluções das equações diferenciais: (a) y′ = x 2 y (b) y′ = x 2 y(1 + x3) (c) y′ + y2 sin x = 0 (d) y′ = 3x 2 − 1 3 + 2y (e) y′ = (cos2 x)(cos2 2y) (f) xy′ = (1− y2)1/2 (g) dy dx = x− e −x y + ey (h) dy dx = x 2 1 + y2 Exercício 11. Encontre uma solução particular satisfazendo a condição inicial dada nos itens a seguir. (a) dy dx + y = 0, y(1) = 1 (b) sin x cos 2y + y′ cos x sin 2y = 0, y(0) = π2 (c) (1− x)y′ = x(y + 1), y(2) = 1 (d) yy′ + x = 3xy2, y(2) = 1 (e) y′ = ex+y, y(0) = 0 Exercício 12. Resolva a equação dy dx = ay + b cy + d , cy + d 6= 0, a 6= 0. Exercício 13. Encontre uma família de soluções para as seguintes equações diferenciais: (a) y′ = 5y − 4x y (b) v dv dx = v2 − e2xv3 (c) dx dt = x t − √ x, t > 0 (d) y′ = y − y3 3 Exercício 14. Há um modelo para a variação populacional em que se supõe que a taxa de variação da população no instante t seja proporcional à população neste instante, com coeficiente de proporcionalidade λ = α−β, sendo α o coeficiente de natalidade e β o de mortalidade. Desse modo, a variação da população p = p(t) é regida pela equação linear dp dt = λp. Suponha que a população no instante t = 0 seja p0. (a) O que acontece com a população se α = β? (b) Sendo α 6= β, determine a população no instante t. O que acontecerá com a população se α > β? E se α < β? Exercício 15. Considerando fatores inibidores para a variação da população, foi proposta uma modificação para o modelo do exercício anterior, onde se supõe então um nível máximo γ = limt→∞ p(t) que a população possa atingir e que há um fator inibidor proporcional ao quadrado da população e com coeficiente ε = λ γ . Então, neste modelo, a variação da população é regida pela equação de Bernoulli dp dt = λp − εp2, onde se supõe λ > 0. Suponha que a população no instante t = 0 seja p0. (a) Resolva equação. (b) Supondo p0 < γ, para que valor de p a taxa de variação dp dt é máxima? Qual o valor máximo para esta taxa de variação? (c) Em que instante t o valor da taxa de variação é máximo? Exercício 16. Um outro modelo para a variação populacional e dado, também, por uma equação de Bernoulli é dp dt = λp− εpα, α > 1 e ε = λ γα−1 , onde se supõe que γ = limt→∞ p(t) é o valor máximo para a população. Supondo p(0) = p0, resolva a equação. Exercício 17. A equação de Bernoulli dp dt = αp2/3 − βp é um modelo usado para a variação do peso p = p(t) de uma espécie de peixe, onde α e β são constantes positivas e que dependem da espécie em estudo. Suponha p(0) = 0. (O peixe ao nascer é tão pequeno que o seu peso é quase zero.) Resolva a equação. Exercício 18. A equação diferencial y′ = f0(x) + f1(x)y + f2(x)y2, f2(x) 6= 0, (5) é chamada uma Equação de Ricatti. Se y1(x) é uma solução particular dessa equação, mostre que a substituição y = y1 + 1 u , y′ = y′1 − 1 u2 u′, tranforma (5) na equação linear de primeira ordem u′ + [f1(x) + 2f2(x)y1]u = −f2(x). 4 Exercício 19. Utilizando o exercício acima, encontre a solução geral de cada uma das seguintes Equações de Ricatti, sendo dada uma solução particular y1. (a) y′ = x3 + 2 x y − 1 x y2, y1(x) = −x2 (b) y′ = 2 tan x secx− y2 sin x, y1(x) = secx. Exercício 20. Encontre uma família de soluções das equações a seguir, admitindo que o coe- ficiente de y′ é 6= 0. (a) 2xy + (x2 + y2)y′ = 0 (b) (x+ √ y2 − xy)y′ − y = 0, y > 0, x < y (c) x+ y − (x− y)y′ = 0 (d) 2x2y + y3 + (xy2 − 2x3)y′ = 0 Exercício 21. Encontre uma solução particular satisfazendo a condição inicial nos itens a seguir. (a) x2 + y2 = 2xyy′, y(−1) = 0, x < 0 (b) xey/x + y = xy′, y(1) = 0, x > 0 (c) y′ − y x + csc y x = 0, y(1) = 0, x > 0 (d) xy − y2 − x2y′ = 0, y(1) = 1 Exercício 22. Uma substância radioativa diminui a uma taxa proporcional à sua quantidade presente (enquanto todos os átomos tem igual probabilidade de desintegrar, a probabilidade de desintegração é proporcional à quantidade de átomos restantes). Se A(t) é a quantidade no tempo t, isto significa que A′(t) = −cA(t) para alguma constante c > 0 (que representa a probabilidade de um átomo desintegrar). (a) Encontre A(t) em termos da quantidade A0 = A(0) inicial da substância. (b) Mostre que existe um número τ (a “meia-vida” da substância radioativa) com a propriedade que A(t+ τ) = A(t)2 . Exercício 23. Um ponto P está se movendo ao longo de um segmento de reta AB de compri- mento 107, enquanto outro ponto Q se move ao longo de uma semirreta. A velocidade de P é sempre igual à distância de P a B (em outras palavras, se P (t) é a posição de P no tempo t, então P ′(t) = 107 − P (t)), enquanto Q se move com velocidade constante Q′(t) = 107. (Veja a Figura 1.) A distância percorrida pelo ponto Q no tempo t é chamada de Logaritmo Neperiano da distância de P a B no tempo t. Em outras palavras, 107t = NapLog[107 − P (t)]. 5 Esta foi a definição original de Logaritmo dada por Napier (1550-1617)em sua publicação de 1614, Mrifici logarithmonum canonis description (Uma descrição das maravilhosas leis dos Logaritmos); trabalho que foi feito antes da notação de expoentes ser inventada! O número 107 foi escolhido porque as tabelas de Napier (inventadas para cálculos astronômicos e de navegação) listariam logaritmos de senos de ângulos, cujos melhores cálculos disponíveis tinham sete casas decimais, e Napier queria evitar frações. Prove que NapLog x = 107 log 10 7 x . (6) Figura 1: Representação do Problema. Exercício 24 (Uma prévia do próximo assunto!). (a) Prove que se α é uma raiz da equação polinomial anx n + an−1xn−1 + · · ·+ a1x+ a0 = 0, (7) então a função y(x) = eαx satisfaz a equação diferencial any (n) + an−1y(n−1) + · · ·+ a1y′ + a0y = 0. (8) (b) Prove que se α é uma raiz dupla (multiplicidade 2) de (7), então y(x) = xeαx também satisfaz (8). Dica: lembre que se α é uma raiz dupla de um polinômio f(x) = 0, então f ′(α) = 0. (c) Prove que se α é uma raiz de (7) de ordem r, então y(x) = xkeαx é solução de (8) para 0 ≤ k ≤ r − 1. (d) Se (7) tem n raízes reais (contadas com multiplicidades), entãoo item acima nos dá n soluções y1, . . . , yn de (8). Prove que neste caso a função c1y1 + · · ·+ cnyn também satisfaz (8), para quaisquer c1, . . . , cn ∈ R. Veremos depois um Teorema que afirma que as soluções dadas no item (d) são as únicas soluções de (8), supondo que (7) tem apenas raízes reais. Nos exercícios a seguir provamos casos especiais deste Teorema. Exercício 25. Suponha que f : R → R satisfaça f ′′ − f = 0 e f(0) = f ′(0) = 0. Prove que f = 0 como segue. (a) Mostre que f 2 − (f ′)2 = 0. 6 (b) Suponha que f(x) 6= 0 para todo x em algum intervalo (a, b). Mostre que ou f(x) = cex ou então f(x) = ce−x para todo x ∈ (a, b), para alguma constante c ∈ R. (c) Se f(x0) 6= 0 para x0 > 0, digamos, então existe um número a ∈ R tal que 0 ≤ a ≤ x0 e f(a) = 0, enquanto f(x) 6= 0 para a < x < x0. (Por quê?) Use esse fato e a parte (b) para deduzir uma contradição. Exercício 26 (Continuando o exercício anterior). (a) Mostre que se f : R→ R satisfaz f ′′ − f = 0, então f(x) = aex + be−x para alguns a, b ∈ R. (Primeiro tente ver quem seriam a, b em função de f(0) e f ′(0), e então use o problema anterior.) (b) Mostre também que f(x) = a senh x+ b cosh x para alguns (outros) a, b ∈ R. (c) Encontre todas as funções f : R→ R satisfazendo f (n) = f (n−2). 7 Respostas de alguns Exercícios Exercício 1. A função é y = g(x) = x, x 6= 0. Exercício 3. Vejamos os intervalos em cada item: (a) R; (b) (−1, 1); (c) θ 6= ±π2 ,± 3π 2 ,± · · · ; (d) (−4, 4). Exercício 5. (a) y = 3ex + 2(x− 1)e2x (b) y = (x2 − 1)e−2x/2 (c) y = (3x4 − 4x3 + 6x2 + 1)/12x2 (d) y = (sin x)/x2 (e) y = (x+ 2)e2x (f) y = x−2[(π2/4)− 1− x cosx+ sin x] (g) y = −(1 + x)e−x/x4, x 6= 0 (h) y = (x− 1 + 2e−x)/x, x 6= 0 Exercício 10 (a) 3y2 − 2x3 = c, y 6= 0 (b) 3y2 − 2 log |1 + x3| = c, x 6= 1, y 6= 0 (c) 1 y + cos x = c, y 6= 0, e a solução constante y = 0 (d) 3y + y2 − x3 + x = c, y 6= −32 (e) 2 tg 2y − 2x− sen 2x = c, se cos 2y 6= 0; também y = ±(2n+ 1)π4 para qualquer inteiro n. (f) y = sen[log |x|+ c] se x 6= 0 e |y| < 1; também as funções constantes y = ±1 (g) y2 − x2 + 2(ey − e−x) = c, com y + ey 6= 0 (h) 3y + y3 − x3 = c Exercício 11 8 (a) y = e1−x (b) cos2 x cos 2y = −1 (c) (y + 1)(1− x) = e−x (d) 3y2 = 1 + 2e3x2−12 (e) ex + e−y = 2 Exercício 12 x = c a y + ad− bc a2 log |ay + b|+ k, a 6= 0, ay + b 6= 0, ou a função constante y = − b a Exercício 13 (a) y2 = ke10x + 20x+ 225 (b) v = ( ke−x + 13e 2x )−1 , ou a função constante v = 0 (c) x = (k √ t− t)2 (d) y2 = 1 ke−2x + 1 , ou a função constante y = 0 Exercício 14 (a) A solução da equação é p(t) = p0eλt, t ≥ 0. Se α = β, teremos λ = 0 e, então, p(t) = p0 para t ≥ 0, ou seja, a população se manterá constante e igual a p0. (b) A população no instante t é p(t) = p0eλt, t ≥ 0. Se α > β, λ > 0 e, então, a população estará crescendo exponencialmente, Se α < β, λ < 0 e, então, limt→∞ p(t) = 0, ou seja, a população tenderá à extinção. Exercício 15 (a) A equação dp dt = λp− �p2 é uma equação de Bernoulli e, também, de variáveis separáveis. Resovendo-a, obtemos p = λ λke−λt + �. Tendo em vista a condição p(0) = p0 e � = λ γ , resulta p = γp0(γ − p0)e−λt + p0 , t ≥ 0. Observe que para t tendendo a ∞, p tende a γ. (b) Como dp dt = λp − �p2, o valor máximo de dp dt ocorrerá no instante em que p for o vértice da parábola z = λp − �p2, ou seja, no instante em que p = λ2� = γ 2 . No instante t1 em que dp dt é máximo deveremos ter γ2 = γp0 (γ − p0)e−λt1 + p0 , ou seja, t1 = − 1 λ log [ p0 γ − p0 ] . Observe que no instante t1, em que dp dt é máximo, estará ocorrendo um ponto de inflexão no 9 gráfico de p = p(t). Se p0 < γ 2 , no intervalo (0, t1) o gráfico de p = p(t) terá a concavidade voltada para cima, ou seja, neste intervalo a população estará crescendo a taxas crescentes e, no intervalo (t1,+∞), o gráfico terá a concavidade para baixo, ou seja, neste intervalo, a população estára crescendo a taxas decrescentes. Exercício 16 A solução p = p(t) é dada implicitamente pela equação p1−α = ke(1−α)λt + γ1−α, onde k = p1−α0 − γ1−α. Exercício 17 p(t) = ( α 3 )3 1− e ( − βt 3 ) 3 . Exercício 19. (a) u′ + (2 x + 2x ) u = 1 x , y = −x2 + 2x 2ex 2 ex2 + c (b) u′ − 2u tan x = sin x, y = 1cosx + 3 cos2 x c− cos3 x . Exercício 20 (a) 3x2y + y3 = C (b) y = C exp(−2 √ 1− x/y) (c) arctan(y/x)− 12 log(x 2 + y2) = C (d) x 2 y2 + log xy = C, x 6= 0, y 6= 0 Exercício 21 (a) y2 = x2 + x (b) log x+ e−y/x = 1 (c) log x− cos y x + 1 = 0 (d) x = e(x/y)−1 10
Compartilhar